De João Marques Almeida e seus comentadores. Sobre o Brasil e os Brasileiros. Árduo mas
aprazível.
Um enigma chamado Brasil
É verdade que se fala português no
Brasil, apesar de eu pensar que somos dois países divididos pela mesma língua,
mas o Brasil não é “um grande Portugal.” É antes os Estados Unidos da América
do Sul.
JOÃO MARQUES DE ALMEIDA Colunista do Observador OBSERVADOR, 27 abr 2022
OBSERVADOR, 27 abr
2022
Escrevo
este artigo no Brasil, onde passo férias. Já vim muitas vezes ao Brasil, quase
sempre em trabalho, conheço muitos brasileiros, mas confesso que ainda entendo
mal o país e os seus habitantes. E gostaria de conhecer muito melhor, sobretudo
o tipo de país que é o Brasil, mesmo sabendo que é um país muito diversificado.
Há muitos ‘Brasis.’
Há
um mito entre nós de que o Brasil é um país parecido com Portugal e, pelo
menos, que os portugueses entendem melhor os brasileiros do que qualquer outro
povo. Não estou
nada certo que seja assim. Aliás, estou convencido de que não é assim. Falamos a
mesma língua, mas sendo a mesma, é falada de um modo muito diferente. Os brasileiros não falam português do mesmo modo que
os portugueses o fazem (e não é só a pronúncia). E muitos não nos entendem
facilmente. Por exemplo, já me aconteceu várias vezes ter que falar devagar e
com cuidado para me perceberem. Em Portugal, sobretudo com as novelas
e com os jogadores de futebol, já todos os portugueses ouviram falar ‘português
do Brasil’, mas no Brasil
há muita gente que nunca ouviu ‘português de Portugal.’ Há hipóteses elevadas de que, na rua, nos táxis, nos
Uber, quando nós portugueses encontramos um brasileiro seja a primeira vez que
ouve o nosso português. Apesar de
a língua constituir um laço muito forte, neste momento, estou convencido que os
Estados Unidos são provavelmente o país mais parecido com o Brasil. As diferenças são mais ou menos evidentes, e algumas
são profundas, mas gostaria de me concentrar nas semelhanças entre os dois
grandes países do continente americano.
Desde
logo, e esta é a principal causa das semelhanças, são ambos
países do mundo novo. São países de colonizadores e emigrantes europeus e
asiáticos que um dia deixaram as suas casas e os seus países para construir uma vida
nova noutro continente. Se duas
famílias de emigrantes italianos, uma americana e outra brasileira,
partilhassem as suas experiências notariam semelhanças enormes. Não falariam a
mesma língua, mas reconheceriam muito bem as histórias de ambas.
Ainda
no plano demográfico, quer o Brasil
como os Estados Unidos, são compostos essencialmente por quatro grandes grupos:
os descendentes dos colonos e emigrantes europeus, os asiáticos, as populações
negras – descendentes de escravos vindos de África – e os povos indígenas. A ideia de que o Brasil é um caso de sucesso de mistura
racial e os Estados Unidos é um caso de problemas raciais é um exagero. Há diferenças, mas também há semelhanças e
estas com consequências nefastas em ambos os casos. Não é só nos Estados Unidos que as desigualdades
sociais têm uma forte componente racial. No Brasil também têm. Viajei de carro no litoral de São Paulo e do Rio de
Janeiro e vi muito bem as diferenças. A estrada divide os condomínios de luxo
das favelas. Os primeiros estão em cima do mar, as segundas estão do lado
errado da “faixa de rodagem.” Nos primeiros, entram e partem carros de boas marcas
com brancos no interior, nas segundas habitam mulatos e negros. Não faço um
juízo de valor, constato apenas a realidade. Por outro lado, voltando à
ilusão do Brasil como um caso de sucesso de integração racial em comparação com
os Estados Unidos, ainda não houve um ‘Obama brasileiro’, nem está para chegar.
Os
americanos e os brasileiros lidam com as desigualdades sociais e com a ideia de
privilégio de um modo muito diferente dos europeus e, mais uma vez, com algumas
semelhanças. Na Europa, as desigualdades sociais estão marcadas nos
séculos, o que aliás cria um sentimento de culpa nas classes mais altas, e com
mais passado, que não existe no Brasil ou nos Estados Unidos. Nos dois países
americanos, na maioria das famílias com posses, as actuais gerações sabem ou
lembram-se que os seus avós ou bisavós eram pobres, e alguns chegaram aos seus
novos países sem nada. Isso leva-os a acreditar, com mais ou menos razão, que
as suas riquezas resultam do trabalho e do espírito de iniciativa. Nos dois países americanos há um privilégio do trabalho. Não há, como na Europa, privilégios de heranças (pelo menos, por enquanto). Com o tempo, este conceito
de privilégio nas Américas, que ainda mantém alguma pureza – “o sonho americano” – irá desaparecer, mas neste momento ainda é forte. Há outra semelhança
muito relevante entre os dois gigantes americanos. Em ambas as economias, a agricultura, os minérios, o
petróleo e o gás desempenham um papel central. E isso tem grandes consequências
sociais e culturais. Quando vamos a
uma cidade de um Estado como Mato Grosso do Sul podíamos estar numa cidade do
oeste norte americano, apesar de se falar línguas diferentes. Mais uma vez, se um
fazendeiro brasileiro e um rancheiro americano se encontrarem as experiências
de ambos fazem todo o sentido um ao outro. E são experiências muito diferentes
dos proprietários rurais europeus.
Por
fim, mais uma semelhança óbvia. São dois países federais. O federalismo é mais do que um simples desenho
constitucional. Resulta de uma história comum e provoca uma cultura política
com semelhanças. No Brasil e nos Estados Unidos, o federalismo está
associado ao pluralismo político e à liberdade. Há nos dois países uma tensão
permanente entre o poder federal e o poder dos Estados, mas esse choque impede
um excessivo centralismo e ajuda a garantir a liberdade. Até a ditadura militar no Brasil foi menos ditatorial
e mais ‘livre’ do que outras ditaduras. Mudava
de Presidente mais ou menos de quatro em quatro anos. Todas as outras
ditaduras nos países da América Latina e do sul da Europa ficaram associadas a
nomes de ditadores, Peron, Pinochet, Fidel de Castro, Chavez, Franco, Salazar,
Mussolini, mas no Brasil
isso não aconteceu. Foi uma ditadura sem um ‘ditador.’
É
verdade que se fala português no Brasil, apesar de pensar frequentemente que
somos dois países divididos pela mesma língua – como se diz no caso do Estados
Unidos e de Inglaterra – mas o Brasil não é “um grande Portugal.” É antes os
Estados Unidos da América do Sul. E São Paulo, da cultura à gastronomia e ao
sector financeiro, é a Nova Iorque do sul. BRASIL MUNDO
COMENTÁRIOS:
Elvis Wayne: Um país violento (top 5 de homicídios se não estou em erro), extremamente
dividido por linhas tanto geográficas como raciais e sociais. À primeira
vista aparentam um certo fanatismo religioso (tanto os católicos como os
evangélicos), a outra face da moeda é uma esquerda ainda mais fanática e
"anti-tudo" que a nossa. É um país enorme e de grandes
contrastes, são também bastante ignorantes no seu todo, devendo-se tal
fenómeno ao sistema educacional decrépito que, em comparação, faz as
nossas escolas públicas (mesmo as que estão a cair aos bocados) parecerem
autênticos Colégios Alemães. Têm um certo ressentimento contra nós e lá a
cultura woke começa a enraizar de uma forma espantosa. Falam muito alto e
fazem muito espalhafato. Têm o cómico hábito de estrangeirar os nomes
dos filhos: quanto mais miseráveis, maior a tendência para gerar
"Michaels", "Williams" e "Johnsons". São
mais solares, mas também são mais preguiçosos. Alguns são muito cheios de
manhas e de "facilidades". Boa parte têm uma ideia fantasiosa tanto
de Portugal, como da Europa em geral. A maioria usa Portugal como trampolim
para emigrar para a Alemanha ou os EUA. Muitos aderem ao estereótipo
gasto do "português burro". A maior parte não entende a nossa
língua se falarmos à velocidade normal. Tal como em Espanha, são muitas as
situações em que somos mais bem tratados nos restaurantes, lojas, etc se
recorrermos ao inglês ao invés da nossa língua. N. M.: E os portugueses, consegue perceber os portugueses quando falam
"português"? Se sim, parabéns. Roberto Moreno: "Um enigma chamado
EUA" Sugestão
da nossa Fundação Geolíngua para uma reportagem no jornal Observador, à
semelhança desta, sobre o Brasil. O foco será -"A língua portuguesa em Toda a América – do
Sul, Centro e Norte” O governo e o povo norte americano irão descobrir o quanto têm a
ganhar em se promover a língua portuguesa nos Estados Unidos da América do
Norte, dando origem a uma nova sigla. Se
trocarmos a palavra Estado por País e acrescentar Toda a América, já não fica EUA,
mas sim – Países Unidos de Toda a América. E, o português e o espanhol,
passa a ser a língua dos filhos dos P.U.T.A. E, neste âmbito une, para já - 800 milhões
de Iberófonos em 30 países, nos 5 continentes e, se acrescentar os 330 milhões
de Norte Americanos, serão mais de 1.130 milhões de pessoas. A
língua portuguesa foi oficialmente parida por D. Dinis, copiando o seu avô D. Afonso X, que pariu
o “castelhano”, ambos poetas e que escreviam em galego. E, viva
os Iberófonos que pariram 800 milhões de filhos e que se comunicam em português e
espanhol, sem problemas, nas terras mais ricas e férteis do Planeta. ???: O legado católico foi no que deu... Cisca Impllit: Um país
bonito, mas conseguem bolsonaros ou Lulas - desde que não se "venezuele" já não era mau para
quem ama a liberdade! Clavedesol: Como é
que o Bolsonaro se tornou do dia para a noite num idolo dos esquerdóides !!!! Brilhante!!!!! Filipe Costa: Conheço
o Brasil, conheço as brasileiras e brasileiros, principalmente de São Paulo,
tive conversas in loco, tanto cá como lá. Tive convívio, festas, refeições,
passeios, deu para tudo. O que sei? Votam Bolsonaro porque não há alternativa,
o PT é bem pior. São pessoas equilibradas e que amam a Europa. Boa gente. Vou ali e já volto: O
Brasil e demais países da América Latina descendem do PS dos PIGS, enquanto a
América descende dos frugais repugnantes. Nesta simples constatação residem
todas as diferenças e semelhanças que se possam estabelecer entre estas quatro
culturas, que apenas não divergem mais porque a tecnologia e a globalização
colocaram-nas todas em contacto directo umas com as outras. O futuro será
risonho se Vladimir Putin e o PCP deixarem de se intrometer no PS e nos seus
descendentes. Cesário
de Andrade: Ora aí
está outro assunto que de facto os escribas dominam muito, o Brasil. O que se
passa no Brasil é muito fácil de explicar por poucas palavras, é que há uma
cada vez maior percentagem de brasileiros que estão a perceber que são sempre
os mesmos no mundo a comer tudo e a deixarem migalhas aos outros. Não é difícil
de perceber. Com Bolsonaro acentuou-se o slogan “Brasil primeiro!” E faz o
Brasil muito bem, a Europa, não tem nada para oferecer a ninguém. E os Estados
Unidos só estão interessados no que podem espremer para benefício próprio. O
Brasil, a Índia, a China e a Rússia assinaram um tratado para um sistema
financeiro de pagamentos alternativo. Portugal é completamente irrelevante, já
o é há muitos anos. Essa ideia de ligação de culturas já é só triste e de dar
pena. klaus muller: Apesar do caos que rebentaria com qualquer
outra nação, o Brasil desenvolve-se e bem. Não entendo como é possível. Lusitano Morklaus muller: Desenvolver?
Uma taxa de crescimento nula ou negativa? Está a tentar enganar quem? Noutro
dia um artigo dizia que mais de 33 milhões de brasileiros vivia com menos de
200 euros por mês, estes "assalariados" brasileiros! Chama isto
desenvolvimento? ???
> klaus muller
: Tanta ignorância num
tão parco comentário, é obra! Rennie Dói dói > klaus muller:
Põe mais tabaco nisso... Manuel Ribeiro: De
facto, não entende o Brasil. Lourenço de Almeida: Bem
interessante. Henrique
Costa: Penso
que os EUA têm muita coisa a ver com o RU, tanta como o Brasil com Portugal. Há
é mas é uma ligação económica aos EUA que pode levar a pensar que os dois
países têm algo a ver mas é apenas falta de acuidade visual… O Brasil é um
estado tão falhado como Portugal. A diferença é que não têm uma Alemanha a quem
mendigar… Lusitano
Mor > Henrique Costa:
Comentário ridiculo!
Colocar Portugal e Brasil ao mesmo nível no plano social e politico eh de alguém
que padece de falta de acuidade visual gritante! Rennie Dói dói > Henrique Costa:
Não vou entrar no contraditório ou em
grandes considerações acerca do comentário, vou apenas dizer que ponha mais tabaco
e tome a pílula da azia...
Lusitano Mor: Conforme
dito aqui em baixo, subscrevo! O Brasil é um caso perdido Em inglês diz-se
"failed state". Nada mais, nada menos! Um modelo de sociedade que deu
"errado". Daí muitos ou a maioria dos brasileiros sofrerem de uma crónica
baixa auto-estima, disfarçada pela sua famosa alegria, que nada mais é do que
isso, uma máscara de carnaval. A maioria dos brasileiros desconhece, por
exemplo, a sua própria historia e formação, vive numa alienação quase completa,
são comandados pelas mass media, numa catarse que mais se aproxima de uma
"brain wash", ditada sobretudo pelas redes televisivas locais,
controladas, estas, por poderes obscuros e pouco credíveis (caciques
locais, igrejas corruptas, etc). Parece que prosperidade colectiva nunca
chegou àqueles lados, onde abunda corrupção, violência e caos. E muitos
brasileiros recusam reconhecer que o fracasso é nacional e colectivo, impondo
as culpas a nós, portugueses, ao nosso modelo de colonização e aos nossos
"pecados" de colonizadores "cruéis e arcaicos". Statler: Brasil
é um caso perdido. Que duzentos anos depois, ainda não se conseguiu curar e
evoluir mentalmente. Preconceito enraizado e inveja é uma característica. As
leis, as únicas que funcionam são as de Newton. Pararam no tempo há muito e
nunca investiram em formação e educação, o principio de todos os males neste
país. Joaquim Almeida
> Statler:
Ri-se o roto do esfarrapado... Investir ou,
melhor, gastar em educação lá isso gasta; mas, tal como Portugal, gasta tão
mal. Lusitano MorStatler: Totalmente de acordo! Quem não
concorda não conhece o Brasil real e tem um pensamento ufanista do que é um
pais típico da América Latina! klaus muller > Statler: Para todas as situações
complexas, há sempre uma solução única, clara e.errada. Pontifex Maximus: O Brasil é um país muito fácil
de definir: uma grande favela em que os habitantes falam milhares de línguas em
que cada um faz as suas regras, excepto 10% deles que falam português quase
correcto… Jose Cosme: Esse assunto é complexo e muito vasto para
ser analisado em um artigo. Mas a verdade é que muitos pontos são verdadeiros e
alguns fora de contexto que somente uma análise aprofundada poderia trazer mais
sentido ao assunto.
Censurado sem razão: Conseguem perceber a diferença entre um analista de direita e um de
esquerda? Entre um democrata e um não democrata? Então leiam com atenção esta
crónica. Sempre fui de direita e hei-de morrer assim. Viva a liberdade, viva o
respeito pela opinião alheia mesmo que não concordemos com ela. Isto é um
verdadeiro democrata. Isto é ser de direita, meus amigos. Abram os olhos.
Infelizmente, para Portugal já é tarde demais Joaquim Almeida: JMA podia ter aproveitado para
recolher e oferecer à direcção editorial do Observador um quadro nítido da
actualidade política brasileira, por cá tão mal conhecida e tão distorcida por
jornalistas e não-jornalistas comprometidos politicamente com a falsidade e a
mentira canhota, afilhados da vergonhosa velha imprensa brasileira, decrépita e
em vias de extinção. Quanto à pobreza e baixo estatuto social predominante
entre os morenos (pretos e pardos) brasileiros : querem que
uma oligarquia política corrupta a roubar fartamente o povo, há sete ou oito
décadas, produza melhor distribuição de igualdade? josé
maria: Apesar de a língua constituir
um laço muito forte, neste momento, estou convencido que os Estados Unidos são
provavelmente o país mais parecido com o Brasil. Só mais um dos habituais
disparates do JMA, já nem me espanta que ele nem sequer tenha noção do ridículo
de este novo dislate... Miguel Ramos > josé maria: A descrição, desprovida de
qualquer ideologia incapacitante, é bastante acertada, pelo menos para alguém
que "vive" no Brasil há bastantes anos. Se o Brasil seguisse um percurso de desenvolvimento linear
acabaria muito mais próximo do EUA, do que de um País Europeu de 1ª linha. Antonio
Sousa: Excelente
análise. Vivi e trabalhei 4 anos em S. Paulo e constatei essa semelhança
sociológica e cultural com os Estados Unidos. Francisco Tavares de
Almeida: Com a
emigração italiana, JMA revelou ignorância. Nos EUA a emigração italiana segue
padrões gerais já para o Brasil a história é outra. Quando Dona Leopoldina
libertou os escravos deixou o Brasil sem mão-de-obra rural pois a emigração
para as cidades foi imediata. Seu filho D. Pedro II, reconhecendo que a
agricultura e indústrias associadas de mão-de-obra intensiva estavam condenadas
e era necessário promover alternativas, foi a Itália a zonas agrícolas pobres e
recrutou emigrantes. Assim não há semelhança cultural entre os que tudo
arriscam e fazem enormes sacrifícios até reunir dinheiro para a passagem para
os EUA e os que se limitaram a aceitar uma oportunidade oferecida. Jose
Ramalho > Francisco
Tavares de Almeida: Princesa Isabel foi quem libertou os escravos advoga diabo: O
Brasil é prova maior do que representa ser português! Notável como tão pequeno
país, pela língua, sobretudo implantação de africanos e sua cultura, tanto
conseguiu influenciar um "continente"! Assis, Amado, ou Veríssimo, a
MPB, ou o audio visual brasileiros, transpiram dessa essência. Além da óbvia e
inevitável influência económica e de modismos anglo saxónicos do monstro do
norte, as raízes são profundamente europeias e africanas. Se da pequenez - como
não?! - se libertaram, já, da característica inveja, de que JMA é ilustre
exemplar, não se livraram! Maria Augusta > advoga diabo: O teu
"monstro" está nesse pequeno cérebro de xuxo-comuna que te leva a
debitar esses disparates e lugares comuns tipico do "tuga" pequenino
e pretensioso armado ao pingarelho. Jorge Oliveira: Vejo
aqui muitos comentários a roçar a xenofobia ou alguma superioridade colona.
Sim, o Brasil é inseguro, tem alta taxa de desigualdade e tem muita gente
analfabeta, ou com iliteracia. Mas, deveriam aproveitar um pouco para olhar
para dentro de Portugal, porque aí também os há, referindo me aos analfabetos
e, no caso da igualdade, a que se está a atingir em Portugal está toda nivelada
por baixo. Sou Português, portuense e vivi a minha vida toda em Portugal. Mas
descobri algo no Brasil que aí não existe apesar de todos os defeitos:
oportunidades! Aqui eu consigo fazer dinheiro, vivo com uma qualidade de vida
infinitamente superior e não tenho o estado a saquear o meu ordenado com os
impostos (sobre o rendimento, nos impostos sobre consumo é diferente e até algo
complexo). Também, já tratei de diversas situações burocráticas aqui e deixem
me dizer: muitas delas são bem mais ágeis do que em Portugal. Outro aspecto é a
lamúria, aqui as pessoas seguem em frente, em Portugal raramente estão
satisfeitas, mas depois conformam-se. Por último, apesar de tudo, reconheço que
o Brasil é um país em desenvolvimento e Portugal um país desenvolvido. Só que o
Brasil tem um futuro por mais crises que sofra, quanto a Portugal... Deixo isso
para a análise dos mesmos que referi no início. Eduardo Costa > Jorge Oliveira: Com
tantas qualidades nesse país de oportunidades, parece que a "land of honey
and milk" fica aí mesmo! Porque será que chegam diariamente aviões
carregados de Brasileiros que aqui querem ficar??? Não se entende, tão bom país
e milhares saem por ano?? Serão todos cegos e tu tens visão 20/20???
Felicidades e deixa-te ficar onde tens mais qualidade de vida. Hmm, que
qualidade de vida estranha deve ser viver num país onde há mais assassinatos
por ano do que o número total de baixas dos USA na guerra do Vietnam. Lusitano
Mor > Eduardo Costa: Portugal
tem concedido milhares e milhares de cidadanias, passaportes, todos os anos, a
muitos milhares de africanos, brasileiros e asiáticos (Goa ,Damão, bangladeshi,
etc). Muita gente não está atenta a isto, mas Portugal é mais e mais, um
"gateway" do 3º mundo para o norte da Europa e EUA. Após 5 anos, um
brasileiro que entra em Portugal como "turista" (falso turista),
recebe o tão almejado passaporte europeu/luso e "zarpa" para outro qualquer
destino que sempre foi o seu verdadeiro objectivo de imigração! Somos um país
que, hoje em dia, "fabrica" novos portugueses! Jorge
Oliveira > Eduardo Costa: Curioso,
não falei da emigração do Brasil, mas até falei da causa, desigualdade. Mas
acho estranho não se lembrar que o número de residentes em Portugal diminuiu
mesmo com esses imigrantes. Será que não existem portugueses também a sair de
Portugal? Aliado, claro, à baixa taxa de crescimento natural, ou até negativa
(não sei com certeza). Quanto a oportunidades de fazer dinheiro e qualidade de
vida falei do meu caso pessoal e de muitos outros que vão não só para o Brasil,
como para outras economias em desenvolvimento. O que não consegui foi observar
no seu comentário foi qualquer argumento da tal superioridade portuguesa...
Apenas o desdém. Ah e pode fazer me sempre o comentário da praxe, lugar-comum:
fique aí, vá para a sua terra, e todas essas expressões. Quanto à taxa de
assassinatos, nunca o neguei no meu comentário, aliás eu falei na insegurança,
só que por vezes o português tem que deixar de achar que apenas esse factor
baixa qualidade de vida. Afinal, um passeio na praia em segurança, comer atum e
pagar metade do meu salário numa casa, não me serviram para qualidade de vida.
Mas isso, são opiniões. Não julgue que eu estou a inferiorizar Portugal, eu amo
Portugal. Só não gosto do que se tornou. Por último, agradecia que me desse uma
perspectiva económica agradável do futuro de Portugal. Compare com o potencial
do Brasil e perceberá o meu comentário. Lusitano Mor > Jorge Oliveira: Boa
parte, senão a maioria dos imigrantes que entram em Portugal, sobretudo os
brasileiros, vêm atrás do passaporte luso/europeu. Naturalmente, vão sair como
entraram, mas desta vez com destino ao norte da Europa ou EUA! Segundo, com a
pandemia baixou a taxa de natalidade e em sentido inverso aumentou a taxa de
mortalidade. Percebe agora porque o saldo de residentes tem vindo a diminuir,
APESAR da imigração crescente? José Ribeiro: Muito
do que aqui foi dito poderá ser verdade, principalmente no que respeita à
questão profissional, mas é um facto que gosto do Brasil e dos brasileiros. No
Brasil sinto-me em casa e em família. Significará isso que somos povos irmãos? Duarte
Correia: Durante
o século XX, muitos foram, e excelentes, os estudiosos brasileiros das coisas
culturais portuguesas a partir dos seus olhares brasileiros, e inversamente. Quanto
à língua, i)- Em teoria, a questão do Acordo Ortográfico vinda dos tempos de
Fernando Henriques Cardoso, obedecia a uma estratégia de natureza cultural
muito interessante; ii)- Na prática, a chegada ao poder do analfabeto Lula e o
desgraçado dicionário do Acordo Ortográfico estabelecido foi o golpe de
misericórdia. Na primeira versão, a da teoria (de
Fernando Henriques Cardoso), era o tempo da Língua Portuguesa falada em
«linguagens» diferentes (portuguesa, brasileira, cabo-verdiana, guineense,
são-tomense, angolana, moçambicana, timorense), ajustadas às suas respectivas
situações comunicativas e horizontes sociais.
Na segunda versão, do analfabeto Lula, não é possível
não reconhecer o outro lado da verdade: Não se trata da língua portuguesa
especializada em duas linguagens, portuguesa e brasileira, mas de duas línguas,
língua portuguesa e língua brasileira. Mas, para os brasileiro, parece que esta
ideia de «língua brasileira» os deixa furiosos. O facto de a língua portuguesa
já registar mais de oitocentos anos de história é um pergaminho de que os
brasileiros, actualmente, apesar de desprezarem os portuguesas, não querem
abrir mão. bento
guerra: "Os
brasileiros são portugueses à solta" Agostinho da Silva Eduardo Costa: Aqueles
que consideram o Brasil e os Brasileiros como irmãos são aqueles que lá nunca
foram. Sim, a língua tem uma sonoridade parecida (para ser honesto, irrita-me o
acento deles), mas pouco mais. A cultura, a forma de estar, os valores, as
crenças não são pontos de aproximação - bem pelo contrário. As vezes que lá
fui, vim profundamente desiludido com a forma de trabalharem, com a falta de
profissionalismo, com a falta de formação académica e profissional (ao nível de
países africanos), com o fazer tarde e delegar trabalho quando as situações
eram rapidamente feitas na hora, com tanto sorriso duvidoso e amizades na hora,
com a falta de objectividade e a incapacidade de serem frontais e directos.
Existem países europeus que apesar de terem uma língua diferente, têm muitos
mais pontos em comum connosco. Cidadãos com uma forma de estar e agir idêntica
à nossa. Qualificados, educados, directos, humildes e sem protelar trabalho
e/ou decisões. Com valores próximos. Adaptam-se melhor, não tentam impor a sua
cultura, respeitam-nos mais, não passam o tempo todo a criticar tudo, nem a
terem o complexo do "coitadinho", nem a usarem a arma da xenofobia
sempre que lidam com uma situação menos agradável. Infelizmente as portas da
imigração estão abertas a Brasileiros. Chegam aos montes semanalmente mas nada
de novo trazem. Querem ser imediatamente tratados como iguais quando se sabe
que independentemente da origem e do país de destino, imigrantes serão sempre
olhados como diferentes. Servem apenas para mão-de-obra barata (escrava!) a
empresários (na maioria para o sector do turismo e restauração). Baixíssima
formação académica, baixíssima formação profissional, desconhecimento de
línguas estrangeiras (nem a nossa falam e escrevem bem!). Grande parte deles
não são uma mais-valia de futuro porque apenas querem a cidadania para irem
para outros países europeus (com o nossos documentos, com o risco de estragar a
boa reputação dos nosso emigrantes). Para que continuar com esta farsa? Pouco
ou nada temos a ver com eles. Porque temos as portas abertas do país e da UE
aberta para eles? Porque continuámos a dar cidadania nacional a netos e
bisnetos de Portugueses quando essas pessoas nada sabem de Portugal ou nunca
tiveram uma ligação a este país? Acabe-se com o jus sanguinis! Porque
permitimos que existam pessoas e organizações que dão falsas informações a áBrasileiros
e que lucram com a "importação" dessas pessoas (que vêm lubriadas)?
Refiro-me a canais e páginas nos social medias dedicadas a isso - devia ser
altamente criminalizado, a começar pelo apoio a imigração ilegal já que a
maioria dos brasileiros chega com visto de turista. Ganhamos alguma coisa com
eles? Sim, mas pouco. A grande maioria são trabalhadores básicos e ocupam
profissões básicas. Servem para alimentar a segurança social e a colecta
fiscal. Não será com eles que o país dará um salto nas qualificações e na
formação - pelo contrário. Exportamos portugueses altamente qualificados, com
domínio de várias línguas, com formação académica superior e importamos
Brasileiros com pouca escolaridade, diferentes por dentro e por fora. Ficamos a
ganhar? Não, não ficamos. Mas OK, o povo foi às urnas recentemente e quer mais
do mesmo. Assim, seja...até um dia ser tarde demais para existir um retorno. A UE
(e os europeus) é e será sempre o nosso caminho, não será nenhuma das
ex-colónias. Eduardo Costa > Utilizador
Removido: Íamos navegar para o conhecido e que já
dono tinha??? O futuro não esta a sul, está a norte. ESTEVE a sul, mas o futuro
não vive de recordações e terras perdidas. Contrapartidas? Isso é conversa
furada. Sendo assim, vamos para Marrocos, já que esta terra era deles?
Lusitano Mor > Eduardo Costa:
Totalmente de acordo,
do princípio ao fim! Disse tudo aquilo que penso! Este processo descontrolado
de imigração, depois emigração com "upgrade" (passaporte recém
adquirido via naturalização) tem de acabar o quanto antes! A imagem do país,
dos nossos emigrantes, não merece este desmérito! O povo brasileiro fala um
"dialecto" do português e aqui acabam as nossas semelhanças! Chega de
incúria por parte deste PS no poder, que está a "dormir" sobre este
assunto de imigração descontrolada! João Das Regras > Eduardo Costa:
Caro Eduardo, disse
tudo aquilo que penso e que os cronistas evitam dizer porque senão seriam
cancelados. Eles vêm para Portugal apenas para ter a nacionalidade portuguesa
que é oferecida a toda a gente, e agora com o acordo de livre circulação com os
palop’s o regabofe ainda vai ser maior.
Paulo Cardoso > Eduardo Costa: Plenamente
de acordo.
Carlos Silva > Utilizador
Removido: Se a
inveja pagasse imposto, a cubata do BO já estaria no prego Dinis Silva: Obrigado
pela crónica. Tenho imensa vontade de conhecer o Brasil e depois de ler o
texto, ainda tenho mais. FME: Dissertar
sobre o Brasil e não referir a insegurança é um lapso imperdoável. Trabalhei no
Brasil um ano, na região metropolitana de São Paulo, e a insegurança era algo
muito presente. Detestei. Ao telefone não conseguia perceber nada do que
diziam. A famosa beleza das mulheres brasileiras foi outra desilusão. Raramente
se via uma beleza de telenovela. No trabalho eram uns confusos de primeira,
cheios de procedimentos e burocracia laboral. Para se conseguir fazer alguma
coisa eram preciso preencher mais formulários do que aqueles que Costa
preencheu para ir sacar a bazuca a Bruxelas. Coisas boas; a comida, excelente.
O Brasil, é mais conhecido pelo futebol e o carnaval, mas a gastronomia tem um
lugar no pódio. Passei lá o carnaval, ninguém ligou nada a isso. Cuidado com a
saúde oral uma aprendizagem. Lavar os dentes à hora do almoço e ir a um
dentista endireitar a dentadura é como beber a bica de manhã em Portugal.Finalmente,
para rematar, nem todos são comunas, e fazem-se bons amigos, não obstante,
Brasil nunca será uma escolha minha.
José António Deusdado: Totalmente correcto. O Brasil é a favela
dos USA e um seu rídiculo mimicador cultural. Não há a menor afinidade que seja
entre Portugal e o Brasil ou entre portugueses e brasileiros. Das muitas
pessoas estrangeiras com que me relaciono pessoal e profissionalmente e de uma
larga amostragem de brasileiros, de catedráticos a pés descalço, nunca
encontrei estrangeiros mais estrangeiros e estranhos para mim do que
precisamente os brasileiros. A narrativa oficial e oficiosa de qualquer relação
específica ou especial entre tais países ou pessoas, é uma parvoíce ignorante
altamente prejudicial a Portugal. Urge acabar com isso pela raiz e cultivar uma
distância higiénica o mais dilatada possível. Quanto à língua, nem vale a pena
falar. Aquilo é um dialecto analfabeto e semi-letrado que tendo embora partido
do português e guardando alguma similitude na forma escrita erudita, nada tem
que ver com a Língua Portuguesa. Urge uma separação total, até de denominação.
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