Jaime Nogueira Pinto pondo os pontos nos ii. No desassombro da sua
sapiência e do seu destemor.
Brasil:
um país partido a meio
Para muitos, o problema é que a
Direita se afirma agora nas urnas e nas ruas contra uma Esquerda instalada nas
burocracias do poder e da influência mediática.
JAIME NOGUEIRA PINTO, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 05 nov 2022, 00:1937
A primeira e óbvia conclusão a tirar
da segunda volta da eleição presidencial brasileira é que o Brasil é um país
dividido. E dividido por várias linhas e razões.
Dividido a meio: 50,87% para o
vencedor, Lula, com 60 milhões de votos, e 49,13% para o vencido, Bolsonaro,
com 58 milhões de votos. Isto depois
de os institutos de sondagens terem dado Lula por eleito à primeira volta com
grande folga e o darem depois como vencedor à segunda volta com uma margem que
oscilaria entre 6% e 2%.
Mas
não é só por aqui que passa a divisão.
Enquanto as presidenciais deram a vitória tangencial a Lula, as eleições
para o Congresso foram claramente ganhas pela Direita, com o partido de
Bolsonaro em primeiro lugar. E como foi também a Direita que ganhou a
maioria dos governos estaduais, a Esquerda, embora tenha progredido no
Congresso, tirando lugares ao centro, ficou ali minoritária. Assim, várias
publicações têm vindo a classificar este Congresso como “o mais à direita da
História do Brasil”, em democracia.
O Nordeste contra o Resto
A
divisão no Brasil é também geoeconómica e geopolítica. O mapa da
votação por regiões e Estados é esclarecedor:
no Nordeste, Lula vence Bolsonaro com 70% dos votos contra 30%, mas, no Norte,
Bolsonaro consegue 51% contra os 49% de Lula e vence-o também no Sul, com 62%
contra 38%, bem como no Sudeste (54% contra 46%) e no Centro Oeste (60% contra
40%). Assim, o Centro e o Sul do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, os Estados mais ricos, desenvolvidos e industrializados e mais
produtivos – votaram Bolsonaro. Em Minas Gerais, houve empate. O
Nordeste, antiga terra de coronéis e peões, zona dependente dos subsídios e ajudas
estatais que corresponde, economicamente, a 15% do PIB brasileiro, votou Lula. E como sublinha a Limes, a revista italiana de
geopolítica, esta divisão territorial tem vindo a verificar-se em todas as
eleições nos últimos vinte anos, estendendo-se, sempre segundo a Limes, a
grupos ideológicos e sócio-profissionais:
“Além da comunidade evangélica, os
empresários, os profissionais liberais, os agricultores e os membros das forças
de segurança votaram em massa em Bolsonaro. Professores, jornalistas, intelectuais,
desempregados, população carcerária e favelados votaram por Lula.”
Estes dois Brasis não vão ser
fáceis de reconciliar pelo Presidente eleito Lula da Silva – como o não seriam
por Bolsonaro, caso tivesse vencido a eleição.
De qualquer forma, levando em conta a
hostilidade e o discurso de ódio a que foi sujeito o Presidente vencido, o seu
governo e o seu mandato, é surpreendente o resultado de Bolsonaro, o bloco de
apoio que manteve e o voto popular que resistiu a semelhante pressão.
Os nossos media domésticos
limitaram-se a fazer o que quase sempre fazem, na ânsia de pertenceram à
comunidade informativa internacional liberal chic ou radical
chic: uma cópia servil zelosamente exagerada até à caricatura da autoproclamada
imprensa de referência, já de si com proverbiais tiques de
“imparcialidade jornalística”.
O coro da “imprensa de referência”
No
tempo dos “outros senhores”, na “longa noite fascista”, com o controle censório
da televisão, da rádio e da imprensa, o discurso mediático era uniforme. A proeza
dos media da nossa democracia – pivots, jornalistas,
comentadores, “especialistas” – é a de, sendo tantos e tão livres, conseguirem
dizer, com pequenas variantes, a mesma coisa sobre quase tudo o que é
importante.
Por
isso, quanto às eleições brasileiras, o discurso foi o do costume. Há sempre
uns “bons” e uns “maus”, que a comunicação social responsável e livre sabe já
quem são. Os “bons” são sempre fantásticos, como Biden, os “maus” são sempre
péssimos, como o Trump. Quando o “bom” tem, apesar de tudo, o currículo do
Lula, disfarça-se e diz-se mais mal do “mau”, de Bolsonaro.
Se
não, veja-se a imprensa de referência, os grandes diários da Euro-América:
para o The Guardian, “o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro”
enfrentava “o seu rival esquerdista Lula da Silva”. Para o mesmo The
Guardian, os grandes apoiantes de Bolsonaro eram “as elites brancas
endinheiradas e a comunidade evangélica”. Para o El País, o Brasil,
“o futuro do mundo”, voltava “à cena internacional com Lula, e reforçava a
democracia frente às derivas iliberais”. Também aí, “el ultra-derechista
Jair Bolsonaro” desafiava “el esquerdista” Lula da Silva. Bolsonaro
era, também para o diário espanhol “o culpado de centenas de milhares de
mortes, graças a uma campanha de desprestígio da Ciência e da Medicina e de
negacionismo das máscaras e vacinas durante a pandemia do Covid-19”. Já Lula
era um modelo de “moderação, pragmatismo e espírito de concórdia”. Nem uma
palavra sobre o governo Lula, com o ministro José Dirceu e os provados e
comprovados subornos, biliões roubados e negócios sujos com grandes empresas
públicas e privadas brasileiras com ramificações em Portugal. E que
ramificações. Mas disso, nem uma linha.
Para
o New York Times, Bolsonaro era réu dos 700 000 mortos por Covid e o
grande destruidor da floresta amazónica.
O Le
Monde, previsivelmente, pintava as eleições como o grande duelo entre “l’icone
de la gauche” e “le président de l’extrême droite”; e o La
Repubblica, italiano, puxava para título “Brasile: la notte della
liberazione” (como se a presidência de Bolsonaro fosse uma ditadura ou uma
ocupação estrangeira), congratulando-se com o regresso ao poder do
“ex-metalomecânico idealista e pragmático” Lula da
Silva. Sobre o mecanismo de corrupção do PT, os ministros do PT e os milhões de
Reais que receberam, anos a fio, das grandes construtoras brasileiras, nada.
A
vitória de Lula teve, ao menos, o mérito de unir dois inimigos figadais e
assanhados – Joe Biden
e Vladimir Putin. Biden
dirigiu felicitações a Lula pela sua vitória “na sequência de eleições livres,
justas e credíveis”, mostrando-se ansioso por trabalhar com Lula “para
prosseguir a colaboração entre os nossos dois países”. E rivalizando em calor
com Biden, Putin escreveu: “os resultados da eleição confirmaram a sua grande
autoridade política”; “faremos esforços conjuntos para uma cooperação
russo-brasileira em todos os domínios”.
A América do Sul toda à esquerda
Com a vitória de Lula, completa-se o
domínio da esquerda radical na América do Sul, da Venezuela chavista ao Chile,
onde o Presidente Gabriel Boric viu recentemente rejeitado em referendo popular
um projecto constitucional alternativo.
A
proposta constitucional de Boric, considerada uma das mais progressistas do
mundo, tinha mais de uma centena de “direitos” e destinava-se a substituir a
Constituição de 1980, do tempo de Augusto Pinochet. No entanto, o “Não” ganhou
por uma votação expressiva – 62% contra 38% (facto que a comunicação social de
referência, de lá e de cá, fez por esquecer).
A vaga esquerdista na América Latina
acentuou-se entre 2018 e 2020 com as vitórias de candidatos da nova esquerda no
México, na Argentina e na Bolívia; em 2021 o desfecho repetiu-se no Peru e nas
Honduras; este ano foram três grandes países da América do Sul: o Chile, a
Colômbia e o Brasil. Em quatro
anos, da eleição de Andrés Lopéz Obrador no México à vitória tangencial de
Lula, a vaga invadiu as seis maiores economias da América Latina – Brasil,
México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru –,
agora governadas por presidentes de esquerda.
É
uma esquerda com a nova agenda, desde o fim dos combustíveis fósseis ao direito
pleno ao aborto. Se bem que a
realidade possa corrigi-la (Boric viu a sua Constituição progressista derrotada
e o peruano Castillo enfrenta uma baixa de popularidade, com 62% dos inquiridos
a avaliarem negativamente o seu desempenho e 60% a considerarem-no corrupto), o índice
de pobreza está a agravar-se e estas seis economias e os seus povos vão com
toda a certeza passar um mau bocado.
A Direita na rua e nas urnas
O
Brasil pós-eleitoral – que ameaçava grande tensão, com muitos partidários de
Bolsonaro nas ruas a protestar contra o que consideram uma fraude lulista e os
camionistas a bloquearem estradas – parece em vias de acalmar, depois de o
Presidente ter dado início à transição e ter apelado aos seus partidários para
desimpedirem o tráfego que prejudicava a economia e muitos cidadãos inocentes.
Nestas
intervenções, Bolsonaro tem-se mostrado sereno e disciplinado, com ar de quem
aprendeu a lição. Dada a
proximidade dos resultados, a sua derrota (como a de Donald Trump) fica
sobretudo a dever-se ao modo leviano e à retórica rude e depreciativa com que
lidou com a Pandemia. Na campanha, a sua argumentação contra Lula
centrou-se na corrupção do adversário e associados. Mas o que era um tema vivo
e quente em 2018, com a investigação do Juiz Moro, com o processo Lava-Jato,
com o desfile dos corruptos e dos seus cúmplices e delatores nos órgãos de
informação a todas as horas, tinha já arrefecido. A operação de
esquecimento e branqueamento já fora posta em marcha em nome do projecto
principal de afastar Bolsonaro do poder; um projecto que reunia esquerdas
fanáticas e direitas globalistas. Porque são o globalismo e o
soberanismo que hoje dividem o mundo.
Mesmo assim, Bolsonaro e a Direita
brasileira podem considerar-se em forma e em força, passada esta prova de fogo.
Com a hostilidade geral dos media, dos comentadores, dos
“especialistas” e dos observatórios (que aguardam ansiosos os generosos
subsídios do Forum de São Paulo e afins), e estando “o “fascista Bolsonaro” a
enfrentar um “homem de esquerda”, mas com muita abertura e apoio ao centro e
até à direita da esquerda, é extraordinário que tenha tido tanto apoio – e não
só de “deploráveis”.
Para
muitos, o problema é que a Direita se afirma agora nas urnas e nas ruas contra
uma Esquerda instalada nas burocracias do poder e da influência mediática. Deve
ser por isso – como alguém escrevia aqui e bem – que os jornalistas, “especialistas”
e comentadores tanto se agitam, alertando em coro para o “perigo fascista”, num
despropósito de tal forma caricato que até do próprio “campo socialista” chegam
denúncias.
ELEIÇÕES NO
BRASIL BRASIL MUNDO
COMENTÁRIOS:
Ark NabuL > Alberico Lopes:
Então saíu da frigideira para o
fogo! Pedro:
"No tempo
dos “outros senhores”, na “longa noite fascista”, com o controle censório da
televisão, da rádio e da imprensa, o discurso mediático era uniforme. A proeza
dos media da nossa democracia – pivots, jornalistas,
comentadores, “especialistas” – é a de, sendo tantos e tão livres, conseguirem
dizer, com pequenas variantes, a mesma coisa sobre quase tudo o que é
importante". Está aqui tudo, brilhante! Uma imprensa comprometida,
parcial e absolutamente sem vergonha. Coronavirus corona: Quando o Observador foi criado
pensei para mim que o domínio e o controlo da esquerda sobre todos os órgãos de
comunicação social estava a acabar. Por intermédio de um mistério qualquer, o
Observador - à excepção dos seus cronistas, que mantêm a diversidade - também
embalou pela mesma pauta. Gostava mesmo muito de saber o que se passou com este
jornal. Parabéns pela crónica. Eu compreendo que o não faça, mas o jornal
em que escreve é a mesmíssima coisa.
Maria Nunes: Excelente. A imprensa, como é habitual, teve um
desempenho vergonhoso. Não me canso de dizer que, um dos motivos pelo qual
assino o Observador, são os artigos de JNP. Zé Telhado: Muito bom! Bolsonaro e Trump os
únicos “ditadores fascistas” derrotados em eleições democráticas! Pena a
comunicação social, especialistas e ativistas não estarem preocupados com a
magnífica qualidade da democracia da Venezuela, China, Rússia, Irão, Turquia,
etc…, com a mesma paixão que demostram nos casos supracitados! Fernando
Prata: Excelente artigo. É evidente que os povos da América Latina vão afundar na
pobreza e na corrupção. O mesmo aconteceria cá, caso não estivéssemos no Euro.
Mesmo assim, é o que é!
Zé Colmeia: "...a sua derrota (como a de Donald Trump) fica
sobretudo a dever-se ao modo leviano e à retórica rude e depreciativa com que
lidou com a Pandemia". É verdade. Mas como é que se lida com uma pandemia
que matou 0,01% (ou menos) dos infectados? É para levar a sério? Se acham que
estou a exagerar, os números são estes: n.° de infectados, 632 350 000; n.° de
mortos, 6 600 000 - e não estão contabilizados os que tiveram a doença e não
foram diagnosticados (já para não falar dos que morreram por outras causas, mas
como espirraram antes de morrer foram contabilizados nos mortos por covid). Rui Lima: Nisto de direita esquerda só há
um aspecto que me interessa segurança /liberdade que estão ligadas quando não
temos segurança não temos liberdade . Vamos ver o nível de criminalidade que
espera os brasileiro, porque não é notícia o brutal aumento do crime nos USA,
os habitantes Chicago devem ter saudades dos tempos de Al Capone a violência
era mais previsível . Com o “fim” da polícia, que desde o movimento Black
Lives Matter, não se atreve mais a intervir nos bairros ou a perseguir
criminosos, o crime bate recordes vitimando em 1.º lugar os mais pobres que a esquerda
diz proteger da polícia. O Lula , Partido Democrata e toda a esquerda
ainda não percebeu que muito do voto no Bolsonaro, Republicanos ou
na direita não é ideológico é para não ter medo de sair de casa . Joaquim Almeida: Parabéns, JNP : haja
alguém que faça luz contra a mentira e a mistificação
reinantes nos media a respeito do Brasil. Também valeria a
pena lembrar a acção totalitária do Trib. Constitucional (STF), que é
urgentíssimo o novo Congresso travar mediante
"impeachment" do tirano juiz Alex. de Moraes e de mais
dois ou três comparsas. - aí reside um eficacíssimo aliado da esquerda
e um descarado cínico inimigo do povo e das suas liberdades
constitucionais.
Maria Alva: Excelente. A imprensa "progressista" é
realmente dominante e pretende classificar os actores políticos em bons e maus.
Penso que grande parte é resultado do domínio absoluto da esquerda (e extrema
esquerda) nos cursos de comunicação em todo o mundo. Miguel
Sanches: Clarinho como água. Mas há, e de que maneira, quem não
veja. Lá chegaremos. Ark NabuL > Fernando Prata: A taxa de pobreza na Venezuela
é superior a 90%, com violência estratosférica. Ainda assim, tem a bênção da
esquerda. João
Floriano: Jaime Nogueira
Pinto arrumando a casa e pondo bastante gelo no ardor da esquerda. De
facto em democracia tão importante é o governo como a oposição e os
números e o Senado vão permitir o escrutínio dos Lulistas mesmo com uma CS
assanhada a favor de Lula da Silva. Por outro lado, Lula chega à presidência
numa altura muito sensível da economia e finança mundial. Há clientelas à
espera de serem servidas. Vai ser difícil contentar todos e a corrupção vai
novamente subir em flecha. Embora a vingança não seja geralmente um sentimento
nobre, a direita vai ter motivos para gozar o tal prato que se serve frio. Maria Emília
Ranhada Santos: O que vai ainda dando um pouco de Oxigénio à
humanidade são as redes sociais, porque pela grande comunicação social, já
estava tudo asfixiado! Temos todos que apagar as televisões, a minha já está, e
procurar informação em redes fiáveis, porque os corporativistas apenas desejam
matar, levar à falência, destruir, desmantelar, enfim libertarem-se dos seres
humanos que consideram a mais, para povoarem o planeta com monstros criados por
eles com as novas tecnologias, Deus não vai permitir! A tempo e horas Ele vai intervir
e mostrar a esses capangas miseráveis qual é o lugar deles! Tenhamos coragem! Mário TC:
Excelente, sem
sombra de dúvida uma das melhores (se não a melhor) análise às eleições no
Brasil. Parabéns pela sua objectividade e conhecimento. José Paulo C Castro
> Coronavirus corona.
As escolas de
comunicação social estão nas faculdades cada vez mais woke e passam para as
redações. Quem não alinhar, não tem carreira. E ambicionam uma carreira paga
por dinheiros públicos, como se isso garantisse a sua independência e não fosse
já uma opção ideológica implícita e limitadora dessa independência. Qualquer
projecto tem de trabalhar com jornalistas destes. Por isso é que a opinião é
importante. É o que resta de pluralismo. Por exemplo, quando conduzo e ouço
notícias, na TSF ou qualquer órgão do mesmo grupo, parece que tudo aquilo sai
directamente da agenda dos assessores mediáticos do PM e do PR. Faz sentido,
pois é o Estado que de recados. Alberico
Lopes: Fantástico
artigo! A realidade nua e crua do que é uma imprensa e comentadores pagos para
assim doutrinar o povo! Nas nossas televisões chegou a ser obsceno o que se
ouviu! Claro que passei a ver o Netflix! Maria Melo:
Obrigada, Jaime,
pelo óptimo artigo. Haja alguém que aponte a verdade e a vergonha de um grande
país como o Brasil ter um Presidente presidiário, solto com recurso a esquemas,
“erro processual”…. A Comunicação Social, em Portugal e por toda a Europa,
não é séria na abordagem, quando dá as notícias, sempre que se trata de
“Esquerda e Direita”. Há um complexo esquerdista que se está a alastrar devido
às suas “metamorfoses”. Em Portugal, existe falta de imparcialidade. O
jornalismo, por definição, deve ser isento. José Paulo C Castro: A democracia passa hoje,
totalmente, pelo controlo do quarto poder. Garantir que é isento passaria pelas
faculdades e pelo regulador mas não se consegue tirar de lá quem tomou aquilo
de assalto. O problema também está relacionado com o financiamento, cada
vez mais institucional e menos dependente das audiências e da qualidade do
trabalho. Quanto à direita no Brasil, tem agora uma posição fácil e inteligente
para pôr em prática. Com o controlo estadual dos estados ricos e do Congresso,
basta propor uma redução substancial do orçamento federal nas áreas sociais e
devolver essas competências a cada estado. Lula ficará sem verbas para
satisfazer a sua massa eleitoral e o impacto será maior nos estados 'pedintes'
da sua maioria.
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