sábado, 16 de abril de 2022

Tanta sanha há tanto tempo já


Contra a Ucrânia, em sine die para a charada da sua extinção. Holodomor, primeiro, extermínio armado, por ar e terra e mar, noventa anos depois. “Porque não se pede a Evans” a razão disso? Um enigma poderoso, que nem mesmo uma criadora de enigmas maquiavélicos, como Agatha Christie saberia imaginar, o maquiavelismo de espíritos reais, como o de Putin, saindo vencedor em perfídia, vencedora de todas as perfídias imaginárias. Mas o Dr. Salles insiste em “tentar descortinar os motivos que conduzem a Nação Russa a deixar-se repetidamente liderar por verdadeiros inimigos das vontades populares, alguns deles verdadeiros facínoras”, sem fantasia criativa, que a não pede o momento, e apenas com uma seriedade indignada, de pessoa sensata e justiceira e buscadora da verdade a respeito do abismo humano justificador de tanta magnificência diabólica, (com, todavia, inúmeros adeptos dessa).

DA POLÍTICA, HOJE - 3

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 14.04.22

HOLODOMOR – palavra ucraniana que significa algo como «holocausto pela fome» e foi praticado na Ucrânia por ordens de Staline entre 1931 e 1933 com o objectivo de exterminar a Nação Ucraniana. Terão morrido cerca de dez milhões de pessoas. Os dramas terão sido tais que a palavra assumiu equivalências a antropofagia.

Existe em Kiev um museu «Memorial do Holodomor» que, admito sem grande esforço, não celebra a amizade entre a Ucrânia e a Rússia quer esta sovietizada quer oligarquizada.

A questão que apeteceria investigar seria a de tentar descortinar os motivos que conduzem a Nação Russa a deixar-se repetidamente liderar por verdadeiros inimigos das vontades populares, alguns deles verdadeiros facínoras. E não vasculho a História para ter a certeza de não cometer a injustiça de me esquecer de nomear algum.

Tomando em conta o que os noticiários vão diariamente relatando, posso hoje admitir que Putin tenha desistido de ocupar toda a Ucrânia colocando um fantoche na Presidência e se tenha concentrado na parte leste do país. Hoje, isto parece ser assim mas… amanhã se veráContudo, o que é perene e fisicamente confirmável é o rasto de destruição de todo o que esteve ao alcance das tropas russas à distância imediata, próxima, média, longa e longuíssima. Para além da demora que necessariamente haverá na reconstrução imobiliária, nada se pode considerar a recato na Ucrânia enquanto Putin quiser.

Creio que, enquanto formos assistindo ao arrasamento do leste ucraniano, na reconstrução que for sendo possível na parte ocidental do país, o mais difícil de recuperar – se houver recuperação possível – será a metafísica mas, em compensação, uma das mais fáceis será a agricultura. Tudo, claro está, com a espada putiniana de Damocles assestada aos alvos que calharem no esmo destruidor.

Perante o que não parece possível calcular quando a paz regressa e a ameaça destruidora se esvai. Não certamente enquanto Putin esteja «com o dedo no botão» e enquanto o seu sucessor não der provas de serenidade mental (e de sobriedade).

E como poderemos nós, Portugal, ajudar na reconstrução da Ucrânia?

Ora, nós temos em Beja um «elefante branco» sob a forma de um aeroporto peço que daqui sugiro ao nosso Governo que, enquanto o espaço aéreo ucraniano não for seguro, facilite a utilização daquela estrutura pela companhia aérea de bandeira ucraniana. O mesmo sugiro para base operacional dos super carguriros aéreos «Antonov».

Se a Base de Beja foi boa para os alemães durante a guerra fria e nem o Dr. Cunhal teve coragem no PREC para a atacar. Também agora na guerra quente a ex-Base poderá ser útil aos ucranianos e os autocratas (comunistas e da extrema direita) amigos de Putin não a atacarão pois isso seria um ataque à NATO.

Em plena e convicta NATO, 14 de Abril de 2022

Henrique Salles da Fonseca

Tags: política

 

COMENTÁRIOS:

Francisco G. de Amorim 15.04.2022: Era impensável, há pouco, uma guerra dentro da Europa, e pior com a violência que esta demonstra. Mas, o que nós pensamos e prevemos tem alguma coisa a ver com a realidade? Parece que a seguir a China vai ocupar o Pacífico e "encher o saco" dos australianos! Irá?

Adriano Miranda Lima 15.04.2022 20:56: Totalmente de acordo com o seu texto, Dr. Salles. A proposta que faz sobre a base de Beja é notável e tem pernas para andar, assim queiram as nossas autoridades governativas. Louvo o alto seu espírito de justiça e de solidariedade humana. Estamos juntos na condenação desta maldita guerra e na esperança de que o invasor faça calar os canhões e os mísseis e regresse aos domínios onde exerce a autocracia que lhe é permitida pelos seus súbditos, até que estes percam a paciência e apeiem do poder os responsáveis por esta tragédia.

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