sábado, 23 de abril de 2022

Quando chegará o ponto final real?

Mas a figura protectora da nossa madrinha Graça Freitas – madrinha de Portugal, substituta do sebastião quer venha ou não, está para ficar, e vem sempre, em aparição mediática sazonal, sem halo embora, mas com asa, a expor as razões de que ela está mesmo a par, segundo explica Alberto Gonçalves, colhidas não no Borda d’Água, mas no dr. Fauci. O melhor é Alberto Gonçalves esquecer isso, pois já se viu que a sua insistência não resulta. A aparição da nossa senhora graça é mesmo periódica, causando os engulhos não digo que gerais, virtuosos que somos na nossa maioria, e cumpridores e amantes da asa. Também eu, assim que a vejo no écran, fujo a sete pés dele. Todavia, já era tempo de AG mudar de página, para temas de um horror, é certo, que não merece ironia mas pelourinho.

Já só os doentes usam máscara

Povos apavorados e dependentes tendem a conceder rédea solta ao Estado a de uma protecção imaginária. A máscara, um farrapinho tonto, é a bandeira dessa relação primitiva e perigosa

ALBERTO GONÇALVES,  Colunista do Observador

OBSERVADOR, 23 abr 2022, 00:214

Nos últimos dias, surgiram por aí diversos vídeos ilustrativos do momento em que, durante os voos, as companhias aéreas americanas anunciaram o fim das máscaras no interior dos aviões. São testemunhos de alegria, inequívoca por parte do pessoal de bordo e, ao que me pareceu, da maioria dos passageiros. Suspeito que a alegria é precoce e, certamente, desajustada. Por um lado, aquela gente agradece a devolução de uma liberdade que, com péssimos modos, lhe fora retirada. Por outro, nem sequer foram os mandantes da imposição a retirá-la, e sim uma juíza na Flórida que decretou ilegal a imposição. O governo federal, aliás, já anunciou que tentará impugnar judicialmente tamanha libertinagem. Uma representante do sr. Biden explicou que é importante o CDC (a DGS de lá, só um nadinha mais composta) não abdicar do poder de despejar proibições em cima da ralé. E vários “especialistas” (tão ridículos quanto os de cá) esclareceram que é importante aguardar – adivinharam – mais duas semanas, as mesmas que se aguardam há dois anos.

Poder e irracionalidade, tragédia e comédia. Cito o exemplo dos EUA porque é dali que têm saído as directivas a cumprir em matéria de Covid, que depois aplicamos com superior zelo e incomparável consenso. A cabecinha do sinistro dr. Fauci, que em jovem alertava para o contágio do HIV pelo ar e em velho garantia que a vacina impediria a infecção pelo coronavírus, é o modelo de quase todas as políticas ocidentais de “combate” à Covid. Nenhuma das políticas resultou, o que não abalou as convicções de quem manda e de quem obedece. Não fosse a evolução natural do vírus, a imunidade natural e, admito, a relativa eficácia das vacinas na prevenção de doenças graves, estaríamos ainda em Abril de 2020. Cheiinhos de medo, muitos cidadãos permanecem em Abril de 2020. Inchados com prepotência, muitos responsáveis fingem permanecer em Abril de 2020.

Não estamos em Abril de 2020. A separar-nos dessa data há um imenso cemitério, onde jazem as vítimas directas da Covid (que as “medidas” não salvaram), as vítimas de doenças graves (que a histeria condenou), incontáveis negócios (que a irresponsabilidade arruinou) e, em vala comum e decomposição avançada, as sucessivas “estratégias” dos governos para travar em vão o bicho. Dos confinamentos à abolição da venda de livros, dos jardins vedados à vacinação de criancinhas, as “estratégias” caíram uma a uma, sem um pedido de desculpas ou o reconhecimento dos erros. Descontadas certas metástases residuais, nos lugares particularmente bárbaros sobrou a máscara.

Tinha de sobrar qualquer coisa. A máscara é o derradeiro símbolo, símbolo da “pandemia” e da tentativa de respectiva perpetuação (já notaram o amalucado gozo com que alguns dizem “a pandemia ainda não acabou”?). As vacinas, que de repente dividiram a humanidade entre devotos e hereges, perderam estatuto tão depressa quanto perdem validade: a lengalenga de que a vacinação nos devolveria a uma vida normal sumiu quando sumiram as tendas de campanha. Por razões sortidas, todas deprimentes, a normalidade não era desejável. A anormalidade prosseguiu através do farrapo na cara, afinal a melhor maneira de anunciar a persistência da Covid, de legitimar os desastres anteriores e de permitir que se continuasse a invocar a “ciência”.

Nunca a ciência, a autêntica, se vira assim pervertida e reduzida a uma palavra vazia para justificar o brutal desprezo pela realidade. Descemos a tal estádio de crendice que se um nutricionista jurar que é vegetariano, ninguém ousará reparar que ele despacha uma posta à mirandesa. O que nos impingiram ao longo destes 25 meses não tem nada de científico: é da ordem do misticismo, da feitiçaria, do pensamento mágico, do fervor religioso ou, pior, da política. Esqueçam, por favor, as conspirações: o vírus chinês constituiu apenas o pretexto ideal para governantes sem escrúpulos subjugarem de vez sociedades infantilizadas, que subitamente se descobriram mortais. Povos apavorados e dependentes tendem a conceder rédea solta ao Estado a troco de uma protecção imaginária. A máscara, um farrapinho tonto, é a bandeira dessa relação primitiva e perigosa.

Não discuto a função profiláctica da máscara, ao que constava somente destinada à protecção de terceiros. Limito-me a citar o citado dr. Fauci, a 8 de Março de 2020: “Não há motivo para usar máscara. No meio de uma epidemia, a máscara pode dar conforto, mas não protege adequadamente” (exactamente duas semanas decorridas – sempre as duas semanas –, a dra. Graça cometeu as famosas declarações acerca de as máscaras conferirem “uma falsa sensação de segurança”). Também não discuto a função profiláctica das leis que decretam a obrigatoriedade da máscara: inúmeros exemplos e comparações provam que é nula. O problema da máscara é mais fundo: se talvez não anule microorganismos, anula de certeza o portador.

Uma pessoa sem rosto, ou de rosto coberto, não é uma pessoa inteira. Não é à toa que na Antiguidade Clássica, leia-se de 2019 para trás, era impossível transpor o check-in do aeroporto com um simples boné. O rosto identifica-nos, distingue-nos, responsabiliza-nos, liga-nos ao próximo, humaniza-nos em suma. Agora que a grotesca obrigação do açaime terminou ou, em lugarejos atrasados, se atenuou, é agradável ver a satisfação dos que regressam à liberdade. E assustam-me os que lhe são indiferentes.

Claro que, como sempre deveria ter sido, cada um usa máscara (ou pendura um regador ao pescoço) se quiser. Mas os que, sem riscos particulares e após tantos abusos e fraudes, a querem usar e o proclamam com orgulho estão a exibir uma submissão que convida múltiplas desgraças, bem maiores que a Covid. Ladrões à parte, dantes só usava máscara quem estava doente. Voltou a ser o caso. “Chalupas”, parece que é o termo.

CORONAVÍRUS  SAÚDE PÚBLICA  SAÚDE

COMENTÁRIOS:

Pontifex Maximus: Pensei que o Alberto fosse contribuir para o desanuviamento e escrever sobre um assunto de interesse. E isso é coisa que não falta, desde a guerra de agressão russa à Ucrânia, as eleições francesas ou o assalto socialista ao pouco que resta do estado em Portugal, mas não, o Alberto lembrou-se do Covid e por isso não passei do título… espero pelo artigo da próxima semana.        Carlos Rosario: Li o seu artigo e acho que é o último que leio. Esperava uma descrição isenta de opiniões pessoais, algumas das quais quase que fruto de um trauma de infância, exteriorizado agora com esta oportunidade. Francamente, esperava melhor.           T Pedra Nussapato: O ressabiamento Dr AG nem lhe permite depois perceber as contradições em que entra. O uso de máscara foi fundamental para manter muitos sectores da sociedade em funcionamento (comércio, escolas, etc) sem permitir o cavalgar da pandemia. Há uma relação directa entre os momentos em que houve grandes ajuntamentos sociais sem máscara (ex, Natal 2020) e as grandes vagas de transmissão. O que irrita o dr AG é ver as pessoas a serem responsáveis e sensatas. Com o nível de transmissão que ainda existe em Portugal, continuarei a usar máscara durante a minha actividade profissional pois contacto com centenas de pessoas semanalmente em espaço fechado. Ninguém se vai importar com isso, só mesmo os "AGs" desta vida!            Maria Augusta > Pedra Nussapato: Uma boa parte das "centenas de pessoas" agradecem. Eu também não gosto de encarar as ventas de um xuxo-comuna.            Ataque aos BotsPedra Nussapato: Não diga mentiras e respeite a ciência. As máscaras não impedem os contágios.         Vera Oliveira: Era bom haver igual fervor para as mulheres obrigadas a usar burka e véu. Afinal, as pessoas mascaradas não são completas. Também me parece que os japoneses, que usam máscara por opção, devem ser bastante incompletos, assim como os médicos e enfermeiros...           Miguel Ramos: O AG derrama conhecimento científico com a convicção típica de quem inquina o que ouve só para se ajustar às suas convicções. O problema maior da máscara não são as questões técnicas, mas sim a forma asquerosa como seres desprezíveis controlaram a narrativa para se elevarem à condição de relevantes e com isso condicionarem a liberdade de ovelhas prontas a serem fechadas em currais.             Dr. Feelgood: Ontem num " Contnente " perto de mim era eu e mais outro desmascarados. Houve um focinheiro que no corredor da caixa ao virar-se ficou a olhar para mim como um burro a olhar para um palácio ao que retribuí com o melhor dos meus sorrisos amarelos. Este povo é um colosso, está tudo grosso.... A luta continua, a vitória é certa !          Pedro Lisboa: Continuo a ver pessoas a conduzirem sozinhas de máscara 😷,continuo a ver pessoas a caminharem na rua sem ninguém por perto e a usarem máscara 😷. Penso que a moda (doença) das máscaras veio para ficar para uma boa parte da população. Só deixarão  de usar máscara 😷,se o governo começar a multar quem a use.              Maria Tubucci: Bom dia. Exacto, os doentes mentais e as ovelhas. Por exemplo, as madames que transformaram o açaime num acessório de moda, que insano. Agora, coitadas, de repente têm de voltar à realidade. Será que aceitam isso? A ver vamos!           O Antivacinas: Artigo na mouche e 1000% certo. A máscara é um símbolo de subjugação e de escravidão. Mas os cobardes adoram ser paus mandados,        Carlos Silva 35 m: Caro AG, É complicado. É complicado, porque se uma pessoa ainda  andar com máscara, ou está doente, ou não tem os dentes todos. É complicado, porque mesmo usando máscara, a careca ficará sempre à vista. É complicado, porque também, sem querer, muita gente passou a falar várias línguas. A com máscara e a sem máscara, tipo Russo e Chinês. Portanto caro AG, para a próxima, quando elaborar a próxima "opinião", sugiro que use máscara e, já agora, caneleiras. Atentamente.             Carlos Silva: Ah Pois Afinal os negacionistas sempre tiveram razão.              Eduardo L: Absolutamente brilhante! Agora só lá vamos se as máscaras forem mesmo proibidas! Tal como dito em baixo, ontem ao fim do dia fui a um supermercado e aprox 90% das pessoas, incluindo os empregados, tinham a máscara, desculpem, nas ventas. Perguntei à menina da caixa, de vinte e poucos anos, se eram obrigados a usar máscara; respondeu-me que o seu uso era facultativo! Sendo os políticos, por natureza, os oportunistas que são, receio que com este grau de devoção do público, assim que a guerra deixe de ser tema e que voltem ao nº de 'casos', a 1ª coisa que vão fazer é repor o uso do farrapo. Só nos safamos se isto não vingar nos outros países da Europa. Afinal de contas há pouco de original por aqui. Tenebroso!            Alfredo Pinha: Uma pena acabarem com as máscaras. Durante estes dois anos, todas as mulheres que vi eram bonitas. De repente, voltaram as feias. Vou continuar a usar a máscara, adoro flirtar só com os olhos. E nem vos falo das consequências mas são muito pouco sanitárias. Paciência! Quanto à crónica, enfim… Coreia do Norte.         Maria Augusta: Um país infestado maioritária e atavicamente por xuxo-comunas.... Poderia ser diferente? -Nãããã....            FME 5 X *: Ontem fui bem cedo ao Cascaishopping propositadamente beber um café sem máscara. Uma forma de comemorar o fim da ditadura sanitária. Tenho esperança que o dia 22 de Abril possa vir a ser declarado feriado. Entrei feliz no centro comercial como os miúdos do filme E Tudo o Vento Levou a correrem no campo das papoilas, mas de repente choquei contra um tanque russo. Andava tudo de máscara. Tudo, ou melhor quase tudo. Arrisquei a aventura pela zona da restauração           António Lamas: Ontem fui ao restaurante que costumo frequentar e não reconheci a dona sem máscara. A senhora envelheceu 10 anos.         techtrilew english6: "Descemos a tal estádio de crendice que se um nutricionista jurar que é vegetariano, ninguém ousará reparar que ele despacha uma posta à mirandesa." Este é um sinal inequívoco da submissão voluntária. Se uma qualquer "autoridade" proclama alguma coisa, então é mesmo verdade. O secretário de estado da saúde, no Observador de hoje: "Era importante fazer uma avaliação do período pós-Páscoa para fazermos uma avaliação dos indicadores em termos de incidência, mortalidade e impacto nos serviços de Saúde. Passados mais de sete dias verificámos que esses indicadores se têm mantido numa zona estável”.  Passaram menos de dois dias entre o recomeço das aulas e a "decisão". Uma "autoridade" já se sente muito confortável para desmentir a aritmética. O nível desse conforto é o grau da nossa submissão.              Paulo Cardoso:  “Claro que, como sempre deveria ter sido, cada um usa máscara (…) se quiser.”. Era assim, que sempre deveria ter sido, mas infelizmente não foi. Todos os índices estão para além “das linhas vermelhas” definidas. A saber: índice de incidência, índice de transmissibilidade e mortes diárias a 14 dias. Mas a obrigatoriedade da máscara, caiu. Concelho de ministros numa quinta durante o dia, promulgação ao fim do mesmo, publicação em DR, antes da 1/2 noite. Denominador comum? O 25 de abril, que ficaria de fora, se não se corresse tanto. E “a evidência científica”, prevaleceu sobre tudo… PQP a todos!!!

 

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