Parece risível a actuação “climática” dos
nossos jovens “activistas”, referida com rigorosa precisão referencial e humorística
pelo P. Gonçalo Portocarrero, e muito mais se posta em paralelo com os
acontecimentos que, no outro extremo europeu apontam um clima sério de terror e
coragem - ambos os acontecimentos susceptíveis da nossa indignação, para mais
no contraste entre o sério do brutal e heróico a leste, e o ridículo do
artificial pedante e macaqueador, por cá. Pelo meio, outros casos de relevância
séria, como o de Ronaldo e do Katar.
Refiro ainda alguns comentários certeiros
– o primeiro dos quais de João
Floriano, que põe bem o dedo nas nossas feridas, tristemente
para troçar e desprezar.
I - SÍNTESES NOTICIARÍSTICAS: GUERRA NA
UCRÂNIA
Ducentésimo sexagésimo oitavo dia
Em direto/ Mais de 700 corpos em Kharkiv,
Donestsk e Kherson
22:38 Mais
de 700 cadáveres encontrados em Kharkiv, Donestsk e Kherson
21:50 Explosão em Leningrado causa incêndio de
grandes dimensões
21:06 Zelensky
agradece presença de Sunak, fala da frente e da energia
20:38 Medvedev:
"Zelensky não quer nenhuma negociação por razões egoístas"
20:13 Kherson e Mykolaiv. Evacuação das cidades
já está em marcha
20:05 Tropas
russas aumentam presença no Donbass
O Mundial
mais a sério no meio do faz de conta
Nem tudo o que se critica é sempre assim
mas há elogios a coisas artificiais: como o Qatar se preparou para receber o
Mundial e continua a ter vitórias numa diplomacia que deixa Kissinger
nostálgico.
Um a um, os 8 estádios do Mundial do Qatar
Os oito estádios do Mundial ficam num
raio de menos de 70 quilómetros, têm arrefecimento por causa do
calor, tectos que fecham e várias curiosidades que pode ficar a conhecer aqui.
Perder um
filho. Pais que sentem o mesmo que CR7
Ronaldo revelou na entrevista
a Piers Morgan como perder um filho foi dos momentos mais difíceis da sua vida,
que condicionou o regresso ao futebol. O Observador falou com pais que sentem a
mesma dor.
II- CRÓNICA: As Gretas/os/es de Portugal
Não restam dúvidas sobre a urgência de conquistar os
jovens para a causa ecológica, mas não faz sentido o eco que lhes é dado pelos
media e pelo Governo.
P. GONÇALO PORTOCARRERO DE ALMADA
OBSERVADOR, 19 nov
2022, 00:1726
Esta
semana foram notícia várias manifestações do movimento “Fim ao fóssil:
ocupa!”, em Lisboa: a ocupação
da Escola Artística António Arroio e do antigo Liceu Camões; a interrupção, na
Ordem dos Contabilistas, de uma sessão em que participava o Ministro da
Economia, até serem expulsos pela polícia; e ainda a ocupação da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, de onde foram, a pedido do respectivo
director, desalojados pelas forças de segurança.
Depois
da derrocada do muro de Berlim e a falência política e económica do regime
marxista nos países do Leste europeu, o desinteresse da juventude pelas
ideologias políticas foi acentuado e, por isso, é mais fácil captar a sua
atenção para agendas políticas concretas, como é a questão ecológica. As
alterações climáticas também são, afinal, uma questão política, a que o Papa
Francisco tem dado especial relevância no seu pontificado, tendo até convocado
um sínodo dos Bispos sobre a Amazónia, que não é propriamente uma temática
eclesial, e escrito uma encíclica sobre a casa comum, a Laudato si.
Muito
embora a questão ambiental não seja de esquerda – a ecologia é parte importante
da espiritualidade franciscana e uma das apostas principais do escutismo
cristão – nem anticapitalista – Chernobyl
aconteceu na antiga URSS e a China comunista, onde é
impensável uma ‘greve climática’, é uma das potências mundiais mais poluentes – a extrema-esquerda apropriou-se agora desta causa,
dando-lhe um cunho ideológico. As
alterações climáticas são um pretexto para impor uma ideologia totalitária que,
ao reduzir o ser humano a um mero ser vivo, permitiria espezinhar os direitos
inerentes à sua dignidade, em nome da salvação do planeta. Por isso, nalguns
cartazes da marcha pelo clima que, em Lisboa, reuniu dezenas de pessoas,
viam-se frases como “Enterrar o capitalismo com os combustíveis fósseis”, e
“Por 1,5 graus, fim ao capitalismo”. Um ‘jovem’ manifestante de 61 anos, Álvaro
Fonseca, da Rede para o Decrescimento, disse que a causa profunda da crise
climática “é um sistema que está completamente alienado e obcecado pela ideia
do crescimento económico, como forma de promover o bem-estar”.
Não
estranha, portanto, que vários partidos políticos da extrema esquerda
“integraram o final da marcha, como o Livre, os Verdes e o MAS”, bem como a
coordenadora do Bloco, que afirmou: “É absolutamente justa esta luta, é pela
vida de todas as gerações, de toda a gente” (Público, 13-11-22), o que
contradiz o programa do seu partido político, que é um dos principais
promotores do aborto e da eutanásia.
Para
além da organização Greve Climática Estudantil, esta manifestação contou com o
apoio de várias instituições ambientalistas alheias ao meio académico, como a
Climáximo, a Zero, e a Rede para o Decrescimento. Assim se explica a presença
de Sinan Eden, de 36 anos, activista ambientalista da Climáximo, que parece não
ser português, nem estudante de coisa nenhuma. Nem todos o fizeram com a mesma
intencionalidade política: um biólogo e investigador da Universidade de Évora,
integrou a manifestação como quem participa numa romaria, pois “veio à marcha
com os dois filhos e a mulher, e também enquanto integrante do Coro da Achada”.
Segundo
uma das organizadoras deste protesto, o mesmo tem duas principais metas: “que o
Governo declare o fim aos fósseis até 2030 e a demissão imediata do ministro do
Mar e da Economia, António Costa e Silva.”
Antes da marcha, Ana Carvalho, de 23 anos e uma das organizadoras da ocupação
da Faculdade de Letras, confidenciou: “tivemos uma semana a fazer actividades
sobre justiça climática, sobre o que é o movimento contra o fim ao fóssil. Tivemos
uma aula de ecopoesia lindíssima.”
Não restam dúvidas sobre a urgência
de conquistar os jovens para esta causa, que requer o empenhamento de todos e
exige uma corresponsabilidade mundial, sobretudo através de uma melhor formação
científica e de acções concretas, segundo a boa tradição escutista: plantar
árvores, cuidar do meio-ambiente, retirar detritos das praias, optar por uma
vida mais saudável e sóbria, menos dependente dos dispositivos electrónicos,
etc.
Quando
a Greta Thunberg foi notícia pelo seu activismo ambiental, não podia ser levada
a sério, porque era ridículo que uma jovem sueca a quem, decerto, nunca faltou
nada, acusasse o mundo inteiro de lhe ter roubado a juventude. Há milhões de outras raparigas que, no Sudão, no
Mali, na Nigéria, no Paquistão, na Índia, em Cuba, na Coreia do Norte, etc.,
nunca tiveram sequer uma habitação digna, uma alimentação equilibrada ou
instrução básica. As queixas da menina Thunberg mais não são, afinal, do que
amuos de uma maldisposta adolescente a quem não se deve dar importância. Melhor
teria sido que o seu tempo de antena tivesse servido para dar a conhecer a
miséria de tantos jovens, da sua idade, a quem falta uma digna subsistência,
para já não falar dos que vivem sob um. regime totalitário, como acontece nos
países comunistas, ou nos Estados que adoptaram a sharia como lei
fundamental
Que
Greta Thunberg falte às
aulas para fazer uma greve dita climática, é uma opção dela, dos encarregados
da sua educação e da sua escola. Não é assunto que interesse a opinião pública,
porque não é perita na matéria, nem representa ninguém: fala a título
individual, de uma questão para a qual não está, em termos científicos,
minimamente credenciada. Que sentido faz a imprensa de todo o mundo dar-lhe
tanto palco?! Como explicar que até o Secretário-Geral da ONU a receba?!
O mesmo se diga do que
aconteceu no nosso país. Que haja estudantes que querem fazer greve, para
participarem numa manifestação a favor do clima, não tem nenhuma relevância:
desde sempre todos os pretextos foram bons para faltar às aulas. Se querem protestar publicamente, que o façam, desde
que se sujeitem às inevitáveis consequências académicas e respeitem a ordem
pública. Mas que ocupem edifícios do Estado, como a Escola António Arroio e a
Faculdade de Letras, não é aceitável.
Como
os manifestantes ‘exigiram’ a demissão imediata do Ministro da Economia e do
Mar – esta gente não se fica por menos!
– não é que o próprio os recebeu!? Com efeito, no passado dia 15, na sede do
ministério, teve lugar a reunião de António Costa e Silva, ladeado por quatro
assessores, com seis estudantes, todas mulheres, que se limitaram a exigir a
saída do ministro, a quem leram o texto da carta da sua reivindicada demissão!
Contudo, não foram capazes de apresentar qualquer proposta. Depois do encontro,
Costa e Silva disse: “Não podemos construir um país com futuro sem os jovens.
Estava preparado para os ouvir. Eles não querem discutir questões e soluções”.
É caso para perguntar: mas o ilustre governante e os seus assessores esperavam
o quê?! Será que não têm mais nada que fazer?!
Um
dos activistas, que se faz chamar Ideal (?!) Maia e teve honras de Telejornal,
talvez por ser uma figura verdadeiramente bizarra, afirmou categoricamente que este plano do ministro inclui “fósseis por todo o
lado”. Quando
a jornalista lhe pediu um exemplo, o dito não foi capaz de dizer nada porque,
como admitiu, não conhece o tal plano do ministro, cuja demissão exige com
tanta determinação.
Pergunta-se: que sentido faz transmitir, no telejornal nacional, as declarações
de alguém que protesta, por um alegado plano que nem sequer conhece, e para o
qual não tem nenhuma alternativa?!
Jesus,
com doze anos, protagonizou uma atitude de rebeldia: em vez de acompanhar os
seus pais no regresso a Nazaré, permaneceu no templo de Jerusalém, dialogando
com os doutores da lei. Porém, logo que foi encontrado por Maria e José,
regressou com eles à Galileia, onde lhes obedecia e “crescia em sabedoria, em
estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 41-52).
Um bom conselho para as Gretas, Gretos e Gretes de
Portugal: cresçam (e apareçam!) em sabedoria e graça, não se deixem
instrumentalizar e um dia, com a vossa competência profissional, sejam úteis ao
planeta e ao país!
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS CLIMA AMBIENTE CIÊNCIA PROTESTOS SOCIEDADE JOVENS
COMENTÁRIOS:
João Floriano: Excelente! Ao contrário do articulista considero a
divulgação em prime time uma maneira de mostrar as fragilidades e ignorâncias
destes jovens que de activistas nada têm. O que assistimos na última semana foi um
circo umas vezes exasperante outras vezes ridículo de um grupo de jovens
manipulados pelas organizações e partidos que o artigo identifica e conduzidos
por arruaceiros com doutoramento em desobediência civil, certamente
matéria a incluir na cadeira de cidadania e logo desde o infantário. Estes
grupos de pretensos activistas estão-se nas tintas para o clima e para os
fósseis. Muitos deles não prescindem dos mercedes dos pais, dos
smartphones de última geração e do duche morno que o fóssil lhes
proporciona. Têm horror ao capitalismo, que por sua vez também lhes proporciona
uma rica vida. As causas ambientais, fracturantes, o protesto inconsequente e
irresponsável são um instrumento contra o capitalismo satânico. O protesto é
livre desde que não colida com a liberdade de quem não quer protestar ou o faz
de outra forma. No presente caso os ditos activistas de fancaria foram longe de
mais com o beneplácito dos responsáveis pela defesa do estado de direito, mas
como tinham as costas quentes pela extrema esquerda, puderam exibir sem grandes
contrariedades a sua dolorosa ignorância , mais dolorosa para nós do que para
eles. Coronavirus
corona: A defesa do
ambiente, a defesa dos animais, fazem parte da doutrina católica desde há
séculos (antes destas manifestações anti-touradas já a igreja criticava em
1567). A questão é que, à imagem dos cátaros, os ambientalistas deturparam a
doutrina e entraram numa espiral de radicalismo. Como recordou o papa no sínodo
da Amazónia, "não serve um conservadorismo que se preocupa com o bioma
porém ignora os povos". Por outras palavras, não podemos focar no ambiente
relegando o homem. O homem faz parte da ecologia. O homem não é um extra-terrestre
que ocupou o espaço de outros. E é neste ponto que os ambientalistas, tal como
os cátaros, entram num extremismo. Carminda Damiao: Excelente artigo. Parabéns e obrigada. José Miranda:
Óptimo artigo. Ouvi no Rádio Observador uma tal Susana elogiar estes “
jovens que se manifestam da forma que entendem”. Também considerou que a chamada “ geração rasca” de que
ela fez parte, também se manifestou de forma notável, como, por
exemplo, mostrar “ o rabo a um ministro “. Observador,
tomem em atenção o ridículo de alguns colaboradores. Isabel Amorim: Óptimo e completo artigo. É mesmo isso tudo. Agora desabafo eu já que me permitem... Quando ouço,
leio ou me dizem "sou um activista" ou "sempre fui um
activista" com ar compenetradamente orgulhoso fico logo alérgica, a
reacção é mesmo física. Bastam 3 perguntas para desmontar o dito. É relativamente
fácil desmontar a peça. Geralmente são ou foram os que mais usaram dos
recursos pelos quais se batem e não têm a minima noção da realidade e também do
ridículo que são (se estivessem calados e agissem de facto no seu
dia-a-dia, tudo bem) Se são novos, da geração casa/carro dos papás /escola casa
pejados de trastes sem utilidade, escravos das Nikes e dos (normalmente)
iphones/Mac, e muito "viajados" com grandes farras de viagens de
estudantes e overdoses de idas a festivais, ou se são mais velhos já com
passados de muitos kms de pegadas ecológicas, frustrados, rodeados de
"barulho" dos corredores dos facebook e afins, resta-lhes juntarem-se
"guiarem" os mais novos, com ideias e recursos para as lutas/eventos
que invariavelmente acabam com comezainas e trocas de contactos para engrossar
a lista de "amigos" ou "seguidores" para encherem o ego e
não se sentirem sozinhos. Cabeças desordenadas, sem fé em absolutamente nada,
procuram o impossível para preencher o vazio que têm. Mimados, egoístas, frustrados,
preguiçosos, desequilibrados, não actuam sozinhos (cumprir o que apregoam
no dia a dia) porque querem e precisam de público porque se tornaram
insaciáveis pois querem ser originais, os primeiros. Qual quê cumprir no dia-a-dia
o máximo possível, anonimamente? Ah isso é que não, dá trabalho e não destaca. Entretanto
os populistas dos "políticos" com passados idênticos servem-se desta
gente incoerente para cumprir facilmente a agenda imposta e importada, é por
isso que têm tantas benesses, vender a alma ao diabo que hoje só veste Prada
não fica barato... A esquerda clonou em si a ecologia porque não dá
muito jeito falar das atrocidades do socialismo/comunismo, com a Natureza é
sempre uma coisa boa. A verdadeira ecologia está no equilíbrio de tudo, maneira
de comer, vestir, estar na vida, com respeito aos outros e ao que nos rodeia,
normal. Não, para esta gente que depois (e que continua) a ser a grande
poluidora porque não prescinde de facto de nada, só o demonstra nas ditas
manifestações ou quando compra uma escova de dentes de bambu. E com esta
gente doente, histérica e malcriada, temos que nos reinventar nós os que
tiveram uma educação normal e equilibrada com respeito a tudo o mais possível,
mas anónimos, e viver quase que num ghetto para não sermos afectados por estes
personagens com problemas psicológicos e por causa desta gente poluidora,
preguiçosa e prepotente, acordamos todos os dias com menos liberdade e
intromissão no foro privado. Essa é que é essa. E fico doeeeente!
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