Um fartote de riso “trágico” provoca o
texto de Helena Matos, que
mereceu acima de 200 comentários … nem todos pertinentes, é certo, mas ajudam a
distrair, no confinamento, e mesmo a ponderar…
A coberto da máscara veio o açaime /premium
Um homem foi multado porque trincava gomas na rua. Outro porque comia
uma sandes no carro. Um juiz foi suspenso. Chamaram-no negacionista e chegou. O
vírus do abuso do poder é a nova pandemia.
HELENA MATOS,
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 28 mar 2021
Primeiro
sorriu-se. A coisa
começa quase com um sorriso, uma gracinha meio infantil: “Homem multado
pela GNR por comer gomas na rua. Homem foi multado pela GNR durante o
estado de emergência e o confinamento obrigatório por estar a comer à porta de
um serviço comercial, algo que está proibido. A multa pode ir de 200 a mil
euros.”
Logo
aquela parte do nosso cérebro que se esforça por nos garantir que está tudo
bem, nos sussurra: ora que falta de gosto comer gomas e para mais comer gomas
na rua! Ainda se fossem chocolates que é algo que até permite citar Fernando
Pessoa! Nós que somos pessoas de bom gosto nunca seremos multados porque nem
compramos gomas em máquinas nem comemos gomas na rua. A rematar esta
deslocalização do óbvio – a nossa perda de liberdade – há aquela saída de emergência que consiste em
culpar a GNR (fica sempre bem, não é?) por ter treslido a lei, a estupenda lei
saída da estupendíssima cabeça do legislador. Está tudo bem, não está?
Vem aí o 25 de Abril, vamos comemorar a liberdade. Na ditadura é que se
multavam as pessoas por patetices como a licença de isqueiro. Nós agora, claro,
que nem percebemos como isso pode ter alguma vez acontecido.
Depois
engoliu-se em seco. Estávamos já devidamente apaziguados sobre a multa ao
homem sozinho que trincava gomas na rua quando nos surge outro homem
solitário. Como este estado de emergência tem permitido constatar, os
homens solitários fazem coisas muito estranhas e este, que tão
destrambelhadamente nos vem desinquietar acerca do estado a que o nosso
Estado chegou, comia uma sandes não numa rua mas sim num ermo, mais a mais
dentro de um carro em que só se encontrava ele mesmo, o condutor-comensal:
“A Polícia de
Segurança Pública (PSP) de Torres Novas multou um homem, em Lapas, durante uma
acção de fiscalização no âmbito do controlo do recolher obrigatório, mas o
multado, Rúben Marques, não cala a revolta, pois considera a coima indevida.
“Trabalho para uma empresa de limpezas e para duas associações de animais, uma
delas nas Lapas. Quando vinha do trabalho, parei o carro num local deserto para
descansar e comer uma sandes. Apareceu a polícia e multaram-me em 200 euros”.
Ó
senhor Rúben Marques porque não foi comer quinoa para casa? Que ideia essa de
vir com a sua sandes sabe-se lá de quê desfazer a maravilha jurídica que nos
rodeia!
Quando
enfrentar os abusos do poder era uma atitude meritória dizia-se que tal atitude
colocava um pauzinho na engrenagem e todo aqueles que se tinham por filhos de boa
gente aplaudiam esse gesto. Mas isso
era noutros tempos, agora o poder mudou de cor e portanto não há engrenagem nem
pauzinhos apenas umas gomas e umas sandes a colocarem nódoas nas boas intenções
do poder. Quanto à
PSP e à GNR, fartas de serem sovadas, atropeladas, baleadas e corridas dos
locais do crime, dedicam-se com zelo a passar a multas a quem dentro do seu
carro trinca uma fatia de pão ou come mais uma goma na rua. Verdadeiramente
falando vamos ficar todos bem!
Seguiu-se a fase do “ele não regula bem, pois não?!”. EXPRESSO: Juiz negacionista suspenso de
funções; PÚBLICO: Suspenso de funções juiz que se
opõe às medidas de combate à pandemia ; JN: Juiz anti-confinamento
suspenso preventivamente Não sei se o juiz Rui Fonseca e Castro
é negacionista no que ao Covid diz respeito. O que sei é que na já de si
inquietante pressa de legitimar a suspensão de um juiz ele foi rotulado com o
anátema do momento – o negacionismo – e subestimaram-se os seus alertas sobre
as consequências do uso de máscara nos tribunais: não pode
julgar-se alguém de cara tapada.
A presença de réus e testemunhas com
o rosto tapado é aliás uma discussão que começou há muitos anos nos
tribunais de vários países da Europa por causa das mulheres muçulmanas que
invocando a sua religião recusam mostrar o rosto.
Para
o juiz Rui Fonseca e Castro o rosto tapado em tribunal compromete a apreciação
de prova. E, sublinho eu, não é apenas o rosto tapado dos arguidos ou das
testemunhas que compromete as condições indispensáveis ao julgamento. Os
arguidos e as testemunhas têm o direito de ver o rosto dos juízes e do
procurador.
A
pandemia do abuso do poder está aí. O Covid há-de ir-se embora mas a
liberdade foi primeiro e não se sabe nem quando nem como voltará.
PS. Uma empresa americana colocou no seu site de
vendas umas camisolas da Póvoa do Varzim. Cobrava aproximadamente 700 euros e
dizia que eram de inspiração mexicana. A pátria tremeu num frémito. Desde o
Ultimatum inglês que não se via uma coisa assim. Escreveu-se “A CAMISOLA POVEIRA É NOSSA!” com
um ímpeto que esmorece o pretérito “Angola é nossa” (isto do nacionalismo
tem dias, há os dias do nacionalismo bom e os dias do nacionalismo mau).
A
ministra da Cultura, Graça Fonseca,
cuja única actividade relevante é dizer-se pesarosa de cada vez que morre um
artista, abandonou a produção de obituários e deu sinal de vida avisando que
“tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e
extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender a camisola poveira
enquanto património cultural português”. Fala também a senhora ministra da
necessidade de compensações “para a comunidade poveira”.
O paroxismo da questão foi atingido
com o presidente da câmara da Póvoa do Varzim a anunciar que “a Póvoa quer reparação de danos
pelo uso de camisola. Não lhes poupo nada. Morreu muita gente com aquela
camisola”. Em seguida
o presidente da câmara da Póvoa do Varzim apresentou um caderno
reivindicativo que entre outras lindezas pretende que a produção de algo
que se inspire na cultura poveira seja “ obrigatoriamente feito em
Portugal, pelos artesãos locais radicados na Póvoa de Varzim“.
Estamos a ler bem: só na Póvoa do Varzim. Nem sequer em Massarelos, tem de ser
na Póvoa do Varzim. Também se constata que o amor à camisola poveira deve ter
nascido agora mesmo porque entre as reivindicações apresentadas conta-se o “Financiamento por parte da
empresa Tory Burch, em termos e condições a definir, da criação de um centro de
formação de artesanato dedicado à profissionalização da confecção da Camisola
Poveira, cuja instalação terá lugar no Centro Empresarial da Póvoa de Varzim“.
A
senhora Tory Burch que tem amassado uma boa fortuna à conta do gosto dos seus
compatriotas pelo étnico e natural, não percebeu que há uma forma muito mais
eficaz de ganhar dinheiro com os produtos feitos em Portugal: é sacando
dinheiro aos contribuintes portugueses. Assim em vez de andar a reproduzir as
camisolas da Póvoa mais a mais fazendo-as passar por mexicanas, a senhora devia
era ter proposto ao Ministério da Cultura e à Câmara da Póvoa do Varzim
uma parceria para divulgar as camisolas poveiras nos EUA. A senhora era paga
para tal e ainda lhe ficávamos agradecidos. Também se tinha de pagar a
uns famosos para aparecerem de camisola poveira nuns eventos, constituía-se uma
comissão de acompanhamento da internacionalização da camisola poveira,
montava-se um observatório da camisola poveira, contratava-se uma empresa de
consultadoria, quem sabe o nosso Presidente da República ainda aparecia nos EUA
de camisola poveira… Em resumo cada camisola poveira vendida nos EUA sairia aos
contribuintes portugueses mais ou menos a mil euros mas ia ser um fartote de
boas notícias.
PANDEMIA SAÚDE LIBERDADES SOCIEDADE
COMENTÁRIOS:
Paulo Guerra. E pelos vistos
também ficou encantada com um burgesso ao volante a gravar um vídeo. Ganda
semana para a HM. Como é que uma
cabeça que já nasceu completamente distorcida continua a produzir semana após
semana a mesma distorção da realidade sem nunca se cansar é um mistério maior
que o milagre dos três pastorinhos, também tão do apreço da HM. Hoje na linha
dos grandes populistas o menu são vários episódios só com uma versão. Mesmo que
nunca fique muito bem a uma verdadeira chegadista atirar-se desta maneira às
autoridades policiais?! Mesmo que só tenha assumido que estamos em estado de
emergência já na recta final da coluna. Onde ainda somos brindados com a estratégia de
marketing da multifacetada HM para um ícone do vestuário tradicional português
já depois do crime consumado por uma das grandes plataformas de distribuição do
ramo actuais. Muito provavelmente o que a HM desconhece é que este tipo
abusos, de apropriação ilegal dos direitos de autor nos EUA, por norma não se
pagam com uns cêntimos como em Portugal. Esteve portanto muito bem a Ministra
assim como o próprio Município. É esfolar a ganância desta operadora desta
sociedade de consumo selvagem que não respeita nada nem ninguém, quanto mais a
cultura de uma determinada região, como a camisola em questão e/ou a loiça de
Bordalo, até à exaustão nos Tribunais que levam estes assuntos muito a sério.
Se calhar ainda lhe vai parecer o centro de formação barato. Oliveira:
Só discordo daquela parte respeitante ao
juiz. Ele faz parte
de um dos poderes constitucionais. Pode ter opinião obviamente, mas não faz
leis. Promover a sua desobediência, como parece ser o caso, é violar os deveres
da sua função. Quanto aos
outros dois casos, ridículos, já se sabia que a lavra desta nomenclatura era
fecal. A novidade é que a cada dia que passa cheira pior... Luis
Dominguez: Isto é mesmo uma portugalolândia josé
maria: A Alemanha da CDU não conseguiu organizar
o seu SNS e está à beira da ruptura dos cuidados intensivos? A culpa também
será do Costa ou a Srª Merkel não escutou os conselhos prudentes dos Médicos e Juristas
Pela Verdade lá do burgo Manuel
Barcos > josé maria: O
lambe-botas do ditador Costa não perdoa. Está sempre aqui com as suas
tretas. São estes
parasitas que suportam o regime bolivariano dos Xuxas. Elvis Wayne > josé maria: Rennie, Zé, isso é que precisas Hipátia
Alexandrina: De cada vez
que leio um artigo de Helena Matos e outros - por exemplo Alberto Gonçalves,
Jaime Nogueira Pinto, João Pedro Marques ou António Barreto - descubro que
ainda há pensamento, diria racionalidade, em Portugal. O Nobre Povo, a Nação
Valente, estarão muito doentes, mas ainda não estão mortos. O país ainda não se
afundou completamente na boçalidade bisonha de um Zé Costa Povinho qualquer nem
na espertalhice saloia da cambada dirigente: a governamental, a apoiante e a
opositora. Alvíssaras por isso! SPARTA Liberales Semper Erexitque
> Hipátia Alexandrina: Sim kamarada Sparta, ainda há racionalidade em
Portugal, restos perdidos de uma grande civilização, última rosa do Lácio,
inculta e bela, nas palavras citadas por José Hermano Saraiva. Nunca o saudei a
si pelo seu novo e magnífico novo nome, Hipátia Alexandrina. Só por ostentar
esse nome esquecido da História passa a falar de racionalidade com autoridade
acrescida. Viu o filme de Alejandro Amenábar, Ágora? Aquilo impressionou-me, mesmo sabendo que em
grande parte era ficção. Marcelo
Teixeira: O açaime, ou a mordaça, vem na forma de
ataques concertados a Cavaco Silva, onde o criticam pelo modo ou pela ocasião,
mas nunca pela substância do discurso, vem na forma com que alguns jornalistas
e comentadores são saneados dos seus programas, horário nobre e dos seus
empregos. A mordaça assume a forma de notícias "fofinhas" ou de
"grandes reportagens" de temas remotos, impessoais, e inconsequentes,
sem esquecer os "fact checks", que comparam alhos com bugalhos, ou
que socorrem seus protegidos de imediato. Enfim, o açaime e a mordaça estão aí,
e continuarão enquanto o país não se der conta do poucochinho que ganha, e da
montanha que deixa de ganhar, em favor de uns poucos. Vaitu Éstu >Marcelo Teixeira: Excelente comentário, disse tudo. Elvis Wayne > Marcelo Teixeira: Há muito que comecei a reparar que os velhacos que
apelidam o Dr. Cavaco Silva de "Múmia" têm eles próprios os cérebros
mumificados no séc. XIX no tempo de um tal de Marx... Alberto Sousa: Excelente! "A coberto da máscara veio o
açaime" . De populista, passei a ser negacionista! Este estado ou estes
governantes N ÃO SERVE! pedro
dragone: Terrorismo sanitário da pandilha
Costa&Cabrita Lda servido por zelosos la-bre-gos. ✡: A cronista usa
e abusa da sorte que tem... Viesse com esta conversa há 50 e seria detida pela
PIDE-DGS... Mas sabemos, que se vivesse nesses tempos saudosos e felizes,
estaria muito mais serena e complacente com o regime e a situação...
Na idade média, tal postura dar-lhe-ia direito a um sumário bilhete de
viagem para o além... José
Ribeiro > ✡: Então se o teu amigo Cunhal tivesse abocanhado o país
onde não estaria já a senhora! Não é ó estrelinha? Elvis Wayne> ✡: O desespero já
é tanto que até já invocam a PIDE senhores, tadinhos dos totalitários da
sarjeta, estão com incontinência ideológica. Toma Rennie, que isso passa... Alberico Lopes: Estamos a transformar este
pobre País num anedotário internacional! Esta das multas às gomas e ao pobre
que está a matar a fome, dentro do carro, para poder entrar novamente ao
serviço, não lembra a ninguém! Gostava de poder confrontar o sr. Marcelo com
esta situação. O que é que ele terá a dizer sobre esta verdadeira caça à multa?
Ao sr. Costa não perguntaria nada: ele se calhar até conseguia fazer-me
entender que a culpa é do Passos Coelho! Rui Fernandes: Não entendo como não andamos
todos assustados Franco
Cem por cento > Rui Fernandes: Porque a esquerda manda estar calado. Se fosse a
direita já estava tudo, há muito, a arreganhar os dentes. O povinho está bem
amestrado. Só quando mexerem novamente nos bolsos dos funcionários públicos é
que os vamos ver ladrar a seria. Vitor Prata: A democracia está em perigo,
pois aqueles que detêm o poder - diga-se ele socialista ou social-democrata -
não tem resistido a abusar dele e impor restrições injustificáveis. Infelizmente, alguns que têm o dever de
fiscalizar essas restrições, libertam o tiranozinho que há em cada um. Domingas Coutinho: Helena Matos sem papas na língua. Parabéns. Cipião
Numantino: Exageros! Exageros exercidos por cabeças
quadradas que tomam a parte pelo todo. Conta-se, numa estória de há muitos
anos, que o porteiro de um cinema não deixou entrar um casal que não trazia
guarda-chuva. A coisa conta-se de forma simples: estava um dia fortemente
invernoso e a chuva caía sem cessar. Perante tal situação, o dono do cinema deu
expressas ordens ao porteiro "que ninguém podia entrar sem deixar o
guarda-chuva à porta". Levada a recomendação à letra, lá foi o diligente
porteiro arrecadando os guarda-chuvas que os clientes invariavelmente traziam.
Entretanto, surgiu um casal mais afoito que não trazia tal artefacto. Bilhetes
na mão, o porteiro olha para eles e pede-lhes para lhe entregarem o
guarda-chuva. Perante tão estranha situação, o casal lá se foi desdobrando em
desculpas ao afirmarem que não o podiam deixar já que não tinham nenhum.
Debalde. O porteiro, inflexível, clamava que toda a gente tinha de deixar o
guarda-chuva já que havia recebido ordens expressas nesse sentido. E não os
deixou entrar!!! Parece-me ser tal excesso de zelo que motivou os policiais
perante os comilões das gomas e das sandes. Seja como for, anda bem a estimada
HM ao comparar tais eventos com a pouca racionalidade dos governantes e, por
arrasto, das autoridades que zelam por leis ou ordens que mais parecem radicar
nos excessos do porteiro de cinema. O que justificará, por si só, tomadas de
posição ridículas. Leis ou ordens ridículas só podem, aliás, ser confrontadas
com atitudes ridículas. E quem não se lembrará da célebre licença do isqueiro
dos tempos da outra senhora? E da lei concomitante que, cito, dizia "que
só se podia usar isqueiro debaixo de telha"? E, vai daí, conta-se que os
estudantes de Coimbra traziam uma pequena telha que colocavam por cima do
isqueiro sempre que pretendiam acendê-lo? Não tarda nada veremos por aí
gentinha a dar desculpas esfarrapadas e a gozarem com o pagode. Liberdade para
passear o cão? E por que não passear uma galinha, um leitão ou mesmo uma osga? Força
pessoal. Ordens ridículas combatem-se de maneira ridícula! De resto, este país,
já se tornou uma ridicularia pegada! Cada um que coloque mais um prego no
caixão de um país que foi o 1º. império global da História. Que, como dizia o
poeta, não morrerá de causas naturais, mas sim afogado no ridículo!... PS -
Emblemático o fervor demonstrado com as camisolas poveiras. Na sequência,
aliás, do tipo de apropriação cultural de que os caucasianos são acusados por
parte dos povos afro de apropriação cultural, entre outros, de tranças, lenços,
artefactos de missangas ou capulanas, e por aí vai. Que santo Eucarário
nos acuda. Que se ponham a pau os pauliteiros de Miranda. E que se passe a
exigir que os paus com que deleitosamente dançam são, tão só, para esse
exclusivo efeito. E ninguém pense coçar o fiofó com eles e ainda bem menos
servirem para tirar macacos do nariz! Antes, como hoje, o respeitinho é muito
bonito. Que, aqui, não há pão para malucos!... Alfaiate Tuga: A reboque da pandemia estado
português está paulatinamente a denegrir a imagem das polícias junto da
população em geral, colocando-a numa posição ainda mais difícil, fazer cumprir
leis absurdas. O cidadão que é multado não culpa a lei, mas sim o polícia que
a fez cumprir com ou sem excesso de zelo, parece-me que nos casos referidos
pela articulista, o excesso de zelo é manifesto, claro com prejuízo para a
imagem da polícia em geral. Os policiais queixam-se de ser mal pagos, mal
equipados e muitos ocupam esquadras sem as mínimas condições para se poder
trabalhar, penso que a população deveria ser sensível a isto e estar ao lado
dos polícias na sua luta, pois são eles os responsáveis no terreno pela nossa
segurança. O problema é que a polícia é também responsável por grande parte das
multas que apanhamos e esta legislação covid que mais parece as regras de um
campo de concentração, permite aos mais zelosos denegrirem a imagem genérica da
polícia, multando pessoas por comerem na rua, ou dentro de um carro, ou fora do
conselho de residência, ou sem máscara, ou sem relógio (recolher obrigatório),
etc. Não é a polícia que faz a lei, mas pode ter bom senso na sua aplicação,
contribuindo desta forma para o elevar da sua imagem junto da população, no
sentido desta estar ao seu lado na luta por melhores remunerações e condições
de trabalho, pois só quando a maioria da população se preocupar com as
condições dos policias o assunto entra na agenda do governo e desta forma vêem
o salário aumentado e condições melhoradas, mas andar a multar gente por comer
na rua, de certeza que não mobiliza muitos para as suas causas, portanto já que
o governo não tem bom senso, que o tenha pelo menos a polícia para bem de todos.
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