terça-feira, 1 de novembro de 2022

Em tempo de guerra abstrusa


Partirmos para uma galáxia sem grande precisão descritiva científica, é uma forma de fugirmos  momentaneamente dos espaços não imprecisos, hélas! cá da minúscula Terra Nostra que as manobras telescópicas revelam, quando enfiada no infinitamente grande - ou menor - das vias lácteas do seu enquadramento. Repousemos, pois, no prazer dessa leitura.

Telescópio Hubble divulga fotografia de galáxia "misteriosa e obscura"

Telescópio Hubble capturou imagens de uma teia de galáxias conhecida como Abell 611, composta por "misteriosa" matéria escura que é um grande quebra-cabeças da física.

OBSERVADOR: Texto

01 nov 2022, 10:22 2 

O telescópio espacial Hubble revelou imagens de uma teia de galáxias unidas que a Agência Espacial Europeia (ESA) comparou a “uma teia de aranha“. Este aglomerado, chamado Abell 611, continua a ser um mistério para os astrónomos. Neste dia das bruxas, o projecto da NASA e da ESA decidiu revelar fotografias deste segredo obscuro das profundezas misteriosas do universo. Para os humanos no planeta Terra, a escala dos objectos espaciais é enorme, no entanto o conjunto de galáxias Abell 611, a aproximadamente 3,2 mil milhões de anos-luz, excede o tamanho do Sistema Solar. De acordo com a revista de tecnologia e ciência Inverse, a matéria que compõe o universo é complexa e em muitos detalhes difícil de provar ou esclarecer, pelo que esta teia galáctica não contém massa suficiente para se manter unida, o que continua a confundir os cientistas.“O mistério que mantém esta teia de aranha cósmica de galáxias unida dentro da Abell 611 permanece sem solução”, escreveu a chefe de comunicações da ESA, Bethany Downer, citada pela mesma fonte. Na imagem divulgada a 27 de outubro, existe algo invisível a olho humano, algo capaz de distorcer a luz e criar uma lente gravitacional que pode esticar a aparência de várias galáxias. Os astrónomos, actualmente, acreditam que 85% do universo é composto por uma substância conhecida como matéria escura. Segundo o site científico Phys, ao analisar as imagens parece não existir massa suficiente em rápida rotação que consiga manter a teia fixa de forma a evitar que o aglomerado se desfaça. Este é um dos problemas teóricos dos estudiosos do espaço, em estruturas massivas, como grandes galáxias – estas simplesmente parece que não têm combinação de materiais suficientes e podem partir-se a qualquer momento. Estas características não acontecem em escalas cósmicas menores. Tomando como exemplo a passagem dos planetas do Sistema Solar em redor do Sol é calculada com relativa facilidade através da medição das massas e localização dos astros. Não é necessária nenhuma massa extra para explicar a integridade do Sistema Solar, mas a mesma fonte questiona o porquê de esta teoria falhar em escalas maiores. “O conjunto Abell 611 são laboratórios ideais para quantificar a matéria escura devido às abundantes lentes gravitacionais visíveis no conjunto”, disse Downer citada pela Inverse. Observe o filamento à esquerda do centro brilhante da imagem, que poderá ser a luz que reflecte do exterior da Abell 611 e que está esticada pela gravidade da matéria escura invisível.

Centenas de pequenas galáxias aparecem nesta visão. Suas cores variam. Alguns são tons de laranja, enquanto outros são brancos. A maioria aparece como ovais difusos, mas algumas têm braços espirais distintos. Abell 611

Os astrónomos vão recebendo várias dicas ao longo dos seus projectos e formam teorias sobre o comportamento deste componente físico. Deste modo, Downer explica que os astrónomos acreditam que o grau da curva que se faz acompanhar na imagem deve revelar a verdadeira quantidade de massa do sistema, o que os deixa completamente “loucos” pois a diferença entre a massa que é possível calcular e a massa que é possível observar-se “é impressionante“, como se de um segredo negro nas profundezas do universo se tratasse, mas sem dúvida um dos maiores mistérios da astrofísica moderna. Falemos de teorias. Na cosmologia, a teoria estudada e predominante no Universo aponta que existem grandes quantidades deste tipo de matéria, e o seu nome sombrio “escura” ou “negra” refere-se apenas ao facto de as quantidades serem desconhecidas por não conseguirem interagir com a luz ou com outras matérias, ou seja, “uma matéria completamente desconhecida” e difícil de rotular.

Mas com os esforços científicos para descobrir mais acerca desta substância, de acordo com o site Phys, a grande maioria dos elementos encontrados e possíveis componentes de matéria escura podem-se enquadrar em duas categorias: ou são alguma partícula que existe em grandes quantidades em todo o meio cósmico, mas que por algum motivo não consegue interagir com a luz; ou trata-se de um objectivo massivo que também existe em grande abundância mas não se consegue ainda detectar com a actual tecnologia dos telescópios.

ESPAÇO   CIÊNCIA

COMENTÁRIOS:

Horácio Marrazes: "A teia de galáxia 911excede o tamanho do Sistema Solar..." Quem isto escreveu de duas uma: - Ou confundiu o 1Nov. com o 1Abr. - Ou não sabe NADA sobre esta matéria.

Nuno Camara > Horácio Marrazes: Sim. Surreal. Cada uma galaxias excede o tamanho do sistema solar.

A 611 sendo uma teia de galáxia excede seguramente o tamanho da via láctea. 

 

 

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