quinta-feira, 18 de março de 2021

Voltemos a Job


E acreditemos na sua história de “final feliz”. O que desejamos, afinal, sem filosofia nem descrença, é que seja esse mesmo, o resultado de todos os sofrimentos por que o Dr. Salles tem passado. Um final feliz, como teve Job.Parce, Domine, homini tuo”.  

MOVENDO MONTANHAS

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO,  17.03.21

 No seu livro «O mundo como vontade e representação», ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­considera que o que conhecemos através dos nossos sentidos, o conhecimento empírico, é a simples representação das coisas mas que a realidade dessas mesmas coisas é praticamente inacessível ao comum dos mortais.

Daí, Sue Prideaux, na sua biografia sobre Nietzsche intitulada «EU SOU DINAMITE» afirmar no final da pág. 69 que…

Toda a vida é anseio por um estado impossível  [o da compatibilização entre a representação e a realidade] e, por conseguinte, toda a vida é sofrimento. Kant escreve de um ponto de vista cristão que tornava suportável o estado sempre imperfeito e sempre desejoso do mundo empírico porque seria possível esperar uma espécie de final feliz, caso se fizesse o esforço suficiente. A redenção era sempre possível através de Cristo.

* * *

Esta «saída» kantiana faz-me lembrar que a fé move montanhas.

Henrique Salles da Fonseca

COMENTÁRIOS::

 Henrique Salles da Fonseca  17.03.2021 ;

Parce, Domine, parce populo tuo.
Ne, in aeterno,
Irascaris nobis!... 
  Elias Quadros

 Henrique Salles da Fonseca  18.03.2021  ; MINHA TRADUÇÃO SUPER-LIVRE::
Poupa, Senhor; poupa o teu povo.
Não demores muito
Estamos zangados
.

 Anónimo  18.03.2021  11:52: M/ Caro Dr. Salles da Fonseca, Viver sempre foi perigoso - e hoje os perigos nem sequer são mais agudos, muito pelo contrário. Só que nós, ocidentais, nos tornámos sociedades hedonistas que se sentem perdidas quando se vêem fora das suas bolhas de segurança e de prazer. O chato é que a História nos mostra que sociedades hedonistas não têm grande futuro.

 Henrique Salles da Fonseca  19.03.2021  : O livro de Schopenhauer “O Mundo como vontade e representação” , passou despercebido durante muitas décadas e parece que injustamente teve pouco êxito. Entre outras reflexões, ele afirma que o mundo é dor, porque o querer nunca está satisfeito. E ainda que todos os seres sofrem, cada qual a seu modo e não conseguem da vida mais que insatisfação! Contudo, encontra soluções para, segundo ele, apaziguar o querer, primeiro, por meio da arte que nos distancia do mundo e o representa; depois pela compaixão, que nos faz compreender os sofrimentos do resto dos seres, e renunciar a causar-lhes mal para impormos os nossos desejos; por fim na santidade (sem deuses nem clero) o que permitiria deixarem-se “acalmar” no nirvana!
Ao contrário dos seus colegas filósofos, foi um excelente escritor, com temas muito populares, entre outros, com conselhos para se viver melhor ou um pouco menos mal e esses temas foram mais lidos do que o resto da sua filosofia. *Referências do livro “História da Filosofia sem medo nem pavor” de Fernando Salvater Reportando-me ao final do seu comentário em que refere (e bem) que Kant teria escrito que “seria possível esperar uma espécie de final feliz, caso se fizesse o esforço suficiente”, permito-me citar Carl Sagan (cientista, físico, biólogo, astrónomo, escritor…) que referiu: "Somos todos feitos da poeira das estrelas…” Talvez possamos ver uma estrela em cada ser! E assim termino o meu comentário, incentivando todos nós e os que amamos e prezamos a “mover montanhas” (no sentido metafórico, obviamente).Os melhores cumprimentos.
Mª Emilia Gonçalves


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