quarta-feira, 20 de abril de 2022

POT POURRI


Textos ou excertos de ordem vária, fruto de leituras ou escutas de vária ordem, na sequência da desordem pessoal de quem assiste na distância, naturalmente, e ainda pode ler ou escutar, na distância:

1 -Um comentário descontextualizado - Extraído de um outro texto do OBSERVADOR, a propósito do destino misterioso do navio russo afundado no Mar Negro, que lembrou o submarino afundado no Oceano Árctico

«PENSADOR: Aquando da tragédia com o submarino Kursk que ficou no fundo do mar com centena de tripulantes no seu interior, também a cúpula russa ludibriou o mundo, os russos e, muito especialmente, as FAMÍLIAS dos mortos! Incrível como o pequeno ditador pretende silenciar a verdade e recorre a todos os meios nojentos para o fazer! A vergonha que passou nessa altura, recusando ajuda do Ocidente para tentar salvar os desgraçados dos marinheiros, era já um perigoso sintoma de quem se julga mais do que os outros e que utiliza a vida das pessoas para os seus caprichos porcos e acéfalos! Assim vai este mundo, esta civilização (?) e assim se vão tolerando os novos ditadores... Tudo isto no século XXI

2 -Uma frase: EUA afirmam que Rússia perdeu 25% do poder de combate que enviou para a Ucrânia no início da guerra

O Pentágono revela que os russos juntaram ao seu contingente mais dois grupos de batalhões tácticos. As forças americanas dizem, porém, que a ofensiva na região do Donbass começou de forma limitada.

Agência Lusa: Texto

19 abr 2022, 23:12

A cidade portuária de Mariupol, cercada pelas tropas russas desde o início de março, é ainda palco de combates de rua

SERGEY DOLZHENKO/EPA

3 – Também do OBSERVADOR: A avaliação das Forças Armadas norte-americanas sobre a nova ofensiva da Rússia na região ucraniana do Donbass é que começou de forma limitada, sobretudo numa zona a sudoeste da cidade de Donetsk e a sul de Izyum.

“Quando as pessoas dizem que a ofensiva começou, é isso que referem”, disse um alto responsável do Departamento da Defesa dos Estados Unidos.

O responsável indicou que as tropas russas estão a tomar medidas para aumentar a sua capacidade para realizar operações de combate no Donbass e para “se preparar para aquilo que acreditamos serão maiores ofensivas no futuro”.

Os Estados Unidos estimam que o exército russo perdeu cerca de 25% do poder de combate que enviou para a Ucrânia no início da guerra e, por isso, estão a reequipar unidades de combate terrestre para enviar para território ucraniano.

A mesma fonte do Pentágono precisou que os russos juntaram ao seu contingente mais dois grupos de batalhões táticos nas últimas 24 horas, somando agora um total de 78, em vez dos 65 da semana passada.

Entretanto, a cidade portuária de Mariupol, cercada pelas tropas russas desde o início de março, é ainda palco de combates de rua, afirmou esta terça-feira o governador da região numa entrevista à estação televisiva norte-americana CNN.

Há combates em curso em Mariupol. São combates de rua e não são apenas com armas ligeiras, mas também batalhas de tanques nas ruas da cidade“, declarou Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk.

As zonas onde estão concentrados os combatentes ucranianos, a começar pela zona do complexo metalúrgico Azovstal, “estão sob bombardeamento pesado, mas as defesas estão a aguentar-se”, prosseguiu Kyrylenko.
4 - GUERRA NA UCRÂNIA

Estratégia da "Terra Queimada": como a Ucrânia está a minar as linhas de abastecimento da Rússia

Ucrânia destrói pontes, estradas e ferrovias para retardar avanços russos e cortar o abastecimento de tropas. "Terra Queimada" permitiu comprar tempo. Mas a estratégia pode ser perigosa.

5 -UM TEXTO completo:

Rússia e China: guerra em duas frentes

A Rússia de Putin e a actual liderança chinesa aceitam qualquer tipo de autoritarismo desde que o seu estilo antidemocrático possa ser utilizado para ganhos a nível estratégico.

BERNARDO FILIPE DE FREITAS, Mestrando em Ciência Política e Relações Internacionais no IEP/UC

OBSERVADOR, 19 abr 2022, 00:021

As Democracias estão numa competição em duas frentes que se estende desde a fronteira terrestre entre a Rússia e as Democracias Europeias até à região do Pacífico-Asiático. Consequentemente uma deterioração da posição das Democracias em qualquer um destes blocos pode acarretar um enfraquecimento simultâneo nas duas frentes em disputa, sobretudo se for colocada em causa a operacionalidade de alianças pré-existentes.

Ora segundo o relatório sobre as capacidades militares dos EUA, que o Pentágono elaborou em 2011, a pedido da Administração Obama, ficou demonstrado que os EUA – mesmo na sua condição de nação que mais recursos adjudica ao seu exército por ano – ainda assim só teriam capacidade para suportar um conflito de grande dimensão a cada momento. Consequentemente, mesmo os EUA não conseguiriam enfrentar uma campanha conjunta da China e da Rússia, salvo numa situação em que exista uma efectiva cooperação por parte dos aliados Asiáticos e Europeus, tendo sido este o conjunto de premissas que serviu de base à estratégia dos EUA nos termos fixados pelas “defence policy guides” de 2012.

É igualmente relevante ter em consideração as várias acções que a China e a Rússia adotaram com o propósito de fortalecer a sua relação, seja através de exercícios militares conjuntos, como os que decorreram junto ao Japão, ou através de declarações doutrinárias tais como a que antecedeu a invasão da Ucrânia. A atitude de agressividade que ambos os poderes antidemocráticos estão dispostos a assumir face a qualquer avanço dos regimes de democracia liberal ficou igualmente visível através das posições que tanto a China como a Rússia assumiram nas relações internacionais.

Enquanto a União Soviética e a China maoista adoptavam a regra geral de só pretenderem formar alianças com regimes cuja rejeição da democracia envolvesse uma adesão à ideologia comunista, a Rússia de Putin e a actual liderança chinesa aceitam qualquer tipo de autoritarismo desde que o seu estilo antidemocrático possa ser utilizado para ganhos a nível estratégico. Consequentemente, a nossa dependência face a alianças com regimes democráticos fica incrementada na medida em que quaisquer regimes ou movimentos não democráticos são potenciais colaboradores da China ou da Rússia. A decisão americana de passar a concentrar mais recursos militares na região do Pacífico-Asiático, assim como a criação da aliança militar AUKUS, não diminuem, por agora, a importância estratégica das Democracias situadas na Europa ou na região do Atlântico Norte: é preciso ter em conta o modo pelo qual as duas frentes desta disputa com o autoritarismo comunicam entre si, sendo também relevante sublinhar que dois dos membros fundadores da AUKUS – os EUA e o Reino Unido – são também membros fundadores da NATO.

Os países que não tenham regimes democráticos só poderão participar na geoestratégia das democracias se for reconhecida uma distinção de natureza qualitativa no âmbito atribuído às duas alianças. Esta gestão das várias relações diplomáticas cria um efeito dissuasor de quaisquer erosões da ordem democrática e incentiva regimes híbridos ou de transição a completar a sua passagem para uma democracia. De igual modo, esta política de alianças deve também fazer uso da circunstância de grande quantidade de riqueza produzida a nível mundial ainda se encontrar no campo dos regimes democráticos, isto é, os subsídios e apoios ao desenvolvimento serão um mecanismo de negociação importante.

Será assim necessário criar uma nova frente internacional que, não obstante as suas potenciais contradições internas, represente a doutrina pró-democrática contra os antidemocráticos.

GUERRA NA UCRÂNIA  UCRÂNIA  EUROPA  MUNDO

COMENTÁRIOS

Bento guerra: Como tem feito a "Europa das Liberdades", quando convém.

 

5 - E Augusto Gil:

“Mas as crianças, Senhor!

Porque lhes dais tanta dor?

Porque padecem assim?

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