sexta-feira, 1 de abril de 2022

Fofocas


Que nos dão projecção, a nós, portugueses gratos.

Responsável de Dnipro diz que Putin "mais cedo ou mais tarde será um problema para o povo português"

O autarca de Dnipro disse que se Putin não for parado na Ucrânia "vai continuar a destruir o sistema de segurança mundial, e mais cedo ou mais tarde, isso será um problema para o povo português".

AGÊNCIA LUSA: TEXTO

OBSERVADOR, 31 mar 2022, 21:48 5

O presidente da Câmara de Dnipro, a quarta maior da Ucrânia, alertou esta quinta-feira que Portugal deve ajudar a parar a Rússia e apontou a cidadania portuguesa atribuída a Roman Abramovich como exemplo de “dinheiro sujo” que contamina as democracias ocidentais.

Borys Filatov admite que Portugal seja menos sensível à questão russa, um sinal de que a União Europeia “é bastante diversificada” e os países do leste europeu “sabem muito bem que Putin não vai parar” e, por isso, “têm uma postura única e comum”.

“Não gostaria de comentar a posição de Portugal em particular, mas tudo o que eu quero é que o governo português e o povo português compreendam uma simples verdade: se não pararmos Putin aqui na Ucrânia, ele não vai parar; ele vai continuar a destruir o sistema de segurança mundial, e mais cedo ou mais tarde, isso será um problema para o povo português”, explicou Filatov, em entrevista à Lusa.

“Todos nós, as elites ocidentais em primeiro lugar, a Alemanha e a França em particular, permitimos que um novo Hitler florescesse nas terras europeias. Não nos apercebemos que, ao longo dos últimos vinte anos, o novo Reich renasceu — na Rússia — e se não o pararmos agora, o Reich irá alastrar”, salientou, acrescentando “todos precisam de compreender” o problema, “incluindo o governo português”.

Comentando o facto do Presidente Volodomyr Zelensky ter referido Portugal como um dos países que tem dúvidas sobre a entrada na Ucrânia na União Europeia, Borys Filatov afirmou que o “governo português e o povo português precisam de aprender uma coisa: os russos nunca são de confiança, em circunstância alguma”.

“Os russos mentem sempre. Eles mentem o tempo todo e nunca os podemos deixar entrar na nossa casa”, disse o autarca, apontando o processo de atribuição de nacionalidade portuguesa ao oligarca russo Roman Abramovich como um exemplo de corrupção, um caso que está a ser investigado em Portugal.

“Eu gostaria que [os portugueses] pensassem em algo, que pode ser uma espécie de coisa irracional, mas ainda assim é verdade. Abramovich obteve cidadania portuguesa por causa do dinheiro. Primeiro, vem o dinheiro sujo russo, depois os programas russos sujos aparecem na vossa televisão, depois começam a reescrever-vos a história, depois mexem com os vossos contos de fadas, depois mexem com as vossas cabeças, depois os russos deitam-se com as vossas mulheres, e no fim, o vosso país é tomado pelos russos de múltiplas maneiras”, disse Borys Filatov.

Para o autarca, que gere a cidade que tem acolhido mais deslocados de guerra do país, vindos do leste, norte e sul, em fuga dos combates em cidades como Zaporijia, Mariupol, Kharkiv ou a região de Donbass, “os russos nunca poderão ser confiáveis em circunstância alguma, nunca os deixem entrar no vosso negócio; é um país de excluídos e precisa de ser retirado do mapa político do mundo; construam uma cerca alta e de betão à sua volta, e suspendam quaisquer relações diplomáticas”.

Sobre a situação da população russófona, que Putin diz estar a tentar proteger das autoridades ucranianas, o autarca de Dnipro diz que os russos “acreditaram nas suas próprias mentiras”.

“Eu sou russo, o meu pai é russo, a minha mãe é russa. Não há uma gota de sangue ucraniano em mim”, mas se “os russos vierem, irei matá-los sem misericórdia, porque insistem numa “guerra absolutamente sem sentido”.

A mulher de Borys Filatov é da mesma região que Vladimir Putin (São Petersbugo) e a sua sogra ainda lá vive. E quase todos os dias, a sua mulher fala com a mãe, que “compreende a situação da Ucrânia” e “tem pena”, mas, ao mesmo tempo, “continua a acreditar na propaganda” de Moscovo.

“Por exemplo, ela disse-nos, a chorar, que a Polónia quer conquistar Kaliningrado”, um enclave russo no mar Báltico.

Sobre o trabalho do Presidente Volodomyr Zelensky, Borys Filatov, que não é do mesmo partido, admitiu que “tinha problemas de relacionamento” mas agora, “para ser honesto”, todos os políticos “que amam a Ucrânia apoiam o Presidente neste momento”.

E esta união política verifica-se também ao nível das autarquias, como Dnipro. “No nosso conselho municipal, juntámos todos os partidos pró-ucranianos e todos têm responsabilidades”.

GUERRA NA UCRÂNIA   UCRÂNIA   EUROPA   MUNDO   RÚSSIA   VLADIMIR PUTIN

COMENTÁRIOS:

Ram Battue: Ignoro este indivíduo, não me interessa quem é e o que o falou, se é que falou algo. “We can never really get out country back until we get an honest media, because they’re like the policing agent.” Cucurucucu          Alex 2000: A Ucrânia faz o seu jogo de dramatizar a situação para o mundo inteiro, ou pelo menos para toda a Europa. O Putin não tem qualquer hipótese militar contra países da NATO (só com armas nucleares - se é que ainda estão a funcionar). Não existe qualquer evidência de que Rússia esteja interessada em expandir o conflito... até porque não tem capacidade militar.          José Dias: É pá se é o autarca dum sítio que nem sei onde fica a dizer estas coisas só pode ser verdade .... espero que na Ucrânia também oiçam as opiniões da Guida de Arroios e do Santana Lopes sobre política internacional e geo-estratégia!           AdOB: Adoro ver a expressão de falso espanto dos portugueses com a atitude da Rússia. Tal só acontece porque é a Rússia e o portuguesinho não encontra produtos fraquinhos e baratos em lojas russas. Sabemos que a China é pior mas nada fazemos. Estou à espera do dia em que o portuguesinho faça o mesmo teatro com a China. Já não falta muito.            Da Grreite Rizete: Acho bem que se ataque e vilipendie o déspota Putin. Mas ditadores como Maduro, Kim, Díaz-Canel e Xi parecem ser “deixados em paz”. É certo que não invadiram nenhum país, mas não deixam de ser tiranos. Um momento… dizem-me aqui na mesa ao lado que o país do Xi invadiu o Tibete. A sério!? Ah, mas esse, ninguém ousa criticar, sobretudo em Portugal. O Xi é até recebido aqui com direito a tapete vermelho e discurso baboso do pantomineiro de Belém. Contra esse tirano já não se vê ninguém a rasgar as vestes ou a pintar os lábios de vermelho, sobretudo aquele idiota que dirige a “escolinha de corruptos” do PS, a JS. Esse à pergunta: Trump ou Xi, escolhe… Xi! Se ele decidir invadir Taiwan, quero ver se teremos as mesmas reacções que vemos agora relativamente a Putin.

 

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