Conquanto, uma vez mais, pouco efeito
tenha isso, entre os tais, cuja coragem se revela durante a festarola do Avante
e fora dela, nos seus apelos às greves e nos seus comentários provocatórios, na
distância mediática, e no seu sem-pejo da convicção de que vencerão, para seu
proveito, essas mesmas forças a que se acolhem como se acolheram, com convicção,
convictos que nelas sempre esteve a razão… A razão do mais forte, a que lhes é
mais conveniente. Pelo menos enquanto os efeitos dessas forças não venham sobre
nós-outros e eles, ficando-se no arrasamento distante ainda, de nós e deles...
Pomba vermelha
Por maior que seja a foice e o martelo
é impossível esconder a subserviência, a resignação, a cobardia dos que até há
bem pouco tempo se faziam passar por valentes e por autores materiais da
revolução.
NUNO CORREIA DA SILVA, Administrador de empresas, antigo deputado do
CDS-PP
OBSERVADOR, 25 abr 2022, 00:051
Em tempo de comemorações do 25 de Abril,
o PCP prepara-se para mais uma tentativa de capturar os créditos da Liberdade.
Coincidência, ou capricho do destino,
a data representa, também, o fim da obrigatoriedade do uso de máscara e a do
PCP caiu, e caiu com estrondo.
A
defesa mal escondida de Putin, e do seu regime tirano, não só coloca o PCP do
lado errado da história, como esclarece a história do partido e a nossa
história recente.
O
partido que sempre quis fazer sua uma revolução que nasce com um golpe militar
e depois conquista a adesão popular, é o mesmo partido que sente incómodo
indisfarçável com o 25 de Novembro, data que marca a consolidação da
democracia, que coloca um ponto final nessa entidade bizarra, que tudo podia
fazer sem ter recebido qualquer mandato, que foi o Conselho da revolução.
Hoje são indisfarçáveis os propósitos
do PCP, pretendia que o 25 de Abril fosse a substituição de uma ditadura de
direita por uma ditadura de esquerda. Uma ditadura às ordens de Moscovo, um
país satélite e fantoche, com um povo subjugado ao comité central de Moscovo.
Os
mesmos que querem fazer seu um golpe militar são capazes, sem corar de
vergonha, sem qualquer pudor, com descaramento sem igual, de negar à Ucrânia,
invadida, o direito de se defender do invasor.
Não aceitam a resistência do povo
Ucraniano, não sentem a obrigação de ser solidário com quem dá a vida pela
liberdade, não reconhecem bravura nem sentem qualquer admiração perante quem
não capitula face ao poder tirano.
Para
o PCP a Ucrânia deveria render-se, aceitar sem lutar a morte do seu povo, as
mães deveriam oferecer os seus filhos ao Kremlim e os militares deveriam poisar
as armas ajoelhando-se perante os oligarcas que se alimentam da guerra. Um povo
que não luta pela sua Pátria não merece existir.
A
Paz do PCP é a paz dos cemitérios, não só dos cemitérios dos homens, mas também
dos cemitérios da coragem, dos cemitérios da dignidade, dos cemitérios da
liberdade.
O
partido que se mascarou de valentia revelou a maior das cobardias, a
subserviência pelo medo. Para o PCP, apoiar a vítima, apoiar a Ucrânia
invadida, é escalar o conflito é amplificar a guerra, é a insuportável
resistência à resignação.
Por
maior que seja a foice e o martelo, é hoje impossível esconder a subserviência,
a resignação, a cobardia daqueles que até há muito pouco tempo se faziam passar
por valentes e por autores materiais da revolução.
Se
em Abril os militares pensassem como pensa o PCP, a revolução nunca teria
existido.
Se em Abril a vontade de liberdade se
acobardasse perante o medo das armas o golpe militar nunca teria saído dos
quartéis e a revolução jamais teria existido.
A
paz que o PCP apregoa é a paz dos mortos, a paz que substitui a coragem por
sangue, a paz simbolizada pela pomba de sangue, a pomba vermelha.
A forma mais digna que hoje temos
para comemorar a Liberdade é apoiar quem luta por ela.
É
apoiar a Ucrânia, por mais barulho que faça o PCP (PZP) a atitude de Portugal
não pode esgotar-se numa solidariedade vazia, em simples palavras de incentivo
ou no reconhecimento da bravura Ucraniana, Portugal tem de apoiar materialmente
esta luta pela liberdade.
Para os verdadeiros democratas, quando um
luta pela liberdade, lutamos todos, todos estão convocados e Portugal tem de
dizer presente.
COMENTÁRIOS:
Francisco Garcia: O PCP é pela
paz.... mas os partidos comunistas alcançam o poder pela guerra. Rússia, China,
Cuba, Coreia, Vietname.
Paulo Silva: E a pomba
transformou-se em falcão aos olhos incrédulos dos sonâmbulos e dos distraídos…
A máscara dos comunistas portugueses já caiu por
diversas vezes para quem esteve atento, mas nunca por um período tão alargado e
dramático. As já tradicionais lênd(e)as e narrativas do PCP - quais gato
escondido de rabo de fora, ou mais, rabo escondido com gato de fora - já há
muito que fazem parte do anedotário político nacional extravasando o plano
do ridículo, sem no entanto deixarem de manifestar a séria e profunda
insensibilidade dos membros do partido com paredes e telhados de vidro. É
incrível que certas existências persistam na tese de que o PCP lutou pela
Liberdade, quando nunca foi segredo para ninguém que os seus mais queridos
modelos se encontram entre as mais sanguinárias e impositivas tiranias. Uma
anedota diz que os comunistas lutam tanto, tanto, mas tanto pela paz, que não
deixam pedra sobre pedra. Uma fotografia que parece tirada na Ucrânia… Que
o 25 de Abril dos cravas e das pombas vermelhas descanse em paz...
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