E acreditemos na sua história de “final feliz”. O que desejamos, afinal, sem filosofia nem descrença, é que seja esse mesmo, o resultado de todos os sofrimentos por que o Dr. Salles tem passado. Um final feliz, como teve Job. “Parce, Domine, homini tuo”.
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 17.03.21
No
seu livro «O
mundo como vontade e representação», considera
que o que conhecemos através dos nossos sentidos, o
conhecimento empírico, é a simples representação das coisas mas que a realidade
dessas mesmas coisas é praticamente inacessível ao comum dos mortais.
Daí,
Sue Prideaux, na sua
biografia sobre Nietzsche intitulada «EU
SOU DINAMITE» afirmar no
final da pág. 69 que…
Toda a vida é anseio por um
estado impossível [o
da compatibilização entre a representação e a realidade] e, por
conseguinte, toda a
vida é sofrimento. Kant escreve
de um ponto de vista cristão que tornava suportável o estado sempre imperfeito
e sempre desejoso do mundo empírico porque seria possível esperar uma espécie
de final feliz, caso se fizesse o esforço suficiente. A redenção era sempre
possível através de Cristo.
* * *
Esta «saída» kantiana faz-me lembrar
que a fé move montanhas.
Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS::
Henrique Salles da Fonseca 17.03.2021 ;
Parce,
Domine, parce populo tuo.
Ne, in aeterno,
Irascaris nobis!... Elias Quadros
Henrique Salles da Fonseca 18.03.2021 ; MINHA TRADUÇÃO
SUPER-LIVRE::
Poupa, Senhor; poupa o teu povo.
Não demores muito
Estamos zangados.
Anónimo 18.03.2021 11:52:
M/ Caro Dr. Salles da Fonseca, Viver
sempre foi perigoso - e hoje os perigos nem sequer são mais agudos, muito pelo
contrário. Só que nós, ocidentais, nos tornámos sociedades hedonistas que se
sentem perdidas quando se vêem fora das suas bolhas de segurança e de prazer. O
chato é que a História nos mostra que sociedades hedonistas não têm grande
futuro.
Henrique Salles da Fonseca 19.03.2021 :
O livro de Schopenhauer “O Mundo como
vontade e representação” , passou despercebido durante muitas décadas e parece
que injustamente teve pouco êxito. Entre outras reflexões, ele afirma que o
mundo é dor, porque o querer nunca está satisfeito. E ainda que todos os seres
sofrem, cada qual a seu modo e não conseguem da vida mais que insatisfação! Contudo,
encontra soluções para, segundo ele, apaziguar o querer, primeiro, por meio da
arte que nos distancia do mundo e o representa; depois pela compaixão, que nos
faz compreender os sofrimentos do resto dos seres, e renunciar a causar-lhes
mal para impormos os nossos desejos; por fim na santidade (sem deuses nem
clero) o que permitiria deixarem-se “acalmar” no nirvana!
Ao contrário dos seus colegas filósofos, foi um excelente escritor, com temas
muito populares, entre outros, com conselhos para se viver melhor ou um pouco
menos mal e esses temas foram mais lidos do que o resto da sua filosofia. *Referências
do livro “História da Filosofia sem medo nem pavor” de Fernando Salvater Reportando-me
ao final do seu comentário em que refere (e bem) que Kant teria escrito que
“seria possível esperar uma espécie de final feliz, caso se fizesse o esforço
suficiente”, permito-me citar Carl Sagan (cientista, físico, biólogo,
astrónomo, escritor…) que referiu: "Somos todos feitos da poeira das
estrelas…” Talvez possamos ver uma estrela em cada ser! E assim termino o meu
comentário, incentivando todos nós e os que amamos e prezamos a “mover
montanhas” (no sentido metafórico, obviamente).Os melhores cumprimentos. Mª
Emilia Gonçalves
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