«De
contar seja a quem for». Não deixa de ser uma grande desilusão. Sempre julguei
que o ar triste de Merkel resultasse de ter vivido para lá do muro, na
dependência de uma “seita” ameaçadoramente impositiva – ditatorial, é mais
preciso, em elegância ideológica. Afinal, o ar doce escondeu matreirice,
tratou-se antes de recuperação - inteligente e dissimuladamente altiva - do
prestígio pátrio, em termos da superioridade mental e física de sempre, o Tratado de Versalhes como ponto de
partida de segunda revanche, talvez, o nazismo açambarcador nela subjacente - não
gritado e violento como o do antecessor, mas triste e maternal, acolhedor dos
povos - também lobo feroz, mas escondendo as garras da mesma ambição
imperialista passada, jamais ultrapassada. É o que este texto de Henrique Burney, que me parece muito lúcido, deixa
prever. Mas outras opiniões se destacam, igualmente pertinentes, dos
comentadores sapientes.
A resistência alemã
A Alemanha pode ter óptimas razões
para defender uma abordagem mais contida em relação à guerra e a Moscovo, a
verdade é que Berlim tem estado atrás das decisões europeias, não por detrás.
HENRIQUE BURNAY, Consultor
em assuntos europeus
OBSERVADOR, 01 abr
2022
Desde o início da guerra na Ucrânia que
a Alemanha não lidera a resposta europeia. É empurrada pelos Estados Unidos,
puxada pelos polacos, ultrapassada por Macron, embaraçada pelos países bálticos
e, de um modo geral, parece estar sempre a ir para onde, se pudesse, não iria.
Quando podia ser o motor da resposta europeia, mesmo que fosse para dar algumas
respostas mais realistas que idealistas. Mas não é o que tem acontecido. E
há uma longa razão para isso.
No
último jantar que teve em Berlim com a Chanceler
Angela Merkel, já depois
da eleição de Donald Trump como seu sucessor, Barack Obama ter-lhe-á
dito que ela era, agora, a
líder do Mundo Livre. Não se
sabe o que Merkel respondeu, mas pode-se imaginar.
Apesar da sua
responsabilidade na transição para o Pacífico e de
algum desinteresse pela Europa ao longo
das suas presidências, Obama sabia duas coisas: o Ocidente ainda era uma ideia, antes de mais,
americana e europeia; e, não estando na Casa Branca um crente na relação
transatlântica (convém
lembrar que Trump chegou mesmo a dizer que os europeus eram inimigos), a
liderança do Ocidente (que é o mesmo que o Mundo Livre para os presidentes
americanos) havia de estar na Europa e, em particular, em quem liderava de facto a União Europeia. Até porque à
época os britânicos já tinham decidido sair da União
Europeia e nunca tinham querido liderá-la enquanto lá estiveram.
Merkel
teve várias virtudes e defeitos, mas há uma coisa que não soube ser,
provavelmente porque não quis: líder do Mundo Livre ou do Ocidente. Não foi só quando um dia respondeu ao Financial
Times que isso do Ocidente era um conceito que mudava muito conforme a
geografia. O problema foi sempre outro. Merkel
tinha valores e, quando foi necessário, mostrou-os, mas acreditava mais na
estabilidade e no comércio e negócios entre os países do que na ideia de
Ocidente e de Mundo Livre. E, talvez
até por razões pessoais, evitava o proselitismo. Mas o problema não é só seu, é
mesmo alemão.
Há duas histórias de antes da guerra na Ucrânia que importa não esquecer.
Primeira: a
dependência energética e a traição alemã ao leste. Desde o início da construção do Nord Stream I (o
gasoduto que está a funcionar e por onde vem o gás russo) que a Ucrânia e
a Polónia, entre outros, avisaram que a Alemanha estava a criar uma relação directa com a
Rússia que permitia que
um dia Moscovo lhes fechasse a torneira do gás continuando a fornecer os
alemães. Ou, não
disseram mas foi o que veio a acontecer, que os russos atacassem a Ucrânia sem que isso
implicasse deixarem de enviar gás para a Alemanha, e receber o respectivo
pagamento. Ou seja, se houve alguém que não prestou atenção ao risco da
dependência energética da Rússia e que confiou na relação directa (e exclusiva,
porque a Alemanha nem sequer tem como receber gás liquefeito, em alternativa),
foi a Alemanha. (E nem se
fale do antigo chanceler
Schroeder que
trabalha para a Rússia, porque isso é quase do domínio da corrupção. Pelo menos
moral.)
A segunda lição foi a que vimos há umas cinco semanas, em
Washington. Foi Joe Biden,
não foi o Chanceler Olaf Scholz, que avisou
que em caso de invasão russa da Ucrânia os alemães saberiam o que fazer quanto
ao Nordstream II (que ainda não estava a funcionar). Durante toda a conferência de imprensa conjunta, Scholz fez de tudo para evitar o assunto. E só quando a Rússia de facto invadiu é que a Alemanha
se convenceu que teria definitivamente de abdicar do gasoduto que duplicaria a
sua relação energética com a Rússia. Assim
como foi a Alemanha (se ignorarmos a Hungria, que é todo um outro problema) que
mais resistiu ao envio de armamento para Khyv, quando vários países europeus o
estavam a querer fazer, ainda antes do começo da guerra.
Pode ser por realismo
económico, porque sabe que do gás russo depende muita indústria
europeia, porque sabe que a geografia é uma condição imutável e
a Rússia será sempre vizinha da Europa, ou porque sabe que o diálogo
tem de ser sempre possível. Seja por que
for, a Alemanha pode ter óptimas razões para defender uma
abordagem mais contida em relação à guerra e a Moscovo (e embora internamente tenha tomado a decisão radical de
aumentar extraordinariamente o investimento na defesa), a verdade
é que Berlim tem estado atrás das decisões europeias, não por detrás. Tem seguido, não tem liderado. Tem resistido.
A semana passada, o presidente Biden foi à Polónia mostrar
que estavam ali soldados americanos e dizer até o que muitos pensam mas não
dizem (e alguns acham mesmo que não se deve dizer). Scholz, não
tem feito nada disso. Na
televisão, recusou-se a chamar criminoso de guerra a Putin; no envio de meios
de defesa, resistiu o mais que pôde e enviou proporcionalmente muito menos do
que outros Estados europeus bem mais pequenos; e na discussão energética não
tem conseguido dizer mais do que a verdade (o gás russo é, neste momento,
indispensável à economia europeia), sem dizer nada com significado político
europeu. A invasão russa da Ucrânia marca,
manifestamente, uma das maiores transformações políticas no mundo, no Ocidente
e na Europa. E na
Alemanha também, mas por arrasto.
CAFÉ EUROPA UNIÃO
EUROPEIA EUROPA MUNDO ALEMANHA GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA
COMENTÁRIOS
João Ramos Neste momento a Alemanha é o « calcanhar de Aquiles » da Europa e tem de facto um nome, Merkel,
esta é a realidade!
António Sennfelt: Por ocasião da sua recente
visita a Washington, a ministra de defesa da Alemanha, Christine Lambrecht,
afirmou que : " In Bezug auf die Ukraine ist Deutschland, glaube ich,
inzwischen der zweitgroesste Waffenlieferant, ohne das jetzt genauer zu
beziffern" (No que diz respeito à Ucrânia, julgo que, entretanto, a
Alemanha é o segundo maior fornecedor de armamento, sem, no entanto, querer avançar
neste momento números mais concretos). Dois dias depois, o ministério de defesa
alemão esclareceu que, com base em tonelagem do material, a Alemanha está em
segundo lugar e em terceiro lugar tendo como base o valor do material
fornecido! Ou seja: em tonelagem a
Alemanha está em segundo lugar, à frente do RU, e no que respeita ao
valor do material está em terceiro lugar, atrás dos Estados Unidos e do RU! Jorge Simoes: Não acredito, acho que Alemanha está nos
bastidores a fazer jogo duplo... pois poderão ter frio e nnguém os pouparia... para
além de terem uns quantos mohamed que lhes provocariam problemas por causa do
frio. Mas eles são os principais culpados
do que se passa. João Afonso: Ainda está por provar que a
posição alemã em relação à Rússia seja tomada por arrasto. Podemos não saber todos os pormenores, ou até
partes de informação relevante, mas toda esta dependência desproporcionada
da Alemanha em relação à Rússia, quando desde há 15 anos Putin não esconde o
seu próprio jogo (p.e. o de criar grande dependência energética europeia em
relação à Rússia como modo de manietar a resposta europeia aos seus propósitos
imperiais), leva-me a desconfiar dos personagens que lideraram a Alemanha neste
período, Schoeder e Merkel. Do primeiro falam os seus atos após o fim do
mandato como Chanceler, e da segunda tenho uma grande suspeita sobre o seu
passado e a sua relação com os soviéticos. A grande cumplicidade com Putin
nunca me pareceu natural. PortugueseMan... E só quando a Rússia de facto invadiu, é que a
Alemanha se convenceu que teria definitivamente de abdicar do gasoduto que
duplicaria a sua relação energética com a Rússia... Abdicar definitivamente...? Esta
está muito boa. Scholz tem 4 torneirinhas lá na casa dele. Ele só disse que não
as abre. Só precisa de resistir à tentação. E se abrir só um poucochinho
duma... Não põe em causa o "abdicar
definitivamente" pois não...? O homem vai ter que experimentar. Ele
uma torneira, você um rennie. Francisco
Tavares de Almeida > PortugueseMan : Se abrir uma torneirinha os americanos retiram as
basezinhas e, se calhar, acrescentam que devido a dificuldades de tradução, o
artº 5º deixa de ter leitura em alemão. Claro
que isto pouco interessa a quem tem saudades de um pacto Molotov-Ribbentrop
"aggiornato". Que hoje não seria para repartir a Polónia mas para
repartir o governo alemão. Se calhar chamar-se-ia o pacto Schroeder-Scholz. É o
que dá um especialista de "inside trading" da Rússia a falar da
Alemanha. A esmagadora maioria dos comentadores mundiais, vaticinaram que os
comunistas tomariam o poder na Alemanha. Porque não avaliaram a profunda
desconfiança - e algum ódio - dos alemães contra os russos. Hoje os sentimentos
anti-russos são ainda mais fortes. Foi a opinião pública alemã que forçou
Scholz a inverter as políticas alemãs tradicionais. Que levou à decisão do
rearmamento, a enviar armas aos ucranianos e a sancionar a Rússia. Exactamente
por traduzir a opinião pública alemã, teve o apoio àesquerda dos Verdes, à
direita dos Liberais que, normalmente, seriam completamente opostos essa
mudança. As quatro torneirinhas, ou talvez apenas duas, serão eventualmente
abertas. Mas isso será negociado com o sucessor de Putín. Nesse dia, também
acabará o "inside trading" e os comentários de "Portuguese
Man". Talvez mesmo o encerramento do blogue. PortugueseMan > Francisco Tavares de Almeida ...Se abrir uma torneirinha os americanos retiram as
basezinhas e, se calhar, acrescentam que devido a dificuldades de tradução, o
artº 5º deixa de ter leitura em alemão... Bem, se calhar os alemães já estão um pouco fartos de
ter bases estrangeiras devido a terem perdido a 2ª guerra mundial. Se os russos
conseguem viver com a Alemanha, os americanos também devem conseguir viver. ...Foi a opinião pública alemã que
forçou Scholz a inverter as políticas alemãs tradicionais. Que levou à decisão
do rearmamento, a enviar armas aos ucranianos e a sancionar a Rússia... A
opinião pública...? essa está mesmo muito boa.... As
quatro torneirinhas, ou talvez apenas duas, serão eventualmente abertas...
Quatro. ...Nesse dia, também acabará o
"inside trading" e os comentários de "Portuguese Man".
Talvez mesmo o encerramento do blogue... Encerramento do blogue? Um blogue que iniciei há 13 anos com este texto:
Este blogue dedica-se principalmente ao
conflito energético entre potências, com incidência especial num possível
confronto entre os dois maiores consumidores, EUA e China. Destaca também o
declínio económico dos EUA, respectiva perda de influência a nível mundial e
também a ascensão dos BRIC, especialmente a Rússia. O texto que escrevi
na altura parece-me cada vez mais actual. Já agora, já viu o meu último post
sobre a conversa do GNL americano? Peça ao Henrique um rennie. Tá capaz de
precisar também. PortugueseMan: O que há a dizer? Tome um rennie. ...a dependência energética e a traição
alemã ao leste. Desde o início da construção do Nord Stream I (o gasoduto
que está a funcionar e por onde vem o gás russo) que a Ucrânia e a Polónia,
entre outros, avisaram que a Alemanha estava a criar uma relação directa com a
Rússia que permitia que um dia Moscovo lhes fechasse a torneira do gás
continuando a fornecer os alemães... A Ucrânia e a Polónia avisaram...? Esta tem muita piada. Não
não... Os alemães é que lançaram o aviso a uma série de países, que se
querem ir atrás dos americanos e seguirem os interesses americanos ignorando a
proximidade da Rússia, a outra potência nuclear e rival dos americanos, estão
livres de tomar essa opção por sua conta e risco. A Alemanha é que não fica
refém de brincadeiras geopolíticas entre potências nucleares. A Polónia quis
brincar aos grandes? Pois, os alemães não foram na conversa, afinal a Alemanha
é que é a potência económica não são os polacos. A Rússia ofereceu energia
estável, de baixo custo e sem intermediários à
Alemanha. Os Polacos podiam ter dito que não às bases americanas. Cada um fez
as suas escolhas. A Alemanha deixou de estar dependente dos polacos para
receber gás russo. A Polónia que siga o seu caminho. A Rússia só actuou APÓS ter terminado a
ligação do último pipeline para a Alemanha. Dá bem para ver como a Rússia
está a tratar os alemães. Basta os alemães entrarem em modo de emergência energética
e fazer sinal à Rússia, para estes abrirem as torneiras dos 4 pipelines
existentes com uma capacidade total de 110 mil milhões de metros cúbicos de
gás. Os polacos? peçam gás de emergência aos americanos. Quero ver quantos
barquinhos a conta gotas vão chegar. Um rennie? Pensando melhor, compre uma
caixa. Vai precisar. M L: Logo a seguir à invasão da
Ucrânia, a Alemanha decidiu em 24/48h no parlamento gastar 110.000.000.000 Euros
(cento e dez mil milhões de euros)!!!! Pela
proximidade física, posição geográfica, e pelo seu passado, a Alemanha não deve
ser um dos "pirómanos" desta guerra. Desde que esteja, como está, em
apoio total ao ocidente, por mim está bem. Aliás, o discurso sueco e finlandês
só "engrossou" após a mudança de posição alemã... PS: Tb não
desejo a Alemanha a liderar o ocidente. Podem surgir por lá uns movimentos
nacionalistas... E aquilo é gente de muita capacidade e organização... O melhor
mesmo é fazerem parte da direcção, e não serem os directores... Francisco
Tavares de Almeida: Não discordo do autor quando enumera factos mas discordo e muito quando
não os relativiza. Tal como na
economia, a falta de resposta à inflação, a Alemanha mudou muito mais do que
qualquer outro país envolvido, seja ela a França, a Itália ou os Estados
Unidos. Todos estes três países tinham um passado histórico recente - eu diria
uma cultura em termos sociológicos - de intervenção em países terceiros, de que
a Líbia será o exemplo maior. Ao
contrário a Alemanha - fruto do repúdio do passado nazi - tinha uma irredutível
recusa a intervir externamente e conseguiu mesmo bloquear a reação europeia à
intervenção na ex-Jugoslávia quando esta era já imperiosa e, limpezas étnicas,
violações em massa e valas comuns envergonhariam uma Europa medieval. Foram
os americanos que, depois de quase um ano de pressões diplomáticas sem efeito,
acabaram por novamente atravessar o oceano para pôr fim à barbárie. É certo que a Alemnaha não liderou mas foi, de
muito longe, o país que mais mudou. manuel
rodrigues: Mas que pudor, passar pelo
"quase corrupto" chanceler Schroeder sem mencionar a sua filiação
socialista... Vou ali e já volto:
Os alemães são presos por ter
cão e por não ter: quando não lideram, são chamados de fracos, corruptos e
imorais; quando lideram, são chamados de nazis e de outros eufemismos
inqualificáveis. Ou já ninguém se recorda do Alexis Tsipras em visita ao
monumento do soldado grego desconhecido da 2.ª Guerra, e a fazer birras para
receber o cheque? O que os europeus todos querem, liderados pela França
socialista, é mamar à conta da Alemanha. Um caso patológico de parasitismo
católico-socialista sobre a social-democracia protestante, não apenas alemã,
mas nórdica: o brexit tem aqui uma das suas raízes. Não é à toa que
todos os países católicos são administrados por xuxas, os ortodoxos não ficam
melhor na fotografia, e os muçulmanos, coitados, estão quase ao nível do
tribalismo politeísta africano. Um problema de Fé! É por estas razões que o
Henrique Neto, um indivíduo com um pensamento económico protestante, recolheu
apenas 39 mil e tais votos, entre os quais o meu, junto aos católico-xuxas
portugueses nas presidenciais de 2016, quando até o Tino de Rans recolheu 150
mil e tais, uma esganiçada, 500 mil, uma nódoa, 1 milhão, e um catavento, 2
milhões e 500 mil: um povo xuxa quer líderes xuxas, depois reclamam quando
são xuxados por seus próprios líderes, que não sabem fazer outra coisa senão
telefonar a Bruxelas, que liga a Frankfurt, que liga à Berlim, se já podem ir
ao banco! Até ao dia que Berlim concluir que já não tem guita suficiente para
pagar o parasitismo católico-xuxa: não vai ser bonito de se ver, porque os
xuxas, quando não recebem xuxa, rapidamente tornam-se jacobinos. bento
guerra > Vou ali e já volto: Volte sempre. Eu costumo dizer
"desde 2002 tenho "marcos" no bolso, poucos, mas moeda
alemã" Joao R: Que alívio, mais alguém que
pouca ilusão tem quanto ao que a Alemanha defende na União Europeia.... apenas
os seus próprios interesses sem querer saber se lixa ou não os outros. O mais
cómico é quando são eles que gostam de puxar da "carta" da
solidariedade, e do moralismo quando são os que menos mostram solidariedade, a
não ser aquela fingida para "parecer bem na foto" e para poderem
fingir que são donos de superioridade moral para apontar o dedo noutras
questões. Começa logo pelo desequilíbrio da balança comercial na zona euro que
faz com que enriqueçam à custa dos vizinhos. Desequilíbrio esse, vindo das
políticas que seguem onde permitem o movimento de dinheiro e pessoas, mas não
de empregos e produção. É porreiro quando os emigras vão para lá trabalhar e os
miúdos são tratados como cidadãos de segunda classe porque têm uma óbvia
desvantagem na língua e na aprendizagem escolar. Excelente conceito de
"união europeia" e de "liberdade de movimento e
investimento". Abram os vossos mercados que a gente deixa-vos vir trabalhar
"para nós"... A atitude perante a rússia é só mais um
exemplo da hipocrisia alemã, onde só se alinham com o resto da união europeia
porque neste ponto seria praticamente impossível fazer o oposto, por muito que
queiram, mas sim... andam sempre de pé atrás. Vou ali e já
volto > Joao R: Também votaste no Tino? Ou foi na esganiçada? Aguenta,
camarada! Eu votei no Henrique Neto, que olha para a Alemanha como um aluno
olha para um professor. bento guerra: Uma resposta gaseificada Pontifex
Maximus: Em resumo, quem
endeusou a Senhora Merkel, que a via como salvadora da Europa e a estadista que
teve a coragem de apertar o pescoço aos países do sul, acompanhada, na primeira
linha, pelos holandeses e finlandeses, deve estar a sentir agora um amargo de
boca enorme ao pensar no atoleiro para onde nos mandou agora. Onde está o
Cavaco e o Passos Coelho, esses estadistas de enorme visão da actualidade e que
afinal desconhecem em absoluto, como ela, os princípios básicos da governação
colectiva a começar lê-la não vender a independência nacional por um prato de
lentilhas? A sua ganância vai na proporção da sua estupidez e no desprezo pelos
povos do sul, a ponto de nunca forçar as conexões entre a Ibéria e a França e
impedir o maná dos franceses na energia que poderiam ser o contra-balanço à
energia russa ou mesmo Azeri vinda do Sudeste, mas não, isso era dar negócio
aos portugueses e sobretudo e em grande escala aos espanhóis. E o Costa
também não fica bem na fotografia pois se bem se lembram ainda não há dois anos
queria vender Sines aos chineses e só o não fez porque os americanos, através
do seu embaixador, o colocou entre a espada e a parede (numa clara mas bem
vinda ingerência na nossa soberania de pacotilha, diga-se) no sentido que tinha
que escolher entre o dinheiro chinês e a aliança com a América que já nessa
altura via a possibilidade de ali descarregar e regasificar o gás liquefeito
americano (que a Europa central recuava, não financiando a passagem dos Pirenéus).
Enfim, também por aqui neste pasquim deve andar muito pensador com as orelhas a
arder e talvez a começar a pensar que o problema do nosso país não terá
solução, pois que se o Costa é um inútil não será com o Montenegro que iremos a
lado nenhum a não ser dar um passo em frente no abismo que enfrentamos.
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