sexta-feira, 26 de março de 2021

As bichas


É claro que o texto de Alexandre Homem Cristo teria que receber as críticas de confinados que se sentem perfeitamente à vontade – sou um desses – no seu novo estatuto de encarcerados por imposição viral. Não há consequências funestas sobre o seu vencimento, além de que a velhice criou um estatuto de habitual solidão, e não devo estranhar a imposta, para além da estranheza de um mundo imóvel, visto pela janela, ou na televisão. Mas entendo que muita confusão se deve estabelecer nas famílias com crianças e sobretudo naquelas cuja retenção significa perda de vencimentos.

O que acho nisto tudo, é uma arbitrariedade injusta a violentar uns com o confinamento, e a libertar outros que são indispensáveis à sustentabilidade geral. De facto, não são só os sectores da alimentação, da farmácia ou da manutenção sanitária os implicados no não-confinamento geral, outros há indispensáveis – os que processam os vencimentos, por exemplo, ou a contabilidade da água, luz, gás, os transportadores – e armazenadores das mercadorias… um sem-número de serviços é indispensável, pondo em risco, a ser verdade, quem deles se ocupa. As próprias pessoas que fazem, ou não, bicha para os supermercados, e as que lá estão dentro, juntamente com os empregados, também se arriscam, é claro. Não percebo, por isso, as tais arbitrariedades na condenação ao confinamento, quando as bichas para os diversos comércios ou a alternância dos trabalhadores nas indústrias, poderiam resolver – ainda que parcialmente - os diversos casos de trabalho, como se faz nos sítios indispensáveis à continuidade da espécie - alimento e remédio.

Com o que não me conformo é com as viagens ao Papa ou ao monarca espanhol, do nosso PR, tão  impositivo, a falar às massas, juntamente com o PM, preocupados, ao que parece, com a saúde pública, de bonzinhos que são.

Mas ai dos que tinham espectáculos a apresentar e os perderam. Ai dos que tinham produtos a vender – calçado, roupas, livros… - e fecharam, (excepto os chineses). Dos da restauração, nem se fala… Quanto ao ensino à distância… será que resulta? Talvez, sim, para os habituais, do ensino em presença…

As mulheres no ângulo morto da pandemia /premium

Quem pede confinamentos longos, quem garante que #vaificartudobem, quem insiste no mantra #fiqueemcasa está a contribuir, mesmo que involuntariamente, para a degradação da situação das mulheres.

ALEXANDRE HOMEM CRISTO

OBSERVADOR, 25 MAR 2021,

A Covid-19 é mais letal para os homens. Mas são as mulheres as principais vítimas das medidas de contenção da pandemia, nomeadamente dos confinamentos. Em França, na primeira semana de confinamento, a violência doméstica aumentou 32%. Na Lituânia, foram 20% em três semanas. E em Espanha, 18% numa quinzena. Foram também as mulheres que mais esforço exerceram para estar na primeira linha de combate à pandemia — nos serviços de saúde, 76% dos profissionais cuidadores são mulheres. Se olharmos para o desemprego, os dados também não são animadores. Em Dezembro 2020, nos EUA, as mulheres perderam 156 mil postos de trabalho e os homens ganharam 16 mil. Se se comparar a taxa de desemprego das mulheres entre Dezembro de 2019 e de 2020, verifica-se que duplicou. E olhando a todos os empregos perdidos desde o início da pandemia, 55% são de mulheres. O que não surpreende se se constatar que, nos EUA ou na Europa, as mulheres ocupam uma parte substancial das profissões mais abaladas pela pandemia (hotelaria, trabalho doméstico, venda ao público).

Portugal não é excepção neste retrato. As mulheres portuguesas passam cerca de 4h30 diárias em tarefas domésticas (os homens apenas duas horas). Na OCDE, pior do que nós só mesmo na Turquia. Com o confinamento, a pressão nessas tarefas aumentou. Pior: como Portugal é já um país recordista na duração de encerramento de escolas básicas, tudo isso foi acumulado com o apoio aos filhos no ensino a distância, num muito exigente sacrifício pessoal e profissional — que resultou frequentemente em inactividade laboral. E com a frustração, como seria de esperar, as situações de tensão e de violência física ou psicológica multiplicaram-se.

Eu sei que escrever sobre desigualdade e mulheres atira a discussão para o campo da ideologia e para a inconsequente gritaria das redes sociais. E também sei que o tema parece estar demasiadas vezes capturado pelos piores radicalismos, suportados na inconsistência das visões identitárias. Mas tudo isso é enviesamento próprio de panfletários. O ponto aqui é muito simples: as políticas públicas geram efeitos — alguns esperados, outros inesperados — nos sectores onde se aplicam e não raramente esses efeitos manifestam-se de forma desigual entre homens e mulheres. Isto é problemático se os efeitos forem inesperados e acentuarem o fosso existente entre mulheres e homens. E, quando assim acontece, compete a quem desenha políticas públicas percebê-lo, corrigir os efeitos indesejados e compensar os prejudicados. Ponto final. Existem dezenas de exemplos (na educação, na segurança social, na saúde, na legislação laboral) onde esses efeitos indesejados aparecem e justificam medidas de compensação destinadas especificamente a mulheres ou a homens.

Os efeitos da pandemia estão na vida real, são palpáveis e nada têm de ideológico: todos os indicadores acima resultam de dados e evidências confiáveis. E todos apontam no mesmo sentido, seja no desemprego, na pressão familiar, na violência, no apoio aos filhos em casa: vivemos há um ano em pandemia e, nesse período, o impacto foi desigual entre homens e mulheres, para prejuízo das mulheres. A questão que se coloca agora: encolhem-se os ombros ou faz-se alguma coisa? O silêncio sobre este debate esclarece: as mulheres podem fazer parte dos discursos, mas moram no ângulo morto das políticas públicas de combate à pandemia.

Não seria justo nomear culpados únicos para essa indiferença ou simplesmente apontar o dedo acusatório ao Governo. A pandemia agravou um desequilíbrio estrutural já existente na sociedade portuguesa e, se tanto do mais elementar está a falhar (na educação, na saúde ou na economia), seria estranho se não falhasse também a resposta para as desigualdades dos efeitos da pandemia sobre as mulheres. Dito isto, apesar de demonstrar consciência do problema, o Governo pouco tem feito para o elevar nas suas prioridades, para o corrigir ou para o atenuar.

Mais importante é esta constatação: recusar a enumeração dos culpados não significa que abundem os inocentes. Quem pede confinamentos longos e sucessivos, quem acha que as escolas só devem reabrir em Junho ou até em Setembro, quem garante que #vaificartudobem, quem insiste no mantra #fiqueemcasa, quem quer negócios fechados sem data de reabertura, quem toma estas posições está a contribuir, mesmo que involuntariamente, para a degradação da situação das mulheres. Está a cavar mais fundo o fosso da desigualdade. Querem defender as mulheres? Óptimo. Mas, hoje, isso dispensa apelos panfletários e slogans ideológicos e faz-se, simplesmente, reagindo aos efeitos dos confinamentos.

DESIGUALDADE   SOCIEDADE   VIOLÊNCIA DOMÉSTICA   VIOLÊNCIA   CRIME   PANDEMIA 

COMENTÁRIOS:

Joaquim Albano Duarte: Lá vem ele com a problemática das escolas encerradas! Santa paciência. Será que o senhor não percebe que estamos em pandemia? O senhor já esqueceu as 15000 infecções diárias? As 300 mortes diárias? As filas de ambulâncias à espera de dar entrada nos hospitais?         João Castro > Joaquim Albano Duarte: Aparentemente, privar eternamente os jovens de viverem a sua juventude, e de terem aquilo a que têm direito, parece não ser um problema que o incomode particularmente. Qual é para si o nível aceitável para uma pessoa poder pôr o pezinho fora de casa? 3 mortes diárias? 2 mortes diárias? Zero mortes diárias? 15 contágios? 5 contágios? Zero? Essa fase a que o senhor alude já passou. Estamos agora numa das situações mais favoráveis desde que começou a pandemia. Mantemos tudo fechado, eternamente? Você é louco ou apenas cobarde?    josé maria: Alexandre Homem Cristo, prefere 300 mortos/dia, mais de 700 internados em cuidados intensivos e todo o sistema de saúde a colapsar com o excesso de hospitalizações dos doentes covid ? É essa a sua alternativa ética e metodológica ? Diga-nos qual é a sua preferência.          Antonio Monge > josé maria: O que eu queria ver era os arautos do confinamento geral e indiscriminado a praticarem-no em vez de andarem sempre a passear como o Marcelo. Assim é fácil. Faz o que eu digo não faças o que eu faço. É fácil defender medidas que só prejudicam os outros e nos deixam incólumes. Quem defende este confinamento cego que se confine. Ponto. Santa hipocrisia.       josé maria > Antonio Monge: Profana hipocrisia e cobardia intelectual vêm exactamente daqueles que nem sequer têm a hombridade de dizerem, sem tibiezas e com toda a clareza, qual a sua alternativa ética e metodológica para os confinamentos.     Antonio Monge > josé maria: Confinamento focado. Proteger grupos de risco. Criar condições de transporte público para que as pessoas não se amontoem. Testar em massa. Rastrear e identificar cadeias.  Comunicar eficazmente as medidas, o seu racional e o resultado esperado. Enfim, tudo coisas que dão trabalho para mentes pequenas como a sua e a dos seus heróis. Fechar tudo é mais fácil. É para salvar a praia do Costa e as 4 refeições de Natal do Marcelo. São estes os patriotas que lambuza. E já agora, cobarde é ele.         josé maria >Antonio Monge: As mentes pequeninas, como a sua, é que não conseguem perceber que todos os países da Europa, sem excepção, como a "incivilizada" Alemanha da Ângela Merkel, se viram obrigados ao confinamento, só assim conseguiram evitar o descalabro dos seus sistemas de saúde e o aumento exponencial de mortes. As mentes pequeninas, como a sua, não entendem que proteger os grupos de risco passa por evitar que os mesmos possam ser infectados pelos seus familiares, amigos e colegas de trabalho. As mentes pequeninas, como a sua, não entendem, que, sem prejuízo das medidas que propôs, e com as quais concordo, elas não seriam suficientes para evitar a disseminação do vírus, dada também a enorme inconsciência e irresponsabilidade de milhares de portugueses que, nas suas rotinas quotidianas, sempre se estiveram nas tintas para a adopção de regras elementares de profilaxia social, sem as quais nenhum controlo da pandemia é possível. As mentes pequeninas, como a sua, vivem num mundo irreal e lunático, onde não existe pandemia, onde toda a economia pode funcionar sem nenhum tipo de restrições, onde se consegue realizar todos os rastreamentos desejáveis e onde os SNS são ilimitados, sejam quais forem as necessidades de prestação de cuidados de saúde. E, como as mentes pequeninas, como a sua, não possuem neurónios e sinapses suficientes para perceberem essas coisas elementares, limitam-se a negar as evidências e a tentar tapar a pandemia com uma peneira.           Antonio Monge > josé maria: Já as mentes brilhantes como as do nosso governo que tanto defende levou Portugal em dada altura à pior situação do Mundo. Não fale do que não sabe em relação à Alemanha onde o confinamento é muito diferente, onde a economia do negócio fechado é prontamente assistida, onde os doentes não COViD não são esquecidos e onde a sua líder é exemplar (sabe o que isso é?) e até dá a vez na vacinação. Não compare nunca numa desonestidade ignorante ou demagógica o confinamento de Portugal ao resto do mundo. Ou a sua mente brilhante não consegue descortinar e matizar as diferenças? Já lhe disse, confine-se e deixe os outros em paz. O tempo da ditadura já era.        Jorge Almeida > Antonio Monge:  Caro António, não gaste o seu latim com esse indivíduo. Desonesto, ignorante e demagógico são os nomes do meio dele.           João Castro > Antonio Monge: Repare, António. Esta malta da Gestapo sanitária engoliu o comprimido inteiro, sem água nem nada. Quando me refiro ao comprimido, refiro-me à retórica totalitária do medo absoluto e do risco zero. Para esta malta, nunca haverá um nível considerado "ideal" para meterem o pé fora de casa. Nem 500 casos, nem 100, nem 50. Nem 15 mortes, nem 7, nem 2. Mais: ainda se arrogam o poder de impor a um povo inteiro esta visão e de ostracizar quem não embandeira em arco com esta demência. Isto é tudo malta que tem uma bela vidinha, não perderam o trabalho, não perderam o negócio, eram mansos antes da pandemia, e continuam mansos pandemia adentro. Para eles, a pandemia pode durar para sempre, é-lhes igual. As vidas deles mantiveram-se inalteradas e é por isso que se julgam no direito de ditar aos outros como devem viver as suas vidas. Na realidade, são o que de pior Portugal tem. Piores que os negacionistas.           josé maria > Antonio Monge: O actual governo tem muitas culpas no cartório, sim, pelo estado a que o país chegou em Janeiro. Como igualmente têm todos os partidos políticos, sem excepção, que, na altura do Natal, quando a perigosidade da variante inglesa, já era conhecida, reclamaram do governo o alívio das medidas restritivas e alguns até queriam o total desconfinamento. E essas responsabilidades, sim, também são co-extensivas àqueles portugueses que, de uma forma irresponsável, por vezes, criminosa, negligenciaram as medidas de profilaxia social, que a pandemia exige. Ou você acha que, nesta tragédia, não há igualmente culpados de parte significativa da população, que se amontoava nos mais diversos locais, como se vivêssemos no mundo ideal das suas efabulações atoleimadas? Só uma mente, mesmo muito pequenina, como a sua, é que não percebe o óbvio: todo o mundo foi atingido por uma pandemia de proporções gigantescas e quase todo o mundo confinou. Aqueles que aligeiraram as medidas, pagaram e estão a pagar um preço muito elevado por isso, em vidas humanas e em concomitante degradação da actividade económica. Pensar que a contenção da pandemia se resolve com as medidas específicas e restritas, que você propôs, é uma autêntica tontaria, bastaria estar atento àquilo que é defendido pela quase totalidade dos especialistas. A vida é o que é, não aquilo que você imagina no seu diletantismo lunático. Sim, fomos atingidos por um tsunami catastrófico. Sim, ninguém, de elementar bom senso, gostaria que tivesse havido mortes nem afectação da economia. Mas, sim, a realidade é o que é. Desça à terra, aprenda a orientar-se de acordo com o princípio da realidade, não em conformidade com a sua demagogia barata e a sua forma pacóvia de ver o mundo. censuraautomatica censuraautomatica: Não se amofine com tantas razões. Afinal elas duram em média mais seis anos o que vai compensar, nomeadamente nas reformas e como diria o grande pensador da bola João Pinto, prognósticos só no fim do jogo da vida!          J. Saraiva > censuraautomatica censuraautomatica: Ai, que feio..... tenho 1 colega (Homem) que quer ser ele a ficar em casa, e já disse que mesmo depois de vacinado, deve continuar a haver outras estirpes de coronavirus, pelo que quer continuar confinado. Eu acho que o confinamento lhe está a fazer bem, pois nunca o vi, com um ar tão descansado e um bronze, tão dourado.           Antonio Monge: O ângulo morto desta pandemia são as pessoas que vivem sozinhas, são as classes mais baixas e são as crianças sobretudo aquelas em seio familiar problemático. A violência doméstica contra as mulheres é um problema tal como é um problema a violência psicológica contra os homens e a chantagem sexual. (O Homem Manipulado, Esther Vilar, 1970). Mas ambos são adultos e têm normalmente escolha. Já a violência doméstica contra crianças ouço pouco falar. Finalmente a pensão de alimentos já é negócio nos EUA onde mulheres têm 3 filhos um de cada homem e vivem dessas pensões que deveriam ser para os filhos. Do outro lado temos homens que se demitem da sua obrigação de ajudar os filhos após o divórcio. Em suma, estas questões são muito complexas e não se pode dar de uma assentada um veredicto tão taxativo como a crónica pretende. Há muita gente no ângulo morto desta pandemia. Gente que a maior parte dos políticos, jornalistas e os fazedores de opinião nem sabem que existe. Nos seus gabinetes de 40 metros quadrados são-lhes alheias realidades inaudíveis.            J. Saraiva > Antonio Monge: Esqueça os USA, onde o rendimento de cada família é grande e é possível apenas 1 pessoa do casal trabalhar, terem 3 filhos e terem um bom nível de vida. Aliás sou completamente a favor da igualdade Homem/Mulher e nos USA, existem muitos Homens que optam por serem eles a ficar em casa a cuidar dos filhos. Estamos em Portugal, e vou-lhe dar uma novidade: o povo Português é ..... pobre : ( e a ficar cada vez, ainda mais pobre. Cá, ambos os membros do casal têm de trabalhar, se for preciso só têm 1 filho e não lhes sobra dinheiro ao final do Mês. Uma Mulher cá se tiver 3 filhos e ficar divorciada, vai passar muitas necessidades... Entretanto, fique também com a noção que em muitos lares Portugueses, já são as Mulheres que trazem maior rendimento para casa. Quanto às mulheres serem interesseiras, existem muitos homens trabalhadores, mas também já existem muitos homens que querem ser sustentados (cada vez mais). Existem Homens/Mulheres trabalhadores e existem Homens/Mulheres que querem ser sustentados.          Antonio Monge > J. Saraiva: Caríssimo, longe de mim entrar na guerra homens vs mulheres. Até sou dos que apela ao mútuo entendimento pois acho que uma mulher não entende muito bem o que é um homem e nem um homem entende muito bem o que é uma mulher. Defendo um maior diálogo e abertura para coisas que podem às priori parecer chocantes pois há diferenças na vivência de cada sexo perante a vida. A realização profissional, emocional e familiar são diferentes para ambos os sexos. Temos formas distintas de interpretar o sucesso, o lazer e o amor. Mas também não gosto de discursos pretensamente feministas que na minha opinião diminuem mais as mulheres do que as enaltecem. Já agora, interesseiros somos nós todos.          J. Saraiva > Antonio Monge :) Caríssima, sou uma Mulher.  Longe de mim, discursos feministas. Detesto quando me perguntam se sou uma. Defendo igualdade de oportunidades e acima de tudo meritocracia, pelo que também não sou a favor do sistema de quotas. Que estejam lá os que nos servem melhor, mesmo que venham de Marte.         Antes pelo contrário: Primeiro, estou muito mais preocupado com a situação das pessoas que vivem sozinhas, que são hoje em dia a maioria, homens e mulheres, sobretudo idosos. Mesmo aqueles ou aquelas que têm família. Segundo, a violência doméstica nunca é culpa de uma só pessoa. E além do mais, muitas mulheres sujeitam-se a ela voluntariamente, com medo de perder os rendimentos e o conforto que lhes são facultados pelos companheiros com os quais já só mantêm uma relação de ódio e de dependência. Isso é apenas uma forma de prostituição. Há dias li uma frase extraordinária sobre "a angústia das mulheres que não sabem se vão receber as pensões de alimentos a que têm direito". Pensões de alimentos?! Então e a igualdade?? Pensões de alimentos, devem existir para os filhos do casal, se forem menores à guarda das mães. E para mais nada!!! Até porque a simples existência de tal coisa, é menosprezar e apoucar as mulheres, criando nelas dependências pouco saudáveis. Terceiro, se 76% dos cuidadores são mulheres - que não foram forçadas a isso e escolheram essas profissões - é natural que 76% tenham estado na primeira linha dos cuidados de saúde... como diria Monsieur de La Palice! Quarto, se as mulheres são 52% da população, e "olhando a todos os empregos perdidos desde o início da pandemia, 55% são de mulheres", a discrepância são apenas 3%, o que demonstra até que ponto todo este artigo é enviesado. bento guerra: É evidente que o autor tem razão , a carga é maior quando a família está sempre metida em casa e apesar de haver agora, uns rapazes mais colaborativos            Keep it Simple: O autor defende o fim do confinamento  para que se proceda ă abertura dos negócios, daí a necessidade de abrir as escolas. Está no seu direito. Não precisa de se escudar na situação das mulheres para justificar o seu argumento.  Embora seja uma realidade dramática no contexto da pandemia, como aqui invoca, não se vislumbra que AHC se tenha preocupado assim tanto com as tais condições das desigualdades. Veja-se que AHC nunca deu conta que a maioria das pessoas que trabalham na Educação são mulheres. Ironicamente AHC julga ser um expert em Educação, mas nunca reparou nessa realidade. Nem quando vai à tv como comentador...        Je Vous Emmerde: E também sei que o tema parece estar demasiadas vezes capturado pelos piores radicalismos, suportados na inconsistência das visões identitárias. Mas tudo isso é enviesamento próprio de panfletários. Mas... não é isso que está precisamente a fazer com este artigo de opinião?

 

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