É este estado de desconfiança e enjoo que
nos trazem as crónicas e notícias dos jornais e os telejornais com grandes
reportagens de incêndios, catástrofes, covid-19, e de vez em quando as
perguntas aos donos do país, que respondem sorridentes e bonacheirões, no vago das
suas referências e só daquelas que os não comprometem, quer economicamente,
quer politicamente. Tudo para “inglês ver”, na falsidade traiçoeira do beijo de
Judas. Alexandre Homem Cristo assim o revela
com dados, os seus comentadores igualmente comprovam o estado - não de sítio
mas de agonia e desesperança num futuro de menos desmazelo e de real
realização. Não há volta a dar ao mais do mesmo da nossa inércia palavrosa.
Jusqu'ici tout va bien / premium
Portugal já era um país com uma
economia estagnada. Agora ficou também menos livre e menos plural, subitamente
empobrecido, com pior saúde, com mais desigualdades sociais e com pior acesso à
educação.
ALEXANDRE HOMEM
CRISTO
OBSERVADOR, 06 ago
2020
No
início (e noutros momentos) do filme de culto francês “La Haine” (“O Ódio”,
1995), escuta-se a história de um homem que, a cair de um prédio de 50 andares,
se consola a cada piso, dizendo para si mesmo “jusqu’ici tout va bien” (“até ao
momento, tudo está bem”), até se aperceber que “mais l’important c’est pas la
chute, c’est l’aterrissage” (“mas o importante não é a queda, é a aterragem”). Portugal
é como esse homem em queda. Por um lado, sempre disponível para adiar o
confronto com os problemas vindouros (mas inadiáveis). Por outro lado, pronto
para se iludir com os “milagres portugueses” que, inevitavelmente, estão em
rota de colisão com a realidade. O importante não é a queda, mas a aterragem.
E, com a pandemia Covid-19, a aterragem ficou muito mais próxima do que se
gostaria de pensar. Não, não vaicorrertudobem.
Muitos dos efeitos destes meses de
confinamento não são ainda perceptíveis.
Na economia,
a explosão já se vê nas centenas de lojas fechadas e nas empresas a meio
gás, mas o estrondo ainda não se ouviu. Entre o desemprego, o layoff
e as ameaças de insolvência, os dados
oficiais começarão a dar conta do desastre em Outubro e Novembro, atropelando o
consolo das versões oficiais que nos dizem que o pior já passou.
Na educação, os
danos na aprendizagem e desenvolvimento das crianças (causados pelo
encerramento definitivo das escolas no ano lectivo 2019/2020) são lentos de
detectar, mas certos e profundos: teremos pior aprendizagem e menos ascensão
social por via da escola, com o acentuar das desigualdades sociais. Na política, iniciou-se uma decadência democrática imparável —
com menor escrutínio à actuação do Governo, com
uma gritante crise de representação política na direita portuguesa, com
enfraquecimento das instituições de fiscalização, com a reintrodução pidesca
dos “delitos de opinião” disfarçada de apelo patriótico ao consenso — cujos
efeitos se sentirão inevitavelmente nos próximos ciclos políticos.
Mas
na saúde, onde
diagnósticos extra-Covid-19 e intervenções pararam, já é possível ter
uma estimativa do buraco onde caímos. Em relação a igual período do ano
passado, fizeram-se nestes últimos meses menos 900 mil consultas hospitalares
e menos três milhões de consultas em cuidados primários. Olhando ao número de cirurgias, a diminuição é
de 93 mil. Com uma
população envelhecida, não podem subsistir ilusões sobre as consequências deste
apagão do SNS: pior saúde e maior mortalidade. Nomeadamente em áreas-chave como a oncologia, na qual os atrasos representam, objectivamente,
menores probabilidades de sobrevivência.
De resto, o excesso de óbitos
em 2020, comparativamente a períodos homólogos, começa a revelar-se estrondoso (+26%) e só uma
pequeníssima parte se explica pela Covid-19 (+1,5%).
Portugal já era um país com uma
economia estagnada e viciado no financiamento externo, sendo ultrapassado por vários países europeus que
entraram na UE depois dele. Agora é, também, um país cheio de
pequenos ditadores (como bem assinala Henrique
Raposo), menos livre e menos plural, mais fragmentado socialmente,
subitamente empobrecido, com pior saúde, com mais desigualdades sociais e com
pior acesso à educação. Teria outro caminho sido possível? Claro que sim. Há 20
anos, há 10 anos, há 5 anos. E, apesar de tudo, com decisões-chave diferentes,
mesmo nos últimos 5 meses houve oportunidades para fazer melhor. Por exemplo, as opções que Portugal tomou na saúde
e na educação afastaram-se das de parceiros europeus, que não negligenciaram
desta forma o tratamento de outras doenças para além da Covid-19, ou que
reabriram as escolas em Maio ou Junho (e até durante Julho e Agosto) para as
crianças mais novas não perderem o seu elevador social. Mas o
caminho escolhido em Portugal foi sempre este — aquele das vistas curtas.
Agora, após décadas a repetir que “jusqu’ici tout va bien”, a aterragem está
iminente.
PANDEMIA
SAÚDE POLÍTICA GOVERNO ECONOMIA
COMENTÁRIOS:
António Hermínio Quadros Silva: Temos as duas principais personagens da politica
portuguesa a afirmar todos os dias que tout va bien, monsieur Dupond e Monsieur
Dupont os nossos dois artistas principais portugueses de variedades que fazem o
favor de aliviar as nossa penas quotidianas com o seu teatro tipo vaudeville e
nisso são impagáveis. Céline também conta que numa viagem á Urss foi indicado
para lhe servir de cicerone um russo médico que repetia a cada instante tout va
bien numa visita a um hospital miserável que funcionava com 10% do orçamento
como tudo na URSS menos a polícia e a propaganda. Foi chamado por o
toutvabienovitch . Não se cansam mas cansam-nos a ponto de já não os poder encarar sempre
aparecem nas pantalhas como se diz agora. Arre que já CHEGA
Manuel
Magalhães Óptimo artigo e
só não vê quem não quer...
Antónia Coimbra: Retrato muito bom da nossa
desgraça. Que qualquer um, saindo à rua e falando com as pessoas, pode
confirmar por si próprio. A miséria social, humana e económica está por todo o
lado. Os pequenos negócios todos falidos, as crianças mais pobres afastadas por
inteiro de qualquer educação, desempregados aos milhares e gente a tentar matar
a fome por todo o lado. E não se pense que é só aqui em Lisboa, como
pessoalmente vejo todos os dias. Tenho família e amigos no Porto e também no
Algarve e a informação que me transmitem é exactamente a mesma. Por isso é certinho
que, desta vez, não só não "está tudo bem até aqui" como a aterragem
já se deu. O que é fascinante, mas não surpreende, é que se leiam jornais e se
assista aos noticiários e nada transpareça que possa levantar o véu da
realidade de cada dia. É uma ficção muito estranha mas, a julgar pelas
sondagens, claramente eficaz. E para mais barata. Afinal € 15M para a
comunicação social e o suborno com dinheiros públicos aos demais não é assim
tanto.
Maria Augusta
> Antónia Coimbra: É maravilhoso o socialismo!
R S: O problema é só um, embora a Esquerda seja o pior sistema possível, a
esquerda é altamente criativa, sentimental e extremamente bem adaptada à
cultura dos nossos tempos. Por isto, a Direita irá ser sempre a solução para
curar não só o cancro das sucessivas bancarrotas, mas também dos valores
perdidos. Então o que falta à Direita? A sua comunicação é enfadonha e assim
repele todos os que vivem neste mundo do entretenimento superficial.
António Sennfelt: Excelente! PS: Embora constando de um único
vocábulo, este comentário foi, como de costume, redigido com o mais porfiado
amor e carinho a fim de passar incólume pela monitorização de conteúdos de ódio
em boa hora implementada graças aos bons ofícios da exma. senhora ministra de
Estado e da Presidência, dra. Mariana Vieira da Silva, que bem haja e São Marx
guarde.
Victor Cerqueira: Está como sempre esteve, apesar da propaganda. E vai continuar a descer a
escada que nunca subiu.
José Miranda: Texto muito interessante.
Não são surpresa
os comentários descabelados de alguns idiotas.
Francisco Pinto: "Agora é, também, um país cheio
de pequenos ditadores (como bem assinala Henrique Raposo), menos livre e menos
plural, mais fragmentado socialmente, subitamente empobrecido, com pior saúde, com mais desigualdades sociais e com
pior acesso à educação." Eis o legado da esquerda que a
imprensa continua a camuflar. Costa
abriu caminho ao extremismo na política, ao confronto e à intolerância, e por
incrível que pareça, foi auxiliado por Rio nesta ignóbil tarefa. A resposta não
tardou a chegar.
Joaquim
Zacarias: Resumindo: estamos
falidos, e parece que gostamos.
Luis Martins > Joaquim Zacarias: O povo tuga adora estar pobre e
miséria sempre de mão estendida à caridade da Uniao Europeia como tal vota
sempre nos mais roubam e mentem em Portugal.
Ana Ferreira: Cristo e os apóstolos lembram os idiotas que acham que se a equipa, mesmo
ganhando, não joga a seu gosto a solução é substituir tudo e todos a começar
nos adeptos, quando a única solução é eles próprios mudarem! Fazem lembrar mas
não são, limitam-se a alimentar o rebanho que lhes dá o pão, esse sim
maioritariamente ignorante.
Mario Silva > Ana Ferreira: A única equipa que ganha sempre em Portugal é a trupe
dos "encostados" ao regime. Se tiver coragem de remover as
palas dos olhos e sair dessa bolha talvez perceba que há muito boa gente a
trabalhar a sério e ainda assim a passar dificuldades. Nem toda a gente
consegue ganhar a vida a escrever comentários no Observador.
António Patrício Ferreira: Que país tão bonito...que gente tão medíocre !!!!!!
que continua a acreditar nestes ilusionistas e irresponsáveis
socialistas/comunistas com o colinho sempre disponível do Marcelo.
Enquanto os
outros países crescem e criam prosperidade, Portugal é sempre mais do mesmo,
estagnado, pobre e dependente do dinheiro dos outros....
ricardo veloso > bento guerra: Começou a propaganda do salvador para as crises.
Crises que vivemos desde a suposta revolução com governação sempre dos mesmos.
Passos Coelho nada fez de reformas, o pouco que fez foi quase zero e a muito
custo, senão a troika não transferia o dinheiro. O défice desceu mas com
dinheiro de quem trabalha e impostos!! As tais reformas principais que
servem de propaganda é tudo mentira. Laranja e rosa e vermelho tudo a mesma m...
bento guerra
> ricardo veloso: Tinha um senão,é honesto
ricardo veloso > bento guerra: Honesto seria se fizesse realmente as reformas
essenciais no aparelho de Estado, efectuar um plano estratégico fiscal de longo
prazo para empresas portuguesas e as que quisessem investir em Portugal (não a
palhaçada dos vistos gold e sua corrupção ou submarinos ou aviões militares ou
vendas de empresas com rendas consertadas) e só depois dizer aos portugueses
que a dívida é tão grande devido a irresponsabilidade política, que precisava
de aumentar impostos e taxar os rendimentos mensais, ou mesmo compra de dívida
pública por aforradores privados até a balança se equilibrar e ficar sustentável.
Isto é ser
honesto e íntegro!
bento guerra > ricardo veloso: Recebeu um caderno de encargos ,imposto pelos credores
ao Sócrates, que teve de cumprir para salvar o país. Você não estava cá ,ou tem palas?
ricardo veloso > bento guerra: Gosto muito de si também...o caderno de encargos foi
lido apenas nos aumentos de impostos e taxar de quem vive do seu ordenado e que
sustenta a gamelada política e seus caciques e famílias,. O resto meteram na
gaveta !
Anónimo Anónimo > ricardo veloso: O défice desceu mas com
dinheiro de quem trabalha e impostos!! Foi exactamente ao contrário, e
por isso foi tão criticado! O PPC aumentou nos não produtivos, nas pensões e
nos subsidio dependentes....esses é que são um peso tremendo e que sufocam
todos os outros. Os produtivos não devem ser sobrecarregados pois são esses mesmos que geram
riqueza podendo depois haver mais riqueza para distribuir, gera-se mais
emprego, mais gente a pagar impostos, etc...é um ciclo virtuoso! Que vai
gerando mais e mais recursos.... Os xuxalistas fizeram exactamente ao contrário,
sobrecarregaram nos que produzem para dar devolver e dar mais aos não
produtivos....é um circulo vicioso! Que vai consumindo todos os recursos até
acabarem.... Essa é mesmo a grande diferença entre a esquerda e a direita.
Já em todo o
mundo desenvolvido se sabe que isto funciona assim...excepto em Portugal!
José Paulo C Castro > ricardo veloso: Ainda se lembra da quantidade
de reformas chumbadas pelo TC que Passos propôs, a começar pela das pensões ?
Nada passava. Lembra-se da regra de ouro que Passos queria impor na Constituição e que os
socialistas negaram alterar ? Espanha fê-lo e deu-se ao luxo de escapar à crise
e ficar sem governo durante dois anos... Lembra-se da reforma nas rendas
que produziu um boom como nunca se viu na renovação urbana e no turismo
associado ? Pois, já foi cancelada essa reforma... Lembra-se das 30 obras
fundamentais que Passos elencou como as próximas fundamentais para o regime,
desde portos, ferrovias e (poucas) vias rodoviárias ? Olhe, Centeno cativou
logo e algumas estão agora postas de novo na mesa pelo "homónimo" do
PM mas com verbas da UE. Ou seja, já sem falar nas TAP e transportes públicos,
onde se reverteu o que estava em andamento, tudo que foi feito foi revertido,
cancelado, bloqueado ou anulado. Agora, você vem dizer que Passos não quis fazer
reformas. Olhe, lá pela terra dos meus avós chamavam-lhe nomes feios a si. Dos
duros mas sentidos. Mas agora a cereja em cima do bolo: com Passos todos os serviços estatais
continuaram a funcionar sem cortes e cativações, desde a saúde ao ensino, ao
subsídio de desemprego (maciço na altura) e tribunais. Foi ponto de honra
manter o Estado a funcionar. Agora, não dá para funcionarem nos mesmos níveis
de atendimento e desempenho.
ricardo veloso > Anónimo
Anónimo: O subsídio dependentes resolve-se com fiscalização e não cortar só porque
dá jeito, os pensionistas resolve-se com Reformas do regime de pensões dos F
.Públicos pagas pela Caixa Geral de Aposentações ( os beneficiários recebem
mais que no regime geral da S. Social ) e acabar com 2 regimes de trabalho.
Despedimentos e reformulação do
Estado também ajudava, mas está muita família junta e é chato.
Querem acabar com o ciclo vicioso? Introduzam por
exemplo um regime de desconto para a segurança social diferente com tectos
mínimos e máximos e com a liberdade de escolha sobre o que se quer descontar
como na Holanda ( taxas diferentes para quem quer ou não ter direito a subsídio
em caso de desemprego ). Pagar ao estado 28% dos rendimentos obtidos com
poupanças ? Justiça com melhor acesso, custos mais baixos e processos mais
rápidos, isso sim permite investimento, não é fechar tribunais e depois
continuar a pagar os mesmos funcionários encostados em algum lado. Quem pagou
esta parasitagem é quem trabalha, ou querem cortar nas reformas de 500 ou 600 euros?
Se é assim, então que não atribuíssem reformas a quem nunca efectuou um
desconto na vida . O contribuinte português não tem o mínimo de liberdade de
escolha .
ricardo veloso > José Paulo C Castro: Lembro-me muito bem...isso não
eram reformas mas sim cortes no rendimento!! Reformas seriam rescisões
amigáveis de funcionários públicos e requalificações de funcionários com a
mobilidade criada com o encerramento de organismos públicos por exemplo.
A reforma das
rendas , não foi totalmente bem feita...permitiu reabilitar os centros históricos
e o tal turismo associado, aumentar as rendas (pois os proprietários não são a
santa casa ), mas esqueceu-se da corrupção que adveio disso como os vistos
gold, ou então como os ordenados foram taxados e estagnados , os mesmos que
sustentam isto foram empurrados para rendas altíssimas ou para empréstimos
incomportáveis ( mais dívida !!! ) para os ordenados que se praticam em
Portugal. As 30 obras fundamentais são obras que devem ser discutidas em consenso e
não determinadas por um governo, as privatizações muitas das vezes foram mal
feitas porque o estado assegurava o prejuízo, deviam era liquidar as empresas
como por exemplo a CP e entregar a rede a privados com as suas empresas,
criando concorrência entre elas. Houve coisas que fez bem, ninguém o nega, reforma do
medicamento, a passagem para 40h semanais da função pública mas muito pouco.
Agradeça a muitos
como eu que na altura, suspenderam o subsídio de desemprego e fui trabalhar
para o estrangeiro.
antonyo antonyo > bento guerra: Claro que troika trazia um caderno de encargos ! E
esse caderno foi assinado por quem ?
Pedro Silveira > ricardo veloso: Incrível o seu comentário.
Passos Coelho recebeu o país com um défice de 10%, deixado pelo PS e por
Sócrates, mas claro, você tinha de falar mas era no Passos Coelho.
Em relação a
reformas, lembro-me de uma bem importante, e que entretanto já foi estragada: a
do mercado de arrendamento, que meteu o mercado imobiliário e turístico a
bombar. Mas o PS claro que tinha que estragar tudo. Mas então você acha que quando
era preciso comprimir e muito a economia, também para poder pagar a quem nos
emprestou para nos livrarmos da bancarrota, é que se iam fazer imensas reformas?? Você percebe alguma coisa de
economia e de administração pública?? E o PS, que recebeu em 2015 o país com
um défice de 3%, que reformas fez? É que com esses défices é que se podem e
devem fazer reformas! Tenha vergonha e tire as palas esquerdistas!
José Paulo C Castro > ricardo veloso: Olhe, só lhe digo que é
inacreditável que conclua o que conclui perante os factos que você mesmo diz.
Já nem falo sobre aqueles que você vê de um prisma errado (essa de por na mesma
balança os vistos gold e o mercado de arrendamento é de quem não tem noção do
volume das coisas) ou que tenta ignorar. Repito: o que foi tentado e não foi
bloqueado pelo TC foi anulado, revertido ou desfeito por legislação posterior.
Querer dizer que não fez reformas ou não quis reformar é uma enormidade
enviesada. Por fim, era o que faltava agradecer-lhe ter emigrado. Você faz as suas
opções. Mas que explica muita coisa, explica...
Amandio Teixeira-Pinto > José Paulo C Castro: Concordo com tudo o que diz,
mas o Ricardo Veloso também tem as suas razões. Há uma lista interminável de
institutos, organismos e fundações dependentes dos subsídios do Estado onde o
PPC tocou só de raspão....e muitas outras coisas para onde lhe faltou a
coragem. Foi mais fácil cortar as pensões, pois os velhotes não têm como se
defender. PPC era honesto, não tenho dúvidas, mas além de falta da coragem que
era preciso ter para aquele difícil lugar, tinha a visão muito curta. Tão curta
que não soube explorar politicamente o desastre provocado pelos súcias, que
logo a seguir o apanharam à traição, como soe dizer-se. Lembro-me perfeitamente
da "incapacidade" de PPC em chamar os bois pelos nomes e acusar o PS
dos desmandos feitos, dava dó vê-lo na Assembleia vergado ao palavreado e à treta
socialista que se apresentava aos olhos de todos como os mais inocentes do
mundo.... Enfim, poderia ter conseguido acabar com o PS, arrumá-lo na prateleira da
História, mas era apenas um bem intencionado, faltava-lhe a prática da vida
real, nunca trabalhou, foi sempre um betinho da Jota, esta é a lição que todos
têm de aprender, os calos nascem do trabalho (o PS e os outros esquerdalhos)
têm calo na língua, de tanto distorcerem o discurso. Era fácil deitá-lo
abaixo....
Verdade Mentira > bento guerra: Tão honesto que era...que esta noticia foi dada não
sei porquê. "O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, entre 1999 e 2004
não pagou à Segurança Social"
José Paulo C Castro > Verdade Mentira: Você não soube o porquê da
notícia ? Olhe, eu sei: investigaram tudo e só conseguiram descobrir uma falha
com mais de 10 anos que já tinha sido prescrita por a Seg. Social não as
conseguir cobrar. Tal como a 300mil, por decisão de outro PM. E mesmo assim,
ele pediu para lhe fazerem as contas e pagou. Imagine que tinham descoberto
um amigo com contas na Suíça a emprestar-lhe ou que ele nomeava amigos pessoais
para administrar empresas públicas ou permitia familiares no mesmo governo. Aí
já não tinham investigado tão atrás...
José Paulo C Castro > Amandio Teixeira-Pinto: É um facto que desde a questão
da TSU ele preferiu não afrontar os instalados directamente mas apenas fazer
avançar as reformas que eram mais gerais e menos directas. Mas era táctica
política para não ter manifs bloqueadoras na rua antes de fazer passar as
reformas mais gerais.
ricardo veloso: Calma que os despedimentos colectivos e falências estão a ser preparadas.
Luis Ferreira: Vivemos sob efeito de uma droga de (extrema) esquerda, parecida com a LSD,
que levava os drogados a acreditar que voavam... antes de se estatelarem a meio
caminho entre a varanda e a piscina!
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