sábado, 6 de março de 2021

Um poema de trazer por casa


Foi proposta da Chiado, sobre o tema Liberdade, em 30 versos, ou linhas, como se lhe queira chamar, para efeitos de publicação em Antologia. Não sei se terá essa honra, mas entretanto, guardo-o no meu blog:

 

LIBERDADE

 

O rio aparentemente vai em frente

E o mar vai e vem continuamente

Sem se darem conta da sua sujeição,

A atracções, a declives, a gravidade

A estímulos de que o próprio clima é responsável,

Sendo este sempre sujeito

A um maior ou menor afastamento

Do sol, que se impõe, sim, mas também este,

Um minúsculo pontinho a figurar, pouco importante,

No relativismo a esmo

De qualquer ismo do nosso contínuo pasmo.

 

E as aves e os peixes e os animais

Que parecem viver em liberdade,

Não são mais que sujeitos a vontades

Suas ou de outros sujeitos imperfeitos – ou perfeitos -

Nos seus instintos de crueldade

Ou simples apetência

De sobrevivência…

 

Para nós, humanos, LIBERDADE

Justa palavra bem decente,

Num mundo organizado com justiça,

Com saber, com responsabilidade

E competência sem laracha…

Um mundo em que tu e eu somos irmãos.

Mundo, contudo,

Em perfeita paranóia de utopia.

Porque, como na selva e natureza,

A liberdade não é verdadeira

Sendo regida pela lei do mais forte,

Que não é, necessariamente, o mais valente.

 

 

 

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