segunda-feira, 11 de abril de 2022

O povo é quem mais ordena


Não se trata propriamente de uma intifada, como a travada entre palestinianos e israelitas, embora os populares portugueses também se defendessem à pedrada, naquela altura, pobrezinhos que eram, contra um povo que afinal não tinha que vir para cá dar ordens, para mais, porque não tinha a quem as dar, com a nossa família real a pisgar-se para as terras da Amazónia, uma vergonha que contrasta com as batalhas do Salado e de Aljubarrota e outas acções corajosas de que Mem Moniz, por exemplo, foi exemplo, e o nosso primeiro rei também, embora os tempos mudem, e hoje se viva mais essa coisa das comemorações, tendo arrumado a história que muitos comentadores recordam ainda, mais recente, amplos de conhecimentos que também tive em tempos, quando se falava no, para mim, execrado Rosa Coutinho, que volta à baila, meio século volvido, para manter a glória da nossa história.

 Porque todos hoje somos povo, os governantes inclusive, convém relembrar esses, pode ser que chegue a vez também aos presidentes de hoje, de serem condecorados amanhã, como heróis. Com as armas de sempre, é certo, os sacos de pedras, de que trata Helena Matos, com a sua pedra na mão… De heroína – autêntica - que é, na sua agudeza desmascarante.

Há 215 anos a Ucrânia ficava em Portugal

Dado o abandalhamento a que estão reduzidas as comemorações do 25 de Abril, aproveitemos os 215 anos da primeira invasão francesa para celebrar o Povo.

HELENA MATOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 10 abr 2022, 04:51125

1807. 27 de Novembro. Uma força militar de aproximadamente 1.500 homens dirige-se da Golegã para Lisboa. Lutam contra o tempo que lhes escasseia, contra os péssimos caminhos, contra a falta de abastecimento, contra o tempo inclemente que faz. Estes homens são as tropas de Napoleão. Comandadas por Junot têm como objectivo chegar o mais rapidamente possível a Lisboa para aí capturarem a família real portuguesa. Na barra do Tejo, 8 naus, 3 fragatas, 3 brigues e 3 escunas aguardam por ventos favoráveis. A família real e boa parte da corte, melhor ou pior acomodados nessas embarcações, esperam pelo momento em que o vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior, comandante da esquadra, dê ordem de partida. Mas o momento tarda.

Junot está em Portugal desde 19 de Novembro de 1807. Veio de Salamanca onde recebeu instruções para apressar a marcha sobre Lisboa. O Vale do Tejo é a sua rota até Lisboa. Nos mapas esta era a opção mais curta e mais segura do ponto de vista do invasor pois nessas terras agrestes nem fortes militares existiam.

Mas a realidade era outra: não existiam vias de comunicação nem nada que se lhe assemelhasse; os céus pareciam abrir-se adensando ainda mais a incerteza de quem se deslocava em terra desconhecida; nas localidades que atravessavam não conseguiam obter provisões… Saqueiam, matam, profanam, violam. Mas mal algum soldado francês fica isolado logo se torna o alvo da vingança dos residentes que os atiram das fragas ou matam logo ali.

A 26 de Novembro os homens de Junot entram em Abrantes. Perderam peças de artilharia pelo caminho. Caminham sem ordem.

A 27 de Novembro chegam à Golegã. Na barra do Tejo, a esquadra que vai levar a família real e boa parte da corte para o Brasil sabe que pouco falta para que os franceses cheguem a Lisboa. Aguardam por vento favorável.

Chega o dia 28 de Novembro. Na barra do Tejo o vento sopra de sul. Não se pode partir. Os homens de Junot já estão no Cartaxo. Estão exaustos. Esfomeados. Mas Lisboa é logo ali.

Chega o dia 29. O vento sopra de nordeste. A esquadra larga da barra do Tejo. Uma frota inglesa vai escoltá-la até ao Brasil. Há também navios mercantes.

As tropas de Junot já estão em Sacavém. Aos franceses são enviadas garantias de que não encontrariam resistência na sua marcha sobre Lisboa, cumprindo-se desta forma o determinado pelo príncipe regente Dom João que a 26 de Novembro fizera a seguinte proclamação: “Vejo que pelo interior do meu reino marcham tropas do imperador dos franceses e rei da Itália, a quem eu me havia unido no continente, na persuasão de não ser mais inquietado (…) e querendo evitar as funestas consequências que se podem seguir de uma defesa, que seria mais nociva que proveitosa, servindo só de derramar sangue em prejuízo da humanidade, (…) tenho resolvido, em benefício dos mesmos meus vassalos, passar com a rainha minha senhora e mãe, e com toda a real família, para os estados da América, e estabelecer-me na Cidade do Rio de Janeiro até à paz geral.”

A 30 de Novembro de 1807 os franceses entram em Lisboa. Nesse momento nada têm a ver com a imagem grandiosa dos exércitos de Napoleão, são sobretudo um grupo de tropa quase toda apeada, com fardas rotas, alguns estão descalços, outros têm armas desconjuntadas.

Pior, todo o esforço que fizeram foi em parte em vão: lá longe, no Tejo, vêem-se ainda as linhas de alguns dos barcos que tinham largado na véspera. É o chamado ficar a ver navios.

A primeira invasão francesa chegara a Lisboa sem enfrentar outra resistência além dos ataques levados a cabo pelos camponeses do vale do Tejo mas a “paz geral” desejada pelo príncipe Dom João essa não duraria mais que quinze dias: o povo de Lisboa veio para a rua a 13 de Dezembro de 1807, quando o general Junot deu ordens para que a bandeira portuguesa até aí hasteada no Castelo de São Jorge fosse substituída pela bandeira francesa.

Daí em diante, as revoltas sucedem-se. Os saques, as prisões e os fuzilamentos de portugueses também. É o tempo em que Henri-Louis Loison, o Maneta, que viera com Junot gritava “já fuzilée!” E os portugueses viam como ia “tudo pró maneta!pois Loison é encarregue por Junot de punir essa massa de camponeses, cidadãos anónimos, estudantes, padres, quase invariavelmente reaccionários, e alguns notáveis que se revoltavam contra a presença dos franceses. Régua, Beja e Évora são alvo do que hoje designamos como massacres.

O resto é sabido: em Setembro de 1808, menos de um ano depois de ter entrado em Lisboa, Junot parte “com armas e bagagens”, ou seja com o produto do saque. Para trás deixa um país semi-destruído e ainda mais pobre. Um país em que ele, Junot, encontrara uma resistência popular que não estava à espera e se confrontara directamente no terreno com as consequências da aliança entre os interesses de uma potência estrangeira, a Inglaterra, e essa resistência de um povo que ora esganava franceses ora cantava:

Que generais é que devem morrer ao som da trombeta? Os três meninos da ordem: Jinot, Laborde e Maneta.

Podia continuar a desfiar razões para fundamentar a necessidade de assinalarmos os 215 anos da primeira invasão francesa. A primeira é que tudo parece um eco daquilo que a Ucrânia está a viver: lá estão os massacres, a resistência popular sempre depreciada pelas acusações de reaccionarismo, a necessidade de salvaguardar a face do agressor derrotado…

Mas na verdade não é por isso. Ou não é apenas por isso que resolvi fazer esta viagem no tempo. O que me impeliu decisivamente a tal é a fantochada em que estão transformadas as comemorações do 25 de Abril. O que até agora tivemos foi apenas o regime a celebrar-se a si mesmo. Custa-me assistir a isso. Outras coisas não me custam, repugnam-me, como é o caso da atribuição da Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho. Personagens desse calibre prefiro-as com alguns séculos em cima. Por isso, neste ano de 2022, penso dedicar-me à primeira invasão francesa também por uma questão de higiene. Que é como quem diz, vou ler o que puder sobre o “Jinot” e o Maneta para desse modo poupar-me a ver Rosa Coutinho ser agraciado com a Ordem da Liberdade…

Esta crónica regressa no dia 24 de Abril.

HISTÓRIA   CULTURA

COMENTÁRIOS:

Luis Delgado: Será que esta senhora tem a noção da azia que a consome? Acho que, como jornalista credibilizada, deveria ter alguma humildade em relação aos seus semelhantes, pois nem todos serão capazes de comungar dos seus pensamentos extremistas, melhor, dos seus recalcamentos fundamentalistas e retrógrados que a diáspora portuguesa não acolhe. Seja, profissionalmente, humilde. Sinceramente, Luis Delgado Ilha da Madeira          Célia Soares: Um artigo muito bom! O que valem hoje as comemorações e as suas medalhas? A evidência de uma  democracia moribunda que se arrasta sem ideias, subjugada ao peso da corrupção e dos interesses pessoais e/ou partidários! Perante este desgaste,  as pessoas irão querer procurar soluções novas de esperança, governantes mais justos e menos corruptos... irão querer fechar ciclos velhos de comemorações sem foco, onde se começa a perder o sentido dos seus reais motivos. Começa a ser decadente... Relativamente às invasões francesas,  tivemos um  povo corajoso e uns governantes cobardes, que entregaram o povo ao seu destino perante os invasores. Provavelmente, hoje, a história iria repetir-se... só fica a lutar quem não tem nada a perder (o povo), os outros fogem a sete pés...Continuaria tudo igual!!!           Manuel Joao Borges: muito bem HM. Rosa Coutinho foi o assassino de portugueses em África           AL MA: Nada de novo, com as condecorações, a esquerda a bajular a esquerda.  Condecorar Spínola deve ser engano, a censura da esquerdalha deve  estar distraída, com o branqueamento da Rússia.            josé maria: Outras coisas não me custam, repugnam-me, como é o caso da atribuição da Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho. Personagens desse calibre prefiro-as com alguns séculos em cima.  O governo de Cavaco Silva recusou a atribuição de uma pensão vitalícia ao maior símbolo do 25 de Abril, Salgueiro Maia, solicitada por serviços relevantes prestados ao nosso país, enquanto atribuiu similares pensões a dois antigos inspectores da PIDE,  António Augusto Bernardo e Óscar Cardoso," tendo em consideração os altos e assinalados serviços prestados à Pátria". Algo a comentar, Helena Matos? Matéria também para a sua repugnância ou nem por isso?          Nova Aurora Portugal: Reza a história que, na madrugada de 17 de abril de 1809, as tropas francesas cercaram e tomaram de assalto a povoação de Arrifana. Quem ofereceu resistência ou ensaiou a fuga foi morto a tiro, à coronhada ou trespassado pelos sabres e baionetas dos soldados de Napoleão. Grande parte da população procurou refúgio no interior da igreja, que acabou por revelar-se uma verdadeira prisão. Apesar dos esforços dos dois padres, os soldados franceses arrombaram as portas da igreja e obrigaram todos a sair do templo, em fila, selecionando um em cada cinco de entre os homens válidos – “os quintados”, como ficaram conhecidos – que foram depois levados para o campo da Buciqueira e fuzilados pelos invasores. Seguiu-se o incêndio da povoação que atingiu a maior parte das casas.          João Afonso: Rosa Coutinho que enquanto encarregado para a descolonização de Angola, escreveu a Agostinho Neto exortando-o a usar do terror contra os brancos para que o processo de entrega de Angola à comunada fosse feito com rapidez e de modo a desencorajar qualquer resistência organizada. É esse personagem que vai ser condecorado pelo presidente Marcelo.           Anarquista Inconformado > João Afonso: Rosa Coutinho, que enquanto  Governador-Geral de Angola conseguiu enviar para o B.P. as reservas de ouro do Banco de Angola. Os feitos dos heróis portugueses não servem para serem louvados, apenas vilipendiados por tugas nojentos como este que assina João Afonso que a política para ele é o mesmo que uma crónica de faca e alguidar.          MCMCA > João Afonso: Oh anarquista onde é que Rosa Coutinho foi herói? Deve estar a falar do tempo em que ele foi pendurado de cabeça para baixo no Congo porque maltratava os negros angolanos da missão do Instituto Geográfico e Cadastral que o acompanhava como engenheiro. Foi o Único membro do referido instituto a ser molestado em Angola. Por ser herói ……          Agnelo Furtado: Apoiado! Helena Matos. Texto de grande oportunidade e ensinamento. Mais, condecorar o Rosa Coutinho, um putinezito de pacotilha é uma provocação miserável ao Povo Português. Espero não ser censurado. Obrigado.  Maria araujo: O prof Marcelo já condecorou Marcelino da Mata? a extrema esquerda  não deixa, eles é que mandam e deliberaram condecorar todos os comunas. M. da Mata foi o militar mais condecorado do Exército, no tempo em que as condecorações não eram dadas por ir ao programa da Cristina!           Anarquista Inconformado: Apenas uma crónica, de uma derrotada de Abril.          Francisco Tavares de Almeida > Anarquista Inconformado: Diz o derrotado de Novembro.           Mario Almeida: Atribuir a Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho é próprio de um país que não se respeita nem merece respeito. O Zelensky deve ter aceitado o convite para discursar ao bando de inúteis que nos representa (e representa bem porque infelizmente aqueles 230 são realmente o espelho do país) por mera cortesia.             pedro dragone: O paralelo é perfeito, excepto num ponto: na 1a invasão Francesa a realeza Tuga "deu de frosques",  enquanto a Ucraniana, o Rei Zelensky, ficou a lutar ao lado do seu povo. As críticas que temos visto por cá à resistência do Rei Zelensky são um forte indício de que a realeza Tuga fugitiva a Junot deixou por cá muitos tetranetos bastardos. Temos muitos por aí e por aqui; de militares na reserva nas TVs a comunas recalcitrados vários que diariamente deambulam pelas caixas de comentários. Tudo gente sem a fibra necessária e suficiente para poderem classificar-se como Portugueses e de que D. Afonso Henriques sentiria uma enorme vergonha.      Joaquim Rodrigues: Se este fosse um País normal, as comemorações do 25 de Abril, deveriam servir para discutir as formas de concluir as “tarefas de democratização” do “sistema”, que herdamos de salazar/cunhal. O “Sistema Político e Ideológico” que nos rege, tem raízes nos 40 anos de Salazar/Cunhal (farinha do mesmo saco), foi forjado no “Estado ao serviço do Império Colonial” e foi baseado na “Estatização” da economia, no proteccionismo económico, no Estado Fomentador, nos monopólios de Estado e no “Centralismo” Político e Administrativo do Estado, típicos dos “Estados Totalitários”, fascistas ou comunistas, que emergiram após a Primeira Guerra Mundial. Esse “Sistema” perpetuou-se em Portugal, por termos passado ao lado da “onda liberalizadora e descentralizadora”, que percorreu a Europa Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial. Quando aconteceu o Golpe Militar do 25 de Abril, promovido pelos militares para acabar com a guerra colonial, como o único partido organizado, nessa altura, era o PCP, o poder passou, directamente, do Salazarismo para o Cunhalismo, no PREC. Fez-se então (de forma atabalhoada) a descolonização, mas ficaram por concluir as tarefas de democratização e liberalização do “regime salazarista”, designadamente, a sua “desestatização” e “descentralização”. O Cunhal, no PREC, após o assalto ao “Aparelho de Estado”, o qual manteve quase intacto, encarregou-se de “branquear e certificar” os atributos totalitários “estatista e centralista” do regime de Salazar, dos quais, a “oligarquia “em rápida recomposição e em conluio com os políticos oportunistas que vieram a seguir, se serviram. (Salvo raras e honrosas excepções, como foi o caso de Sá Carneiro). Cunhal, o contraponto totalitário de Salazar, à imagem do Estado Soviético, via no “Estatismo e Centralismo”, herdados do Salazar, a oportunidade de tomada e perpetuação no poder pelo controlo do “Aparelho de Estado”. Quando Sá Carneiro, (após ter enfrentado, derrotado e corrido com os traidores, emissários da “oligarquia”, no interior do partido), se preparava para desestatizar (liberalizar) e descentralizar (regionalizar), foi assassinado. Estatismo e Centralismo, mantiveram-se assim, até aos dias de hoje, como heranças intocáveis do Estado Novo e do PREC, e estão a condenar Portugal ao lento, mas inexorável, definhamento, atraso e sub-desenvolvimento. Andam por aí uns “intelectuais da capital do Império” que, face ao descalabro, sentindo que é preciso fazer alguma coisa, para que, o que para eles é essencial, continue na mesma, clamam por “reformas”. Mas, na verdade, das Reformas que são imprescindíveis para que o País se desenvolva, eles fogem, que nem o diabo da cruz. O que eles queriam, era a “quadratura do círculo”, reformas de fachada, um “parto sem dor”, baralhar e dar de novo, mudando nem eles sabem bem o quê, uns quantos nomes (de Ministérios e Secretarias de Estado), troca de competências siglas e minudências, tudo e mais umas botas, desde que se mantenha aquilo que para eles é essencial: os privilégios ligados ao “estatismo” e ao “centralismo”. Sem “Liberalização” (fim do Estatismo) e “Regionalização” (fim do Centralismo) Portugal, depois de ter sido ultrapassado por vários países da ex-União Soviética, (foi agora também ultrapassado pela Hungria e a Polónia), será ultrapassado, em breve, pelas outras ex-Repúblicas Soviéticas que aderiram à União Europeia, todos eles, na mais pura das misérias. Portugal é hoje dos países mais corruptos, com mais desigualdades sociais e territoriais, mais estatizados e mais centralistas da Europa e vai tornar-se, em breve, o País mais pobre da União Europeia. As comemorações do 25 de Abril, para os que defendem a democracia liberal, deveriam ser a oportunidade para discutirmos as formas de acabar com os atavismos totalitários, herdados de salazar/cunhal, que estão a sufocar o País……….          manuel soares Martins:  A versão que H.M, expõe, segundo a quaL, o General Junot ( um jovem de 29 anos...) chegou a Lisboa tarde, ficando "a ver navios" levando a família real para o Brasil, é a tradicional. Recentemente num livro curioso sobre "O regresso do rei" em 1821, o autor, que fez investigação aturada em documentos da época na Torre do Tombo ( e que deu uma entrevista na Rádio Observador) altera completamente esta versão : Junot chegou quando os navios ainda estavam no Tejo à espera de ventos favoráveis, foi a bordo, e falou até com o príncipe regente, que muito agastado, lhe explicou que não se submetia a Napoleão. Essa conversa estará, segundo este autor, documentada em escritos de um fidalgo que a presenciou. Acho esta versão perturbadora e merecedora de melhor esclarecimento...               Pontifex Maximus: A fantochada que é o 25 de abril está bem espelhada nos generais de papel que desfilam pelas televisões a perorar há quase um mês sobre a “queda de Mariupol nas próximas 24 horas” mas a vontade indómita dos soldados e do povo ucraniano vão empurrando sempre à frente; ou a inevitável derrota perante o poderio russo no máximo em 48 horas mas que afinal ao fim de 46 dias ainda se não viu. Isto com excepções, deve dizer-se, como é o caso do Major-General Arnault que me parece um homem sério e sabedor e que gosto de ouvir descrever o que se passou no dia e prevê para os seguintes sempre com ponderação e equilíbrio (espelhos ucranianos, mas não se deixa toldar por isso é devo dizer que isso também é qualidade positiva que muito aprecio).          Amandio Oliveira: Bom artigo! É sabido que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita...., é o caso da data da perfídia. Medalhar o democrata vermelho que foi preso na Zâmbia por pedofilia e  passeado dentro de uma gaiola como um selvagem, não me admira. Naquele tempo, teve sorte e foi resgatado por agentes da PIDE, somente pelo facto de ser exibido fardado de militar português, o que era uma afronta para Portugal. Agora, como já não temos a PIDE nem a Moral que dá liberdade e dignidade a um povo, assistimos a vergonhosos comportamentos, típicos de um país amordaçado ao socialismo terceiro-mundista. Pena que os portugueses parece gostarem! Até quando?               António Sennfelt > Pedro Campos: Atribuir a Ordem da Liberdade a Rosa Coutinho e a Vasco Gonçalves é uma afronta à Liberdade e à Democracia!               Maria Augusta: Neste regime abrileiro de xuxo-comunas e das suas serôdias comemorações há muita gente pouco recomendável para comemorar, condecorar e ter por perto, a começar pelo "vendedor de bazar indiano", uma verdadeira desgraça de pobreza socialista!          Madalena Sa: É sempre tão bom ler as crónicas de Helena Matos! A clarividência é tão importante! A condecoração a Rosa Coutinho é um atentado à liberdade! Marcelo banalizou as condecorações, pensa que são iguais a selfies com os velhinhos! Se se vivesse num País a sério já lhe deveria ter sido feito um exame para atestar a sua sanidade mental!          Cipião Numantino: Salvo o erro, foi Mark Twain que afirmou que a História não se repete mas, em compensação, rima na maioria das vezes. Seja assim ou não, HM, está certa ao estabelecer paralelos entre as horrendas invasões francesas e o que se está a passar agora na Ucrânia. Entre outros, Napoleão, Khadaffi, Saddam Hussein e Putin, tinham (ou têm) o atrevimento dos irresponsáveis que vivem paredes-meias com o linear atrevimento dos lunáticos. Sabe-se como acabaram os primeiros e ficamos na expectativa do que irá acontecer ao último. As três invasões francesas colocaram, à época, Portugal a ferro e a fogo. Destas invasões sobrou uma memória popular que trouxe até nós "deliciosos" ditos e hábitos que ainda hoje fazem competente escol. Para juntar algo mais ao que HM já referiu acrescentarei o grito do oficial inglês que no horror da retirada e a fim de manter o moral das tropas gritou "alma até Almeida". Ou o general francês Molette que deu o nome aos pequenos pães que ainda hoje têm essa designação na zona do Porto. Ou, ainda, o gracioso dito de D. Maria I que correndo para o cais de embarque na fuga para o Brasil, recomenda ao filho (futuro D. João VI), "para não correrem tão depressa, se não o povo ainda iria pensar que estavam a fugir". Finalmente o episódio contado pelo gen. Wellington, quando antes da batalha do Buçaco lhe aparecem umas dezenas de camponeses da região sem armas e descalços. Perguntando-lhes como iriam lutar mostraram-lhe os bornais cheios de pedras. Ainda, antes da batalha de Watterloo, o mesmo general lamentava-se por não ter ali prontos para combater os bravos soldados portugueses, que ele tanto pediu ao Directório que ficou a governar Portugal e lhe foi sempre negado. Em desespero de causa ainda mandou à pressa o gen. Beresford ao Rio de Janeiro a fim de obter a autorização do Príncipe Regente refugiado no Brasil. Mas não chegou a tempo e, assim, cumpriu-se Watterloo sem a presença de soldados portugueses. É isso. A História rima e Mark Twain sabia precisamente disso mesmo!...

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