segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A tal cultura


Digo, do ódio. Está bem presente nos comentários – oportunistas – da maioria dos comentadores, decididamente afeitos ao preconceito actualmente em uso, do “tudo pela solidariedade racial, nada contra essa”. Não importam os outros crimes de que trata António Barreto – parricídios, filicídios, infanticídios, assassinatos – além das deformações sociais implicando perversões de ordem vária – que definem a nossa sociedade – o que está a dar é mesmo essa da questão racial, que põe em destaque, essencialmente, a tendência acusatória dos falsos beneméritos dos tristes povos-alvo do racismo. Não importa que seja um texto lúcido de alguém que analisa dois parâmetros da questão: Há racismo e racistas em Portugal. Portugal não é um país racista. Os verbos haver e ser naturalmente de semântica divergente e em oposta lógica de afirmação e negação. A maioria dos comentadores ataca e desvirtua a argumentação de António Barreto, ardilosamente indiferentes a esse facto, mas não indiferentes à sua superioridade de pensamento e de expressão, provocadora de reacções alérgicas, de que o tal racismo é apenas pretexto.


OPINIÃO: Crime e preconceito

Há racismo em Portugal? Com certeza. Há racistas em Portugal? Evidentemente. Portugal é um país racista? Não, nem faz sentido tal observação. Na legislação, nos tribunais, nos sistemas de saúde e educação, em nenhum dispositivo legal há conteúdos racistas e de segregação racial objectiva. Mais: a legislação e a Constituição proíbem as manifestações de racismo. São estas considerações que permitem dizer que “Portugal não é um país racista”.

ANTÓNIO BARRETO

PÚBLICO, 2 de Agosto de 2020

É provável que o assassino de Bruno Candé tenha agido também com preconceitos racistas. Se assim for, é de esperar que o tema seja esclarecido, que todos possam debater o assunto e que, se as houver, seja possível retirar lições para ver o que se pode fazer a fim de diminuir este género de crime.

Tenhamos consciência de que o crime também pode resultar de uma rixa de bairro, na qual se poderão eventualmente detectar várias responsabilidades, mesmo se as do assassino são sempre mil vezes mais culposas do que as da vítima. Entre a briga de vizinhos e o preconceito racial, há uma gama de variedades possíveis que expliquem o que se passou.

Além disso, é necessário ter em consideração que o crime com conotações raciais não é o pior, nem excepcional. O assassinato da mulher pelo marido ou de mulheres por predadores sexuais não é menos grave, com atenuantes possíveis. O assassinato de crianças pelos pais, parentes ou “tarados” também não é de menor relevo. O assassinato de idosos por sadismo ou cupidez não é mais brando do que qualquer outro acima referido. O assassinato de trabalhadores nos seus postos de trabalho ou de comerciantes nas suas lojas (como se tem visto, com alguma frequência, com portugueses residentes na Venezuela, no Brasil, na África do Sul ou em Moçambique) não pode ser considerado como crime maior só pelo facto de as vítimas serem nossos compatriotas, nem menor por se tratar de brancos em terras de cores.

Todos estes crimes são detestáveis e deveriam ser castigados com severidade, sem considerações de comiseração de contexto, segundo as quais há tolerância por causa do estatuto social, da educação e das condições de habitação. Estes crimes, com ou sem preconceito, com ou sem condições de contexto, devem ser julgados por si. Sem atenuantes.

Os crimes raciais, categoria em que o de Moscavide poderia incluir-se, não devem ser considerados mais odiosos do que os outros. Nem o contrário. Há países e sociedades nos quais matar alguém da minoria (negro, asiático, cigano, hispano, branco, índio…) merece pouca atenção. Períodos houve na história europeia e americana, por exemplo, em que a morte de um branco às mãos de um negro ou de um cigano era crime horrendo, mas o assassinato de um negro ou de um cigano por brancos era já crime de menor importância, a merecer a análise das circunstâncias atenuantes. Hoje, vivemos a situação inversa.

É certamente uma das perversões causadas pelo preconceito, aquela que sugere que a condição social ou racial do criminoso, assim como a da vítima, definem graus de culpa variáveis. Os crimes com evidentes implicações racistas (foram vários nos últimos anos em Portugal) suscitaram justificadas emoções, o que é compreensível. Mas não se pode aceitar que esses crimes sejam piores do que os outros, os que não têm implicações raciais e têm razões económicas, sociais, sexuais e religiosas. Como não é aceitável que a identidade das vítimas ou dos criminosos só seja revelada segundo as conveniências.

O que se passou recentemente, no mundo inteiro, com o assassinato de George Floyd por um polícia americano, comoveu a opinião pública e os movimentos de protesto espalharam-se em poucos dias a dezenas de países. Foi certamente um dos momentos em que o contágio por solidariedade se fez mais rapidamente e a mais locais do mundo. Em certo sentido, quem se preocupa com a decência nas relações humanas sentiu com emoção esta espécie de “onda de solidariedade” que atravessou o planeta.

O problema é que a solidariedade é muitas vezes selectiva: a naturalidade, a raça e a crença da vítima e do perpetrador influenciam o julgamento, a solidariedade e as consequências judiciais. Na história recente, é sabido que, na Europa e nos Estados Unidos, os crimes cometidos pelas polícias foram primeiro objecto de condescendência, para serem agora considerados com especial ferocidade. Enquanto os crimes cometidos por africanos começaram por ser muito severamente condenados, para agora serem “compreendidos”. Também faz parte da história recente o tratamento diferenciado dos ricos e dos pobres perante crimes patrimoniais: os roubos de umas dezenas de euros ou dólares, castigados com anos de prisão, contrastam com os assaltos de milhões transformados em perdas ou erros justificados.

A solidariedade e a indignação selectivas são hoje moeda corrente, mas representam sempre um grau muito baixo da moral colectiva.

Em Portugal, vivemos dias particularmente sensíveis. Por razões justificadas, movimentos de minorias têm vindo a organizar a sua actividade na defesa de interesses e na afirmação de cidadania. Por razões de oportunismo, alguns movimentos e forças políticas entenderam explorar todas as situações em que possam enxertar a indignação e a solidariedade selectivas. Assim é que se tenta exacerbar a questão do racismo em Portugal, em polémica quase sempre destituída de razão.

O problema tem sentido. Mas a polémica é inútil e artificial. Há racismo em Portugal? Com certeza. Há racistas em Portugal? Evidentemente. Portugal é um país racista? Não, nem faz sentido tal observação. Na legislação, nos tribunais, nos sistemas de saúde e educação, em nenhum dispositivo legal há conteúdos racistas e de segregação racial objectiva. Mais: a legislação e a Constituição proíbem as manifestações de racismo. São estas considerações que permitem dizer que “Portugal não é um país racista”, o que parece ferir as sensibilidades de alguns políticos, mas também que as designações de “racismo estrutural” e “racismo sistémico” são meros divertimentos semióticos de quem quer alimentar uma disciplina na sua faculdade.

O mundo contemporâneo tem de aprender a tratar do problema do racismo. É uma das suas grandes chagas. Racismos de todas as cores e com implicações sociais, culturais, políticas e económicas. Racismos em todos os continentes, entre etnias diferentes ou contra as minorias. Certos países são racistas, enquanto em outros há racismos, diferenças evidentes, mas que não interessam aos agitadores de ocasião. Em praticamente todos os países que adquiriram a independência depois da Segunda Guerra, surgiram, por vezes violentamente, fenómenos de racismo contra grupos locais, contra antigos colonos e contra vizinhos rivais. Nenhum continente está hoje livre de racismo. Um mundo mais decente é um mundo com menos racismo, mais integração e mais igualdade de oportunidades. E com menos pessoas apostadas em exacerbar os racismos por oportunismo político.

Sociólogo

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COMENTÁRIOS:

blablazada INICIANTE: O raciocínio do articulista é igual do sr ventura, ambos afirmam o mesmo: - Portugal não é um país racista. Quanto ao sr ventura aquela afirmação advém do seu amor à camisola e dali não se espera nada. Já quanto ao sr barreto a afirmação só pode derivar do trabalho de campo que como sociólogo terá feito para essa mesma conclusão. Mas não...afinal não faz aqui nenhuma referência a qualquer trabalho, o que seria fundamental para a sustentar. Ora o que se conhece aponta no sentido oposto. A ESS promoveu um inquérito (Público de 27/06) em que conclui que 62% dos portugueses manifestam racismo + quem discorda de todas as crenças racistas representa apenas 11% da população.

francisco cruz EXPERIENTE: Senhor Barreto, reforme a sua visão do mundo. Sim Portugal é racista, xenófobo, misógino e por aí adiante. Portugal e o resto das sociedades "plantadas" neste Planeta Azul. Sim, inclusivamente África também é racista. Contudo, os bebés que nascem em Portugal e no resto do mundo, quando nascem, seguramente não gritam: pretos cuidem-se eu sou um supremacista branco, venho ao mundo para vos rebentar o couro. Os preconceitos não são inatos, são adquiridos e alimentados pelas crianças onde o ambiente é propício. Família preconceituosa transmite preconceito a seus filhos. A Humanidade precisa de um sistema de ensino onde nas escolas se contrarie de modo inteligente esta realidade vergonhosa. Conhecimento, Educação e Cultura inovadoras que contrarie a prática lambe-botas ao Mainstream.

manuelserra72 EXPERIENTE: Não percam muito tempo com comentários, porque o técnico "afinador" da liberdade de expressão deve estar de folga. Amanha faz a "limpeza" e apaga tudo.

Daniel A. Seabra INICIANTE: São estas considerações que permitem dizer que “Portugal não é um país racista”, o que parece ferir as sensibilidades de alguns políticos, mas também que as designações de “racismo estrutural” e “racismo sistémico” são meros divertimentos semióticos de quem quer alimentar uma disciplina na sua faculdade. Um sociólogo como António Barreto tem a obrigação de conhecer os estudos do Prof. Jorge Vala sobre racismo. Tem também a obrigação - até pelo que escreve neste texto - de saber que as estruturas sociais se reproduzem através de práticas quotidianas concretas. E isso é patente nas representações sociais, no acesso ao trabalho, no acesso à habitação e outras esferas da vida social. Não chega o plano formal da legislação. Um texto absolutamente lamentável.

Jose EXPERIENTE: Ana Antonio o racismo é uma das muitas desigualdades sociais. Como todas as desigualdades sociais tem origem na exploração de uns por outros. A erradicação, na sociedade, da desigualdade material dos seus membros é condição "sine qua non" para erradicar todas as desigualdades. A prioridade da luta dos povos consiste em lutar pelo estabelecimento da igualdade material.

joorge INICIANTE: Confunde-se lei com barbaridades individuais. Felizmente vivemos num país onde se pode, escudados pela lei, levar a tribunal cidadão ou força da lei que nos ataque ou ofenda. Está é a fronteira -radical - entre civilização e selvajaria. Maus funcionamentos de tribunais ou juizes não invalidam esta realidade.

Fowler FowlerINICIANTE: É o preconceito que leva, muitas vezes, ao crime, e dificilmente ocorre o contrário. Aconteceu, mais uma vez, nos subúrbios onde comunidades de pretos, brancos e ciganos partilham a pobreza, o racismo e o preconceito. Que diria agora João Panasco desta fatalidade em solo luso?

Lourenço INFLUENTE: Enfim algum contraditório a essas teorias identitárias importadas do mundo anglo saxônico e que tão prejudiciais se têm revelado ao fazer exatamente o contrário do que promovem agravando o racismo e os conflitos sociais ao invés de os atenuar.

Bom dia, Lisboa! INFLUENTE: [2a. tentativa] Agradecia ao Público me deixasse publicar o comentário que se segue. Tentei enviá-lo há pouco, mas via-se que havia uma reticência do jornal em deixá-lo passar. Por favor, sejam calmos, lúcidos, e não impinjam subserviências injustificadas aos seus leitores-assinantes-comentadores. Toda a gente sabe que António Barreto é uma personalidade em Portugal, mas se escreve deve poder ser sujeito ao escrutínio de quem o lê. Obrigado. Bem, é o seguinte, e é simples: Penso que devemos varrer prioritariamente as imundícies que encharcam hoje e aqui a nossa própria porta, deixando para os outros a responsabilidade de varrerem as deles. Relativizar de mais é como querer afogar o peixe na água. Ora, tal é aqui impossível, pois houve morte bárbara de homem negro por ser negro. Não dá.

J Paez INICIANTE Tanta parra e pouco sumo!

rafael.guerra EXPERIENTE: Os racistas que pululam por aqui, nunca sentiram na pele o que é a discriminação. Perguntem aos emigrantes que andam lá fora a lutar pela vida. Para muitos chauvinistas como os Brexiteers mais duros os portugueses são os negros do sul ou árabes do norte, mamões e calões, raça inferior e cultura menor, inúteis bronzeados dum país onde as mulheres têm bigode. Somos todos os negros de alguém, mas o racista nacional consola-se como pode.

joorge INICIANTE: Há racistas em Portugal? Claro que há! Gente estupida e animalesca há em toda a parte. Mas vão até aos liceus portugueses e vejam miúdas brancas agarradas aos beijos a miúdos negros e vice-versa. Agora experimentem ir até aos liceus do Mississipi. É esta a diferença. Se desmentirem, mentem. Já vi. Parecem planetas diferentes.

StormfrontXXI.935151 INICIANTE: Organizações e partidos que vêm à praça pública dar sentenças e pedir justiça antes sequer da investigação ter começado, peças jornalísticas onde já se definiu a narrativa do evento e se fala de um racismo estrutural que não existe em nenhuma lei, delegações estrangeiras de visita, pedidos de subsídio vitalício, manifestações organizadas por influencers com menos de 5 mil seguidores, manifestações onde se lê ''parem de nos matar''... o que é preciso neste momento é calma e racionalidade.

joorge INICIANTE: Este, é claro, está a falar da PSP, que antes de investigar se põe a lançar bitaites.

cidadania 123 INICIANTE: Joorge, a psp não investiga estes crimes, mas como primeira autoridade faz o auto e recolhe testemunhos. E com base nos mesmos disse que não havia indicações de racismo. Vale o que vale nessa fase, mas sempre vale mais que as afirmações incendiárias de políticos e outros que nada sabem, exceto o que precisam para a sua causa: homem negro morto por homem branco.

José Almeida INICIANTE: Há um "truque" neste artigo: Portugal não é um País racista no tocante às suas instituições, é verdade, mas há cada vez mais gente racista a coberto dessas mesmas instituições e esse é o problema. Um problema social, de má formação moral e humanista que se entranha e prolifera.

Colete Amarelo EXPERIENTE: Consideremos também as almas dos outros.

Jorge Manuel da Rocha Barreira INICIANTE: Dr. António Barreto. A sua homilia sobre o racismo em Portugal deixou-me perplexo. O sr. diz que Portugal não é um país racista, é a sua opinião que não é minimamente sustentada. É triste que , como sociólogo e portanto estudioso da mentalidade das pessoas e da forma como elas atuam em sociedades tribais, não tenha o discernimento de analisar esta caso nesse enquadramento. Lamento e fico totalmente desiludido.

Bolsominion #2710.881784 EXPERIENTE: Já não lia sofisma desta qualidade há muito tempo. Há racismo em Portugal, ok, há racistas em Portugal, claro, mas Portugal não é um país racista, portanto está tratado. O que é um país racista? É quando as linhas no mapa-mundo são racistas? Alguém arranja países sorridentes, ou países tristes? Um homem escuta "Preto, vai para a tua terra" antes de ser assassinado na rua e temos tugas neste jornal a jurar a pés juntos que isto não é racista, mas ficamos a saber que Portugal não é racista, ufa, isto é um alívio.

StormfrontXXI.935151 INICIANTE: Exemplos de países racistas no passado: EUA sob Jim Crow, Australia sob White Australia Policy, África do Sul sob Apartheid. Exemplos modernos: Libéria, Malásia, Um insulto de cariz racista num meio duma discussão não é suficiente para caracterizar uma pessoa de racista, do mesmo modo que não seria suficiente acusar o suspeito de odiar obesos se Bruno Candé tivesse uns quilinhos e tivesse sido insultado por isso. Temos o perfil do suspeito? Se era tão racista, há mais comportamentos e crimes no seu passado? Era membro de organizações racistas? Frequentava sites e/ou postava comentários de ódio racial?

Rita_Laranjeira INICIANTE. Se ler outra vez e fizer um esforço por raciocinar talvez chegue lá.

bertholdalfredkleineidam.935770 INICIANTE: Bolsominion: totalmente de acordo consigo. De que serve termos uma Constituição pluralista, se continuamos a não aplicar as leis da mesma? Sim, somos sim um país racista. No emprego, arrendamento, educação...mais? Também herança Salazarista, da qual dificilmente nos livramos. Apesar de termos dado novos mundos ao mundo, apesar de todas as nossas invenções técnicas de navegação, ...apesar do orgulho? Somos. Não é problema exclusivamente nosso como sabemos, mas enquanto não chamarmos os problemas pelos nomes, não haverá , pelo menos, um início da discussão colonial, que no fundo nunca tomou lugar. Preconceitos são frustrações, desilusões, mágoas. Emoções por resolver. Entre todos os lados. Estamos ainda e só a colocar o dedo na ferida. O trabalho maior está por vir. As Nova gerações.

cidadania 123 INICIANTE: Quer saber o que é um país racista? Saia de Portugal. Vá a Luanda, onde por ser branco, há 5 anos me cobravam o dobro no restaurante, 4x mais na renda, e ninguém se importava ou reclamava, pois "roubar o branco" é sinal de esperteza. Mas também em Portugal existe racismo. O meu filho ia com colegas de equipa no Halloween, e um grupo de negros assaltou todos do grupo, todos menos os "manos ", os negros da equipa não foram assaltados. Sabem que existem escravos portugueses? Quem os escravizou? Alguém faz manifestações contra a escravatura? Sim, a praticada há 200 anos pelos portugueses brancos, porque a dos tempos actuais não interessa falar dela porque não são brancos a praticá-la. Sim existe racismo e deve ser combatido. mas com estas incongruências admiram-se do crescimento dos extremismos...

jorge morais INICIANTE: Realmente há diferenças muito difíceis de encontrar. Esta, apesar de ser de nível 1, mesmo assim é tem muita dificuldade para certas pessoas. Mas esteja descansado que não é o único.

Bolsominion #2710.881784 EXPERIENTE: "Quer saber o que é um país racista? Saia de Portugal. Vá a Luanda, onde por ser branco, há 5 anos me cobravam o dobro no restaurante" - Sabes que fazemos isto aos ingleses em Lisboa, certo? Será que é racismo contra ingleses, ou apanharam-te por seres turista? Fica o exercício para pensar. Quanto aos outros países não estou muito interessado: moro em Portugal. "Se era tão racista, há mais comportamentos e crimes no seu passado? Era membro de organizações racistas? " - Isto é suposto ser um argumento com pés e cabeça? Só é racista a partir do segundo crime racista, e só é racista se estiver a abanar uma bandeira com uma suástica durante o crime, e também precisa de um cartão na carteira a dizer "sou racista". Dizer "Preto volta para a tua terra" não chega? Será alguma saudação portuguesa que eu não conheço?

desene01 INICIANTE: Parabéns! Poucos vezes vi um texto tão claro isento de preconceitos como esse. O autor faz análise de forma objectiva, sem fazer proselitismo político e sem ser "politicamente correto" (hipocrisia que domina o mundo hoje)

André R. Peixoto INICIANTE: Um país se resume ao seu conjunto de leis ou a como seus cidadãos as empregam? Se a existência de leis severas indicarem por si só a qualidade de uma nação, não precisaríamos nos preocupar com muita coisa. O problema então é a actuação dos cidadãos ao arrepio destas leis todas e em como o sistema pode normalizá-la em alguns casos específicos, como ocorre tanto no caso do racismo. O fato de existir uma legislação perfeita não impede que a sociedade normalize ou continue a normalizar certas infracções e comportamentos ilegais e eu entendo ser isso o que acontece no tocante ao racismo. A legislação pode não ser racista, mas o sistema que a aplica (nós cidadãos todos) o é. Não creio que devamos nos envergonhar de admitir o racismo que há em nós, mas sim, em negar a realidade que já é tão explícita.

nunos INICIANTE: A última parte do seu texto melífluo, parece conversa de campo de reeducação na China. Vocês bem tentam lavar a cabeça das pessoas, mas não conseguem.

 


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