quarta-feira, 31 de março de 2021

Et lux facta est


Mesmo que – segundo algumas opiniões – Teresa de Sousa talvez não seja inteiramente isenta de preconceito político, o certo é que nos vai esclarecendo sobre as manobras diversas de um mundo que mal conhecemos, neste cantinho da nossa vivência cultural na sua maioria distante e alheia, como é o meu caso. Por isso lhes estou grata, a ela e aos seus comentadores.

ANÁLISE

A triste história de um Conselho Europeu deprimente

O último Conselho Europeu terminou como começou. Sem qualquer solução à vista.

TERESA DE SOUSA

PÚBLICO, 28 de Março de 2021

1. Acabou mais cedo, revelando o cansaço e a falta de soluções dos líderes europeus, depois de um ano tremendo. Teve como convidado especial o Presidente Joe Biden, que foi, por um breve período de tempo, um líder europeu honorário. Remeteu as questões mais intragáveis para os representantes permanentes. Fez um arremedo de ameaça aos países onde o processo de vacinação é mais rápido – leia-se Reino Unido –, que não será mais do que uma forma de pressão. Seria muito pouco avisado proibir a exportação de vacinas para países que exportam para a União Europeia matéria-prima essencial para o seu fabrico, incluindo o funcionamento dos biorreactores necessários para as produzir. A proposta da Comissão para travar a exportação de vacinas teve desde o início a oposição de vários países, entre os quais os nórdicos ou a Bélgica (e também de Portugal, embora mais discretamente, porque tem de manter a isenção própria de quem exercesse a presidência).

O Conselho Europeu terminou como começou. Sem qualquer solução à vista.

Tudo estaria melhor se a Europa não enfrentasse uma terceira vaga da pandemia, que volta a obrigar ao confinamento mais ou menos generalizado e a aumentar a pressão sobre os sistemas de saúde. Na sexta-feira passada, durante toda a tarde, o título que fez manchete no site do Financial Times foi este: “A Europa avisa que os hospitais se aproximam da ruptura com a terceira vaga a crescer”. “Se não houver forma de a conter, corremos o risco de o nosso sistema de saúde atingir o seu ponto de ruptura em Abril”, disse em Berlim o ministro da Saúde alemão. O Bild, o tablóide mais vendido na Alemanha e um indefectível apoiante da chanceler, questionava-se sobre se “Merkel não estaria cansada demais para a tarefa”.

2. Talvez o sintoma mais deprimente da reunião tenha sido o facto de ter passado horas e horas a discutir as queixas do chanceler austríaco, Sebastian Kurz, que diz que o seu país foi prejudicado na distribuição de vacinas, arrastando com ele a Bulgária, Croácia e Letónia. Quer agora que a próxima remessa da Pfizer compense a Áustria dessas alegadas perdas. Não convenceu ninguém. Há uma chave de distribuição das vacinas pelos Estados-membros em função da população que tem sido cumprida. Houve países que apostaram mais na AstraZeneca por causa do preço, e que agora pagam pelas falhas na sua distribuição. Mas isso não parece desencorajar Sebastian Kurz, que aponta o dedo à incompetência da Comissão, irritando profundamente a chanceler.

Depois de horas de discussão, o assunto foi, pura e simplesmente, remetido para o Coreper, que reúne os embaixadores permanentes dos Estados-membros em Bruxelas. A imprensa europeia fala nas dificuldades internas do chanceler austríaco para explicar o seu comportamento. O Governo de coligação entre os conservadores de Kurz e os Verdes está envolvido em vários escândalos e o jovem chanceler vê a sua popularidade baixar. Vale a pena recordar que a Áustria ameaça vetar a ratificação do tratado de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul, que se arrasta há anos, porque os ecologistas não aceitam as práticas agrícolas do Brasil. A França ainda levanta algumas objecções, mas por razões mais concretas: sendo o maior produtor agrícola da Europa teme a concorrência brasileira. A questão não é apenas económica. É uma questão de influência política num subcontinente com fortes afinidades com o velho continente, hoje disputado abertamente pela China.

A ironia desta história é que a União chegou ao Verão do ano passado cheia de orgulho e de confiança pela forma como estava a enfrentar a pandemia. Hoje, esse espírito parece ter-se esfumado

3. As expectativas de recuperação económica ficam para cada vez mais tarde. O esforço dos governos para compensar empresas e pessoas é cada vez maior. As perspectivas de crescimento económico para este ano vão sendo reduzidas. Nos Estados Unidos, com a vacinação a cobrir já mais de 100 milhões de americanos e com Biden a garantir 200 milhões até ao 100.º dia da sua presidência, no início de Maio, as previsões da Reserva Federal são de um crescimento de 6,5% – um valor quase “chinês”.

A ironia desta história é que a União chegou ao Verão do ano passado cheia de orgulho e de confiança pela forma como estava a enfrentar a pandemia – quer do ponto de vista da saúde pública, quer do ponto de vista económico. Houve quem falasse, ainda que com algum exagero, em “Momento Hamiltoniano”, quando os líderes europeus aprovaram em Julho um impressionante fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros para fazer face aos efeitos económicos devastadores da pandemia, sobretudo nos países mais frágeis, financiado pela emissão de dívida conjunta.Esta decisão marcou uma mudança em relação à última década, durante a qual a União avançou de crise em crise recorrendo a soluções conservadoras e de curto prazo, que não enfrentaram os problemas da zona euro, da segurança, das migrações ou de um ambiente internacional hostil”, escreve Rosa Balfour, directora do Carnegie Europe.

Hoje, esse espírito parece ter-se esfumado. O Fundo de Recuperação e Resiliência continua à espera de ratificação pelos parlamentos nacionais para poder chegar ao terreno. Talvez lá para o Verão. Na sexta-feira, a sua ratificação enfrentou mais um obstáculo, quando o Tribunal Constitucional alemão decidiu suspender o processo de ratificação, depois de um grupo de cidadãos ter interposto recurso contra a emissão de dívida conjunta. O fundo já tinha sido aprovado pelo Bundestag por uma ampla maioria, ainda que pondo a ênfase na sua natureza provisória. Entretanto, Joe Biden tomou posse a 20 de Janeiro, apresentou algumas semanas depois um pacote de recuperação da economia de quase dois biliões de dólares (o terceiro desde o início da pandemia), o Congresso aprovou no dia 10 de Março e o dinheiro já chegou às empresas, às pessoas e aos governos estaduais. É verdade que os Estados Unidos são um país e a União reúne 27 países, tornando os processos de decisão mais demorados. Mas isso não explica tudo.

4. A presença de Joe Biden foi o único momento agradável e descontraído do encontro dos líderes. As palavras de boas-vindas de Charles Michel foram simpáticas, mas não mais do que isso. Aliás, partiu dele o convite ao Presidente. As de Biden e as do primeiro-ministro português, a quem coube falar em nome dos 27, foram mais do que circunstanciais. Para além das referências ao combate às alterações climáticas, que os EUA querem liderar, Biden falou da importância vital de reforçar a competitividade das duas economias e voltou à mensagem mais forte da sua política externa, desafiando a Europa a juntar-se aos EUA no “desafio mais galvanizador do nosso tempo” – enfrentar a ascensão do autoritarismo no mundo. A sua esperança é que os EUA e a União, se agirem em conjunto, possam levar a uma mudança de comportamento da China e a resolver alguns problemas com a Rússia.

O primeiro-ministro português disse duas ou três coisas politicamente relevantes. Referiu o interesse dos dois lados numa recuperação que permita reconstruir “melhor”, assente em três vectores essenciais: uma transição verde e digital que seja justa; um comércio mundial aberto e justo, mesmo em tempo de crises; uma aposta em energias mais sustentáveis e mais seguras. A nota mais importante da sua intervenção foi sobre as mudanças a que assistimos à escala global, as quais “aconselham a revitalização da parceria única com os EUA”, incluindo uma abordagem cooperativa para lidar com os seus principais “competidores”, de forma a garantir a defesa dos seus valores comuns à escala global.

António Costa não mencionou a China ou a Rússia, mas também não invocou o novo chavão europeu da “autonomia estratégica”. Pelo contrário, Angela Merkel elaborou longamente sobre o tema, na conferência de imprensa final, insistindo que a Europa não precisa da caução dos EUA para tomar as suas decisões. No seu espírito estava certamente o Acordo de Investimento com a China e o Nord Stream 2 – duas manifestações do que Berlim entende ser essa “autonomia”. A Europa está longe de um consenso sobre as suas relações com os Estados Unidos e com as potências autoritárias a que Biden se referiu. Seria uma pena se viesse a desperdiçar a oportunidade que Biden lhe oferece e que não durará para sempre. Como disse também António Costa, a sua eleição “foi uma vitória da esperança” e “as decisões que já tomou, bem como a determinação de que a sua administração dá mostras, são impressionantes”.

tp.ocilbup@asuos.ed.aseret

TÓPICOS

OPINIÃO  EUROPA  CONSELHO EUROPEU  PANDEMIA  CRISE  JOE BIDEN  UNIÃO EUROPEIA

COMENTÁRIOS:

DemocrataXXI  EXPERIENTE: Uma belissima utopia, esta a da UE, que a cada dia que passa, mais comprova isso mesmo 28.03.2021           AARR EXPERIENTE: ... e o mundo pula e avança ... lá diz o Gedeão ... TdS lê demasiado o Financial Times e similares e depois só sabe debitar por essa cartilha. É muito fel. É bom voltar a repetir os factos, pois há muitas mentiras e meias mentiras que circularam durante muito tempo e ainda continuam... O Reino Unido produz vacinas mas não exporta. Recebe muitas da UE. Os EUA produzem muito e recebem também de fora, tendo acumulado um grande stock da Astra-Zeneca (que nem sequer tinha aprovação lá). Quando lhes foi pedido para dispensar algumas para outros países, qual a resposta dos EUA? Uma nega. Açambarcam. Agora parece que finalmente aceitaram "emprestarem" umas quantas para o Can. e para o Méx. E é a UE que é deprimente e que pratica o nacionalismo nas vacinas. É precisamente o contrário, e não vale a pena vir com meias verdades à la Boris.          Roberto34  MODERADOR: O RU não tem praticamente capacidade de produção nenhuma. Só 1/3 das vacinas que usou foram produzidas lá, o resto veio da UE e da Índia. E não esquecer que a A AstraZeneca não forneceu nem metade das vacinas ao RU que deveria também ter fornecido. Apesar dos erros na aquisição de vacinas e da reacção de alguns líderes Europeus, os factos não podem ser ignorados. Tendo em conta a escassez de vacinas, se tivesse sido cada país por si, teríamos neste momento a Alemanha com metade da população vacinada e Malta ou Portugal ainda a zeros. Imagem o que era a Bélgica bloquear a exportação das vacinas que são produzidas lá. É fácil criticar, mas é preciso também ser realista. AARR  EXPERIENTE: Caro Roberto34 E quanto aos EUA? Também não têm capacidade de produção? Voltando ao RU - entendo o que diz, mas então porque se pavoneiam tanto e acusam a UE de nacionalismo de vacinas? E vêm com a conversa de ser uma vitória do brexit e coisas do género. E depois no Público artigos à la TdS a enaltecer tudo o que seja britânico ou anglo-saxónico e a lançar fel sobre tudo o que tenha que ver com a UE? Sim, a UR fez/faz coisas mal ... mas por isso é interessante fazer comparações!             Roberto34  MODERADOR: Tem toda a razão. Não faz sentido. A atitude do RU é apenas para tentar manipular os Brexit porque não têm razão no que dizem obviamente.   PAULO CARVALHO FREIRE  INICIANTE: E sobre esse aumento do PIB ``chinês'' dos EUA de 6.5 %, que eu saiba, é mais ou menos o previsto para a Europa pós-pandemia - e um efeito de recuperação normal depois de uma grande queda provocada pelo covid-19. Só que nos EUA vão imprimir uma quantidade de dinheiro colossal. Vamos a ver no que dá, se der certo, a Europa poderá fazer o mesmo. Sobre os crescimentos, sempre ouvi dizer que os EUA crescem muito mais que a Europa, mas, misteriosamente, o PIB per capita entre a Europa e os EUA está há décadas estacionário num rácio de 3/4. Algo não bate certo.           Jonas Almeida  INICIANTE: Tem razão, os seus números não batem certo, dê um salto ao Google para os actualizar. Acabo de o fazer e os números do site do trading Economics dizem $56k per capita para os EUA e $37k para a UE. A UE tem uma população bem maior 440M vs 330M mas não o suficiente para mais ser a 1a zona económica que era há uns anos. Caiu para 3o lugar, atrás dos EUA e China. O facto que é difícil de admitir por aqui, apesar de uma mão cheia de nóbeis da economia o terem previsto, é que o monopólio monetário do euro estagnou completamente a inovação na UE. De Cloud à AI e agora até nas farmacêuticas. O crescimento económico da UE está há anos desproporcionadamente fora da zona euro, em países como a Polónia, que acaba de nos passar em per capita.     Roberto34  MODERADOR: O Jonas gosta muito de mostrar números mas depois não sabe como usá-los. Primeiro você compara PIB per capita e nem usa PPP. Mas se for a esse site que cita pode ver que o PIB per capita dos EUA já era superior a da UE desde os anos 90 e antes do Euro. E nos últimos anos o PIB per capita da UE aumentou mais que nos EUA. E quanto ao facto de passar a ser a 3 maior economia no mundo, é apenas porque o RU deixou de contar para a média. E não existe nenhuma previsão de Nóbeis. Nem o crescimento está fora da zona Euro. E a inovação continua a ser forte na UE e muito tem a Comissão Europeia contribuído para isso através de programas como o Horizonte 2020. Deixe lá de manipular a informação e olhe para os factos.          IZANAGI01  EXPERIENTE: Jonas Nestes últimos anos quanto dinheiro imprimiu os USA? Naturalmente que assim o PIB per capita aumenta. Deixe o mundo de comprara com $dollars e vamos ver qual o aumento do PIB americano. jvgama.1051342 INICIANTE: "Vale a pena recordar que a Áustria ameaça vetar a ratificação do tratado de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul, que se arrasta há anos, porque os ecologistas não aceitam as práticas agrícolas do Brasil." Fazem muito bem. Jair Bolsonaro afirmou «O interesse da Amazónia não é o índio nem a porra da árvore. É o minério» e, apontando para um mapa de depósitos minerais por explorar, «são [as] reservas indígenas no Brasil. Onde tem uma reserva indígena tem uma riqueza por baixo dela. Temos que mudar isso daí.». Coerente com esta "perspectiva", a desflorestação tem batido recordes ano após ano, e o homicídio de povos indígenas também. Queremos contribuir para esta destruição irreversível da biodiversidade e para este genocídio? Mesmo sabendo que o acordo vai baixar os salários?          viana  EXPERIENTE: "(...) a Áustria ameaça vetar a ratificação do tratado (...) entre a União Europeia e o Mercosul (...) porque os ecologistas não aceitam as práticas agrícolas do Brasil. A França (...) levanta (...) objecções, mas por razões mais concretas: sendo o maior produtor agrícola da Europa teme a concorrência brasileira.(...)" ?!! Ser contra o aumento da destruição da floresta amazónia, bem como outros ecossistemas no continente sul-americano, que aconteceria se o acordo com o Mercosul fosse avante, não é uma razão concreta?!... É o quê então?!! TdS deve achar que a "politicamente relevante (...) transição verde" que António Costa mencionou é apenas um chavão para papalvos engolirem. Na verdade, também acho. Mas enquanto eu denuncio-o, TdS ajuda à manipulação da opinião pública. Não passará.            Jonas Almeida  INICIANTE: Essa também me ficou atravessada - que o acordo que troca o diesel europeu pelas cinzas da Amazónia persista como um objectivo da Comissão Europeia é absolutamente espantoso. É um nível de criminalidade ambiental à escala do genocídio. Não acredito que a Áustria seja a única a levantar objecções, aliás não estou certo de conhecer pessoalmente alguém capaz de assinar uma monstruosidade dessas. Uma coisa é certa, que a Comissão Europeia persista nessa direcção anula qualquer pretensão de genuinamente querer uma "economia verde". É difícil não concluir que a Comissão Europeia tem como alma os lobbies com apetites neoliberais completamente à solta. A Áustria não é o único membro da UE que está com dificuldades em digerir a cumplicidade criminosa.          MH  INICIANTE: Exactamente, Jonas Almeida, totalmente de acordo. Quando se deixará de, como aqui faz TdS, ver o mundo como um xadrez de influências e se passará a vê-lo como o planeta ameaçado e injusto em que se tornou? Como já nem a economia lhes dá argumentos, agora é a "influência política", à descarada, quer se trate de um acordo em total contradição com o Pacto Verde, ou não. E depois acena-se sempre com o espectro do proteccionismo, que é sempre uma narrativa fácil. Comércio sim, mas pelas pessoas e o planeta, não para o negócio das multinacionais. Muito menos para trazer carne para a Europa, quando temos todos é de comer menos carne. Para não falar nos pesticidas que são proibidos na Europa e que a Europa exporta para o Brasil e no fim vêm cá parar, bem contaminados. Basta de tanta incongruência.              Amélia - you're fired :) INFLUENTE: "..que o acordo que troca o diesel europeu pelas cinzas da Amazónia!!!!!??? What? Que diesel? O Brasil é produtor de combustível e também faz a refinição de combustíveis. Já ouvi falar na PETROBRAS? Por outro lado, é proibida a venda de gasóleo para as viaturas ligeiras. Só os pesados é que utilizam o diesel no Brasil. Também o Jonas já ouviu falar em viaturas ligeiras eléctricas? Na caverna onde vive já chegou esta informação? O Brasil, tal como várias outras economias emergentes, também está a desenvolver o seu carro eléctrico. É uma oportunidade de ouro para cortar a hegemonia dos construtores clássicos de automóveis. O acordo vai falhar porque a UE também tem uma força motriz na Agricultura que é altamente subsidiada. O que actualmente não acho errado neste novo Mundo.               Amélia - you're fired :)  INFLUENTE: "Para não falar nos pesticidas que são proibidos na Europa e que a Europa exporta para o Brasil " Saiu de coma hoje? O Brasil tem capacidade química para produzir qualquer pesticida que quiser. Alias, durante décadas até foi o contrário. A Europa recusava exportar pesticidas para Africa por causa da contaminação, mas também por motivos económicos. O que quer dizer que na Europa utilizava-se pesticidas que não eram exportados para não aumentar a concorrência do exterior. O Brasil tem as maiores multinacionais químicas e metalomecânicas do Mundo em seu solo. Para além de muitas indústrias nacionais. P.ex. a EMBRAER é a 3ª maior construtora mundial de aviões de passageiros e que investe também em Portugal. Há muito desequilíbrio social no Brasil. É um facto. Mas está longe de pobre e coitado. jvgama.1051342 INICIANTE: Que o Brasil importa pesticidas da UE que são proibidos na UE é um facto. A questão aqui não é a capacidade, é aquilo que de facto acontece. De resto, que o acordo vai estimular a destruição irreversível da biodiversidade (seja fazendo disparar a desflorestação na Amazónia, no Cerrado, no Gran Chaco, ou destruindo outros ecossistemas únicos) e contribuir para as alterações climáticas no processo, isso é algo que as organizações ambientalistas dos dois lados do Atlântico têm dito.         Amélia - you're fired :)  INFLUENTE: Os pesticidas são utilizados em todo o mundo. Inclusive nos EUA. Até nós no canto da Europa fabricamos pesticidas e os utilizamos. Tem de ser mais específico. Que pesticida? O Brasil já utiliza pesticidas, como a UE, há décadas. Não se trata de engenharia aeroespacial (que o Brasil também o tem) fabricar pesticidas. Aliás, uma das profissões que existem no interior do país é o de piloto de avião agrícola. Se o Brasil respeita ou não as convenções internacionais é outra coisa. O certo que a massificação produtiva está em todos os continentes. 29.03.2021       Amélia - you're fired :) INFLUENTE: Sugiro ao Jonas e multis que façam Google: Produtos Químicos e Pesticidas Agrícolas. Entrem no site do NEI para não escreverem tanta besteira. Já agora, há instalações químicas industriais maiores que algumas aldeias em Portugal.        Dantes  INICIANTE: Parece-me que o Brasil está a importar este produto não por incapacidade produtiva/industrial, mas por questões comerciais. De referir que o Reino Unido também é um dos maiores exportadores deste produto. Por outro lado, se há culpa, a maior é de quem utiliza pesticidas proibidos pela ONU. É nisto que o mundo deve apostar. O Brasil é o maior produtor de mundo de soja. A sua gigante parte é para exportação. Ora, a Europa e os EUA consomem muito desta soja do Brasil. Se o Brasil está a utilizar pesticidas proibidos, estes acabam por chegar aos frigoríficos e armários dos europeus e dos norte americanos.           Antonio Pacheco  INICIANTE: Não estaremos a exigir demais da comissão europeia, que é simplesmente uma organização de acomodação de interesses comerciais? Se queremos mais, precisamos de um estado federal. Mas ainda não existe um ideal de pátria Europeia. Isso demora décadas a construir... Agora questões práticas. Sendo uma organização comercial, estamos a exportar vacinas em mercado aberto. Só estaríamos melhor se não as exportássemos, como fazem alguns estados produtores. Devemos aplaudir a abertura da Europa em exportar para países pobres e devemos apontar o dedo aos proteccionistas. A nível de capacidade industrial estamos perto da capacidade de outros blocos. Em poucos meses o problema da escassez das vacinas será resolvido.       MMRdM  EXPERIENTE: Do que aqui leio a única parte deprimente foi a Austríaca. Foi uma primeira reunião colectiva com Biden, não se exigiria ou recomendaria um entrar matador...          Roberto34  MODERADOR: O Conselho Europeu quis eleger uma espécie de marionete Alemã para poderem controlar bem a Comissão Europeia, agora colhem o que semearam. Merkel foi e é uma estadista mas nota-se cansaço. É preciso alguém novo na liderança da Alemanha, quem sabe os Verdes. Macron tinha e tem grandes ideias mas infelizmente não as consegue implementar sozinho. Mas o que esta situação demonstra é que a UE precisa de continuar com o processo de integração, com instituições mais ágeis e acima de tudo mais democráticas. Os cidadãos Europeus não querem acabar com a UE, só querem é políticos competentes e uma UE que realmente funcione bem.            Rita Cunha Neves  INICIANTE: O problema talvez não seja o cansaço de Merkel, mas sim ser cada vez mais claro que a Alemanha está a trilhar o seu próprio caminho. E isso não se compagina em ser locomotiva da UE ou pau-de-cabeleira dos EUA. Roberto34 MODERADOR: A Alemanha sempre seguiu o seu caminho Rita, tal como os outros países Europeus. A Alemanha enquanto grande economia que é, irá continuar a ser a locomotiva da Europa. O essencial é que a oposição que se está a definir para as próximas eleições continua a ser pró Europeia. 28.03.2021   o gaivotas  INICIANTE: o bouquet anti-UE atacou logo de madrugada e em grupo! Realmente não perdem uma oportunidade de desancar na União, sem admitirem que sem esta seríamos um país autónomo e independente (lol) do género da Mauritânia, com o escudo cotado a 0,01 dólar, hotéis em barda só para turistas e um PIB comparável ao do Bangladesh...    PAULO CARVALHO FREIRE  INICIANTE: Que falta de paciência. A vacinação começou há três meses. Creio que daqui a um mês ou dois as coisas vão parecer bastante diferentes. Aconselho ler as entrevistas do Thierry Breton, o comissário Europeu encarregado deste assunto. Ele diz que a 14 de Julho a Europa vai atingir a imunidade de grupo. Em três meses de vacinação, a Europa já distribuiu 100 milhões de vacinas, e vai até meio de Junho receber mais 350 milhões. A nova fábrica da Biontech em Puurs (Bélgica) está agora a produzir 50 milhões de vacinas por mês, acelerando em Junho para 100 milhões, só essa fábrica vai entregar até ao fim do ano mais de mil milhões de vacinas. A Europa vai continuar a ser o produtor e exportador #1 de vacinas, em 2022 serão 2-3 mil milhões, que serão importantes para vacinar o resto do mundo. Jonas Almeida  INICIANTE: TdS explica claramente "Seria muito pouco avisado proibir a exportação de vacinas para países que exportam para a União Europeia matéria-prima essencial para o seu fabrico, incluindo o funcionamento dos biorreactores necessários para as produzir", como tb explicou mais suavemente António Costa esta semana. Mas a Comissão Europeia mantém a proposta de o fazer. Eu acho que deviam ignorar os nórdicos e parar mesmo a exportação, para a propaganda ficar exposta como aquilo que é: o encobrimento do facto de a UE não ter um ano depois de rebentar a pandemia a capacidade de produção própria. Um desastre inqualificável com todas as probabilidades de agravar a crise económica da qual o Covid é apenas o preâmbulo. Não é obviamente a primeira crise assassina que a UE catalisa           Joao  MODERADOR: Bom, face a isto, e decerto é bem mais sombrio do que a Teresa descreve, há que carregar mais ainda na propaganda e dezenas de vezes por dia os euroactiv, os europress, os euronews, os similares e o meio milhão de "jornalistas" publicarem e publicarem artigos inúmeros a laurear a Comissão e a elogiar Bruxelas pelo "excelente" trabalho e desempenho que já matou escusadamente mais de meio milhão de pessoas.      Jose MODERADOR: Realmente, Caro Jonas Almeida, a acta da reunião do chamado Conselho, feita por TdS, mostra que o valor mais transversal e intenso da união é a desunião. Outra coisa não seria de esperar. Os altos funcionários da união não respondem politicamente perante nenhum eleitorado, na realidade não respondem perante nada e ninguém. São autocratas servidos por tecnocratas que trabalham para lobbies. Os representantes dos Estados membros têm de responder perante os seus eleitorados e isso retira-lhes qualquer possibilidade de estarem de acordo uns com os outros. Não há vacinas, nem economia, nem clima, política externa, acordos comerciais....Há problemas que se acumulam de crise em crise. Há impotência a gerar arrogância. Já não são capazes de ir juntos às compras.     Jonas Almeida  INICIANTE: Para lá das opiniões e anseios há os factos e o senso comum. Nesses dois últimos junto-me a vocês numa vénia a TdS. Agora virá um dilúvio da propaganda do costume.     graça dias EXPERIENTE:UE - o espírito dos seus co-fundadores Robert Schuman e Jean Monnet há muito se perdeu. Desde há muito que a UE é um grande Offshore onde se cruzam múltiplos interesses protagonizados por gente não eleita democraticamente.     Roberto34  MODERADOR: Graça dias, Schuman e Monnet eram federalistas, e sabiam que só uma Federação Europeia iria realmente funcionar bem. Devia-se acabar esse processo.

 

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