Digo, do ódio. Está bem presente nos comentários – oportunistas – da maioria dos comentadores, decididamente afeitos ao preconceito actualmente em uso, do “tudo pela solidariedade racial, nada contra essa”. Não importam os outros crimes de que trata António Barreto – parricídios, filicídios, infanticídios, assassinatos – além das deformações sociais implicando perversões de ordem vária – que definem a nossa sociedade – o que está a dar é mesmo essa da questão racial, que põe em destaque, essencialmente, a tendência acusatória dos falsos beneméritos dos tristes povos-alvo do racismo. Não importa que seja um texto lúcido de alguém que analisa dois parâmetros da questão: Há racismo e racistas em Portugal. Portugal não é um país racista. Os verbos haver e ser naturalmente de semântica divergente e em oposta lógica de afirmação e negação. A maioria dos comentadores ataca e desvirtua a argumentação de António Barreto, ardilosamente indiferentes a esse facto, mas não indiferentes à sua superioridade de pensamento e de expressão, provocadora de reacções alérgicas, de que o tal racismo é apenas pretexto.
OPINIÃO: Crime e preconceito
Há racismo em Portugal? Com certeza.
Há racistas em Portugal? Evidentemente. Portugal é um país racista? Não, nem
faz sentido tal observação. Na legislação, nos tribunais, nos sistemas de saúde
e educação, em nenhum dispositivo legal há conteúdos racistas e de segregação
racial objectiva. Mais: a legislação e a Constituição proíbem as manifestações
de racismo. São estas considerações que permitem dizer que “Portugal não é um
país racista”.
ANTÓNIO BARRETO
PÚBLICO, 2 de
Agosto de 2020
É
provável que o assassino de Bruno Candé
tenha agido também com
preconceitos racistas. Se assim for, é de esperar que o tema seja
esclarecido, que todos possam debater o assunto e que, se as houver, seja
possível retirar lições para ver o que se pode fazer a fim de diminuir este
género de crime.
Tenhamos
consciência de que o crime também pode resultar de uma rixa de bairro, na qual
se poderão eventualmente detectar várias responsabilidades, mesmo se as do
assassino são sempre mil vezes mais culposas do que as da vítima. Entre a briga
de vizinhos e o preconceito racial, há uma gama de variedades possíveis que expliquem
o que se passou.
Além disso, é necessário ter em
consideração que o crime com conotações raciais não é o pior, nem excepcional.
O assassinato da mulher pelo marido ou de mulheres por predadores sexuais não é
menos grave, com atenuantes possíveis. O assassinato de crianças pelos pais,
parentes ou “tarados” também não é de menor relevo. O assassinato de idosos por
sadismo ou cupidez não é mais brando do que qualquer outro acima referido. O
assassinato de trabalhadores nos seus postos de trabalho ou de comerciantes nas
suas lojas (como se tem visto, com alguma frequência, com portugueses
residentes na Venezuela, no Brasil, na África do Sul ou em Moçambique) não pode
ser considerado como crime maior só pelo facto de as vítimas serem nossos
compatriotas, nem menor por se tratar de brancos em terras de cores.
Todos
estes crimes são detestáveis e deveriam ser castigados com severidade, sem
considerações de comiseração de contexto, segundo as quais há tolerância por
causa do estatuto social, da educação e das condições de habitação. Estes
crimes, com ou sem preconceito, com ou sem condições de contexto, devem ser
julgados por si. Sem atenuantes.
Os crimes raciais, categoria em que o de Moscavide poderia incluir-se,
não devem ser considerados mais odiosos do que os outros. Nem o contrário. Há
países e sociedades nos quais matar alguém da minoria (negro, asiático, cigano,
hispano, branco, índio…) merece pouca atenção. Períodos houve na história
europeia e americana, por exemplo, em que a morte de um branco às mãos de um
negro ou de um cigano era crime horrendo, mas o assassinato de um negro ou de
um cigano por brancos era já crime de menor importância, a merecer a análise
das circunstâncias atenuantes. Hoje, vivemos a situação
inversa.
É
certamente uma das perversões causadas pelo preconceito, aquela que sugere que
a condição social ou racial do criminoso, assim como a da vítima, definem graus
de culpa variáveis. Os crimes com evidentes implicações racistas (foram vários
nos últimos anos em Portugal) suscitaram justificadas emoções, o que é
compreensível. Mas não se pode aceitar que esses crimes sejam piores do que os
outros, os que não têm implicações raciais e têm razões económicas, sociais,
sexuais e religiosas. Como não é aceitável que a identidade das vítimas ou dos
criminosos só seja revelada segundo as conveniências.
O que se passou recentemente, no
mundo inteiro, com o assassinato de George Floyd por um polícia
americano, comoveu a opinião pública e os movimentos de protesto espalharam-se em poucos dias a
dezenas de países. Foi certamente um dos momentos em que o contágio
por solidariedade se fez mais rapidamente e a mais locais do mundo. Em certo
sentido, quem se preocupa com a decência nas relações humanas sentiu com emoção
esta espécie de “onda de solidariedade” que atravessou o planeta.
O problema é que a solidariedade é muitas vezes selectiva: a naturalidade, a raça e a crença da vítima e do
perpetrador influenciam o julgamento, a solidariedade e as consequências
judiciais. Na história recente, é sabido que, na Europa e nos Estados
Unidos, os crimes cometidos pelas polícias foram primeiro objecto de
condescendência, para serem agora considerados com especial ferocidade. Enquanto
os crimes cometidos por africanos começaram por ser muito severamente
condenados, para agora serem “compreendidos”. Também faz
parte da história recente o tratamento diferenciado dos ricos e dos pobres
perante crimes patrimoniais: os roubos de umas dezenas de euros ou dólares,
castigados com anos de prisão, contrastam com os assaltos de milhões
transformados em perdas ou erros justificados.
A
solidariedade e a indignação selectivas são hoje moeda corrente, mas
representam sempre um grau muito baixo da moral colectiva.
Em
Portugal, vivemos dias particularmente sensíveis. Por razões justificadas,
movimentos de minorias têm vindo a organizar a sua actividade na defesa de
interesses e na afirmação de cidadania. Por razões de oportunismo, alguns
movimentos e forças políticas entenderam explorar todas as situações em que
possam enxertar a indignação e a solidariedade selectivas. Assim é que se tenta exacerbar a questão do
racismo em Portugal, em polémica quase sempre destituída de razão.
O
problema tem sentido. Mas a polémica é inútil e artificial. Há racismo em
Portugal? Com certeza. Há racistas em Portugal? Evidentemente.
Portugal é um país racista? Não, nem faz sentido tal observação. Na legislação, nos tribunais, nos sistemas de saúde e
educação, em nenhum dispositivo legal há conteúdos racistas e de segregação
racial objectiva. Mais: a legislação e a Constituição proíbem as manifestações
de racismo. São estas considerações que permitem dizer que “Portugal não é um
país racista”, o que parece ferir as sensibilidades de alguns políticos, mas
também que as designações de “racismo estrutural” e “racismo sistémico” são
meros divertimentos semióticos de quem quer alimentar uma disciplina na sua
faculdade.
O mundo contemporâneo tem de
aprender a tratar do problema do racismo.
É uma das suas grandes chagas. Racismos de todas as cores e com implicações
sociais, culturais, políticas e económicas. Racismos em todos os continentes,
entre etnias diferentes ou contra as minorias. Certos países são racistas,
enquanto em outros há racismos, diferenças evidentes, mas que não
interessam aos agitadores de ocasião.
Em praticamente todos os países que adquiriram a independência depois da
Segunda Guerra, surgiram, por vezes violentamente, fenómenos de racismo contra
grupos locais, contra antigos colonos e contra vizinhos rivais. Nenhum
continente está hoje livre de racismo. Um mundo mais decente é um mundo
com menos racismo, mais integração e mais igualdade de oportunidades. E com
menos pessoas apostadas em exacerbar os racismos por oportunismo político.
Sociólogo
TÓPICOS
OPINIÃO
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COMENTÁRIOS:
blablazada
INICIANTE: O raciocínio do articulista é igual do sr ventura, ambos afirmam
o mesmo: - Portugal não é um país racista. Quanto ao sr ventura aquela
afirmação advém do seu amor à camisola e dali não se espera nada. Já quanto ao
sr barreto a afirmação só pode derivar do trabalho de campo que como sociólogo
terá feito para essa mesma conclusão. Mas não...afinal não faz aqui nenhuma
referência a qualquer trabalho, o que seria fundamental para a sustentar. Ora o
que se conhece aponta no sentido oposto. A ESS promoveu um inquérito (Público
de 27/06) em que conclui que 62% dos portugueses manifestam racismo + quem
discorda de todas as crenças racistas representa apenas 11% da população.
francisco
cruz EXPERIENTE: Senhor Barreto, reforme a sua visão do
mundo. Sim Portugal é racista, xenófobo, misógino e por aí adiante. Portugal e
o resto das sociedades "plantadas" neste Planeta Azul. Sim,
inclusivamente África também é racista. Contudo, os bebés que nascem em
Portugal e no resto do mundo, quando nascem, seguramente não gritam: pretos
cuidem-se eu sou um supremacista branco, venho ao mundo para vos rebentar o
couro. Os preconceitos não são inatos, são adquiridos e alimentados pelas
crianças onde o ambiente é propício. Família preconceituosa transmite
preconceito a seus filhos. A Humanidade precisa de um sistema de ensino onde
nas escolas se contrarie de modo inteligente esta realidade vergonhosa.
Conhecimento, Educação e Cultura inovadoras que contrarie a prática lambe-botas
ao Mainstream.
manuelserra72
EXPERIENTE: Não percam muito tempo com comentários, porque o técnico
"afinador" da liberdade de expressão deve estar de folga. Amanha faz
a "limpeza" e apaga tudo.
Daniel
A. Seabra INICIANTE: São estas considerações que permitem
dizer que “Portugal não é um país racista”, o que parece ferir as
sensibilidades de alguns políticos, mas também que as designações de “racismo
estrutural” e “racismo sistémico” são meros divertimentos semióticos de quem
quer alimentar uma disciplina na sua faculdade. Um sociólogo como António
Barreto tem a obrigação de conhecer os estudos do Prof. Jorge Vala sobre
racismo. Tem também a obrigação - até pelo que escreve neste texto - de saber
que as estruturas sociais se reproduzem através de práticas quotidianas
concretas. E isso é patente nas representações sociais, no acesso ao trabalho,
no acesso à habitação e outras esferas da vida social. Não chega o plano formal
da legislação. Um texto absolutamente lamentável.
Jose EXPERIENTE: Ana Antonio o racismo é uma
das muitas desigualdades sociais. Como todas as desigualdades sociais tem
origem na exploração de uns por outros. A erradicação, na sociedade, da
desigualdade material dos seus membros é condição "sine qua non" para
erradicar todas as desigualdades. A prioridade da luta dos povos consiste em
lutar pelo estabelecimento da igualdade material.
joorge INICIANTE: Confunde-se lei com barbaridades
individuais. Felizmente vivemos num país onde se pode, escudados pela lei,
levar a tribunal cidadão ou força da lei que nos ataque ou ofenda. Está é a
fronteira -radical - entre civilização e selvajaria. Maus funcionamentos de
tribunais ou juizes não invalidam esta realidade.
Fowler FowlerINICIANTE: É o preconceito que leva, muitas vezes,
ao crime, e dificilmente ocorre o contrário. Aconteceu, mais uma vez, nos
subúrbios onde comunidades de pretos, brancos e ciganos partilham a pobreza, o
racismo e o preconceito. Que diria agora João Panasco desta fatalidade em solo
luso?
Lourenço INFLUENTE: Enfim algum contraditório
a essas teorias identitárias importadas do mundo anglo saxônico e que tão prejudiciais
se têm revelado ao fazer exatamente o contrário do que promovem agravando o
racismo e os conflitos sociais ao invés de os atenuar.
Bom
dia, Lisboa! INFLUENTE: [2a. tentativa] Agradecia ao Público me
deixasse publicar o comentário que se segue. Tentei enviá-lo há pouco, mas
via-se que havia uma reticência do jornal em deixá-lo passar. Por favor, sejam
calmos, lúcidos, e não impinjam subserviências injustificadas aos seus
leitores-assinantes-comentadores. Toda a gente sabe que António Barreto é uma
personalidade em Portugal, mas se escreve deve poder ser sujeito ao escrutínio
de quem o lê. Obrigado. Bem, é o seguinte, e é simples: Penso que devemos
varrer prioritariamente as imundícies que encharcam hoje e aqui a nossa própria
porta, deixando para os outros a responsabilidade de varrerem as deles.
Relativizar de mais é como querer afogar o peixe na água. Ora, tal é aqui
impossível, pois houve morte bárbara de homem negro por ser negro. Não dá.
J
Paez INICIANTE Tanta parra e pouco sumo!
rafael.guerra
EXPERIENTE: Os racistas que pululam por
aqui, nunca sentiram na pele o que é a discriminação. Perguntem aos emigrantes
que andam lá fora a lutar pela vida. Para muitos chauvinistas como os
Brexiteers mais duros os portugueses são os negros do sul ou árabes do norte,
mamões e calões, raça inferior e cultura menor, inúteis bronzeados dum país
onde as mulheres têm bigode. Somos todos os negros de alguém, mas o racista
nacional consola-se como pode.
joorge INICIANTE: Há racistas em Portugal?
Claro que há! Gente estupida e animalesca há em toda a parte. Mas vão até aos
liceus portugueses e vejam miúdas brancas agarradas aos beijos a miúdos negros e
vice-versa. Agora experimentem ir até aos liceus do Mississipi. É esta a
diferença. Se desmentirem, mentem. Já vi. Parecem planetas diferentes.
StormfrontXXI.935151
INICIANTE: Organizações e partidos que vêm à praça pública dar sentenças e
pedir justiça antes sequer da investigação ter começado, peças jornalísticas
onde já se definiu a narrativa do evento e se fala de um racismo estrutural que
não existe em nenhuma lei, delegações estrangeiras de visita, pedidos de
subsídio vitalício, manifestações organizadas por influencers com menos de 5
mil seguidores, manifestações onde se lê ''parem de nos matar''... o que é
preciso neste momento é calma e racionalidade.
joorge
INICIANTE: Este, é claro, está a falar da PSP, que antes de investigar se
põe a lançar bitaites.
cidadania
123 INICIANTE: Joorge, a psp não investiga estes crimes,
mas como primeira autoridade faz o auto e recolhe testemunhos. E com base nos
mesmos disse que não havia indicações de racismo. Vale o que vale nessa fase, mas
sempre vale mais que as afirmações incendiárias de políticos e outros que nada
sabem, exceto o que precisam para a sua causa: homem negro morto por homem
branco.
José
Almeida INICIANTE: Há um "truque" neste artigo:
Portugal não é um País racista no tocante às suas instituições, é verdade, mas
há cada vez mais gente racista a coberto dessas mesmas instituições e esse é o
problema. Um problema social, de má formação moral e humanista que se entranha
e prolifera.
Colete
Amarelo EXPERIENTE: Consideremos também as almas dos outros.
Jorge Manuel da Rocha Barreira INICIANTE: Dr. António Barreto. A sua homilia sobre
o racismo em Portugal deixou-me perplexo. O sr. diz que Portugal não é um país
racista, é a sua opinião que não é minimamente sustentada. É triste que , como
sociólogo e portanto estudioso da mentalidade das pessoas e da forma como elas
atuam em sociedades tribais, não tenha o discernimento de analisar esta caso
nesse enquadramento. Lamento e fico totalmente desiludido.
Bolsominion #2710.881784 EXPERIENTE: Já não lia sofisma desta qualidade há
muito tempo. Há racismo em Portugal, ok, há racistas em Portugal, claro, mas
Portugal não é um país racista, portanto está tratado. O que é um país racista?
É quando as linhas no mapa-mundo são racistas? Alguém arranja países
sorridentes, ou países tristes? Um homem escuta "Preto, vai para a tua
terra" antes de ser assassinado na rua e temos tugas neste jornal a jurar
a pés juntos que isto não é racista, mas ficamos a saber que Portugal não é
racista, ufa, isto é um alívio.
StormfrontXXI.935151
INICIANTE: Exemplos de países racistas no passado: EUA sob Jim Crow,
Australia sob White Australia Policy, África do Sul sob Apartheid. Exemplos
modernos: Libéria, Malásia, Um insulto de cariz racista num meio duma discussão
não é suficiente para caracterizar uma pessoa de racista, do mesmo modo que não
seria suficiente acusar o suspeito de odiar obesos se Bruno Candé tivesse uns
quilinhos e tivesse sido insultado por isso. Temos o perfil do suspeito? Se era
tão racista, há mais comportamentos e crimes no seu passado? Era membro de
organizações racistas? Frequentava sites e/ou postava comentários de ódio
racial?
Rita_Laranjeira
INICIANTE. Se ler outra vez e fizer um esforço por raciocinar talvez chegue
lá.
bertholdalfredkleineidam.935770
INICIANTE: Bolsominion: totalmente de acordo consigo. De que serve termos
uma Constituição pluralista, se continuamos a não aplicar as leis da mesma?
Sim, somos sim um país racista. No emprego, arrendamento, educação...mais? Também
herança Salazarista, da qual dificilmente nos livramos. Apesar de termos dado
novos mundos ao mundo, apesar de todas as nossas invenções técnicas de navegação,
...apesar do orgulho? Somos. Não é problema exclusivamente nosso como sabemos,
mas enquanto não chamarmos os problemas pelos nomes, não haverá , pelo menos,
um início da discussão colonial, que no fundo nunca tomou lugar. Preconceitos
são frustrações, desilusões, mágoas. Emoções por resolver. Entre todos os
lados. Estamos ainda e só a colocar o dedo na ferida. O trabalho maior está por
vir. As Nova gerações.
cidadania
123 INICIANTE: Quer saber o que é um país racista? Saia
de Portugal. Vá a Luanda, onde por ser branco, há 5 anos me cobravam o dobro no
restaurante, 4x mais na renda, e ninguém se importava ou reclamava, pois
"roubar o branco" é sinal de esperteza. Mas também em Portugal existe
racismo. O meu filho ia com colegas de equipa no Halloween, e um grupo de
negros assaltou todos do grupo, todos menos os "manos ", os negros da
equipa não foram assaltados. Sabem que existem escravos portugueses? Quem os
escravizou? Alguém faz manifestações contra a escravatura? Sim, a praticada há
200 anos pelos portugueses brancos, porque a dos tempos actuais não interessa
falar dela porque não são brancos a praticá-la. Sim existe racismo e deve ser
combatido. mas com estas incongruências admiram-se do crescimento dos
extremismos...
jorge morais INICIANTE: Realmente há diferenças
muito difíceis de encontrar. Esta, apesar de ser de nível 1, mesmo assim é tem
muita dificuldade para certas pessoas. Mas esteja descansado que não é o único.
Bolsominion
#2710.881784 EXPERIENTE: "Quer saber o que é um país racista?
Saia de Portugal. Vá a Luanda, onde por ser branco, há 5 anos me cobravam o
dobro no restaurante" - Sabes que fazemos isto aos ingleses em Lisboa,
certo? Será que é racismo contra ingleses, ou apanharam-te por seres turista?
Fica o exercício para pensar. Quanto aos outros países não estou muito
interessado: moro em Portugal. "Se era tão racista, há mais comportamentos e crimes no seu
passado? Era membro de organizações racistas? " - Isto é suposto ser um argumento
com pés e cabeça? Só é racista a partir do segundo crime racista, e só é
racista se estiver a abanar uma bandeira com uma suástica durante o crime, e
também precisa de um cartão na carteira a dizer "sou racista". Dizer
"Preto volta para a tua terra" não chega? Será alguma saudação
portuguesa que eu não conheço?
desene01
INICIANTE: Parabéns! Poucos vezes
vi um texto tão claro isento de preconceitos como esse. O autor faz análise de
forma objectiva, sem fazer proselitismo político e sem ser "politicamente
correto" (hipocrisia que domina o mundo hoje)
André R. Peixoto INICIANTE: Um país se resume ao seu
conjunto de leis ou a como seus cidadãos as empregam? Se a existência de leis
severas indicarem por si só a qualidade de uma nação, não precisaríamos nos
preocupar com muita coisa. O problema então é a actuação dos cidadãos ao
arrepio destas leis todas e em como o sistema pode normalizá-la em alguns casos
específicos, como ocorre tanto no caso do racismo. O fato de existir uma
legislação perfeita não impede que a sociedade normalize ou continue a
normalizar certas infracções e comportamentos ilegais e eu entendo ser isso o
que acontece no tocante ao racismo. A legislação pode não ser racista, mas o
sistema que a aplica (nós cidadãos todos) o é. Não creio que devamos nos
envergonhar de admitir o racismo que há em nós, mas sim, em negar a realidade
que já é tão explícita.
nunos INICIANTE: A última parte do seu texto melífluo,
parece conversa de campo de reeducação na China. Vocês bem tentam lavar a
cabeça das pessoas, mas não conseguem.
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