Não se trata propriamente de uma intifada,
como a travada entre palestinianos e israelitas, embora os populares
portugueses também se defendessem à pedrada, naquela altura, pobrezinhos que
eram, contra um povo que afinal não tinha que vir para cá dar ordens, para
mais, porque não tinha a quem as dar, com a nossa família real a pisgar-se para
as terras da Amazónia, uma vergonha que contrasta com as batalhas do Salado e
de Aljubarrota e outas acções corajosas de que Mem Moniz, por exemplo, foi
exemplo, e o nosso primeiro rei também, embora os tempos mudem, e hoje se viva
mais essa coisa das comemorações, tendo arrumado a história que muitos
comentadores recordam ainda, mais recente, amplos de conhecimentos que também tive
em tempos, quando se falava no, para mim, execrado Rosa Coutinho, que volta à
baila, meio século volvido, para manter a glória da nossa história.
Porque todos hoje somos povo, os governantes
inclusive, convém relembrar esses, pode ser que chegue a vez também aos
presidentes de hoje, de serem condecorados amanhã, como heróis. Com as armas de
sempre, é certo, os sacos de pedras, de que trata Helena Matos, com a sua
pedra na mão… De heroína – autêntica - que é, na sua agudeza desmascarante.
Há 215 anos a Ucrânia ficava em Portugal
Dado o abandalhamento a que estão
reduzidas as comemorações do 25 de Abril, aproveitemos os 215 anos da primeira
invasão francesa para celebrar o Povo.
HELENA MATOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 10
abr 2022, 04:51125
1807. 27
de Novembro. Uma força militar de aproximadamente 1.500 homens dirige-se da
Golegã para Lisboa. Lutam contra o tempo que lhes escasseia, contra os péssimos
caminhos, contra a falta de abastecimento, contra o tempo inclemente que faz.
Estes homens são as tropas de Napoleão. Comandadas por Junot têm como objectivo
chegar o mais rapidamente possível a Lisboa para aí capturarem a família real
portuguesa. Na barra do Tejo, 8 naus, 3 fragatas, 3 brigues e 3 escunas
aguardam por ventos favoráveis. A família real e boa parte da corte, melhor ou
pior acomodados nessas embarcações, esperam pelo momento em que o
vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior, comandante da esquadra, dê ordem de
partida. Mas o momento tarda.
Junot
está em Portugal desde 19 de Novembro de 1807. Veio de Salamanca onde recebeu
instruções para apressar a marcha sobre Lisboa. O Vale do Tejo é a sua rota até
Lisboa. Nos mapas esta era a opção mais curta e mais segura do ponto de vista
do invasor pois nessas terras agrestes nem fortes militares existiam.
Mas
a realidade era outra: não existiam vias de comunicação nem nada que se lhe
assemelhasse; os céus pareciam abrir-se adensando ainda mais a incerteza de
quem se deslocava em terra desconhecida; nas localidades que atravessavam não
conseguiam obter provisões… Saqueiam, matam, profanam, violam. Mas mal algum
soldado francês fica isolado logo se torna o alvo da vingança dos residentes
que os atiram das fragas ou matam logo ali.
A
26 de Novembro os homens de Junot entram em Abrantes. Perderam peças de
artilharia pelo caminho. Caminham sem ordem.
A
27 de Novembro chegam à Golegã. Na barra do Tejo, a esquadra que vai levar a
família real e boa parte da corte para o Brasil sabe que pouco falta para que
os franceses cheguem a Lisboa. Aguardam por vento favorável.
Chega
o dia 28 de Novembro. Na barra do Tejo o vento sopra de sul. Não se pode
partir. Os homens de Junot já estão no Cartaxo. Estão exaustos. Esfomeados. Mas
Lisboa é logo ali.
Chega
o dia 29. O vento sopra de nordeste. A esquadra larga da barra do Tejo. Uma
frota inglesa vai escoltá-la até ao Brasil. Há também navios mercantes.
As
tropas de Junot já estão em Sacavém. Aos franceses são enviadas garantias de
que não encontrariam resistência na sua marcha sobre Lisboa, cumprindo-se desta
forma o determinado pelo príncipe regente Dom João que a 26 de Novembro fizera
a seguinte proclamação: “Vejo que pelo interior do meu reino marcham tropas do imperador
dos franceses e rei da Itália, a quem eu me havia unido no continente, na
persuasão de não ser mais inquietado (…) e querendo evitar as funestas
consequências que se podem seguir de uma defesa, que seria mais nociva que
proveitosa, servindo só de derramar sangue em prejuízo da humanidade, (…) tenho
resolvido, em benefício dos mesmos meus vassalos, passar com a rainha minha
senhora e mãe, e com toda a real família, para os estados da América, e
estabelecer-me na Cidade do Rio de Janeiro até à paz geral.”
A
30 de Novembro de 1807 os franceses entram em Lisboa. Nesse momento nada têm a
ver com a imagem grandiosa dos exércitos de Napoleão, são sobretudo um grupo de
tropa quase toda apeada, com fardas rotas, alguns estão descalços, outros têm
armas desconjuntadas.
Pior,
todo o esforço que fizeram foi em parte em vão: lá longe, no Tejo, vêem-se
ainda as linhas de alguns dos barcos que tinham largado na véspera. É o
chamado ficar a ver navios.
A
primeira invasão francesa chegara a Lisboa sem enfrentar outra resistência além
dos ataques levados a cabo pelos camponeses do vale do Tejo mas a “paz geral”
desejada pelo príncipe Dom João essa não duraria mais que quinze dias: o
povo de Lisboa veio para a rua a 13 de Dezembro de 1807, quando o general Junot
deu ordens para que a bandeira portuguesa até aí hasteada no Castelo de São
Jorge fosse substituída pela bandeira francesa.
Daí
em diante, as revoltas sucedem-se. Os
saques, as prisões e os fuzilamentos de portugueses também. É o tempo em
que Henri-Louis Loison, o Maneta, que viera com Junot gritava “já fuzilée!” E
os portugueses viam como ia
“tudo pró maneta!” pois Loison é encarregue por Junot de punir essa
massa de camponeses, cidadãos anónimos, estudantes, padres, quase
invariavelmente reaccionários, e alguns notáveis que se revoltavam contra a
presença dos franceses. Régua, Beja e Évora são alvo do que hoje designamos
como massacres.
O
resto é sabido: em Setembro
de 1808, menos de um ano depois de ter entrado em Lisboa, Junot parte “com
armas e bagagens”, ou seja com o produto do saque. Para trás deixa um país semi-destruído e ainda
mais pobre. Um país em que ele, Junot, encontrara uma resistência
popular que não estava à espera e se confrontara directamente no terreno com as
consequências da aliança entre os interesses de uma potência estrangeira, a
Inglaterra, e essa resistência de um povo que ora esganava franceses ora
cantava:
Que
generais é que devem morrer ao som da trombeta? Os três meninos da ordem:
Jinot, Laborde e Maneta.
Podia
continuar a desfiar razões para fundamentar a necessidade de assinalarmos os
215 anos da primeira invasão francesa. A primeira é que tudo parece um eco
daquilo que a Ucrânia está a viver: lá estão os massacres, a resistência
popular sempre depreciada pelas acusações de reaccionarismo, a necessidade de
salvaguardar a face do agressor derrotado…
Mas
na verdade não é por isso. Ou não é apenas por isso que resolvi fazer esta
viagem no tempo. O que me impeliu decisivamente a tal é a fantochada em
que estão transformadas as comemorações do 25 de Abril. O que até agora tivemos
foi apenas o regime a celebrar-se a si mesmo. Custa-me assistir a isso. Outras
coisas não me custam, repugnam-me, como é o caso da atribuição da Ordem da
Liberdade a Rosa Coutinho. Personagens desse calibre prefiro-as com alguns
séculos em cima. Por isso, neste ano de 2022, penso dedicar-me à primeira
invasão francesa também por uma questão de higiene. Que é como quem diz, vou
ler o que puder sobre o “Jinot” e o Maneta para desse modo poupar-me a ver Rosa
Coutinho ser agraciado com a Ordem da Liberdade…
Esta
crónica regressa no dia 24 de Abril.
COMENTÁRIOS:
Luis Delgado: Será
que esta senhora tem a noção da azia que a consome? Acho que, como jornalista
credibilizada, deveria ter alguma humildade em relação aos seus semelhantes,
pois nem todos serão capazes de comungar dos seus pensamentos extremistas,
melhor, dos seus recalcamentos fundamentalistas e retrógrados que a diáspora
portuguesa não acolhe. Seja, profissionalmente, humilde. Sinceramente, Luis
Delgado Ilha da Madeira
Célia Soares: Um artigo muito bom! O que valem hoje as comemorações
e as suas medalhas? A evidência de uma democracia moribunda que se
arrasta sem ideias, subjugada ao peso da corrupção e dos interesses pessoais
e/ou partidários! Perante este desgaste, as pessoas irão querer procurar
soluções novas de esperança, governantes mais justos e menos corruptos... irão
querer fechar ciclos velhos de comemorações sem foco, onde se começa a perder o
sentido dos seus reais motivos. Começa a ser decadente... Relativamente às
invasões francesas, tivemos um povo corajoso e uns governantes
cobardes, que entregaram o povo ao seu destino perante os invasores. Provavelmente,
hoje, a história iria repetir-se... só fica a lutar quem não tem nada a perder
(o povo), os outros fogem a sete pés...Continuaria tudo igual!!! Manuel Joao Borges: muito bem HM. Rosa Coutinho foi
o assassino de portugueses em África AL MA: Nada de novo, com as
condecorações, a esquerda a bajular a esquerda. Condecorar Spínola deve ser
engano, a censura da esquerdalha deve estar distraída, com o
branqueamento da Rússia.
josé maria: Outras coisas não me custam, repugnam-me, como é o
caso da atribuição da Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho. Personagens desse
calibre prefiro-as com alguns séculos em cima. O governo de Cavaco Silva
recusou a atribuição de uma pensão vitalícia ao maior símbolo do 25 de Abril,
Salgueiro Maia, solicitada por serviços relevantes prestados ao nosso país, enquanto
atribuiu similares pensões a dois antigos inspectores da PIDE, António
Augusto Bernardo e Óscar Cardoso," tendo
em consideração os altos e assinalados serviços prestados à Pátria".
Algo a comentar, Helena Matos? Matéria também para a sua repugnância ou nem por
isso?
Nova Aurora Portugal: Reza a história que, na madrugada de 17 de abril de
1809, as tropas francesas cercaram e tomaram de assalto a povoação de Arrifana.
Quem ofereceu resistência ou ensaiou a fuga foi morto a tiro, à coronhada ou
trespassado pelos sabres e baionetas dos soldados de Napoleão. Grande parte da
população procurou refúgio no interior da igreja, que acabou por revelar-se uma
verdadeira prisão. Apesar dos esforços dos dois padres, os soldados franceses
arrombaram as portas da igreja e obrigaram todos a sair do templo, em fila,
selecionando um em cada cinco de entre os homens válidos – “os quintados”, como
ficaram conhecidos – que foram depois levados para o campo da Buciqueira e
fuzilados pelos invasores. Seguiu-se o incêndio da povoação que atingiu a maior
parte das casas.
João Afonso: Rosa Coutinho que enquanto encarregado para a descolonização de Angola,
escreveu a Agostinho Neto exortando-o a usar do terror contra os brancos para
que o processo de entrega de Angola à comunada fosse feito com rapidez e de
modo a desencorajar qualquer resistência organizada. É esse personagem que vai ser
condecorado pelo presidente Marcelo. Anarquista Inconformado
> João Afonso: Rosa Coutinho, que
enquanto Governador-Geral de Angola conseguiu enviar para o B.P. as
reservas de ouro do Banco de Angola. Os feitos dos heróis portugueses não servem para serem
louvados, apenas vilipendiados por tugas nojentos como este que assina João
Afonso que a política para ele é o mesmo que uma crónica de faca e alguidar. MCMCA > João Afonso: Oh anarquista onde é que Rosa Coutinho foi herói? Deve
estar a falar do tempo em que ele foi pendurado de cabeça para baixo no Congo
porque maltratava os negros angolanos da missão do Instituto Geográfico e
Cadastral que o acompanhava como engenheiro. Foi o Único membro do referido
instituto a ser molestado em Angola. Por ser herói …… Agnelo Furtado: Apoiado! Helena Matos. Texto de
grande oportunidade e ensinamento. Mais, condecorar o Rosa Coutinho, um
putinezito de pacotilha é uma provocação miserável ao Povo Português. Espero
não ser censurado. Obrigado. Maria araujo: O prof Marcelo já condecorou Marcelino
da Mata? a extrema esquerda não deixa, eles é que mandam e deliberaram
condecorar todos os comunas. M. da Mata foi o militar mais condecorado do
Exército, no tempo em que as condecorações não eram dadas por ir ao programa da
Cristina!
Anarquista Inconformado: Apenas uma crónica, de uma
derrotada de Abril.
Francisco Tavares de Almeida > Anarquista Inconformado: Diz o derrotado de Novembro. Mario Almeida:
Atribuir a Ordem da Liberdade a Rosa
Coutinho é próprio de um país que não se respeita nem merece respeito. O Zelensky deve ter aceitado o convite para discursar
ao bando de inúteis que nos representa (e representa bem porque infelizmente
aqueles 230 são realmente o espelho do país) por mera cortesia. pedro dragone: O paralelo é perfeito, excepto num ponto: na 1a invasão
Francesa a realeza Tuga "deu de frosques", enquanto a
Ucraniana, o Rei Zelensky, ficou a lutar ao lado do seu povo. As críticas que
temos visto por cá à resistência do Rei Zelensky são um forte indício de que a
realeza Tuga fugitiva a Junot deixou por cá muitos tetranetos bastardos. Temos
muitos por aí e por aqui; de militares na reserva nas TVs a comunas
recalcitrados vários que diariamente deambulam pelas caixas de comentários. Tudo
gente sem a fibra necessária e suficiente para poderem classificar-se como
Portugueses e de que D. Afonso Henriques sentiria uma enorme vergonha. Joaquim Rodrigues: Se este fosse um País normal,
as comemorações do 25 de Abril, deveriam servir para discutir as formas de
concluir as “tarefas de democratização” do “sistema”, que herdamos de
salazar/cunhal. O “Sistema Político e Ideológico” que nos rege, tem raízes nos
40 anos de Salazar/Cunhal (farinha do mesmo saco), foi forjado no “Estado ao
serviço do Império Colonial” e foi baseado na “Estatização” da economia, no
proteccionismo económico, no Estado Fomentador, nos monopólios de Estado e no
“Centralismo” Político e Administrativo do Estado, típicos dos “Estados
Totalitários”, fascistas ou comunistas, que emergiram após a Primeira Guerra Mundial.
Esse “Sistema” perpetuou-se em Portugal, por termos passado ao lado da “onda
liberalizadora e descentralizadora”, que percorreu a Europa Ocidental, após a
Segunda Guerra Mundial. Quando aconteceu o Golpe Militar do 25 de Abril,
promovido pelos militares para acabar com a guerra colonial, como o único
partido organizado, nessa altura, era o PCP, o poder passou, directamente, do
Salazarismo para o Cunhalismo, no PREC. Fez-se então (de forma atabalhoada) a
descolonização, mas ficaram por concluir as tarefas de democratização e
liberalização do “regime salazarista”, designadamente, a sua “desestatização” e
“descentralização”. O Cunhal, no PREC, após o assalto ao “Aparelho de Estado”,
o qual manteve quase intacto, encarregou-se de “branquear e certificar” os
atributos totalitários “estatista e centralista” do regime de Salazar, dos
quais, a “oligarquia “em rápida recomposição e em conluio com os políticos
oportunistas que vieram a seguir, se serviram. (Salvo raras e honrosas
excepções, como foi o caso de Sá Carneiro). Cunhal, o contraponto totalitário
de Salazar, à imagem do Estado Soviético, via no “Estatismo e Centralismo”,
herdados do Salazar, a oportunidade de tomada e perpetuação no poder pelo
controlo do “Aparelho de Estado”. Quando Sá Carneiro, (após ter enfrentado,
derrotado e corrido com os traidores, emissários da “oligarquia”, no interior
do partido), se preparava para desestatizar (liberalizar) e descentralizar (regionalizar),
foi assassinado. Estatismo e Centralismo, mantiveram-se assim, até aos dias de
hoje, como heranças intocáveis do Estado Novo e do PREC, e estão a condenar
Portugal ao lento, mas inexorável, definhamento, atraso e sub-desenvolvimento. Andam
por aí uns “intelectuais da capital do Império” que, face ao descalabro,
sentindo que é preciso fazer alguma coisa, para que, o que para eles é
essencial, continue na mesma, clamam por “reformas”. Mas, na verdade, das
Reformas que são imprescindíveis para que o País se desenvolva, eles fogem, que
nem o diabo da cruz. O que eles queriam, era a “quadratura do círculo”,
reformas de fachada, um “parto sem dor”, baralhar e dar de novo, mudando nem
eles sabem bem o quê, uns quantos nomes (de Ministérios e Secretarias de
Estado), troca de competências siglas e minudências, tudo e mais umas botas, desde
que se mantenha aquilo que para eles é essencial: os privilégios ligados ao
“estatismo” e ao “centralismo”. Sem “Liberalização” (fim do Estatismo) e
“Regionalização” (fim do Centralismo) Portugal, depois de ter sido ultrapassado
por vários países da ex-União Soviética, (foi agora também ultrapassado pela
Hungria e a Polónia), será ultrapassado, em breve, pelas outras ex-Repúblicas
Soviéticas que aderiram à União Europeia, todos eles, na mais pura das
misérias. Portugal é hoje dos países mais corruptos, com mais desigualdades
sociais e territoriais, mais estatizados e mais centralistas da Europa e vai
tornar-se, em breve, o País mais pobre da União Europeia. As
comemorações do 25 de Abril, para os que defendem a democracia liberal,
deveriam ser a oportunidade para discutirmos as formas de acabar com os
atavismos totalitários, herdados de salazar/cunhal, que estão a sufocar o País………. manuel soares Martins: A versão que H.M, expõe, segundo a quaL, o General Junot ( um jovem de 29
anos...) chegou a Lisboa tarde, ficando "a ver navios" levando a
família real para o Brasil, é a tradicional. Recentemente num livro curioso
sobre "O regresso do rei" em 1821, o autor, que fez investigação
aturada em documentos da época na Torre do Tombo ( e que deu uma entrevista na
Rádio Observador) altera completamente esta versão : Junot chegou quando os
navios ainda estavam no Tejo à espera de ventos favoráveis, foi a bordo, e
falou até com o príncipe regente, que muito agastado, lhe explicou que não se
submetia a Napoleão. Essa conversa estará, segundo este autor, documentada em
escritos de um fidalgo que a presenciou. Acho esta versão perturbadora e
merecedora de melhor esclarecimento... Pontifex Maximus: A fantochada que é o 25 de
abril está bem espelhada nos generais de papel que desfilam pelas televisões a
perorar há quase um mês sobre a “queda de Mariupol nas próximas 24 horas” mas a
vontade indómita dos soldados e do povo ucraniano vão empurrando sempre à
frente; ou a inevitável derrota perante o poderio russo no máximo em 48 horas
mas que afinal ao fim de 46 dias ainda se não viu. Isto com excepções, deve
dizer-se, como é o caso do Major-General Arnault que me parece um homem sério e
sabedor e que gosto de ouvir descrever o que se passou no dia e prevê para os
seguintes sempre com ponderação e equilíbrio (espelhos ucranianos, mas não se deixa
toldar por isso é devo dizer que isso também é qualidade positiva que muito
aprecio). Amandio
Oliveira: Bom artigo! É
sabido que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita...., é o caso da data
da perfídia. Medalhar o democrata vermelho que foi preso na Zâmbia por
pedofilia e passeado dentro de uma gaiola como um selvagem, não me
admira. Naquele tempo, teve sorte e foi resgatado por agentes da PIDE, somente
pelo facto de ser exibido fardado de militar português, o que era uma afronta
para Portugal. Agora, como já não temos a PIDE nem a Moral que dá liberdade e
dignidade a um povo, assistimos a vergonhosos comportamentos, típicos de um
país amordaçado ao socialismo terceiro-mundista. Pena que os portugueses parece
gostarem! Até quando?
António Sennfelt > Pedro Campos: Atribuir a Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho e a
Vasco Gonçalves é uma afronta à Liberdade e à Democracia! Maria Augusta:
Neste regime abrileiro de
xuxo-comunas e das suas serôdias comemorações há muita gente pouco recomendável
para comemorar, condecorar e ter por perto, a começar pelo "vendedor de
bazar indiano", uma verdadeira desgraça de pobreza socialista! Madalena Sa: É sempre tão bom ler as
crónicas de Helena Matos! A clarividência é tão importante! A condecoração a
Rosa Coutinho é um atentado à liberdade! Marcelo banalizou as condecorações,
pensa que são iguais a selfies com os velhinhos! Se se vivesse num País a sério
já lhe deveria ter sido feito um exame para atestar a sua sanidade mental! Cipião Numantino: Salvo o erro, foi Mark Twain
que afirmou que a História não se repete mas, em compensação, rima na maioria
das vezes. Seja assim ou não, HM, está certa ao estabelecer paralelos entre as
horrendas invasões francesas e o que se está a passar agora na Ucrânia. Entre
outros, Napoleão, Khadaffi, Saddam Hussein e Putin, tinham (ou têm) o
atrevimento dos irresponsáveis que vivem paredes-meias com o linear atrevimento
dos lunáticos. Sabe-se como acabaram os primeiros e ficamos na expectativa do
que irá acontecer ao último. As três invasões francesas colocaram, à época,
Portugal a ferro e a fogo. Destas invasões sobrou uma memória popular que
trouxe até nós "deliciosos" ditos e hábitos que ainda hoje fazem
competente escol. Para juntar algo mais ao que HM já referiu acrescentarei o
grito do oficial inglês que no horror da retirada e a fim de manter o moral das
tropas gritou "alma até Almeida". Ou o general francês Molette
que deu o nome aos pequenos pães que ainda hoje têm essa designação na zona do
Porto. Ou, ainda, o gracioso dito de D. Maria I que correndo para o cais de
embarque na fuga para o Brasil, recomenda ao filho (futuro D. João VI), "para
não correrem tão depressa, se não o povo ainda iria pensar que estavam a fugir".
Finalmente o episódio contado pelo gen. Wellington, quando antes da batalha do
Buçaco lhe aparecem umas dezenas de camponeses da região sem armas e descalços.
Perguntando-lhes como iriam lutar mostraram-lhe os bornais cheios de pedras.
Ainda, antes da batalha de Watterloo, o mesmo general lamentava-se por não ter
ali prontos para combater os bravos soldados portugueses, que ele tanto pediu
ao Directório que ficou a governar Portugal e lhe foi sempre negado. Em
desespero de causa ainda mandou à pressa o gen. Beresford ao Rio de Janeiro a
fim de obter a autorização do Príncipe Regente refugiado no Brasil. Mas não
chegou a tempo e, assim, cumpriu-se Watterloo sem a presença de soldados
portugueses. É isso. A História rima e Mark Twain sabia precisamente
disso mesmo!...
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