É o que o país deve a doutrinadores de pacotilha, que fingem ignorar as circunstâncias condicionantes de políticas de dureza, que exigem sacrifícios, em função de soluções políticas indispensáveis para quem tenha vergonha na cara e respeito pelo seu país.
OPINIÃO : O que o país deve a Passos Coelho
O país deve a Passos o chicote que ele
usou e abusou para aumentar impostos e levar centenas de milhares de jovens a
saírem da sua zona de conforto e a emigrarem. Qual sacerdote Maia ou alto
dignitário do Santo Ofício, Passos interpretou a importância do sacrifício para
atingir a felicidade.
DOMINGOS LOPES
PÚBLICO, 28 de
Julho de 2020
Num
país, como Portugal, com séculos de tradição judaico-cristã, onde a culpa
social e individual é uma cruz, Passos Coelho, saído desse território nevoeirento, proclamou do
alto do poder a punição dos portugueses devido à sua vida desregrada, acima das
suas possibilidades.
O
país deve a Passos Coelho a primeira versão dos chamados países “frugais”,
segundo a qual a Holanda das montras de prostituição em Amesterdão se destina a
desvairados habitantes do Sul que só pensam
em sexo e copos. O país deve-lhe essa ideia de alguns predicadores
luteranos e calvinistas e do nosso velho amigo Schäuble.
O
país deve a Passos o chicote que ele usou e abusou para aumentar impostos e
levar centenas de milhares de jovens a saírem da sua zona de conforto e a
emigrarem. Qual sacerdote Maia ou alto dignitário do Santo Ofício, Passos
interpretou a importância do sacrifício para atingir a felicidade.
O
país deve-lhe a maldade suprema de ser castigado por ter aceitado fazer o que
os governantes lhe pediram para fazer. Aliás, derrotou Sócrates por alegar não
aceitar tanta austeridade e quando ganhou as eleições, com cara gélida de pai
tirano, proclamou a pobreza generalizada como meta.
O
país deve a Passos a ideia que a Escola Pública e o SNS eram assuntos para
desinvestir, pois os rankings apontam para a excelência do privado. Manter sim,
mas a pensar em serem base de apoio ao negócio. Deve-lhe as privatizações ao
desbarato para que os mesmos de sempre comprassem por uma bagatela importantes
sectores da economia – CTT, TAP, ANA.
O
país deve-lhe aquele rosto sem sorrir, compenetrado, a que Assis
chama serviço, dedicação – desatento às consequências sociais da sua
política.
O
país deve-lhe a sua ideia de competitividade, fazer de Portugal um dos mais
competitivos, com salários baixos e zero de impostos para os empreendedores do
costume.
Veja-se
o caso dos vistos gold. O país deve-lhe essa vontade firme de fazer do país um
enorme condomínio privado para certas famílias de luxo.
O
país deve-lhe a peregrina ideia que sem a sua austeridade e empobrecimento havia de
chegar o Diabo e o Inferno, vá lá saber-se porquê… sempre o chicote
na melhor interpretação freudiana da moral judaico-cristã. O país deve a Passos
o culto da indiferença perante os mais desfavorecidos. O timoneiro queria que
os ricos se tornassem mais ricos e que a riqueza escorresse da pirâmide para a
plebe.
Este
era o pensamento de Passos Coelho, seguindo a mais pura escola neoliberal,
levando o PSD para a direita pura e dura.
A este projecto político-ideológico
Francisco Assis qualifica de determinação e serviço. Sem mais. É ele que está à
frente do Conselho Económico e Social.
OPINIÃO
AUSTERIDADE TROIKA PEDRO PASSOS COELHO
COMENTÁRIOS:
Degui
INICIANTE: Não consigo perceber o propósito deste artigo, a não ser como
resposta ao artigo do Francisco Assis de há uns dias. Tal como muitos, sofri e
sofro ainda na pele o resultado das políticas de PPC, mas sejamos honestos,
poderia ter outra forma, mas o objectivo seria o mesmo, se lá continuasse o
Sócrates. Esta gente andou a vida toda guiada pela mesma cartilha, não se lhes
pode pedir que mudem de opinião no final dos seus anos. Mesmo que em privado
admitam o contrário. Como dizia um meu amigo, há muitos anos, não se pode pedir
ao Papa que negue Deus, é uma questão de fé. Aqui é a ideologia e o
empedernimento do pensamento os responsáveis da cristalização do discurso. Macuti
EXPERIENTE: Incrível ver um comunista criticar a pobreza generalizada como
meta, quando é precisamente isso que acontece quando alcançam o poder, o
chamado nivelamento por baixo. Por motivos óbvios essa pobreza só não atinge
quem está num “ comité central”. Nos países mais ricos não existem partidos
comunistas .Porquê? 29.07.2020
jacomemartins.945477 INICIANTE: Artigo de opinião de um
jornalista sem rigor e carregado de influências obscuras. Se o Passos Coelho
foi assim tão mau e agora vivemos num oásis, por exemplo, porque é que todos
aqueles portugueses que emigraram não voltam novamente ao seu país? 29.07.2020
Jorge Rodrigues INICIANTE: A verdade é só uma: se não
fosse Passos Coelho, o país tinha mesmo caído na bancarrota, provocada pelo
despesismo do PS Socrático. O resto são tretas. 29.07.2020
calhabe INICIANTE O senhor Domingos deve ter aterrado este
mês no país e esqueceu o saque a que o país tem sido sujeito. Os impostos foram
aumentados mas por alguma razão nenhum governo por mais esquerdista que seja se
atreve a alterar. O refazer da história é algo comum de quem está no poder, mas
esta história é recente, quem levou o país diversas vezes à bancarrota foi e
vai ser o PS. Os milhares de jovens que tiveram de emigrar e os milhões que cá
vivem sufocados por impostos são responsabilidade do PS. 29.07.2020
Macuti EXPERIENTE: Incrível ver um comunista criticar a
pobreza generalizada como meta, quando é precisamente isso que acontece quando
alcançam o poder, o chamado nivelamento por baixo. Por motivos óbvios essa
pobreza só não atinge quem está num “ comité central”. Os países mais ricos não
têm partidos comunistas.
luso38.945262 INICIANTE Se fosse eu, Passos tinha
feito como o Durão, com um país de tanga...deixava-os acabar com o resto, quanto
a impostos, sou dos que ganha um pouco acima do ordenado mínimo, nunca me lembro
de pagar IRS a mais, mesmo estando mau , se bem me lembra a maioria do povo
Português voltou a votar nele, que aconteceu a seguir...ditador? deixou a
geringonça governar... 28.07.2020
Catarina Mendes INICIANTE: Devemos a PPC ter invertido o sentido
das contas públicas que pela 3ª vez nos levava à bancarrota. Devemos a
recuperação da credibilidade junto dos credores. Devemos um sentido de Estado
que pensa o bem do país à frente do partido ou mesmo do seu posto. Devemos,
sobretudo, e só por isso vale mais que qualquer outro, o princípio do fim da
maior rede de corrupção em Portugal de todos os tempos e que se vai descobrindo
a cada passo nos casos "Operação Marquês" e o caso BES. A liberdade
de um país capturado pelos interesses que em enorme parte se misturam com os do
partido do sistema não é coisa pouca !!! Por isso, e só por isso, ele é ainda
perseguido. É um mau sinal, quer dizer que ainda mexem. 28.07.2020
Félix Carlos INICIANTE: E o que é que o país deve aos chefes de
governo desde o 25 de Abril? Revejam a lista. Talvez nada a uns, pouco a
outros, muito céu aos ante-sacralizados e ainda mais de inferno aos
pós-demonizados. Será análise lúcida de sociedade moderna ou recorrente
escapismo enviesado? Então, e afinal, devemos alguma coisa? Ao menos
ponderação, à semelhança do que nos permitimos face ao alto conceito que temos
de nós próprios. 28.07.2020 nogueira.dim.945108 INICIANTE Nunca tendo sido defensor do governo de
Passos Coelho tenho a honestidade intelectual de não esquecer que não foi ele
que colocou a país à beira da bancarrota, que a legislação laboral que permitiu
e permite « fáceis» despedimentos colectivos é da autoria do governo
Sócrates/Vieira da Silva, etc. AndradeQB INFLUENTE: Perante artigos como este, as tão
criticadas redes sociais são um exemplo de dignidade. José Luís INICIANTE: Esta opinião parece-me correcta. Sempre
achei o sonso do Passos Coelho uma personagem detestável. Espero bem que não
regresse.
jota santos.818304 INICIANTE: Este artigo vindo de quem vem, e com o
historial que tem, tem o valor do feijão-frade. Quem fala daquilo que não sabe
faz sempre uma triste figura. De economia é um zero à esquerda.
joao.de.melo INICIANTE: No dia 11 de Julho de 2014 "Passos
Coelho diz que depositantes podem confiar no BES". Isto é só uma notinha
de tanta incompetência junta com o grande acavado silva. Ainda nos devem
explicações (provavelmente serão dadas no dia de são nunca à tarde). Podem dar
30 voltas, mas foi incompetente. Aliás, as mesmas pessoas que o defendiam e as
suas ideias, são os que agora acusam o Costa de não virar a página da
austeridade. Não havia dinheiro, tal como não há, mas há formas e formas de ir
buscá-lo sem ser aniquilar com direitos. Aliás, quantas vezes se falou que
imensas ideias eram inconstitucionais? Valia tudo e, pelos vistos, há quem
goste. Aposto que são os donos das padarias portuguesas por esse país fora...
Conta desactivada por violação das regras de conduta Não fossem os prometidos dinheiros da UE
e agora estávamos todos a comer ranho. Passos Coelho não teve essa sorte. Teve
de resolver os problemas, mas sem dádivas. 29.07.2020 Fausto Correia INICIANTE: Que belo artigo! Que bela
manifestação de "racismo ideológico"! Quem leu a entrevista de
Francisco Assis e quem lê este artigo do Sr. Domingos Lopes não pode deixar de
encontrar diferenças abissais. Este é o tipo de conversa fiada! Carregada de
ódio e sem objectividade histórica e política! Já passei por lá!!! 28.07.2020
Colete Amarelo EXPERIENTE: Visão não disfarçada de um período terrível. Quando algo corre
mal, porque teremos de nos enganar em vez de enfrentar a realidade? Sebastianismos,
ditadores bondosos, primeiros ministros dedicados, estas interpretações só
servem para promover o conformismo e para retardar o progresso.
joao.dinis INICIANTE: Estava a ver quanto mais tempo demorava
um artigo no Público a atacar Passos Coelho depois de Francisco Assis ter
cometido o "pecado" de lhe reconhecer alguns méritos... 28.07.2020
Joao2 MODERADOR: Ainda bem que este artigo apareceu. A
opinião de Assis não é sacrossanta, certo? Há um conjunto de comentadores no
Público que gostam de silenciar quem critica Passos Coelho. Se não for crime
organizado, são mesmo fascistas bafientos. Não toleram sequer brincadeiras
sobre sugerir ao Assis que troque o papel higiénico por lixa. Pobres de espírito. 30.07.2020
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