Mas a figura protectora da nossa madrinha
Graça Freitas – madrinha de Portugal, substituta do sebastião quer venha ou não,
está para ficar, e vem sempre, em aparição mediática sazonal, sem halo embora, mas
com asa, a expor as razões de que ela está mesmo a par, segundo explica Alberto
Gonçalves, colhidas não no Borda d’Água, mas no dr. Fauci. O melhor é Alberto
Gonçalves esquecer isso, pois já se viu que a sua insistência não resulta. A aparição
da nossa senhora graça é mesmo periódica, causando os engulhos não digo que
gerais, virtuosos que somos na nossa maioria, e cumpridores e amantes da asa. Também
eu, assim que a vejo no écran, fujo a sete pés dele. Todavia, já era tempo de
AG mudar de página, para temas de um horror, é certo, que não merece ironia mas
pelourinho.
Já só os doentes usam máscara
Povos apavorados e dependentes tendem a conceder rédea solta ao Estado a de uma protecção imaginária. A máscara, um farrapinho tonto, é a bandeira dessa relação primitiva e perigosa
ALBERTO GONÇALVES,
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 23 abr
2022, 00:214
Nos
últimos dias, surgiram por aí diversos vídeos ilustrativos do momento em que,
durante os voos, as companhias aéreas americanas anunciaram o fim das máscaras
no interior dos aviões. São testemunhos de alegria, inequívoca por parte do
pessoal de bordo e, ao que me pareceu, da maioria dos passageiros. Suspeito que
a alegria é precoce e, certamente, desajustada. Por um lado, aquela gente
agradece a devolução de uma liberdade que, com péssimos modos, lhe fora
retirada. Por outro, nem sequer foram os mandantes da imposição a retirá-la,
e sim uma juíza na Flórida que decretou ilegal a imposição. O governo federal,
aliás, já anunciou que tentará impugnar judicialmente tamanha libertinagem.
Uma representante do sr. Biden explicou que é importante o CDC (a DGS de lá,
só um nadinha mais composta) não abdicar do poder de despejar proibições em
cima da ralé. E vários “especialistas” (tão ridículos quanto os de cá)
esclareceram que é importante aguardar – adivinharam – mais duas semanas, as
mesmas que se aguardam há dois anos.
Poder e irracionalidade, tragédia e
comédia. Cito o exemplo dos EUA porque é dali
que têm saído as directivas a cumprir em matéria de Covid, que depois aplicamos
com superior zelo e incomparável consenso. A
cabecinha do sinistro dr. Fauci, que em jovem alertava para o
contágio do HIV pelo ar e em velho garantia que a vacina impediria a infecção
pelo coronavírus, é o modelo de quase todas as políticas ocidentais de
“combate” à Covid. Nenhuma das políticas resultou, o que não abalou as
convicções de quem manda e de quem obedece. Não
fosse a evolução natural do vírus, a imunidade natural e, admito, a relativa
eficácia das vacinas na prevenção de doenças graves, estaríamos ainda em Abril
de 2020. Cheiinhos de medo, muitos cidadãos permanecem em Abril de 2020.
Inchados com prepotência, muitos responsáveis fingem permanecer em Abril de
2020.
Não estamos em Abril de 2020. A separar-nos dessa data há um imenso cemitério, onde
jazem as vítimas directas da Covid (que as “medidas” não salvaram), as vítimas
de doenças graves (que a histeria condenou), incontáveis negócios (que a
irresponsabilidade arruinou) e, em vala comum e decomposição avançada, as
sucessivas “estratégias” dos governos para travar em vão o bicho. Dos confinamentos à abolição da venda de livros,
dos jardins vedados à vacinação de criancinhas, as “estratégias” caíram uma a
uma, sem um pedido de desculpas ou o reconhecimento dos erros. Descontadas
certas metástases residuais, nos lugares particularmente bárbaros sobrou a
máscara.
Tinha
de sobrar qualquer coisa. A máscara é o derradeiro símbolo, símbolo da
“pandemia” e da tentativa de respectiva perpetuação (já notaram o amalucado
gozo com que alguns dizem “a pandemia ainda não acabou”?). As
vacinas, que de repente dividiram a humanidade entre devotos e hereges,
perderam estatuto tão depressa quanto perdem validade: a lengalenga de que a
vacinação nos devolveria a uma vida normal sumiu quando sumiram as tendas de
campanha. Por razões
sortidas, todas deprimentes, a
normalidade não era desejável. A anormalidade prosseguiu através do farrapo na cara,
afinal a melhor maneira de anunciar a persistência da Covid, de legitimar os
desastres anteriores e de permitir que se continuasse a invocar a “ciência”.
Nunca
a ciência, a autêntica, se vira assim pervertida e reduzida a uma palavra vazia
para justificar o brutal desprezo pela realidade. Descemos a tal estádio de
crendice que se um nutricionista jurar que é vegetariano, ninguém ousará
reparar que ele despacha uma posta à mirandesa. O que nos
impingiram ao longo destes 25 meses não tem nada de científico: é da ordem do
misticismo, da feitiçaria, do pensamento mágico, do fervor religioso ou, pior,
da política. Esqueçam,
por favor, as conspirações: o vírus chinês constituiu apenas o pretexto
ideal para governantes sem escrúpulos subjugarem de vez sociedades
infantilizadas, que subitamente se descobriram mortais. Povos
apavorados e dependentes tendem a conceder rédea solta ao Estado a troco de uma
protecção imaginária. A máscara, um farrapinho tonto, é a bandeira dessa
relação primitiva e perigosa.
Não
discuto a função profiláctica da máscara, ao que constava somente destinada à
protecção de terceiros. Limito-me a citar o citado dr. Fauci,
a 8 de Março de 2020: “Não há motivo para usar máscara. No meio de uma epidemia,
a máscara pode dar conforto, mas não protege adequadamente” (exactamente duas
semanas decorridas – sempre as duas semanas –, a dra. Graça cometeu as famosas declarações acerca de
as máscaras conferirem “uma falsa sensação de segurança”). Também não discuto a função profiláctica das leis que
decretam a obrigatoriedade da máscara: inúmeros exemplos e comparações provam
que é nula. O problema
da máscara é mais fundo: se talvez não anule microorganismos, anula de certeza
o portador.
Uma
pessoa sem rosto, ou de rosto coberto, não é uma pessoa inteira. Não é à toa que na Antiguidade Clássica, leia-se de
2019 para trás, era impossível transpor o check-in do aeroporto com um simples
boné. O rosto identifica-nos, distingue-nos,
responsabiliza-nos, liga-nos ao próximo, humaniza-nos em suma. Agora que a
grotesca obrigação do açaime terminou ou, em lugarejos atrasados, se atenuou, é
agradável ver a satisfação dos que regressam à liberdade. E assustam-me os que
lhe são indiferentes.
Claro
que, como sempre deveria ter sido, cada um usa máscara (ou pendura um regador
ao pescoço) se quiser. Mas os que, sem riscos particulares e após tantos
abusos e fraudes, a querem usar e o proclamam com orgulho estão a exibir uma
submissão que convida múltiplas desgraças, bem maiores que a Covid. Ladrões à
parte, dantes só usava máscara quem estava doente. Voltou a ser o caso.
“Chalupas”, parece que é o termo.
CORONAVÍRUS SAÚDE PÚBLICA
SAÚDE
COMENTÁRIOS:
Pontifex Maximus: Pensei que o
Alberto fosse contribuir para o desanuviamento e escrever sobre um assunto de
interesse. E isso é coisa que não falta, desde a guerra de agressão russa à
Ucrânia, as eleições francesas ou o assalto socialista ao pouco que resta do
estado em Portugal, mas não, o Alberto lembrou-se do Covid e por isso não
passei do título… espero pelo artigo da próxima semana. Carlos Rosario: Li o seu artigo e acho que é o último que leio.
Esperava uma descrição isenta de opiniões pessoais, algumas das quais quase que
fruto de um trauma de infância, exteriorizado agora com esta oportunidade.
Francamente, esperava melhor. T Pedra Nussapato: O
ressabiamento Dr AG nem lhe permite depois perceber as contradições em que
entra. O uso de máscara foi fundamental para manter muitos sectores da
sociedade em funcionamento (comércio, escolas, etc) sem permitir o cavalgar da
pandemia. Há uma relação directa entre os momentos em que houve grandes
ajuntamentos sociais sem máscara (ex, Natal 2020) e as grandes vagas de
transmissão. O que irrita o dr AG é ver as pessoas a serem responsáveis e
sensatas. Com o nível de transmissão que ainda existe em Portugal, continuarei
a usar máscara durante a minha actividade profissional pois contacto com
centenas de pessoas semanalmente em espaço fechado. Ninguém se vai importar com
isso, só mesmo os "AGs" desta vida! Maria Augusta > Pedra Nussapato: Uma boa parte das "centenas de pessoas" agradecem.
Eu também não gosto de encarar as ventas de um
xuxo-comuna. Ataque
aos BotsPedra Nussapato: Não diga mentiras e respeite a ciência. As máscaras não
impedem os contágios. Vera
Oliveira: Era bom haver igual fervor para as mulheres
obrigadas a usar burka e véu. Afinal, as pessoas mascaradas não são completas.
Também me parece que os japoneses, que usam máscara por opção, devem ser
bastante incompletos, assim como os médicos e enfermeiros... Miguel Ramos: O AG derrama conhecimento científico com a convicção típica de
quem inquina o que ouve só para se ajustar às suas convicções. O problema maior
da máscara não são as questões técnicas, mas sim a forma asquerosa como seres
desprezíveis controlaram a narrativa para se elevarem à condição de relevantes
e com isso condicionarem a liberdade de ovelhas prontas a serem fechadas em
currais. Dr.
Feelgood: Ontem num " Contnente
" perto de mim era eu e mais outro desmascarados. Houve um focinheiro que no corredor da caixa ao virar-se ficou a
olhar para mim como um burro a olhar para um palácio ao que retribuí com o
melhor dos meus sorrisos amarelos. Este povo é um colosso, está tudo grosso....
A luta continua, a vitória é certa !
Pedro Lisboa: Continuo
a ver pessoas a conduzirem sozinhas de máscara 😷,continuo
a ver pessoas a caminharem na rua sem ninguém por perto e a usarem máscara 😷. Penso que a moda (doença) das máscaras veio para ficar para uma
boa parte da população. Só
deixarão de usar máscara 😷,se
o governo começar a multar quem a use. Maria Tubucci: Bom dia. Exacto, os doentes mentais e as ovelhas. Por exemplo, as madames que transformaram o açaime num acessório
de moda, que insano. Agora,
coitadas, de repente têm de voltar à realidade. Será que aceitam isso? A ver
vamos!
O Antivacinas: Artigo na mouche e 1000%
certo. A máscara é um símbolo de subjugação e de escravidão. Mas os cobardes
adoram ser paus mandados, Carlos
Silva 35 m: Caro AG, É complicado. É complicado, porque se uma pessoa ainda andar com máscara, ou está doente, ou não tem
os dentes todos. É complicado, porque mesmo usando máscara, a careca ficará
sempre à vista. É complicado, porque também, sem querer, muita gente passou a
falar várias línguas. A com máscara e a sem máscara, tipo Russo e Chinês. Portanto
caro AG, para a próxima, quando elaborar a próxima "opinião", sugiro
que use máscara e, já agora, caneleiras. Atentamente. Carlos
Silva: Ah
Pois Afinal os negacionistas sempre tiveram razão. Eduardo L: Absolutamente brilhante! Agora só lá vamos se as máscaras forem
mesmo proibidas! Tal como dito em baixo, ontem ao fim do dia fui a um
supermercado e aprox 90% das pessoas, incluindo os empregados, tinham a
máscara, desculpem, nas ventas. Perguntei à menina da caixa, de vinte e poucos
anos, se eram obrigados a usar máscara; respondeu-me que o seu uso era
facultativo! Sendo os políticos, por natureza, os oportunistas que são, receio
que com este grau de devoção do público, assim que a guerra deixe de ser tema e
que voltem ao nº de 'casos', a 1ª coisa que vão fazer é repor o uso do farrapo.
Só nos safamos se isto não vingar nos outros países da Europa. Afinal de contas
há pouco de original por aqui. Tenebroso! Alfredo Pinha: Uma pena acabarem com as máscaras. Durante estes dois anos, todas
as mulheres que vi eram bonitas. De repente, voltaram as feias. Vou continuar a
usar a máscara, adoro flirtar só com os olhos. E nem vos falo das consequências
mas são muito pouco sanitárias. Paciência! Quanto à crónica, enfim… Coreia do
Norte. Maria
Augusta: Um país infestado maioritária e atavicamente
por xuxo-comunas.... Poderia ser diferente? -Nãããã.... FME 5 X *: Ontem fui bem cedo ao Cascaishopping propositadamente
beber um café sem máscara. Uma forma de comemorar o fim da ditadura sanitária.
Tenho esperança que o dia 22 de Abril possa vir a ser declarado feriado. Entrei
feliz no centro comercial como os miúdos do filme E Tudo o Vento Levou a
correrem no campo das papoilas, mas de repente choquei contra um tanque russo.
Andava tudo de máscara. Tudo, ou melhor quase tudo. Arrisquei a aventura pela
zona da restauração António
Lamas: Ontem fui ao restaurante que costumo
frequentar e não reconheci a dona sem máscara. A senhora envelheceu 10 anos. techtrilew english6: "Descemos a tal estádio de crendice que se um
nutricionista jurar que é vegetariano, ninguém ousará reparar que ele despacha
uma posta à mirandesa." Este
é um sinal inequívoco da submissão voluntária. Se uma qualquer
"autoridade" proclama alguma coisa, então é mesmo verdade. O secretário de estado da saúde, no Observador de hoje:
"Era importante fazer uma avaliação do período pós-Páscoa para fazermos
uma avaliação dos indicadores em termos de incidência, mortalidade e impacto
nos serviços de Saúde. Passados mais de sete dias verificámos que esses
indicadores se têm mantido numa zona estável”. Passaram menos de dois dias entre o recomeço das aulas
e a "decisão". Uma "autoridade" já se sente muito
confortável para desmentir a aritmética. O nível desse conforto é o grau da
nossa submissão.
Paulo Cardoso: “Claro que, como sempre deveria ter sido, cada
um usa máscara (…) se quiser.”. Era assim, que sempre deveria ter sido, mas
infelizmente não foi. Todos os índices estão para além “das linhas vermelhas”
definidas. A saber: índice de incidência, índice de transmissibilidade e mortes
diárias a 14 dias. Mas a obrigatoriedade da máscara, caiu. Concelho de
ministros numa quinta durante o dia, promulgação ao fim do mesmo, publicação em
DR, antes da 1/2 noite. Denominador comum? O 25 de abril, que ficaria de fora,
se não se corresse tanto. E “a evidência científica”, prevaleceu sobre tudo…
PQP a todos!!!
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