Heróis de hoje, com muita farsa de permeio. E fofocas nervosas interpretativas dos tempos que passarão também, sem grande rasto. Apesar dos horrores, em que a inocência é sempre a maior vítima…
▲O
seu percurso na política começou apenas nos anos 90, após a independência da
Ucrânia, devido às boas relações que mantinha com o primeiro Presidente
ucraniano GETTY IMAGES
Da amizade com Putin ao estatuto de
traidor. Cinco coisas que tornam Viktor Medvedchuk o inimigo público nº.1 de
Zelensky
Tem um vagão
de luxo no quintal, foi acusado de traição ao mais alto nível e Putin, que é
padrinho da filha, queria-o no lugar de Zelensky. Quem é o político e magnata
pró-Rússia detido na Ucrânia?
JOSÉ CARLOS
DUARTE: Texto
OBSERVADOR, 13
abr 2022, 01:1478
Índice
A ligação ao
KGB, os cargos na Justiça e a fuga para a Suíça
O regresso à Ucrânia
e o substituto ideal de Zelensky para Putin?
A acusação de
“traição ao mais alto nível” à Ucrânia
As suspeitas
de corrupção e os negócios suspeitos
A casa
abandonada: o seu vagão-restaurante (oferecido pela mulher)
Ia
de férias com Vladimir Putin, praticava desportos com ele e até o escolheu como
padrinho de uma das suas filhas. Dono de uma fortuna estimada em 620 milhões de dólares (aproximadamente 572
milhões de euros), Viktor Medvedchuk gostava aliás sempre de recordar o episódio em que o Presidente
russo o foi visitar à sua casa na Crimeia, tendo oferecido à sua filha um
bouquet de flores e um urso de peluche.
A amizade entre Medvedchuk e Putin foi-se solidificando ao longo dos anos, mas
intensificou-se em 2014, após o Euromaidan — a Primavera ucraniana, uma onda de
manifestações e agitação civil, em que os ucranianos exigiram maior integração
europeia e medidas contra a corrupção no governo — e a anexação da Crimeia.
Com a saída do ex-Presidente pró-russo Viktor
Yanukovych e com um novo regime na Ucrânia que tencionava cortar
todos os laços com a Rússia, o Presidente russo tentou procurar aliados (e
também fontes de informação) que pudesse manter no país vizinho.
Viktor
Medvedchuk tinha o
perfil ideal para ser um intermediário do Kremlin na Ucrânia, uma vez que tinha
desempenhado vários cargos públicos em diversos governos ucranianos e tinha
sido membro do parlamento. Em 2019, quando Volodymyr Zelensky
estava prestes a vencer as eleições e a tornar-se Presidente, o magnata foi um
dos principais mensageiros
do que é que a Rússia esperava do seu mandato: “[O Kremlin]
não tem qualquer expectativa. Querem ver o que acontece depois, com quem é que
ele interagirá e como é que ele o fará”.
Três
anos depois, e 48 dias após o início da invasão russa, Viktor Medvedchuk acabou detido esta terça-feira, uma
informação que foi partilhada pelo próprio Volodymyr Zelensky nas suas redes
sociais. Já tinha
sido condenado a prisão domiciliária, mas após o início guerra tinha conseguido
fugir, tendo estado em paradeiro desconhecido. Mediante uma “operação
especial” dos serviços de informação, o
magnata está agora sob tutela do exército ucraniano, cuja farda usou para se
camuflar. Ao final da noite, depois de o Kremlin ter falado em ‘fake news’,
Zelensky admitiu trocá-lo por prisioneiros ucranianos.
Quando
foi detido, Medvedchuk usava uma farda ucraniana
Abertamente
contra a NATO e contra a política de alinhamento com o Ocidente que a Ucrânia
seguiu nos últimos anos, Viktor
Medvedchuk foi criticando
de forma cada vez mais dura a atuação do Presidente ucraniano. Na sua conta
pessoal no Twitter, o magnata acusava o governo de ouvir tudo o que Ocidente
dizia, “estando sob controlo externo” e a ser alvo de uma “política de
colonização”.Daí que, em parte, tenha ganhado o estatuto de inimigo n.º 1 do
regime ucraniano — e, claro,
de Volodymyr Zelensky.
A ligação ao KGB, os cargos na
Justiça e a fuga para a Suíça
Nascido
em 1954 na Sibéria, que na altura fazia parte da União Soviética tal como a
Ucrânia, Viktor Medvedchuk esteve desde jovem envolvido na atividade política
do regime. Esteve inscrito na Komsomol, organização juvenil soviética, através
da qual entrou para o KGB, a polícia secreta da URSS. Licenciou-se em Direito,
trabalhou como advogado e chegou a altos cargos jurídicos — foi, por exemplo,
membro do Supremo Tribunal de Justiça ucraniano.
O seu percurso na política começou
apenas nos anos 90, após a independência da Ucrânia, devido às boas relações
que mantinha com o primeiro Presidente ucraniano, Leonid Kravchuk — os dois
fundaram o Partido Social Democrata da Ucrânia. O cargo de maior destaque
ocupou-o em 2002, quando se tornou um dos principais braços direitos de Leonid
Kuchma, Presidente pró-Rússia, que levou a que Viktor Medvedchuk privasse e
criasse amizade com Vladimir Putin.
Mesmo
após algumas viragens políticas que o levaram a desaparecer da cena pública, o
magnata continuou, sempre, a apoiar a presença russa na Ucrânia. Em 2012, criou a plataforma Ukrainian Choice, que se
opunha frontalmente à adesão do país quer à União Europeia, quer à NATO. Dois anos mais tarde, com a revolta popular a tomar
conta das ruas e com a deposição do ex-Presidente Viktor Yanukovych, fugiu
para a Suíça.
O regresso à Ucrânia e o substituto
ideal de Zelensky para Putin?
Em
2015 regressou a Ucrânia como mediador de paz, para tentar resolver os
diferendos entre a Rússia e a Ucrânia na região de Donbass. A partir daí, foi
voltando a ganhar preponderância na vida política, defendendo um estatuto
especial para as regiões de Donetsk e Lugansk, uma das justificações que o
Kremlin usou agora para invadir o país.
Juntou-se,
em 2018, à Plataforma de Oposição, partido que defendia os interesses das
minorias russas na Ucrânia. Nas eleições presidenciais de 2019, Viktor Medvedchuk
apoiou Yuri Boyko, tendo usado a sua ligação ao Kremlin para organizar um
encontro entre o candidato e o então primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev.
Contudo, o apoio não surtiu efeito: Yuri Boyko não foi além de um quarto lugar
na primeira volta da votação, não se conseguindo apurar para a segunda.
Todo
este passado político indiciava que Viktor Medvedchuk seria o escolhido por
Vladimir Putin para substituir Volodymyr Zelensky — que o Presidente russo terá
tentado já por várias vezes (e sempre sem sucesso) assassinar. O
Kremlin desejaria que desempenhasse o papel de “Presidente
fantoche”, o que fortaleceria os laços com a Rússia e virava costas à
aproximação ao Ocidente que a Ucrânia tem encetado, copiando o que acontece na
Bielorrúsia.
A acusação de “traição ao mais alto
nível” à Ucrânia
Pelo
meio da sua recente atividade política, Viktor Medvedchuk foi acusado, em 2021,
pelo Ministério Público da Ucrânia de “traição ao mais alto nível”. Em
causa, o incentivo à independência do Donbass e um esquema
que financiava os líderes das regiões separatistas
através dos lucros obtidos pela exploração de recursos naturais na Crimeia.
“Vingança e represálias”, reagiu na altura Viktor Medvedchuk, que ficou em prisão domiciliária com pulseira eletrónica até o início da invasão, que possibilitou a
sua fuga. Na altura
da sua detenção, os serviços de informação ucranianos sinalizaram que os crimes
perpetrados pelos “traidores pró-russos” e pelos “agentes dos serviços secretos
russos” não têm validade — e que a “justiça acabará sempre por chegar”.
Entretanto,
o partido em o magnata que o estava filiando — a Plataforma de Oposição —
também acabou por ser extinto por Volodymyr Zelensky.
As suspeitas de corrupção e os
negócios suspeitos
O
esquema que permitia o financiamento dos líderes separatistas não era o único
escândalo em que estava envolvido Viktor Medvedchuk. O portal de investigação OCCRP dá conta de que o magnata e Taras Kozak, outro político ucraniano,
conseguiram adquirir 42% da empresa petrolífera Yug Energo, de que o bilionário
russo Sergey Kislov era sócio maioritário, por apenas 40 mil dólares (aproximadamente
36 mil euros).
O
valor era irrisório em comparação com o tamanho da empresa: a Yug Energo
explorava a região petrolífera de Novoshakhtinsky, no sul da Rússia, que
obtinha milhões de euros de lucro por ano. Por detrás deste negócio estará o financiamento encapotado do partido Plataforma da
Oposição: no ano em que Viktor Medvedchuk se filiou no partido, os dois
sócios adquiriram 93% da empresa.
Um
caso idêntico ocorreu em 2016, quando o magnata pagou apenas mil dólares (cerca
de 924 euros) pela participação numa empresa que detém os direitos de uma exploração
petrolífera russa que produzquase mil milhões de barris de petróleo por ano.
A casa abandonada: o seu
vagão-restaurante (oferecido pela mulher)
A
fortuna de Viktor Medvedchuk permitia que a gastasse nas mais diversas
excentricidades. No ramo imobiliário, o magnata possuía várias casas na
Ucrânia, que entretanto foram apropriadas pelo governo (tal como um jato que
estava em solo ucraniano).
Uma
equipa de jornalistas do órgão de comunicação social Slidstvo decidiu visitar uma das casas do magnata, em Pushcha-Vodytsya, no norte de
Kiev, que estava em obras. Com uma fachada imponente, o interior da moradia
tinha andaimes, estando despojada de qualquer decoração. No entanto, em certas
divisões, os jornalistas encontraram caixas com objetos valiosos— desde obras
de arte a peças de roupa.
A
descoberta mais surpreendente estava escondida por uma grande cobertura verde. No jardim da aparatosa moradia, Viktor Medvedchuk tinha um vagão-restaurante, uma espécie de
recriação de um comboio luxuoso, com capacidade para 40 pessoas. O interior da carruagem também era faustoso,
com a decoração em tons de dourado a contrastar com o veludo vermelho
das cadeiras e verde dos sofás.
Dentro do vagão, havia uma cozinha, um compartimento VIP, uma casa de banho e um bar —
que curiosamente tinha copos com o brasão de armas da Rússia. Ao que apurou o
Slidstvo junto a um dos construtores do vagão-restaurante, este foi uma prenda de aniversário por
parte da mulher, a apresentadora de televisão Oksana Marchenko.
A construção deste vagão envolveu mais de uma centena
de trabalhadores, tendo durado aproximadamente um ano. A cobertura verde
levava a crer que Viktor Medvedchuk queria escondê-lo de um possível ataque
aéreo. Agora já não deverá poder desfrutar dele.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA
MUNDO RÚSSIA
COMENTÁRIOS:
Ze Da coroa: Agora o
Zelensky quer trocar um cidadão ucraniano que está preso, por outros cidadãos
ucranianos também presos? Essa é nova António Cézanne: Estas viúvas frustradas do Putin que continuam aqui a
vomitar uns comentários, ainda não perceberam que a Ucrânia está em guerra.
Falar de democracias, quando um país está em guerra,
não lembra a ninguém. Os ucranianos
só não fazem 1000 vezes pior aos russos se não conseguirem, porque se
conseguissem até os comiam à dentada, tal como nós cá em Portugal se os russos
se lembrassem de nos invadir. Pudéssemos nós comê-los à dentada que não duravam
dois dias. Enfim, é o que
faz a bebedeira das cartilhas. Tovarishch: Zelensky, afinal, em convergência metodológica (e
anti-democrática!...) com Putin!... As
almas gémeas reconhecem-se e aproximam-se... José Manuel Santos das Couves >
Tovarishch Z: Mas
quem invadiu quem afinal? Parece-me que sabes a resposta... José Paulo C Castro: Mas porque é que todas as ligações políticas do estado
russo vão dar a um início na KGB? Existe
um estado russo ou é uma extensão da famosa organização? José Manuel Santos das CouvesJosé Paulo C Castro: É uma extensão da famosa organização. O próprio
presidente da Rússia uma vez afirmou "once KGB, always KGB" JFK > José Paulo C Castro: George H W Bush foi director da CIA. Vitor Batista > JFK: Mentira. JFK > Vitor Batista: Aproveita
enquanto a burrice não paga imposto José Paulo C Castro > JFK: Eu
disse 'todas'. JFK
> José Paulo C Castro: Mas você não sabe o que diz, anda apenas a ver se
descobre relações escondidas em que ninguém tinha pensado até hoje. José Paulo C Castro > JFK: Ninguém
tinha pensado até hoje? Realmente,
na Rússia o passado é uma coisa que está sempre a evoluir. Simão Cabanita: Alguém que me explique a
diferença entre Viktor Medvedchuk e Mikhail Khodorkovsky?! É que relembro o que foi dito e
escrito no Ocidente sobre a prisão de Khodorkovsky..... portanto o Ocidente tem
de manter as conclusões de que países onde a Justiça imparcial não funciona,
não podem ser considerados democracias. A Ucrânia ilegalizou por exemplo antes da guerra o
Partido Comunista Ucraniano e depois da guerra todos os partidos de Esquerda, a
Ucrânia proibiu o ensino da língua russa nas escolas, a Ucrânia tem vários
problemas com corrupção, todos estas factores são a demonstração de que a Ucrânia
é um estado autoritário na defesa da pessoa de Zelensky, muito semelhante à Rússia
de Putin. Acho portanto normal estas detenções na Ucrânia...... o que eu não acho
normal é continuar a ouvir que isto é uma guerra pela liberdade e democracia,
isto sim é mentira. HERMES > Simão Cabanita: Mas porque é que é um erro ter
ilegalizado o Partido Comunista na Ucrânia? Vc alguma vez leu ou viu ou
contactou com a herança desse comunismo na Ucrânia? É claro que lá como cá jamais
haverá Democracia com um partido como esse. Cá tivemos de ter o 25 de Novembro
para de algum modo nos aliviarmos dessa canga. Ou nunca lhe ensinaram isso? Simão Cabanita > HERMES: Eu sou um democrata..... tal como em Portugal eu não
tenho medo de ideias comunistas, porque sendo eu um democrata considero que é
na discussão de ideias que se faz o combate..... As pessoas que defendem
ilegalizações de partidos alegando factos históricos do passado, são os mesmos
que impediram durante mais de 40 anos que houvesse forças políticas de direita conservadora
em Portugal, alegando nessa caso o medo do estado Novo..... eu tenho a mesma
interpretação da democracia independente das forças políticas em causa, por
isso me considero um democrata e não um democrata quando dá jeito, que é o mais
comum vermos na Europa.
Manuel Mestre > Simão Cabanita: "Alguém que me explique a
diferença entre Viktor Medvedchuk e Mikhail Khodorkovsk? Gostaria muito de
explicar mas não conheço nenhuma dessas encomendas. "a Ucrânia tem vários
problemas com corrupção, todos estas factores são a demonstração de que a Ucrânia
é um estado autoritário na defesa da pessoa de Zelensky, muito semelhante à Rússia
de Putin."... Qual é o país que não tem problemas com a corrupção? Zelensky, muito
semelhante à Rússia de Putin.
HERMES > Simão Cabanita: Eu também sou democrata.
Não tenho medo de ideias
comunistas mas tenho medo das práticas comunistas. Aliás, temos abundância de
material desse tipo para formar opinião. Tal como o fascismo e o nazismo estão
constitucionalmente vedados à nossa democracia também o Comunismo o devia estar
como em muitos países está, expressamente. Mais: o Comunismo em recente
Deliberação do Parlamento Europeu foi considerado e condenado ao nível do
Fascismo e do Nazismo. Mais ainda: o Comunismo continua a não reconhecer as
atrocidades e os crimes contra a Humanidade que semeou pelo mundo,
particularmente pela Europa.
Simão Cabanita > Manuel Mestre: Se existem países como Albânia que pediram a entrada
na UE em 2009, e o grande entrave foi precisamente a corrupção neste país....
Agora vamos ver o caso da Ucrânia, que é só o país com menos PIB per capita
europeu, que tem dos índices de corrupção mais altos do mundo segundo
relatórios da própria UE, e portanto no caso da Ucrânia dizem que pode entrar
na UE em menos de 1 ano..... Perante estes factos pergunto..... democracia não
implica cumprir regras? a UE não tem regras? o que permite portanto à Ucrânia
passar á frente de países tais como Albânia, Macedónia, Montenegro, Sérvia,
Kosovo e Bósnia e Herzegovina? É que também eles tiveram guerra, neste caso alguns
até foram bombardeados pela NATO.... talvez seja essa a razão de não lhes ser
permitido entrar na UE... é que estes países não fazem parte da estratégia
belicista da NATO e portanto não importam.... Simão Cabanita > HERMES: Eu só espero é que não venham defender que meter
pessoas atadas a árvores e postes como andam a fazer em Kiev, como um exemplo
de democracia.... é que começa a ser banal essas ideias intolerantes e que não
gostam de contraditório.... não tenho medo do combate de ideias e é
precisamente no bloqueio das ideias que os fascistas ou comunistas ganham
força. HERMES
> Simão Cabanita: Não
é nada disso. Vc tem uma visão claramente anti-Europa e só quer ver o que lhe
dá jeito... A Ucrânia só
passa à frente desses países em lista de espera por razões de excepção. Que
corrige aliás o erro histórico de em tempo próprio não se ter avançado para
essa integração pelo evidente risco que a Ucrânia corria face à ameaça da
autocracia russa. A regra é — e continuará a ser — a de cumprir quesitos
legais, económicos, de organização institucional e constitucionais muito claros.
Eu sou democrata mas só admito contraditório a quem
admite contraditório — mas, e este mas é mesmo decisivo, uso a regra dos
próprios comunistas de banir tudo o que não quadre com esta regra básica de
Democracia, isto é: quem, neste particular, não pense como eu. Para que provem
do seu próprio veneno.
Manuel Mestre > Simão Cabanita: Há quantos anos é que o actual governo ucraniano está
em funções, há quantos anos é que há corrupção na Ucrânia e há quantos anos o
senhor ignora tudo isso?
joao silva > HERMES: No
dia em que ilegalizam um partido político abrem as portas para Ilegalizar TODOS
os partidos e tornaram o país num regime de partido único. Tenham politicas de extrema esquerda ou de extrema
direita. Além disso,
passam em atestado de menoridade ao Povo que vota. Apoia o pedido de Ana Gomes para ilegalizar o Chega que
é baseado nas mesmas premissas? Um
país que encerra meios de comunicação, que prende jornalistas, que ilegaliza
partidos que persegue minorias étnicas, não é nem nunca será democrático. E os
países que apoiam essa gente nunca poderão invocar a democracia ou a liberdade
para o fazer………….. Simão
Cabanita > Manuel Mestre: Esta discussão demonstra exactamente o meu ponto.....
a definição sobre se determinado partido é fascista depende normalmente da
interpretação de cada um, uns acham que o Chega é fascista, outros não..... e
interpretações sobre a validade democrática de cada partido não podem ficar nas
mãos da interpretação individual de cada um, porque, se assim fosse, ficávamos
na mão de um qualquer governante que interpretava o Chega ou o PCP como
partidos fascistas.....e é isto que se passa na Ucrânia, a definição de
partidos democratas ficou na mão do Zelensky e isto não acontece em países
democratas..... em democracia valoriza-se o combate de ideias, e neste ponto
repito o que escrevi acima, não vejo grandes diferenças entre a Rússia e Ucrânia.
O que eu tenho assistido cada
vez mais é a defesa de ideias dictatoriais que defendem a proibição de partidos
políticos, definindo o que são ideias boas e más, mas em democracia esta
análise é feita no boletim de voto e não por determinação burocrática……….. Otavio Luso: O democrata Zelensky no seu melhor: não defendem o que
eu defendo, extingue-se. Que a Ucrânia,
sob a sua presidência entre na UE, porque ao menos é frontal, ao contrário do
que sucede actualmente na generalidade dos países da UE, onde, na comunicação
social, se abafam as opiniões das oposições e se hipervaloriza o desempenho dos
governos. Hoje a censura
é muito mais subtil e com melhores resultados que no século passado.
……………………….
Heróis de hoje, com muita farsa de
permeio. E fofocas nervosas interpretativas dos tempos que passarão também, sem
grande rasto. Apesar dos horrores, em que a inocência é sempre a maior vítima…
▲O
seu percurso na política começou apenas nos anos 90, após a independência da
Ucrânia, devido às boas relações que mantinha com o primeiro Presidente
ucraniano GETTY IMAGES
Da amizade com Putin ao estatuto de
traidor. Cinco coisas que tornam Viktor Medvedchuk o inimigo público nº.1 de
Zelensky
Tem um vagão
de luxo no quintal, foi acusado de traição ao mais alto nível e Putin, que é
padrinho da filha, queria-o no lugar de Zelensky. Quem é o político e magnata
pró-Rússia detido na Ucrânia?
JOSÉ CARLOS
DUARTE: Texto
OBSERVADOR, 13
abr 2022, 01:1478
Índice
A ligação ao
KGB, os cargos na Justiça e a fuga para a Suíça
O regresso à Ucrânia
e o substituto ideal de Zelensky para Putin?
A acusação de
“traição ao mais alto nível” à Ucrânia
As suspeitas
de corrupção e os negócios suspeitos
A casa
abandonada: o seu vagão-restaurante (oferecido pela mulher)
Ia
de férias com Vladimir Putin, praticava desportos com ele e até o escolheu como
padrinho de uma das suas filhas. Dono de uma fortuna estimada em 620 milhões de dólares (aproximadamente 572
milhões de euros), Viktor Medvedchuk gostava aliás sempre de recordar o episódio em que o Presidente
russo o foi visitar à sua casa na Crimeia, tendo oferecido à sua filha um
bouquet de flores e um urso de peluche.
A amizade entre Medvedchuk e Putin foi-se solidificando ao longo dos anos, mas
intensificou-se em 2014, após o Euromaidan — a Primavera ucraniana, uma onda de
manifestações e agitação civil, em que os ucranianos exigiram maior integração
europeia e medidas contra a corrupção no governo — e a anexação da Crimeia.
Com a saída do ex-Presidente pró-russo Viktor
Yanukovych e com um novo regime na Ucrânia que tencionava cortar
todos os laços com a Rússia, o Presidente russo tentou procurar aliados (e
também fontes de informação) que pudesse manter no país vizinho.
Viktor
Medvedchuk tinha o
perfil ideal para ser um intermediário do Kremlin na Ucrânia, uma vez que tinha
desempenhado vários cargos públicos em diversos governos ucranianos e tinha
sido membro do parlamento. Em 2019, quando Volodymyr Zelensky
estava prestes a vencer as eleições e a tornar-se Presidente, o magnata foi um
dos principais mensageiros
do que é que a Rússia esperava do seu mandato: “[O Kremlin]
não tem qualquer expectativa. Querem ver o que acontece depois, com quem é que
ele interagirá e como é que ele o fará”.
Três
anos depois, e 48 dias após o início da invasão russa, Viktor Medvedchuk acabou detido esta terça-feira, uma
informação que foi partilhada pelo próprio Volodymyr Zelensky nas suas redes
sociais. Já tinha
sido condenado a prisão domiciliária, mas após o início guerra tinha conseguido
fugir, tendo estado em paradeiro desconhecido. Mediante uma “operação
especial” dos serviços de informação, o
magnata está agora sob tutela do exército ucraniano, cuja farda usou para se
camuflar. Ao final da noite, depois de o Kremlin ter falado em ‘fake news’,
Zelensky admitiu trocá-lo por prisioneiros ucranianos.
Quando
foi detido, Medvedchuk usava uma farda ucraniana
Abertamente
contra a NATO e contra a política de alinhamento com o Ocidente que a Ucrânia
seguiu nos últimos anos, Viktor
Medvedchuk foi criticando
de forma cada vez mais dura a atuação do Presidente ucraniano. Na sua conta
pessoal no Twitter, o magnata acusava o governo de ouvir tudo o que Ocidente
dizia, “estando sob controlo externo” e a ser alvo de uma “política de
colonização”.Daí que, em parte, tenha ganhado o estatuto de inimigo n.º 1 do
regime ucraniano — e, claro,
de Volodymyr Zelensky.
A ligação ao KGB, os cargos na
Justiça e a fuga para a Suíça
Nascido
em 1954 na Sibéria, que na altura fazia parte da União Soviética tal como a
Ucrânia, Viktor Medvedchuk esteve desde jovem envolvido na atividade política
do regime. Esteve inscrito na Komsomol, organização juvenil soviética, através
da qual entrou para o KGB, a polícia secreta da URSS. Licenciou-se em Direito,
trabalhou como advogado e chegou a altos cargos jurídicos — foi, por exemplo,
membro do Supremo Tribunal de Justiça ucraniano.
O seu percurso na política começou
apenas nos anos 90, após a independência da Ucrânia, devido às boas relações
que mantinha com o primeiro Presidente ucraniano, Leonid Kravchuk — os dois
fundaram o Partido Social Democrata da Ucrânia. O cargo de maior destaque
ocupou-o em 2002, quando se tornou um dos principais braços direitos de Leonid
Kuchma, Presidente pró-Rússia, que levou a que Viktor Medvedchuk privasse e
criasse amizade com Vladimir Putin.
Mesmo
após algumas viragens políticas que o levaram a desaparecer da cena pública, o
magnata continuou, sempre, a apoiar a presença russa na Ucrânia. Em 2012, criou a plataforma Ukrainian Choice, que se
opunha frontalmente à adesão do país quer à União Europeia, quer à NATO. Dois anos mais tarde, com a revolta popular a tomar
conta das ruas e com a deposição do ex-Presidente Viktor Yanukovych, fugiu
para a Suíça.
O regresso à Ucrânia e o substituto
ideal de Zelensky para Putin?
Em
2015 regressou a Ucrânia como mediador de paz, para tentar resolver os
diferendos entre a Rússia e a Ucrânia na região de Donbass. A partir daí, foi
voltando a ganhar preponderância na vida política, defendendo um estatuto
especial para as regiões de Donetsk e Lugansk, uma das justificações que o
Kremlin usou agora para invadir o país.
Juntou-se,
em 2018, à Plataforma de Oposição, partido que defendia os interesses das
minorias russas na Ucrânia. Nas eleições presidenciais de 2019, Viktor Medvedchuk
apoiou Yuri Boyko, tendo usado a sua ligação ao Kremlin para organizar um
encontro entre o candidato e o então primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev.
Contudo, o apoio não surtiu efeito: Yuri Boyko não foi além de um quarto lugar
na primeira volta da votação, não se conseguindo apurar para a segunda.
Todo
este passado político indiciava que Viktor Medvedchuk seria o escolhido por
Vladimir Putin para substituir Volodymyr Zelensky — que o Presidente russo terá
tentado já por várias vezes (e sempre sem sucesso) assassinar. O
Kremlin desejaria que desempenhasse o papel de “Presidente
fantoche”, o que fortaleceria os laços com a Rússia e virava costas à
aproximação ao Ocidente que a Ucrânia tem encetado, copiando o que acontece na
Bielorrúsia.
A acusação de “traição ao mais alto
nível” à Ucrânia
Pelo
meio da sua recente atividade política, Viktor Medvedchuk foi acusado, em 2021,
pelo Ministério Público da Ucrânia de “traição ao mais alto nível”. Em
causa, o incentivo à independência do Donbass e um esquema
que financiava os líderes das regiões separatistas
através dos lucros obtidos pela exploração de recursos naturais na Crimeia.
“Vingança e represálias”, reagiu na altura Viktor Medvedchuk, que ficou em prisão domiciliária com pulseira eletrónica até o início da invasão, que possibilitou a
sua fuga. Na altura
da sua detenção, os serviços de informação ucranianos sinalizaram que os crimes
perpetrados pelos “traidores pró-russos” e pelos “agentes dos serviços secretos
russos” não têm validade — e que a “justiça acabará sempre por chegar”.
Entretanto,
o partido em o magnata que o estava filiando — a Plataforma de Oposição —
também acabou por ser extinto por Volodymyr Zelensky.
As suspeitas de corrupção e os
negócios suspeitos
O
esquema que permitia o financiamento dos líderes separatistas não era o único
escândalo em que estava envolvido Viktor Medvedchuk. O portal de investigação OCCRP dá conta de que o magnata e Taras Kozak, outro político ucraniano,
conseguiram adquirir 42% da empresa petrolífera Yug Energo, de que o bilionário
russo Sergey Kislov era sócio maioritário, por apenas 40 mil dólares (aproximadamente
36 mil euros).
O
valor era irrisório em comparação com o tamanho da empresa: a Yug Energo
explorava a região petrolífera de Novoshakhtinsky, no sul da Rússia, que
obtinha milhões de euros de lucro por ano. Por detrás deste negócio estará o financiamento encapotado do partido Plataforma da
Oposição: no ano em que Viktor Medvedchuk se filiou no partido, os dois
sócios adquiriram 93% da empresa.
Um
caso idêntico ocorreu em 2016, quando o magnata pagou apenas mil dólares (cerca
de 924 euros) pela participação numa empresa que detém os direitos de uma exploração
petrolífera russa que produzquase mil milhões de barris de petróleo por ano.
A casa abandonada: o seu
vagão-restaurante (oferecido pela mulher)
A
fortuna de Viktor Medvedchuk permitia que a gastasse nas mais diversas
excentricidades. No ramo imobiliário, o magnata possuía várias casas na
Ucrânia, que entretanto foram apropriadas pelo governo (tal como um jato que
estava em solo ucraniano).
Uma
equipa de jornalistas do órgão de comunicação social Slidstvo decidiu visitar uma das casas do magnata, em Pushcha-Vodytsya, no norte de
Kiev, que estava em obras. Com uma fachada imponente, o interior da moradia
tinha andaimes, estando despojada de qualquer decoração. No entanto, em certas
divisões, os jornalistas encontraram caixas com objetos valiosos— desde obras
de arte a peças de roupa.
A
descoberta mais surpreendente estava escondida por uma grande cobertura verde. No jardim da aparatosa moradia, Viktor Medvedchuk tinha um vagão-restaurante, uma espécie de
recriação de um comboio luxuoso, com capacidade para 40 pessoas. O interior da carruagem também era faustoso,
com a decoração em tons de dourado a contrastar com o veludo vermelho
das cadeiras e verde dos sofás.
Dentro do vagão, havia uma cozinha, um compartimento VIP, uma casa de banho e um bar —
que curiosamente tinha copos com o brasão de armas da Rússia. Ao que apurou o
Slidstvo junto a um dos construtores do vagão-restaurante, este foi uma prenda de aniversário por
parte da mulher, a apresentadora de televisão Oksana Marchenko.
A construção deste vagão envolveu mais de uma centena
de trabalhadores, tendo durado aproximadamente um ano. A cobertura verde
levava a crer que Viktor Medvedchuk queria escondê-lo de um possível ataque
aéreo. Agora já não deverá poder desfrutar dele.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA
MUNDO RÚSSIA
COMENTÁRIOS:
Ze Da coroa: Agora o
Zelensky quer trocar um cidadão ucraniano que está preso, por outros cidadãos
ucranianos também presos? Essa é nova António Cézanne: Estas viúvas frustradas do Putin que continuam aqui a
vomitar uns comentários, ainda não perceberam que a Ucrânia está em guerra.
Falar de democracias, quando um país está em guerra,
não lembra a ninguém. Os ucranianos
só não fazem 1000 vezes pior aos russos se não conseguirem, porque se
conseguissem até os comiam à dentada, tal como nós cá em Portugal se os russos
se lembrassem de nos invadir. Pudéssemos nós comê-los à dentada que não duravam
dois dias. Enfim, é o que
faz a bebedeira das cartilhas. Tovarishch: Zelensky, afinal, em convergência metodológica (e
anti-democrática!...) com Putin!... As
almas gémeas reconhecem-se e aproximam-se... José Manuel Santos das Couves >
Tovarishch Z: Mas
quem invadiu quem afinal? Parece-me que sabes a resposta... José Paulo C Castro: Mas porque é que todas as ligações políticas do estado
russo vão dar a um início na KGB? Existe
um estado russo ou é uma extensão da famosa organização? José Manuel Santos das CouvesJosé Paulo C Castro: É uma extensão da famosa organização. O próprio
presidente da Rússia uma vez afirmou "once KGB, always KGB" JFK > José Paulo C Castro: George H W Bush foi director da CIA. Vitor Batista > JFK: Mentira. JFK > Vitor Batista: Aproveita
enquanto a burrice não paga imposto José Paulo C Castro > JFK: Eu
disse 'todas'. JFK
> José Paulo C Castro: Mas você não sabe o que diz, anda apenas a ver se
descobre relações escondidas em que ninguém tinha pensado até hoje. José Paulo C Castro > JFK: Ninguém
tinha pensado até hoje? Realmente,
na Rússia o passado é uma coisa que está sempre a evoluir. Simão Cabanita: Alguém que me explique a
diferença entre Viktor Medvedchuk e Mikhail Khodorkovsky?! É que relembro o que foi dito e
escrito no Ocidente sobre a prisão de Khodorkovsky..... portanto o Ocidente tem
de manter as conclusões de que países onde a Justiça imparcial não funciona,
não podem ser considerados democracias. A Ucrânia ilegalizou por exemplo antes da guerra o
Partido Comunista Ucraniano e depois da guerra todos os partidos de Esquerda, a
Ucrânia proibiu o ensino da língua russa nas escolas, a Ucrânia tem vários
problemas com corrupção, todos estas factores são a demonstração de que a Ucrânia
é um estado autoritário na defesa da pessoa de Zelensky, muito semelhante à Rússia
de Putin. Acho portanto normal estas detenções na Ucrânia...... o que eu não acho
normal é continuar a ouvir que isto é uma guerra pela liberdade e democracia,
isto sim é mentira. HERMES > Simão Cabanita: Mas porque é que é um erro ter
ilegalizado o Partido Comunista na Ucrânia? Vc alguma vez leu ou viu ou
contactou com a herança desse comunismo na Ucrânia? É claro que lá como cá jamais
haverá Democracia com um partido como esse. Cá tivemos de ter o 25 de Novembro
para de algum modo nos aliviarmos dessa canga. Ou nunca lhe ensinaram isso? Simão Cabanita > HERMES: Eu sou um democrata..... tal como em Portugal eu não
tenho medo de ideias comunistas, porque sendo eu um democrata considero que é
na discussão de ideias que se faz o combate..... As pessoas que defendem
ilegalizações de partidos alegando factos históricos do passado, são os mesmos
que impediram durante mais de 40 anos que houvesse forças políticas de direita conservadora
em Portugal, alegando nessa caso o medo do estado Novo..... eu tenho a mesma
interpretação da democracia independente das forças políticas em causa, por
isso me considero um democrata e não um democrata quando dá jeito, que é o mais
comum vermos na Europa.
Manuel Mestre > Simão Cabanita: "Alguém que me explique a
diferença entre Viktor Medvedchuk e Mikhail Khodorkovsk? Gostaria muito de
explicar mas não conheço nenhuma dessas encomendas. "a Ucrânia tem vários
problemas com corrupção, todos estas factores são a demonstração de que a Ucrânia
é um estado autoritário na defesa da pessoa de Zelensky, muito semelhante à Rússia
de Putin."... Qual é o país que não tem problemas com a corrupção? Zelensky, muito
semelhante à Rússia de Putin.
HERMES > Simão Cabanita: Eu também sou democrata.
Não tenho medo de ideias
comunistas mas tenho medo das práticas comunistas. Aliás, temos abundância de
material desse tipo para formar opinião. Tal como o fascismo e o nazismo estão
constitucionalmente vedados à nossa democracia também o Comunismo o devia estar
como em muitos países está, expressamente. Mais: o Comunismo em recente
Deliberação do Parlamento Europeu foi considerado e condenado ao nível do
Fascismo e do Nazismo. Mais ainda: o Comunismo continua a não reconhecer as
atrocidades e os crimes contra a Humanidade que semeou pelo mundo,
particularmente pela Europa.
Simão Cabanita > Manuel Mestre: Se existem países como Albânia que pediram a entrada
na UE em 2009, e o grande entrave foi precisamente a corrupção neste país....
Agora vamos ver o caso da Ucrânia, que é só o país com menos PIB per capita
europeu, que tem dos índices de corrupção mais altos do mundo segundo
relatórios da própria UE, e portanto no caso da Ucrânia dizem que pode entrar
na UE em menos de 1 ano..... Perante estes factos pergunto..... democracia não
implica cumprir regras? a UE não tem regras? o que permite portanto à Ucrânia
passar á frente de países tais como Albânia, Macedónia, Montenegro, Sérvia,
Kosovo e Bósnia e Herzegovina? É que também eles tiveram guerra, neste caso alguns
até foram bombardeados pela NATO.... talvez seja essa a razão de não lhes ser
permitido entrar na UE... é que estes países não fazem parte da estratégia
belicista da NATO e portanto não importam.... Simão Cabanita > HERMES: Eu só espero é que não venham defender que meter
pessoas atadas a árvores e postes como andam a fazer em Kiev, como um exemplo
de democracia.... é que começa a ser banal essas ideias intolerantes e que não
gostam de contraditório.... não tenho medo do combate de ideias e é
precisamente no bloqueio das ideias que os fascistas ou comunistas ganham
força. HERMES
> Simão Cabanita: Não
é nada disso. Vc tem uma visão claramente anti-Europa e só quer ver o que lhe
dá jeito... A Ucrânia só
passa à frente desses países em lista de espera por razões de excepção. Que
corrige aliás o erro histórico de em tempo próprio não se ter avançado para
essa integração pelo evidente risco que a Ucrânia corria face à ameaça da
autocracia russa. A regra é — e continuará a ser — a de cumprir quesitos
legais, económicos, de organização institucional e constitucionais muito claros.
Eu sou democrata mas só admito contraditório a quem
admite contraditório — mas, e este mas é mesmo decisivo, uso a regra dos
próprios comunistas de banir tudo o que não quadre com esta regra básica de
Democracia, isto é: quem, neste particular, não pense como eu. Para que provem
do seu próprio veneno.
Manuel Mestre > Simão Cabanita: Há quantos anos é que o actual governo ucraniano está
em funções, há quantos anos é que há corrupção na Ucrânia e há quantos anos o
senhor ignora tudo isso?
joao silva > HERMES: No
dia em que ilegalizam um partido político abrem as portas para Ilegalizar TODOS
os partidos e tornaram o país num regime de partido único. Tenham politicas de extrema esquerda ou de extrema
direita. Além disso,
passam em atestado de menoridade ao Povo que vota. Apoia o pedido de Ana Gomes para ilegalizar o Chega que
é baseado nas mesmas premissas? Um
país que encerra meios de comunicação, que prende jornalistas, que ilegaliza
partidos que persegue minorias étnicas, não é nem nunca será democrático. E os
países que apoiam essa gente nunca poderão invocar a democracia ou a liberdade
para o fazer………….. Simão
Cabanita > Manuel Mestre: Esta discussão demonstra exactamente o meu ponto.....
a definição sobre se determinado partido é fascista depende normalmente da
interpretação de cada um, uns acham que o Chega é fascista, outros não..... e
interpretações sobre a validade democrática de cada partido não podem ficar nas
mãos da interpretação individual de cada um, porque, se assim fosse, ficávamos
na mão de um qualquer governante que interpretava o Chega ou o PCP como
partidos fascistas.....e é isto que se passa na Ucrânia, a definição de
partidos democratas ficou na mão do Zelensky e isto não acontece em países
democratas..... em democracia valoriza-se o combate de ideias, e neste ponto
repito o que escrevi acima, não vejo grandes diferenças entre a Rússia e Ucrânia.
O que eu tenho assistido cada
vez mais é a defesa de ideias dictatoriais que defendem a proibição de partidos
políticos, definindo o que são ideias boas e más, mas em democracia esta
análise é feita no boletim de voto e não por determinação burocrática……….. Otavio Luso: O democrata Zelensky no seu melhor: não defendem o que
eu defendo, extingue-se. Que a Ucrânia,
sob a sua presidência entre na UE, porque ao menos é frontal, ao contrário do
que sucede actualmente na generalidade dos países da UE, onde, na comunicação
social, se abafam as opiniões das oposições e se hipervaloriza o desempenho dos
governos. Hoje a censura
é muito mais subtil e com melhores resultados que no século passado.
……………………….
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