Contra a Ucrânia, em sine die para a charada da sua extinção.
Holodomor, primeiro, extermínio
armado, por ar e terra e mar, noventa anos depois. “Porque não se pede a Evans” a razão disso? Um enigma poderoso, que
nem mesmo uma criadora de enigmas maquiavélicos, como Agatha Christie saberia
imaginar, o maquiavelismo de espíritos reais, como o de Putin, saindo vencedor
em perfídia, vencedora de todas as perfídias imaginárias. Mas o Dr. Salles insiste em “tentar descortinar os motivos que
conduzem a Nação Russa a deixar-se repetidamente liderar por verdadeiros
inimigos das vontades populares, alguns deles verdadeiros facínoras”, sem
fantasia criativa, que a não pede o momento, e apenas com uma seriedade
indignada, de pessoa sensata e justiceira e buscadora da verdade a respeito do
abismo humano justificador de tanta magnificência diabólica, (com, todavia, inúmeros
adeptos dessa).
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 14.04.22
HOLODOMOR – palavra ucraniana que significa algo como «holocausto pela fome»
e foi praticado na Ucrânia por ordens de Staline entre 1931 e 1933 com o
objectivo de exterminar a Nação Ucraniana. Terão morrido cerca de dez
milhões de pessoas. Os dramas terão sido tais que a palavra assumiu
equivalências a antropofagia.
Existe
em Kiev um museu «Memorial
do Holodomor» que, admito sem grande esforço, não
celebra a amizade entre a Ucrânia e a Rússia quer esta sovietizada quer
oligarquizada.
A
questão que apeteceria investigar seria a de tentar descortinar os motivos que
conduzem a Nação Russa a deixar-se repetidamente liderar por verdadeiros
inimigos das vontades populares, alguns deles verdadeiros facínoras. E não vasculho a História para ter a certeza de não
cometer a injustiça de me esquecer de nomear algum.
Tomando
em conta o que os noticiários vão diariamente relatando, posso hoje admitir
que Putin tenha desistido de ocupar toda a Ucrânia colocando um fantoche na
Presidência e se tenha concentrado na parte leste do país. Hoje,
isto parece ser assim mas… amanhã se verá… Contudo,
o que é perene e fisicamente confirmável é o rasto de destruição de todo o que
esteve ao alcance das tropas russas à distância imediata, próxima, média, longa
e longuíssima. Para além
da demora que necessariamente haverá na reconstrução imobiliária, nada se pode
considerar a recato na Ucrânia enquanto Putin quiser.
Creio
que, enquanto formos assistindo ao arrasamento do leste
ucraniano, na reconstrução que for sendo possível na parte ocidental do país, o
mais difícil de recuperar – se houver recuperação possível – será a metafísica
mas, em compensação, uma das mais fáceis será a agricultura. Tudo, claro está, com a espada putiniana de
Damocles assestada aos alvos que calharem no esmo destruidor.
Perante
o que não parece possível calcular quando
a paz regressa e a ameaça destruidora se esvai. Não
certamente enquanto Putin esteja «com o dedo no botão» e enquanto o seu
sucessor não der provas de serenidade mental (e de sobriedade).
E
como poderemos nós, Portugal, ajudar na reconstrução da Ucrânia?
Ora, nós temos
em Beja um «elefante branco» sob a forma de um aeroporto peço que daqui sugiro
ao nosso Governo que, enquanto o espaço aéreo ucraniano não for seguro,
facilite a utilização daquela estrutura pela companhia aérea de bandeira
ucraniana. O mesmo sugiro para base operacional dos super carguriros aéreos
«Antonov».
Se
a Base de Beja foi boa para os alemães durante a guerra fria e nem o Dr. Cunhal
teve coragem no PREC para a atacar. Também agora na guerra quente a ex-Base
poderá ser útil aos ucranianos e os autocratas (comunistas e da extrema direita)
amigos de Putin não a atacarão pois isso seria um ataque à NATO.
Em
plena e convicta NATO, 14 de Abril de 2022
Henrique
Salles da Fonseca
Tags:
política
COMENTÁRIOS:
Francisco G. de Amorim 15.04.2022: Era impensável, há pouco, uma guerra dentro da Europa,
e pior com a violência que esta demonstra. Mas, o que nós pensamos e prevemos
tem alguma coisa a ver com a realidade? Parece que a seguir a China vai ocupar
o Pacífico e "encher o saco" dos australianos! Irá?
Adriano Miranda Lima 15.04.2022 20:56: Totalmente de acordo com o seu texto, Dr. Salles. A proposta
que faz sobre a base de Beja é notável e tem pernas para andar, assim queiram
as nossas autoridades governativas. Louvo o alto seu espírito de justiça e de
solidariedade humana. Estamos juntos na condenação desta maldita guerra e na
esperança de que o invasor faça calar os canhões e os mísseis e regresse aos
domínios onde exerce a autocracia que lhe é permitida pelos seus súbditos, até
que estes percam a paciência e apeiem do poder os responsáveis por esta
tragédia.
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