Ou seja, já ontem. O PCP. Acabei de
escutar o debate sobre o PCP, debate de grande convicção, com dois dos
intervenientes - entre os quais Pacheco
Pereira - em presença, e mais dois à distância, consequência do confinamento.
Debate de paixão, como de costume, Álvaro
Cunhal na berra, em questão de afectos. Visitei também a página inicial da Internet sobre a
questão e colhi o seguinte início de notícias, algumas sinalizando festejos de
quem tudo pode, prova das razões que preocupam Salles
da Fonseca, este sem paixão mas com a indignação própria de um
bom senso previdente de analista que detecta raquitismo mental, neste
posicionamento cada vez mais afincado num partido que significou tanta violação
de direitos e tanta crueldade, sempre - que SF
atribui a inveja, tendo boas razões a confirmá-lo e assim previne.
Página inicial da Internet, sobre o tal centenário:
«Notícias
principais
"O
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há 7 horas —
No centenário do PCP, Jerónimo pede “convergência de democratas” mas rejeita
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2021/03/06 › politica › noticia › cem...
há 17 horas —...
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Centenário do
Partido Comunista Português - Expresso
expresso.pt› blogues
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há 2 dias —O PCP
comemora o centenário com os olhos postos no futuro e pronto para continuar a
luta pelo reforço dos direitos dos trabalhadores e pela ..
7Centenário do PCP: Subirá sempre
mais alto a bandeira ...»
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA A BEM DA NAÇÃO,
06.03.21
Regressado
à sua dimensão continental anterior à conquista de Ceuta em 1415, Portugal teve
rapidamente que «lamber as feridas» integrando meio milhão de civis e
militares desmobilizados do Ultramar que de lá vieram com a roupa que traziam
no corpo, teve que suportar uma dolorosa tentativa de sovietização, teve que
repor a ordem cívica e criar uma democracia pluripartidária.
E
a vida continuou…
…
na integração europeia,
a tal ideia que os soviéticos não toleravam e que, morta a URSS, a orfandade
leninista que há tempos usava colarinho azul teima em combater em sintonia
envergonhada com os gramscianos, com os eruditos de mania trotskista e com
outros filomarxistas de colarinho branco.
Eis-nos, assim, chegados a um novo
cenário em que uma crescente burguesia pós-moderna, hedonista, consumista, disputa as luzes da ribalta em confronto
mais ou menos aberto com a «esquerda
caviar» que se diz puritana mas que, sendo adepta do silogismo da inveja, mais não consegue do que tentar destruir os
Valores do Ocidente, a começar pelos padrões da sua História.
A
nova parangona marxista aí está, «a dinâmica da História». Mas a História é definitivamente
estática depois de ter registado os factos ocorridos. A História é registadora e qualquer outra missão que
se lhe queira dar só pode ter como objectivo o apagamento da memória
para uma aniquilação civilizacional e uma posterior manipulação de um novo
determinismo cultural.
Mas
os espectadores não são cegos e já toparam a jogada dando voz – de momento, apenas nos actos
eleitorais – às forças que reagem mais abertamente a essa investida demolidora.
Contudo, mais do que um putativo confronto físico que as Forças de Segurança
sempre conseguirão domar, o perigo que se perfila está na eventualidade de – por
causa da inveja estaminal - a prossecução da busca do bem-comum assente nos
valores do humanismo democrático e na economia social de mercado perder o pé no
turbilhão que o eufemístico «politicamente correcto» vem acelerando.
E,
se isto acontecer em Portugal e no resto da Europa, então, Estimados Leitores,
será o
FIM
Março de 2021 Henrique Salles da
Fonseca
COMENTÁRIOS:
Anónimo 06.03.2021: M/Caro Dr.
Salles da Fonseca, Nos tempos do antigamente tudo era até bem simples: o clero
desfrutava pela graça de Deus, a nobreza desfrutava por mercê do sangue, o povo
só ia desfrutando nos raros momentos em que isso lhe era concedido e o Rei
jogava noutro campeonato enquanto sobrevivesse à violência que o rodeava. Veio
Bentham e a felicidade como critério, bem à imagem de uma classe social
nascente, os comerciantes, cuja riqueza não saía directamente da mão do Rei.
Inverteram os termos à equação do clero e da nobreza: onde estes últimos
partiam do poder para obterem riqueza e se perpetuarem pela linhagem, os
comerciantes disputavam o poder entrincheirados na sua riqueza e, qual planta
trepadeira, não descansavam enquanto não se enxertassem nas linhagens nobres. O
hedonismo passou a ser o santo-e-a-senha do poder, da riqueza e das linhagens.
O que vemos hoje é o hedonismo elevado a critério último de uma vida bem
sucedida, permanentemente desafiado por um menu de possibilidades que cresce
sem parar. É ao hedonismo que todos os partidos políticos apelam, de uma
maneira ou de outra. É o hedonismo que converte o acesso gratuito a bens e
serviços em critério último de uma governação bem conseguida. O mais
interessante é que são os partidos ditos de esquerda que mais apelos fazem ao
hedonismo dos eleitores, omitindo cautelosamente que são esses mesmos eleitores
que, passando num ápice de beneficiários a contribuintes, acabam por pagar a
conta do seu hedonismo.
Henrique
Salles da Fonseca 06.03.2021: Como sempre muito pródigo nos textos interessantes que
nos disponibiliza. Muito obrigado. Salvo erro Lenine, já dizia que o caminho
para a Europa passava por Pekin e pela África. Não nos podemos esquecer que o
USA também teve o seu papel anti-colonialismo económico. Obrigado e um abraço Manuel Henriques
Adriano Lima 06.03.2021: Eu
não estava a ver grande razão para conceder-se primazia à dicotomia
marxismo-capitalismo, ou esquerda-direita, tanto mais quando, hoje, o que se
assiste, com mais preocupação, é à emergência de forças ou movimentos radicais
ou extremistas de direita. Mas a partir do momento em que o Dr. Salles faz
entrar em cena a actual "crescente burguesia pós-moderna,
hedonista...", julgo que intencionalmente está a chamar a nossa atenção
para a reviravolta nos parâmetros que tradicionalmente regulavam ou vinham
regulando a discussão ideológica. Há quem seja de opinião de que hoje não
faz grande sentido falar de esquerda-direita, tal é o esbatimento de certas
fronteiras entre as realidades sociais, culturais e comportamentais. Mas também
há quem entenda que os tais núcleos de pretenso extremismo e radicalismo
ideológico talvez nos venham a fazer relembrar quão saudáveis e inofensivos
eram os antigos conflitos e mesmo clivagens ideológicas. Isto
porque os extremismos da direita não reclamam uma verdadeira filosofia de vida
visando a felicidade humana, mas tão-só a aniquilação do actual sistema. Que não é perfeito, mas, por assentar numa vivência
democrática, é o menos imperfeito de todos (Churchill), e a prova é que, há
mais de 70 anos, nos vem proporcionando uma existência razoavelmente pacífica,
na Europa, apontando para o progresso humano e a valorização da dignidade
humana. No plano
exterior, já fora das realidades domésticas, a ameaça pode estar é no crescendo
do predomínio mundial de uma China mesclada de comunismo e capitalismo, que,
por isso mesmo, constitui uma incógnita que precisa ser analisada e
descodificada pelo resto do mundo, incluindo a própria Rússia, para que o mundo
possa conhecer em que tabuleiro de xadrez e com que jogadores sem máscara terá
de discutir e resolver o destino planetário. A Europa tem de fortalecer a sua coesão interna e
união com os EUA e o resto do mundo de matriz ocidental e cristão, pelo que,
para já, só se pode saudar a queda da odiosa e retrógrada figura que foi o seu
presidente até data recente.
Anónimo 07.03.2021: Então é o
"politicamente correcto" que ameaça os valores do humanismo democrático
e a economia social do mercado e não o liberalismo económico desenfreado, a
realidade de mono/oligopólios das multi-nacionais? António Fonseca
Henrique Salles da Fonseca 9.03.2021: Senhor António Fonseca: Nós, no Ocidente, temos
apertada vigilância sobre a transparência dos mercados, ao contrário do que
acontece no Oriente. Mas os marxistas continuam assestados sobre o famigerado
capitalismo descontrolado e tendencialmente monopolista. Nos países em que
existe efectiva transparência de mercados, esse modelo monopolista já só existe
nas cabeças marxistas. Veja-se o que está a acontecer com as empresas de
comunicação social. Mas as vossas críticas incidem muitas vezes sobre as
petrolíferas e, aí, mais uma vez, chamo a atenção para as inúmeras Autoridades
da Concorrência nacionais e plurinacionais. Nem todas estão - na vossa
expressão - «vendidas aos interesses do grande capital. Acontece que todas
trabalham com a mesma matéria-prima que submetem a processos idênticos de
transformação donde resulta um método de formação básica do preço muito pouco
diversificado. Acrescem variações na cotação internacional dessa matéria-prima
e, aí, os marxistas blasfemam contra a especulação bolsista que não distinguem
da manipulação bolsista. Nessa parcela da realidade, nós, no Ocidente, temos as
Comissões de Marcado de Valores Mobiliários que, também elas, não estão todas
«vendidas aos interesses do grande capital». Portanto, das duas, uma: os
mercados são transparentes ou não e, no Ocidente, nós temos uma sistemática
preocupação com a necessidade de defesa do consumidor. No Oriente, não consta
haver esse tipo de preocupação de bem comum das populações.
Claro está que, cá no Ocidente, há mercados mais transparentes que outros e
Autoridades mais eficazes que outras. Senhor Fonseca: esteja tranquilo pois no
seu Canadá de acolhimento a sofisticação dos mercados é muito mais transparente
do que na sua Índia natal. Votos de saúde, de tranquilidade e de progresso para
si e para todos os seus.
demolidor 89 08.03.202: Mas acha mesmo que o nosso Portugal, ainda (e sempre)
atrasado, futeboleiro, fadado, telenovelado, vai conseguir sair da periferia
europeia? A Alemanha e o Japão depois de destruídos, reergueram-se. A China e a
Índia já são dois gigantes. E nós?
Henrique Salles da Fonseca
08.03.2021:Sim, continuo a acreditar que havemos de
vencer.
Henrique Salles da Fonseca, 09.03.2021: D. Pedro, Assuma a sua identidade, não se esconda atrás
de um pseudónimo. Quando o fizer, responderei ao seu comentário com alguma
argumentação construtiva. Mas desde já lhe digo que neste blog todos temos um
espírito construtivo - o que não significa minimamente unanimidade de pontos de
vista - pelo que se o seu espírito é destruidor, desapareça do nosso horizonte
com o dobro da velocidade com que apareceu.
demolidor89 09.03.2021_ D. Pedro? Quem é este fulano? Deve estar a delirar.
Não sou monárquico e muito menos amante da Inês. Como é bom viver nesta cidade
de Porto e expressar livremente de acordo com a liberdade de expressão. E até
sonhar com o nosso Portugal a ser alavancado com a bazuca que irá chegando aos
poucos. Saudações portistas e Tudo Azul no campeonato. Bairro de
Paranhos. A. R.
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