domingo, 7 de março de 2021

Celebrou o primeiro centenário hoje


Ou seja, já ontem. O PCP. Acabei de escutar o debate sobre o PCP, debate de grande convicção, com dois dos intervenientes - entre os quais Pacheco Pereira - em presença, e mais dois à distância, consequência do confinamento. Debate de paixão, como de costume, Álvaro Cunhal na berra, em questão de afectos. Visitei também a página inicial da Internet sobre a questão e colhi o seguinte início de notícias, algumas sinalizando festejos de quem tudo pode, prova das razões que preocupam Salles da Fonseca, este sem paixão mas com a indignação própria de um bom senso previdente de analista que detecta raquitismo mental, neste posicionamento cada vez mais afincado num partido que significou tanta violação de direitos e tanta crueldade, sempre - que SF atribui a inveja, tendo boas razões a confirmá-lo e assim previne.

Página inicial da Internet, sobre o tal centenário:

«Notícias principais

"O confinamento é só para alguns": Celebrações do centenário do PCP 'incendeiam' redes sociais

- Correio da Manhã·há 2 horas

PCP assinala hoje 100 anos com 100 ações pelo país

TVI24·há 15 horas

Lisboa acolheu desfile com 100 militantes do PCP para assinalar centenário do partido

RTP·há 5 horas

Resultados da We

"O confinamento é só para alguns": Celebrações do ...

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há 2 horas —As celebrações do centenário do Partido Comunista Português (PCP), que decorrem este sábado, estão a tornar-se virais nas redes sociais e ...

CENTENÁRIO PCP assinala hoje 100 anos com 100 ... - TVI24

tvi24.iol.pt › Últimas › TVI24

há 16 horas — Em Lisboa, o Partido Comunista cancelou o comício do centenário no simbólico Campo Pequeno devido à pandemia de covid-19, mas vai ...

Lisboa acolheu desfile com 100 militantes do PCP para ... - RTP

www.rtp.ptnoticias › politica › lisboa-acolheu-desfile...

há 6 horas — A capital lisboeta recebeu esta tare um desfile com 100 militantes do PCP. Um desfile que assinala o centenário do partido.

1921-2021 - Centenário do Partido Comunista Português ...

www.pcp.pt › 1921-2021-centenario-do-partido-comu...

01/03/2020 — Comemorar o centenário do PCP é relevar e homenagear o papel que lhe é justamente reconhecido como o Partido da luta em defesa dos...

No centenário do PCP, Jerónimo pede “convergência de ...

observador.pt › 2021/03/06 › no-centenario-do-pcp-jer...

há 7 horas — No centenário do PCP, Jerónimo pede “convergência de democratas” mas rejeita ser “força de apoio ao PS” /premium. Pelos cem anos do...

PCP. Cem anos depois, ainda são a luta e a revolução que ...

www.publico.pt› 2021/03/06 › politica › noticia › cem...

há 17 horas —... vida do partido hoje centenário e que só conhecem Portugal em democracia. O PÚBLICO falou com seis militantes do PCP que têm, e terão,...

Centenário do Partido Comunista Português - Expresso

expresso.pt› blogues › blogue_trocando_em_miudos

há 2 dias —O PCP comemora o centenário com os olhos postos no futuro e pronto para continuar a luta pelo reforço dos direitos dos trabalhadores e pela ..

7Centenário do PCP: Subirá sempre mais alto a bandeira ...»

SYLLOGISMUS INVIDIAE» - 3

HENRIQUE SALLES DA FONSECA             A BEM DA NAÇÃO, 06.03.21

Regressado à sua dimensão continental anterior à conquista de Ceuta em 1415, Portugal teve rapidamente que «lamber as feridas» integrando meio milhão de civis e militares desmobilizados do Ultramar que de lá vieram com a roupa que traziam no corpo, teve que suportar uma dolorosa tentativa de sovietização, teve que repor a ordem cívica e criar uma democracia pluripartidária.

E a vida continuou…

na integração europeia, a tal ideia que os soviéticos não toleravam e que, morta a URSS, a orfandade leninista que há tempos usava colarinho azul teima em combater em sintonia envergonhada com os gramscianos, com os eruditos de mania trotskista e com outros filomarxistas de colarinho branco.

Eis-nos, assim, chegados a um novo cenário em que uma crescente burguesia pós-moderna, hedonista, consumista, disputa as luzes da ribalta em confronto mais ou menos aberto com a «esquerda caviar» que se diz puritana mas que, sendo adepta do silogismo da inveja, mais não consegue do que tentar destruir os Valores do Ocidente, a começar pelos padrões da sua História.

A nova parangona marxista aí está, «a dinâmica da História». Mas a História é definitivamente estática depois de ter registado os factos ocorridos. A História é registadora e qualquer outra missão que se lhe queira dar só pode ter como objectivo o apagamento da memória para uma aniquilação civilizacional e uma posterior manipulação de um novo determinismo cultural.

Mas os espectadores não são cegos e já toparam a jogada dando voz – de momento, apenas nos actos eleitorais – às forças que reagem mais abertamente a essa investida demolidora. Contudo, mais do que um putativo confronto físico que as Forças de Segurança sempre conseguirão domar, o perigo que se perfila está na eventualidade de – por causa da inveja estaminal - a prossecução da busca do bem-comum assente nos valores do humanismo democrático e na economia social de mercado perder o pé no turbilhão que o eufemístico «politicamente correcto» vem acelerando.

E, se isto acontecer em Portugal e no resto da Europa, então, Estimados Leitores, será o

FIM

Março de 2021                          Henrique Salles da Fonseca

COMENTÁRIOS:

Anónimo 06.03.2021: M/Caro Dr. Salles da Fonseca, Nos tempos do antigamente tudo era até bem simples: o clero desfrutava pela graça de Deus, a nobreza desfrutava por mercê do sangue, o povo só ia desfrutando nos raros momentos em que isso lhe era concedido e o Rei jogava noutro campeonato enquanto sobrevivesse à violência que o rodeava. Veio Bentham e a felicidade como critério, bem à imagem de uma classe social nascente, os comerciantes, cuja riqueza não saía directamente da mão do Rei. Inverteram os termos à equação do clero e da nobreza: onde estes últimos partiam do poder para obterem riqueza e se perpetuarem pela linhagem, os comerciantes disputavam o poder entrincheirados na sua riqueza e, qual planta trepadeira, não descansavam enquanto não se enxertassem nas linhagens nobres. O hedonismo passou a ser o santo-e-a-senha do poder, da riqueza e das linhagens. O que vemos hoje é o hedonismo elevado a critério último de uma vida bem sucedida, permanentemente desafiado por um menu de possibilidades que cresce sem parar. É ao hedonismo que todos os partidos políticos apelam, de uma maneira ou de outra. É o hedonismo que converte o acesso gratuito a bens e serviços em critério último de uma governação bem conseguida. O mais interessante é que são os partidos ditos de esquerda que mais apelos fazem ao hedonismo dos eleitores, omitindo cautelosamente que são esses mesmos eleitores que, passando num ápice de beneficiários a contribuintes, acabam por pagar a conta do seu hedonismo.

Henrique Salles da Fonseca 06.03.2021: Como sempre muito pródigo nos textos interessantes que nos disponibiliza. Muito obrigado. Salvo erro Lenine, já dizia que o caminho para a Europa passava por Pekin e pela África. Não nos podemos esquecer que o USA também teve o seu papel anti-colonialismo económico. Obrigado e um abraço Manuel Henriques

Adriano Lima 06.03.2021: Eu não estava a ver grande razão para conceder-se primazia à dicotomia marxismo-capitalismo, ou esquerda-direita, tanto mais quando, hoje, o que se assiste, com mais preocupação, é à emergência de forças ou movimentos radicais ou extremistas de direita. Mas a partir do momento em que o Dr. Salles faz entrar em cena a actual "crescente burguesia pós-moderna, hedonista...", julgo que intencionalmente está a chamar a nossa atenção para a reviravolta nos parâmetros que tradicionalmente regulavam ou vinham regulando a discussão ideológica. Há quem seja de opinião de que hoje não faz grande sentido falar de esquerda-direita, tal é o esbatimento de certas fronteiras entre as realidades sociais, culturais e comportamentais. Mas também há quem entenda que os tais núcleos de pretenso extremismo e radicalismo ideológico talvez nos venham a fazer relembrar quão saudáveis e inofensivos eram os antigos conflitos e mesmo clivagens ideológicas. Isto porque os extremismos da direita não reclamam uma verdadeira filosofia de vida visando a felicidade humana, mas tão-só a aniquilação do actual sistema. Que não é perfeito, mas, por assentar numa vivência democrática, é o menos imperfeito de todos (Churchill), e a prova é que, há mais de 70 anos, nos vem proporcionando uma existência razoavelmente pacífica, na Europa, apontando para o progresso humano e a valorização da dignidade humana. No plano exterior, já fora das realidades domésticas, a ameaça pode estar é no crescendo do predomínio mundial de uma China mesclada de comunismo e capitalismo, que, por isso mesmo, constitui uma incógnita que precisa ser analisada e descodificada pelo resto do mundo, incluindo a própria Rússia, para que o mundo possa conhecer em que tabuleiro de xadrez e com que jogadores sem máscara terá de discutir e resolver o destino planetário. A Europa tem de fortalecer a sua coesão interna e união com os EUA e o resto do mundo de matriz ocidental e cristão, pelo que, para já, só se pode saudar a queda da odiosa e retrógrada figura que foi o seu presidente até data recente.

Anónimo 07.03.2021: Então é o "politicamente correcto" que ameaça os valores do humanismo democrático e a economia social do mercado e não o liberalismo económico desenfreado, a realidade de mono/oligopólios das multi-nacionais?  António Fonseca

Henrique Salles da Fonseca 9.03.2021: Senhor António Fonseca: Nós, no Ocidente, temos apertada vigilância sobre a transparência dos mercados, ao contrário do que acontece no Oriente. Mas os marxistas continuam assestados sobre o famigerado capitalismo descontrolado e tendencialmente monopolista. Nos países em que existe efectiva transparência de mercados, esse modelo monopolista já só existe nas cabeças marxistas. Veja-se o que está a acontecer com as empresas de comunicação social. Mas as vossas críticas incidem muitas vezes sobre as petrolíferas e, aí, mais uma vez, chamo a atenção para as inúmeras Autoridades da Concorrência nacionais e plurinacionais. Nem todas estão - na vossa expressão - «vendidas aos interesses do grande capital. Acontece que todas trabalham com a mesma matéria-prima que submetem a processos idênticos de transformação donde resulta um método de formação básica do preço muito pouco diversificado. Acrescem variações na cotação internacional dessa matéria-prima e, aí, os marxistas blasfemam contra a especulação bolsista que não distinguem da manipulação bolsista. Nessa parcela da realidade, nós, no Ocidente, temos as Comissões de Marcado de Valores Mobiliários que, também elas, não estão todas «vendidas aos interesses do grande capital». Portanto, das duas, uma: os mercados são transparentes ou não e, no Ocidente, nós temos uma sistemática preocupação com a necessidade de defesa do consumidor. No Oriente, não consta haver esse tipo de preocupação de bem comum das populações.
Claro está que, cá no Ocidente, há mercados mais transparentes que outros e Autoridades mais eficazes que outras. Senhor Fonseca: esteja tranquilo pois no seu Canadá de acolhimento a sofisticação dos mercados é muito mais transparente do que na sua Índia natal. Votos de saúde, de tranquilidade e de progresso para si e para todos os seus.

demolidor 89 08.03.202: Mas acha mesmo que o nosso Portugal, ainda (e sempre) atrasado, futeboleiro, fadado, telenovelado, vai conseguir sair da periferia europeia? A Alemanha e o Japão depois de destruídos, reergueram-se. A China e a Índia já são dois gigantes. E nós?

Henrique Salles da Fonseca 08.03.2021:Sim, continuo a acreditar que havemos de vencer.

Henrique Salles da Fonseca, 09.03.2021: D. Pedro, Assuma a sua identidade, não se esconda atrás de um pseudónimo. Quando o fizer, responderei ao seu comentário com alguma argumentação construtiva. Mas desde já lhe digo que neste blog todos temos um espírito construtivo - o que não significa minimamente unanimidade de pontos de vista - pelo que se o seu espírito é destruidor, desapareça do nosso horizonte com o dobro da velocidade com que apareceu.

demolidor89 09.03.2021_ D. Pedro? Quem é este fulano? Deve estar a delirar. Não sou monárquico e muito menos amante da Inês. Como é bom viver nesta cidade de Porto e expressar livremente de acordo com a liberdade de expressão. E até sonhar com o nosso Portugal a ser alavancado com a bazuca que irá chegando aos poucos. Saudações portistas e Tudo Azul no campeonato. Bairro de Paranhos. A. R.

 


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