Carlos do Carmo, reconhecendo-o
no perfil exigente, antes do seu fim. Dois jovens em ascensão:
com “Bicho Carpinteiro”: Vasco Ribeiro Casais e
Rui Rodrigues. Apresentação enriquecedora de Nuno Pacheco.
I.CARLOS DO CARMO: Tinha a
obsessão de gravar este disco e aguentou a vida até garantir que ele podia sair
Gravado ao longo de dois anos e meio
por imperativos de saúde, E Ainda… é o último legado musical de
Carlos do Carmo e chega dia 16 às lojas. A sua história é a de uma vitória
contra a morte, contada ao Ípsilon a dez vozes: a do produtor (seu filho) e as
dos músicos, compositores e escritores nele envolvidos.
NUNO PACHECO PÚBLICO,
9 de Abril de 2021
Para começar, basta um pretexto. Neste caso, foi um poema de Herberto Helder. Carlos
do Carmo era leitor assíduo e devoto da sua
poesia. Com um senão: “Sempre me danou não sentir a possibilidade de o cantar.
Até que descobri, e a minha mulher [Maria Judite] ajudou-me a localizar, as
duas últimas páginas de um livro que tenho ali…” Isto ainda o ouvimos
explicar, na entrevista gravada em vídeo e documentada no DVD que integra a
edição especial de E Ainda…, o
seu derradeiro disco, que
só agora chega ao público.
Cantar
o “incantável” Herberto
Helder, eis o desafio. Viver foi outro. No início
de 2019, Carlos
do Carmo gravou e divulgou um vídeo anunciando
a despedida dos palcos. Era uma medida preventiva, face a debilidades de
saúde. Apesar disso, antes de completar 80 anos, ainda arriscou palcos grandes,
com espectáculos esgotados em Braga (Theatro Circo, 12 de Outubro), Porto e
Lisboa (nos Coliseus, nos dias 2 e 9 de Novembro). No vídeo, ele dizia: “Estou
a gravar um disco que sairá nessa altura” (na dos concertos), mas a realidade
trocou-lhe os passos. A gravação demorou e a nova data [27 de Novembro de
2020] foi adiada devido ao seu estado de saúde e também à pandemia. Subitamente, no dia 1 de Janeiro, Carlos do Carmo
deixou o mundo dos vivos. Mas
o disco, gravado pela obsessão de nunca desistir, acabou por ser uma vitória
sua (mais uma) contra a morte.
“Um
disco pode ser gravado numa semana, ou em quinze dias”, diz Alfredo Almeida
(Becas), produtor musical do disco e filho do cantor. “Mas este foi gravado
em dois anos e meio, pelas interrupções de saúde, porque ele esteve bastante
débil durante este período. Mas ele tinha esta obsessão de gravar estes temas e
aguentou a própria vida até garantir que o disco podia sair. As sessões
que fizemos em 2019, as que fizemos no início de 2020, aquilo foi tudo para o
lixo, no sentido de que para ele não estava ainda em condições. E quis repetir
aqueles temas todos”. Porquê voltar a estúdio? “Porque achou que tinha alguma
coisa a dizer ao seu público, às pessoas.”
Em 2018 começaram a pensar no material e foi no Verão de 2020 que o disco
avançou para a masterização, já pronto. Com a centelha num livro. “Sem
dúvida, os Poemas Canhotos do Herberto Helder. Ele descobriu que de repente aquilo até era musicável
e entendível para a música, foram uma alavanca muito importante para o
estimular a recolher o resto do material. Nem que fosse só por esse tema,
por essa descoberta, ele não queria deixar de ir a estúdio gravar”.
“Enquanto ele não sentisse que a palavra
tinha o peso que ele lhe queria dar, repetia tantas vezes quantas as que fossem
precisas”, diz Alfredo Almeida (Becas), produtor e filho do cantor. “O
Carlos cantava e deixava tocar, havia uma conversa entre todos, e isso às vezes
não se encontra em muitas pessoas”, diz Carlos Manuel Proença FILIPE
FERREIRA
Mas
a lista era mais vasta. A Herberto (1930-2015), juntaram-se Vasco Graça
Moura (1942-2014), Júlio Pomar (1926-2018), Sophia de
Mello Breyner Andresen (1919-2004)
e José Saramago (1922-2010),
mas também Jorge Palma e Hélia
Correia, que escreveram para ele pela primeira
vez, embora Hélia
já tivesse escrito para outros fadistas, como Mísia, Cristina Branco, Mafalda Arnauth ou para o guitarrista António Chaínho.
Musicar o “incantável” Herberto
António
Victorino de Almeida explica como o cantor lhe pediu que musicasse Poemas
canhotos: “Disse-me: ‘Tenho aqui uma coisa do
Herberto Helder, que acho óptimo mas toda a gente me diz que ele é incantável’.
Eu disse que ia ver. Ora, pelo contrário, foi até dos poemas em que mais
rapidamente avancei, numa só manhã resolvi o assunto. Realmente havia uma volta
que o Herberto dava ao texto que cortava o balanço, um verso com muito menos
sílabas. Mas deu-se-lhe a volta rapidamente e o Carlos até se admirou, disse
que era um ovo de Colombo.”
E
assim o cantou. “Ainda tive a alegria de o ouvir, no talvez mais autêntico concerto
de despedida que o Carlos do Carmo fez, no Museu do Fado, para os amigos [em 30
de Setembro de 2019], pedindo a todos que não fôssemos ao coliseu, que era uma
coisa já para o público.” Com cerca de dezena e meia de músicas escritas
para Carlos do Carmo, o maestro seguia sempre um mesmo método de trabalho: “Eu
ia lá a casa dele, sentava-me ao piano, tocava uma ou duas vezes, ele gravava
num gravador de cassetes e depois ia trabalhar na recriação do tema. Nunca
assisti, era uma coisa íntima dele. Depois, quando ia para a gravação, era
absolutamente um mestre.”
“O
estímulo dele era a poesia, era das palavras que ele partia para o
tema, para a música. E era muito
perfeccionista. Como qualquer fadista que se preze, não gostava de repetir,
mas dava o litro para tudo sair na perfeição e com o maior rigor”
Os
poemas de Graça Moura e Júlio Pomar couberam a Paulo de Carvalho, enquanto o de
Sophia foi entregue a Mário Pacheco.
“Eram dois poemas que o Carlos tinha e que ele achou que poderiam estar perto
do fado mais gingão, um Mouraria mais rápido, corrido. E ele achava que eu
podia fazer a música”, diz Paulo. “Aliás, uma das minhas frustrações em
relação ao Carlos é que ele nunca me convidou para fazer uma coisa mais lenta,
mais para o lado do Fado Menor. Porque ele achava que eu era o gajo dos fados
gingões.” E se Paulo já musicara para Carlos do Carmo uns dez fados,
de Lisboa, menina e moça (1976) a Casa do
fado (2002), para Mário Pacheco foi uma estreia. “Volta e meia
encontrávamo-nos e, há dois ou três anos, disse-me ‘Já há anos que estou para
lhe pedir que componha para mim’. Depois, a meio do ano passado, telefonou-me:
‘Quero gravar dois poemas da Sophia de Mello Breyner’. Eu disse ‘olá!’,
porque a minha paixão pela Sophia é grande, e fiz duas músicas. Uma, ele já não
conseguiu cantar, e é uma música que eu adoro; e a que ficou não foi fácil, mas
permitiu-me entrar dentro do poema e percebê-lo à minha maneira. Mas gostei
imenso, ele gostou também, e fiquei contente por essa música entrar no disco.”
A
par da citada música de Mário Pacheco, ficaram de fora temas de Ivan Lins
e Pedro
Abrunhosa. “Ficaram vários de fora”, diz Alfredo. “Houve instrumentais
feitos, mas o meu pai já não teve capacidade de lhes pôr a voz definitiva. Por
isso é que o disco é curto. O do Abrunhosa, por exemplo, foi feito à volta da
sonoridade e da musicalidade do meu pai, pensando nele, e é muito bom. Tive
muita pena que não tivesse conseguido gravá-lo. E ele ficou com muita pena,
também, de não gravar tudo o que queria.”
Jorge Palma, Hélia e Mia Couto
Já
o de Jorge Palma, prometido há 20 anos, teve
melhor sorte. Palma recorda-se da encomenda: “Ele fazia questão de
dizer: ‘Não é um fado, é uma canção à Jorge Palma’. Disse ok, vou pensar
nisso e ver se consigo fazer uma coisa à altura. Quando são pessoas que admiro,
e de quem gosto, aceito. Mas sem compromisso, muito menos de tempo.” Até que, em
Abril de 2018, ficou pronta. “Chama-se Canção de vida e
é devida, porque estava prometida. Passaram-se para aí vinte
anos! E acabou por ser um bocado o resumo da nossa existência”, diz Palma.
Alfredo Almeida comenta: “Apareceu com o timing perfeito e com a
canção perfeita para o timing. Este belo balanço de vida parecia uma
encomenda de propósito no ocaso da vida.” E adaptou a música ao seu modo,
diz ainda Jorge Palma: “Ele praticamente não mexeu na melodia, mas deu-lhe
um toque de fado. Por exemplo: logo no início, eu tinha escrito
‘nascemos?’, para cima, como uma interrogação, e ele cantou ‘nascemos’,
conclusivo. Só melhorou. Os compassos acabam por ser os mesmos, mas os espaços
entre cada frase é que ele os fez à sua maneira.”
As
palavras, quando lhe agitavam o espírito, transportavam-no para um outro mundo;
começava então a cantá-las e a modelá-las na cabeça, com papéis nas mãos, de um
lado para o outro, antes sequer de permitir que lhe descessem à voz. Antes
de chegar cá fora, já todo um fado refulgia dentro de Carlos do
Carmo KENTON THATCHER
Hélia Correia, outra “estreante” na escrita para Carlos do Carmo,
recorda o primeiro contacto: “Recebi um telefonema que não atendi, porque nunca
atendo telefonemas de números não identificados, e ele deixou-me um recado
muito engraçado, a dizer que queria falar comigo se eu fizesse a fineza de
falar com ele, e acabava assim: ‘Carlos do Carmo, fadista’.” E ela ligou-lhe.
“Falámos, ele nem sequer sabia que eu já tinha escrito para fados, e eu lá lhe
disse que ia tentar (nunca prometo nada, porque não sei se vem ou se não vem),
porque era aquela voz admirável que me acompanhou ao longo da vida, mesmo
quando eu não gostava de fado”. Não foi à primeira tentativa: “Foi
tortuoso, porque fiz um fado com uma espécie de temática autobiográfica (dele)
e ele telefonou-me muito aflito, a dizer que nunca tinha cantado nada
autobiográfico.” Então ela pediu-lhe que sugerisse uma música. “Disse-me que
nunca tinha cantado o Fado Menor do Porto, que eu não fazia a mínima ideia do
que era. Então lá fui investigar, ouvir, e escrevi com essa música de fundo. E
ele depois, ao telefone, cantou-me o fado. São coisas assim que são pérolas na
nossa vida, ter o Carlos do Carmo ao telefone a cantar o nosso fado!”
O
disco abre e fecha com um tema instrumental, Fado Zé, escrito pelo guitarrista José Manuel
Neto, um dos membros do trio de fado que
acompanhou Carlos do Carmo nas últimas duas décadas (ele,
Carlos Manuel Proença na viola e José Marino de Freitas no baixo) e que é o precioso (e único) suporte instrumental
deste disco. José Manuel Neto explica: “Ele pediu-me para fazer um fado. E
havia uma letra. Mas quando estávamos em ensaios, vimos que soava bem como
instrumental e eles decidiram dividir o tema e metê-lo como abertura e fecho. Inspirei-me
basicamente na forma do Carlos cantar. E o poema manda muito, temos de
seguir as emoções do poema. Mas ele não se sentiu bem ao cantá-lo e, como
adorou a música, quis que ela ficasse no disco e ficou como instrumental”.
Ao qual o cantor acrescentou, a fechar, esta frase dita: “Cantar, dizem, é um afastamento da morte. A voz
suspende o passo da morte e, em volta, tudo se torna pegada da vida”.
É
uma frase do escritor moçambicano Mia Couto, do conto A Cantadeira, incluindo no livro Na
Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (Editorial Caminho, 2001). Mas
não foi do livro que ele a tirou, recorda Alfredo: “Ele leu essa frase
citada num jornal, penso que no PÚBLICO, e ficou absolutamente agarrado a ela,
porque sentia que tinha a ver com ele, com a sua sensibilidade sobre a vida e a
música. E quis dizê-la, tanto nos coliseus como no disco.” Mia Couto
desconhecia a referência. Contactado pelo Ípsilon, que lha deu a ouvir, disse:
“Eu não sabia, talvez me tenha sido referido, mas numa circunstância fortuita.
Mas é uma surpresa que muito me comove e me honra. Tenho pelo Carlos do
Carmo o maior respeito, como músico e como pessoa. A voz do Carlos permanece,
afastando a morte. A poesia resgata essa eternidade que o canto anuncia.”
A
não-decadência, até ao fim
Paulo
de Carvalho está convencido de que Carlos do Carmo não queria pôr aqui um ponto
final nos discos: “Este, para ele, não era o último disco. Era mais um. Mas
sempre naquela ânsia que ele tinha de busca de coisas novas respeitando a
tradição. E conseguiu, mais uma vez, apesar de eu sentir que, a cantar, ele já
não estaria tão bem como há tempos atrás. Mas isso é normal. Cantar, como
viver, é um acto de inteligência. Tem de se ir à procura do caminho. E resolver
os novos problemas que se nos apresentam.”
E
esses problemas surgiram, naturalmente, no processo de gravação. “Fomos
por fases, conforme ele ia ficando melhor. Mas tínhamos ensaios em casa
dele, de vez em quando, juntávamo-nos”, diz José Manuel Neto. E Marino de
Freitas, que começou a trabalhar com ele em 1996, no disco Margens,
acrescenta: “A exemplo de discos anteriores, era um processo que começava a ser
preparado e elaborado na casa do Carlos. Fazíamos triagens,
experiências, criávamos introduções. A produção musical éramos nós três, ele
dizia que éramos os anjos da guarda dele. Desta vez ele estava muito,
muito contente, com este trabalho. Eu sou madeirense, e ele ia cantar pela
primeira vez um poema do Herberto Helder [nascido no Funchal]. Estava
eufórico, falava daquilo como se o poema fosse de um familiar próximo.”
Carlos Manuel Proença, que tocou pela primeira vez com ele no CCB, no concerto dos 35 anos (1998), consegue ver
nesta demora “as suas vantagens”: “A possibilidade de amadurecer os
temas, de experimentar caminhos novos para cada música, para escolhermos a
forma mais indicada de os servir. E sendo Carlos o músico maravilhoso que era,
com uma capacidade maravilhosa de inventar e interpretar as músicas,
acompanhá-lo era para mim a coisa mais fácil. O Carlos cantava e deixava
tocar, havia uma conversa entre todos, e isso às vezes não se encontra em
muitas pessoas.”
Alfredo
Almeida sublinha um ponto: “O estímulo dele era a poesia, era das palavras
que ele partia para o tema, para a música. Enquanto ele não sentisse que a
palavra tinha o peso que ele lhe queria dar, repetia tantas vezes quantas as
que fossem precisas. E era muito perfeccionista. Como qualquer fadista que se
preze, não gostava de repetir, mas dava o litro para que saísse na perfeição e
com o maior rigor possível. Era muito autocrítico em relação à exigência e ao
produto final. A última vez que ele cantou em público foi no Coliseu de Lisboa.
E basta ouvir o disco para ver que ele conseguiu cumprir a não-decadência vocal,
porque está muito bem cantado e com uma grande voz, conseguiu isso até ao fim.”
TÓPICOS
CULTURA-ÍPSILON MÚSICA
CARLOS DO CARMO FADO CULTURA RELAXAR MÚSICA PORTUGUESA TORNE-SE
PERITO
COMENTÁRIO: mzeabranches EXPERIENTE: Muito
interessante, elucidativo e comovente!
II - Cultura-Ípsilon:
MÚSICA: São dois músicos, têm Bicho Carpinteiro e
puseram Fado Beirão num videoclipe
PÚBLICO,
11 de Abril de 2021
Bicho-carpinteiro pode ser sinónimo de caruncho mas também de
irrequietude, de quem não pára quieto. Mas se lhe tirarmos o hífen, Bicho
Carpinteiro mantém a irrequietude, mas sem caruncho que se lhe pegue.
Trata-se de um duo formado pelos músicos Vasco Ribeiro Casais (Omiri, Seiva, Dazkarieh)
e Rui
Rodrigues (Casuar,
LOT, Uxu
Kalhus, Dazkarieh) e foi há praticamente um ano que, em palco, criaram
músicas para um álbum. O nome do
grupo explica-o assim Rui Rodrigues: “Queríamos
um nome que, além de nos representar, estivesse ligado ao imaginário
português”. E Vasco Ribeiro Casais
acrescenta: “Como nós passamos a vida a inventar projectos novos e não
conseguimos ficar parados, achámos que o nome Bicho Carpinteiro assentava que nem uma luva nas nossas personalidades e
que fazia todo o sentido com a música que fazemos.”
E a
música que fazem é descrita, na apresentação do single e videoclipe Fado Beirão, que se estreia este domingo, como “um
rock instrumental e um folk ‘musculado’ regado a viras, fados, chulas e
lenga-lengas servidos numa bandeja de ambientes electrónicos temperados com
toda a riqueza que a tradição portuguesa têm para oferecer”. Porque “a tradição
é uma coisa viva”.
Fado Beirão, explica Vasco, “é
um fado instrumental composto por nós e tocado na viola beiroa e na viola
braguesa, dois instrumentos tradicionais que não costumam estar ligados ao fado
tradicional. Para além de usarmos esses instrumentos, também utilizámos
cavaquinho, adufes e electrónica. Demos-lhe o nosso cunho e acaba por ser uma
visão nossa do fado, que deu o mote para as composições seguintes do nosso
projecto.” Rui: “A música
foi composta e produzida entre Lisboa, Setúbal e Castelo Branco. Portanto, para
além de ser tocada num instrumento originário da Beira Baixa, também a melodia
nasceu em terras beirãs, nas mãos de um nativo beirão!”
Fado Beirão é um instrumental, mas o álbum que há-de vir ainda este ano terá
também canções com letra. Nas gravações e nas apresentações ao vivo (há
registos, no YouTube, de apresentações dos Bicho Carpinteiro na Fnac e
no Westway
Lab de Guimarães, em Abril de 2021) Vasco Ribeiro Casais tem a seu
cargo a viola braguesa enquanto Rui Rodrigues toca viola beiroa. Além delas,
ambos asseguram o mesmo lote de instrumentos: cavaquinho, bombos, programações
e voz.
TÓPICOS: GUIMARÃES CULTURA-ÍPSILON MULTIMÉDIA FADO BEIRA
BAIXA
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