segunda-feira, 1 de março de 2021

Humor trágico


Ou antes, humor nesta nossa tragédia, tão bem explorada por Helena Matos e sentida pelos comentadores com domínio dos factos. Mas o país é tranquilo, e assim vai vivendo, num confinamento sem saída. Ao menos, vamos conhecendo muitas personagens sentindo e verbalizando por escrito os seus pareceres, de quem se preocupa. Mas todos vamos deixando andar. E chutar … quem tem melhor pontapé. Até ficarmos tolhidos para sempre…

Podem não saber o que dizem mas sabem o que fazem e sobretudo o que querem: controlar tudo e todos /premium

Arrasar brasões ou defender o racismo como exclusivo dos brancos não são doidices mas sim as peças soltas da obra de desconstrução da sociedade livre.A PSP e os tribunais são os próximos alvos.

HELENA MATOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR  28 fev 2021

A coisa chegou envolta naquele palavreado dos amanhãs que cantam: “IGAI quer mudar recrutamento de polícias e rever formação para acabar com discriminação“. No caso concreto a intenção anunciada pela Inspecção-Geral da Administração Interna de “acabar com discriminação” significa nada mais nada menos que o assumir de um claro controlo ideológico esquerdista no acesso à PSP: Nos testes psicotécnicos [feitos no recrutamento] temos essa proposta de criar um grupo de trabalho que integre psicólogos de forma a poder criar uma grelha de testes que seja apta a captar a existência, por exemplo, de um indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca. Vamos convocar psicólogos para a área do recrutamento” – anunciou a inspectora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira. A senhora inspectora-geral nunca ouviu falar dos casos de racismo entre cabo-verdeanos e guineenses em Portugal? Ou entre ciganos e negros? Não acha, por exemplo, a IGAI que “a grelha de testes” deve também captar estes casos? E a propósito de ideários porquê referir o nazi e deixar de fora o comunista ou o fundamentalismo islâmico? É caso para dizer que a IGAI não está à procura de psicólogos mas sim de controleiros!

Mas coloquemos a questão doutro modo: a senhora inspectora-geral teria coragem para dar outros exemplos? Ou que os poderia dar sem que se armasse uma polémica viral? E será que pode esclarecer o que leva a que os concursos de recrutamento para a PSP estejam a confrontar-se com uma até agora inédita falta de candidatos? Recordo que em 2020 das mil vagas ficaram mais de 200 por preencher porque não apareceram candidatos!

Mas o “por exemplo” da senhora inspectora-geral não se esgota na questão do recrutamento dos futuros agentes da PSP, leva-nos também ao ente politicamente mais útil deste momento, o tal “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca”. Este indivíduo, como a inspectora-geral bem sabe e prova com os exemplos que escolheu dar, faz parte do equipamento básico de quem agora está na vida pública e política: no tempo em que era de bom tom sair de casa logo pela manhã havia quem não conseguisse pôr o pé na rua sem levar consigo um chapéu de chuva, agora ninguém dá um passo na política sem ter ao lado para anatemizar o tal “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca”. Não interessa que o indivíduo não tenha feito nada pois tal como acontecia com os chapéus-de-chuva a sua função é estar lá para as emergências. Por exemplo, hoje mesmo precisa-se com urgência nas redacções de um “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca” para que seja devidamente noticiada a tentativa de degolação numa estação de serviço do Barreiro a um estudante de Medicina que se recusou a dar o seu lugar na fila de abastecimento a dois homens. Enquanto não se conseguir responsabilizar um “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca” pelo sucedido naquela estação de serviço dificilmente esta bárbara agressão sairá das páginas do “Correio da Manhã”. Também se precisa com brevidade de encontrar um “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca” para finalmente encontrar um responsável para as várias queixas por ameaças apresentadas pelo BE e afins (não sei o que surpreende mais, se o frenesi queixinhas de BE se a incapacidade da PJ para esclarecer o sucedido). Também dava jeito encontrar um “indivíduo que tenha um ideário nazi ou que seja adepto da supremacia branca” para culpar pelo falhanço da compra das vacinas pela UE, pelo atraso na distribuição dos computadores pelos alunos portugueses, pelos dados que o Governo não envia ao Conselho de Finanças Públicas ou pela provável subida dos juros da dívida. Creio que não será difícil arranjar um qualquer incauto que cumpra esse papel quanto mais não seja porque a dra. Ana Gomes arrebanhará o Chega para o efeito.

Como é que chegámos a esta tragédia grotesca? Como é que do combate ao racismo acabámos nesta armadilha do racismo como um exclusivo dos brancos? Como é que da defesa da igualdade de direitos entre homens e mulheres caímos no absurdo ficcional da identidade de género? Como é que da condenação da censura passámos para a defesa da auto-censura?… Porque tudo aquilo que tratámos como doidices, que deixámos para discutir depois, que encarámos como excentricidades de meia dúzia de lunáticos (chamavam-lhes românticos revolucionários, lembram-se?) não eram apenas mais uma maluquice mas sim as peças soltas da obra de desconstrução da sociedade livre que com mais ou menos falhas fomos durante algumas décadas do século passado e no início deste.

A queda do Muro de Berlim e o fim da URSS levaram a chamada esquerda democrática a perder o medo dos comunistas e tornaram possíveis alianças entre maoistas, estalinistas, trotskistas e os socialistas outrora admiradores de Olof Palme. Neste novo e admirável mundo já ninguém acorda com medo de ver a sua empresa nacionalizada mas vivem-se noites de pesadelo a fazer contas sobre como conseguir pagar os impostos, cumprir toda a legislação, não esquecer nenhum passo da burocracia. A isto junta-se agora o medo do patrulhamento ideológico do que se disse no passado, do confronto com o que fizeram os avós, de um deslize de linguagem

Os objectivos revolucionários foram substituídos por uma arrazoado de intenções que legitimam tudo e o seu contrário. Expressões como “acabar com a discriminação”, “o combater as desigualdades” ou a promoção da inclusão” tornaram-se no correspondente ao “por amor” na boca dos homicidas: os mais perversos meios e os mais obscuros fins são justificados através da invocação de um propósito aparentemente tão consensual quanto indiscutível.

A propósito do que definiu como “granítica ignorância da História” por parte de Ascenso Simões (sim, o deputado socialista que lastima a falta de sangue no 25 de Abril e anseia pela demolição do Padrão dos Descobrimentos), Fátima Bonifácio escreveu um artigo intitulado “Perdoai-lhe, senhor que não sabe o que diz“. O título é óptimo mas infelizmente a ignorância, sobretudo a granítica, não só não é casual como é parte estrutural do que nos está a acontecer: estarmos nas mão de gente que não sabe o que diz mas sabe muito bem que quer – o poder sobre as vidas dos outros – como consegui-lo e sobretudo mantê-lo.

PS. Em 1961, os jardineiros da autarquia de Lisboa conceberam sem dificuldades de maior os 32 brasões do jardim de Belém. Em 2021, a CML cujo quadro de pessoal atingiu os astronómicos 13.068 postos de trabalho alega que não tem pessoal qualificado para manter esses canteiros.

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COMENTÁRIOS

Mario Nunes: Excelente. A verdade incomoda a muita gente!!              Maria Narciso: Ser de Esquerda, segundo as teses Nazistas, era se vinculado ao complô Judaico - Bolchevique Ser Marxista, era ser parte da conspiração Judaica - Comunista . Essa ideia de conspiração ainda hoje persiste , trazendo os alertas de que estamos perante um novo surto de Extrema Direita, o que se torna trágico para todos os Democratas e Liberais , sejam de Direita ou de Esquerda.           Rui Teixeira: Muito bem, Helena. Você é a colunista que, com Paulo Tunhas e Rui Ramos, leio sempre. Fernandes e Nogueira Pinto, quase sempre.              pedro dragone: Mais um excelente artigo da cronista mais arguta e incisiva do Observador. E uma das melhores de toda comunicação social. Pena não lhe darem mais tempo de antena. Os factos reportados são graves e devem deixar-nos preocupados. É urgente "meter travão a fundo" nesta onda controleira antes que seja tarde de mais.       Luis Martins: Enfim a agenda política dos "democratas" progressistas de esquerda não vai parar até arrasar com a liberdade de pensamento que tanto odeiam. Para essas alminhas só a visão deles pode existir. Quando a polícia e tribunais forem também arrasados por esta gente será o caos. Minar totalmente a autoridade e confiança das forças da ordem é o caminho da anarquia. Como é que acham que um polícia pode proteger-se a si e a um cidadão comum se for sistematicamente enxovalhado e desautorizado pelos sensores da treta do Facebook e do Twitter!? Esses grandes sensores que descontextualizam cada imagem de modo a deixar a polícia sempre mal vista? Ora 1 polícia sem confiança e que trabalhe a medo nunca irá garantir a segurança de ninguém como é evidente! A polícia passa de bestial a besta num ápice muitas vezes sem qualquer sentido. Lembro-me do meu pai que era GNR contar uma vez em que foi chamado a casa de um casal de reformados porque o filho viciado em heroína os estava a agredir porque queria dinheiro para a droga. O meu pai e colega (patrulha) foram ao local e o sr achou por bem que também deveria agredir a GNR. Conclusão o meu pai e colega deram-lhe uma bastonada e fizeram muito bem a meu ver. Contudo, o casal de reformados a seguir apresentaram queixa porque a GNR tinha batido no seu filho... Ora isto é o pão nosso de cada dia nas forças de segurança o que agora é ainda pior porque aparece 1 marmelo qualquer a filmar e coloca depois a circular apenas a parte em que o GNR actuou mas não a parte em que foi atacada... Este é pois o caminho da selvajaria e da destruição da ordem.        Joaquim Almeid a > Luis Martins: Gente leviana dos média que não mede as consequências de desautorizar e desmoralizar PSP e GNR. Garotada...          Manuel Ferreira21: Excelente artigo. O importante é avisar que não podemos baixar a guarda e quem tiver disponibilidade, deve combater dialecticamente as esquerdas marxistas que nos encaminham para uma nova Venezuela.           José Pinto de Sá: Cada vez melhor, Lena! O meu aplauso!          TIM DO Ó: Os socialistas Ascenso Simões e Henrique Medina, em particular e o PS e o BE, em geral, são o produto e a demonstração do mal que o 25 de Abril fez a Portugal. Perdeu-se o orgulho em ser português, criando nas gerações que se seguiram, às quais estes senhores já pertencem, um sentimento anti-patriota que seca a nação portuguesa e que a torna moribunda e sem honra nem dignidade.            Maria Narciso: O PS sempre foi e será o pilar da Democracia. A transição democrática portuguesa deu-se através do PS , o mesmo PS que está procurando um lugar de geração política . As novas gerações políticas são claramente mais à esquerda.            TIM DO Ó > Maria Narciso: É também quem está a afundar o país e a toná-lo na Venezuela da Europa com as elites governantes ricas e corruptas. Foi para isso que se implantou a democracia?

Maria Narciso > TIM DO Ó: As democracias podem fracassar quando são destruídas pelos seus inimigos internos, que prometem soluções rápidas para problemas antigos , que branqueiam programas partidários e limar as arestas Neo - Nazis.         TIM DO Ó > Maria Narciso: Não. É mais António Costa, o novo ditador. A democracia está a ser destruída pela geringonça que está a tornar dependentes de si todas as instituições independentes. Só faltam os tribunais comuns (e já estiveram mais longe: veja-se o juiz Rangel).          Maria Narciso > TIM DO Ó: Não existe geringonça, nem o governo quer apoderar -se das instituições.. Não deve haver abandono da ética e da eficácia da Governação da Justiça. Existem 2 patamares  A justiça e os Tribunais Em matérias que não se prendam com a soberania , devem ser auditadas por todos os demais órgãos de soberania e pelo Governo e até se necessário por entidade externa independente Em relação ao Juiz Rui Rangel , deve especificar concretamente.               TIM DO Ó: Os governantes têm o dever de preservar o que encontraram e lhes foi legado e não preocuparem-se apenas com o egoísmo das suas convicções pessoais do momento. Devem antes preservar uma nação com quase 900 anos. Portugal é transversal aos regimes que passam e é património de todos nós: dos que morreram, dos que vivem e dos que virão. Não preservar isso é um crime que deve ser julgado.          José Paulo C Castro >TIM DO Ó: Portugal nasceu como Reino Cristão. Está morto. Só pode renascer ou diluir-se. Fica a língua. O que nós temos agora é uma República jacobina internacionalista que começa a falar inglês (antes era francês) e pretende exportar e importar cidadania.            TIM DO Ó > José Paulo C Castro: Sim. Morreu com a abrilada dos cravos.           José Paulo C Castro > TIM DO Ó: Não. Foi antes. A mudança das cores nacionais na bandeira (o azul e branco existiam desde o início) já pretendia sinalizar isso. A República vinha para diluir a nação original, primeiro num império multicultural e depois, em sequência do fim do colonialismo, numa união europeia. Podiam só ter tirado a coroa da bandeira mas não bastava: era preciso dizer que a natureza do país mudava e cortava com a sua origem. Era preciso colocar lá as cores de um certo tipo de republicanos com uma agenda específica: ateia, internacionalista e baseada na interpretação jacobina da revolução francesa. Não era apenas mudar a forma do regime. As cores eram as da Carbonária.            TIM DO Ó: São racistas anti-brancos que odeiam os brancos. O império português foi o único exemplo de sucesso no mundo do multi-culturalismo. Mais, as populações africanas estariam hoje muito melhor com os portugueses do que com as elites corruptas que os governam e que os saqueiam com a ajuda da China, dos Daesh e de outros estados estrangeiros que os saqueiam e os deixam na miséria. Só querem retirar as riquezas deles, ao contrário dos portugueses, não deixam lá nada. Isso é que é exploração e racismo.          julio Almeida: A verdade do que é dito neste magnifico artigo só não vê quem não quer.          Jorge Carvalho: Obrigado mais uma vez pelo seu óptimo artigo. Já ultrapassámos o tempo de análises e discussões a realidade escancarada entra nos todos os dias pela porta ou acordam ou a casa vai abaixo!           Paul C. Rosado: A democracia está a ser destruída pela extrema esquerda. Ninguém nas televisões se incomoda, ou tem coragem de revelar que está incomodado, por medo de ser chamado racista, homofóbico ou machista. E assim chegámos a este maoísmo do séc: XXI. Como é possível? Como permitimos isto?                  josé luís portas: À Dra Helena Matos agradeço anos e anos do seu trabalho que leio e ouço com muito gosto e atenção pela sua imensa qualidade e rigor jornalístico. Neste artigo informa também do que está a acontecer em Espanha, porque o Comunista Pablo Iglésias, à semelhança do Bloco de Esquerda, "meteu no bolso" o socialista Pedro Sanchez, primeiro Ministro do PS. A Europa do Sul está a receber as piores influências da América Latina e agora vejam se querem acabar como a Venezuela, na pobreza social e económica, será que os portugueses são tão estúpidos que vão escolher outra vez a ditadura depois de se livrarem de Salazar ? Não sei porque até agora ao longo de 40 anos preferiram empobrecer com políticas socialistas e comunistas, acordem antes que seja tarde de mais.

Cipião Numantino: Mais um notável artigo de HM! A que, não obstante, coloco algumas reservas não tanto pelo que ela propriamente escreveu mas mais pela cadeia de comentários que se seguiram, onde lautamente se infere que se trata de uma esquerda organizada onde tudo cabe e uma espécie de ordem civilizacional adrede imposta pelas forças de esquerda, como se se tratasse de uma espécie de ordem mundial que nos pretenderão impor. Ora, na minha modesta opinião, não se trata nada disso ou, melhor, não chamaria a isso um movimento de opinião concertado com conta, peso e medida. De facto, a um nível meramente dialéctico, é mesmo isso que pretendem impor, tal como um grande bando de gafanhotos atingem campos semeados provocando o seu efectivo colapso. Mas não passará disto mesmo. Porque nem os esquerdosos têm qualquer sentido de orientação de um ponto de vista organizacional nem, por outro lado, possuem um âmbito de visão que lhes permita planear ou executar uma tarefa que passe para além do mero propósito do barulho inconsequente ou de tomadas de posição que não têm prosseguimento prático como a história desde sempre nos vem demonstrando. Acresce que, esta gente, para sorte de todos nós, tem no geral uma parca inteligência e, a menos que se trate de gentes jovens incentivadas por rebeldias avulsas ou generosidades próprias destas idades, não passam, de forma prática e efectiva, de bandos de pardais atontados que esvoaçam normalmente sem tino, sentido ou ordem. Depois, quase todos eles são motivados por sentimentos muito pouco consequentes onde a inveja e o despeito, são uma espécie de alfa e ómega que orientam todas as suas actuações. Assim sendo tenho, para mim, que o maior perigo estará não nos seus atontados propósitos e confusas actuações, mas sim na permissividade que as gentes conservadores como nós lhes consentirem. Em especial há que lhes chapar nas caras tontas, que são desonestos, malandros, vigaristas e hipócritas. E não tergiversar nem aceitar que comandem os nossos destinos, sob pena de, então sim, desgraçarem as vidas de todos nós se não mesmo a deles próprios. E não esquecer. Nunca em tempo algum esquecer que eles se comportam como um bando de pombos com quem metaforicamente jogamos uma partida de xadrez. Logo que se inicia o jogo, derrubarão todas as peças, kaggarão de imediato todo o tabuleiro e, no fim, ainda se irão vangloriar que nos ganharam o jogo!!! É isto que não deveremos esquecer. Responder sempre à provocação com uma consequente outra provocação. Dizer-lhes na cara que são feios, porcos e maus e, no limite, afirmar sem hiatos ou tergiversações que se tratam de autênticos pulhas, vigaristas e mentirosos! Dizer e exercer tudo isto sem mesmo nenhumas ou remotas hesitações! No geral, cobardes como são, reagirão como desde sempre reagem os cobardes, pois claro!...        VICTORIA ARRENEGA > Cipião Numantino: Estimado Cipião, apesar de longos,  gosto sempre de ler os seus comentários. Este é particularmente interessante porque suaviza a sua visão da esquerda ( que não é muito diferente da minha) com as ligações às bicharadas que costumam frequentar hortas e jardins. Já reparou o estrago que um ou mais gafanhotos deixam num canteiro de alfaces? Por isso eu já desisti e compro as saladas no supermercado. Andava a comer o que dois ou três gafanhotos não queriam, ou seja os talos das alfaces. E depois tinha de esperar que o canteiro voltasse de novo a produzir e o ciclo repetia-se. O mesmo aconteceu com o canteiro dos morangos. O meu gato Girassol foi envelhecendo, abria de vez em quando  a pestana quando a algazarra pelos morangos lhe prejudicava o sono mas voltava logo de seguida ao descanso campestre e eu que me lixasse com os morangos. Passei a comprar os morangos espanhóis ali das estufas do sul.   Não tenho pombos na horta, Tenho rolas bravas que apesar de meigas e simpáticas sujam tudo à semelhança dos pombos.  Se bem compreendi o seu comentário, estamos perante uma moda que vai passar desde que tomemos uma determinada atitude. As coisas não me parecem ser tão simples assim. Os gafanhotos e os pássaros ( que não apenas pardais) arrasam todas as alfaces e todos os morangos e nós somos muito semelhantes ao Girassol. Ficamos eventualmente incomodados mas fechamos de novo os olhos e voltamos a dormir até que nada mais floresça na horta. Aí a bicharada muda de poiso. Curioso como estou também a falar metaforicamente!!!!!          Cipião Numantino > VICTORIA ARRENEGA: Cara Victoria, gostei do tom bucólico que imprimiu à sua resposta. Quanto mais não seja porque também eu andei metido em tais andanças. E as alfaces, morangos e quejandos também me foram sendo  invadidos pelos suspeitos do costume a que eu, en passant, acrescentaria lesmas e caracóis. Logicamente, tal como a minha cara, desisti. Mas adiante. Parece que não me fiz entender suficientemente bem. E, longe de mim, subestimar a trupe dos esquerdosos como se poderá inferir na sua escrita. O que eu pretendi colocar em equação é que se trata de uma cambada de desmiolados, mas nem por isso menos perniciosos ou perigosos do que revolucionários de armas na mão. De facto, ligo pouco a mitos urbanos. E anátemas atribuídos aos Soros desta vida, não são mais do que mitos. Podem corromper costumes e efeitos, mas nunca atingirão seus propósitos plenos. Isto porque a opinião descentralizada que hoje temos não é comparável ao que se passou antes de nós. A esquerda está nervosa. Daí este fervilhar de ideias que, no limite, acabará por desmontar o seu parlapié de sempre. Não se tratará propriamente de modas, mas de um novo evento em que o colectivismo baqueará ante tal informação descentralizada e o individual prevalecerá em confronto com o colectivo. Repare só, como exemplo, que pouca gente mais informada vê TV. E os jornais, em forma de letra, são mais velhos do que a Sé de Braga. A informação individual começa a tomar conta de tudo. E a esquerda, de tipo eminentemente rebanho, anda completamente à nora. Ou muito me engano ou vêm a caminho tempos difíceis para eles. E daqui a nada, só falarão para o Girassol ou seus émulos, que parecem que ouvem atentamente mas só em sentido figurado, claro!...            Anarquista Coroado > Cipião Numantino: Acho que está a ser demasiado optimista.         Joaquim Almeida > Cipião Numantino: A sua. receita é aquela que se impõe mas, "data vénia", o diagnóstico fraqueja, meu caro. :como sabe, a prática. revolucionária de falsear, omitir e mentir anda hoje espalhada não só por manifestações ou grupos mais ou menos desmiolados  mas também pelos mega-média, incluindo faces, passarinhos e tubos, que descaradamente exercem a censura de opinião. Como vê, o Grande Maestro não é uma fantasia, não.          Joaquim Moreira: Não tenho a menor dúvida em concordar em absoluto com esta análise de Helena Matos e com a sua conclusão: o que querem é "controlar tudo e todos", como grande objectivo da sua nova missão. E para não ir mais longe com grandes elaborações, por maior que fosse o rigor, basta ler o comentário de um dos maiores controleiros que anda aqui no Observador. Que assina como "josé maria", para quem não saberia! Na verdade, estamos perante uma nova forma da esquerda controlar a sociedade. E que passa por meter nos vários lugares e funções do Estado, quem antes foi muito bem instrumentalizado. Como é o caso do CES de Coimbra, instituição que tem como grande objectivo criar esta mentalidade em futuros servidores do Estado. Ao mesmo tempo que divulgam e promovem estas ideias por tudo o que é lado. Mas convém dizer, em abono da verdade, contam com o apoio directo ou indirecto de uma certa direita da sociedade. Que, em vez de atacar o inimigo comum, entretêm-se a destruir seus melhores, e cada um. O que facilita em muito a acção, destes controleiros e da sua missão. Bem estudada e preparada, como se fosse um sermão!       Joaquim Almeida > Joaquim Moreira: E o PSD a dormir no meio disso tudo. Ou entretido em guerrinhas intestinas, há anos.

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Antonio Mendes: Mais um artigo brilhante. Obrigado! Quando a cegueira ideológica se instala é difícil pará-la porque os cegos se recusam a ver e os mais ingénuos acreditam mesmo na loucura do que dizem. Contrariamente a uma multidão descontrolada que não pode ser parada mas pode ser desviada até acalmar, não vejo como desviar esta turba até cair na realidade. Aceitam-se sugestões!          VICTORIA ARRENEGA: Crónica excelente como acontece sempre.

 

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