quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Mas fartamo-nos de ser sensíveis


Ao que se passa no Qatar, parece que o nosso PP vai lá defender os direitos humanos.

PJ detém 40 pessoas por suspeita de tráfico humano de centenas de imigrantes no Alentejo

PJ desfez uma rede de tráfico humano sediada em Beja que escravizava centenas de pessoas em campos agrícolas no Alentejo. Solicitadora criava documentos falsos e fazia contratos com empresas fantasma.

MARTA LEITE FERREIRA: Texto

OBSERVADOR, 23 nov. 2022, 09:50

Cerca de 40 pessoas foram detidas numa megaoperação da Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa por suspeitas de submeterem centenas de trabalhadores estrangeiros a condições de escravatura em campos agrícolas no Alentejo, está a noticiar a CNN Portugal.

A operação da PJ, que envolveu mais de 400 elementos e 60 buscas, desfez uma rede de tráfico humano sediada em Beja. As vítimas eram abordadas nos países de origem — na maioria dos casos, Ucrânia, Roménia, Índia, Paquistão e Timor — e convidadas a virem para Portugal, onde lhes esperaria um salário, boas condições de trabalho e alojamento.

A realidade, no entanto, era outra: segundo a CNN Portugal, os supostos empregadores ficavam com os salários das vítimas, afirmando que estavam em dívida com a empresa por causa dos gastos com a viagem para Portugal e com o alojamento. Os trabalhadores tinham pouco tempo de descanso, eram submetidos a trabalhos pesados e ameaçados com violência física — cotra eles e contra as famílias.

Os líderes da rede serão de origem romena e alegadamente distribuem os lucros por todos os membros da organização, que inclui uma solicitadora portuguesa que trabalhava na vila alentejana de Cuba. A sua função seria a de falsificar documentos para os trabalhadores e criar empresas fantasma com quem eles celebrariam contratos de trabalho.

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