De “matar fascistas”. Nome (incompleto) de
peça teatral, mas – o que é demonstrado historicamente por Jaime Nogueira Pinto –
percorrendo os vários países onde tal foi perpetrado, não metaforicamente, nos
seus primórdios eslavos e depois chineses, – pois que a sua continuidade, pelas
Américas Central e do Sul – e hoje o nosso país, este com zelo apostólico, (embora por enquanto,
comedido, refreados que somos pela situação de penúria endividada, que para
todos os efeitos é factor de moderação), nos limita, para já, ao uso metafórico
da expressão “matar fascistas” da tal peça de teatro em representação actual,
no teatro com mais carisma – o Dona
Maria. Um texto de JNP que nos
apraz ler, como sempre, no rigor informativo e aqui e ali na expressão de uma
indignação bem sentida, contra um status da sua ironia e indignação, para já,
inútil, contra essa alarvidade dos novos tempos.
A bela e nobre tradição de matar
fascistas /premium
A grande ameaça à nossa Democracia não
é a corrupção, nem o compadrio, nem as injustiças da Justiça, mas os
“populistas de extrema-direita”, que arranjam todos os
pretextos para manipular o povo.
JAIME NOGUEIRA
PINTO, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 16 abr
2021
A
peça Catarina e a
Beleza de Matar Fascistas, agora no
Teatro Nacional Dona Maria, gira à volta de uma família de resistentes
antifascistas que tem por tradição matar um fascista por ano. Não vi a peça,
mas conheço a tradição – que é tudo menos fictícia.
Os
comunistas podem não comer criancinhas ao pequeno-almoço, como nos elucidou, em
livre divagação sobre a imbecilidade das direitas, o Conselheiro (não o Acácio,
mas o de Estado), mas a verdade é que passaram todo o século XX a matar
fascistas.
Mataram
muitos em Espanha, em 1936.
Fascistas ou os que se lhes afiguraram fascistas. Mataram José António Primo de Rivera, que era falangista, Ramiro Ledesma Ramos, que era mesmo fascista, Ramiro de Maeztu, que era
tradicionalista, Calvo Sotelo, que era da direita nacional-conservadora;
massacraram presos em Paracuellos del Jarama, fuzilaram mais de sete mil
bispos, padres, religiosos e religiosas (desde Diocleciano que não se
matavam tantos cristãos em tão pouco tempo, como nesse Verão de 1936); e
mataram militares e civis das direitas, que expeditamente transformaram em
“fascistas” para os poderem matar em beleza e em boa consciência.
De Lenine a Estaline – a tradição
eslavófila
E
enquanto os comunistas – e os anarquistas e os socialistas – espanhóis estavam
muito bem a matar fascistas em Espanha, o
mais importante dos comunistas, o Grande Pai dos Povos, Josef Vissariónovitch,
Estaline, atarefava-se
na União Soviética a matar comunistas e judeus comunistas – que, para ele,
e em sentido lato, também eram “fascistas”. Os
bolcheviques já tinham matado os fascistas todos –
fascistas avant-la-lettre, já que a Marcha sobre Roma só se efectivaria em
Outubro de 1922, no fim da guerra civil russa –, mas, em todo o caso, os
“maus”: russos brancos, padres, aristocratas, camponeses e a família do Czar,
incluindo crianças, criados e cães. E depois,
conservadores, liberais, mencheviques, democratas. O Grande Lenine instituiu
os campos de concentração, e Felix Dzerdjinsky, o aristocrata polaco
comunista, chefe da Tcheka, tratou de lá internar dezenas de milhares de
dissidentes, de “fascistas”, portanto. E assim foram os comunistas, os
antifascistas, instituindo a nobre e bela tradição de matar fascistas em nome
de um futuro radioso, de um mundo melhor, de um mundo perfeito. Porque para que
o mundo possa ser perfeito é preciso matar os “maus” e, como toda a gente sabe,
os únicos maus que há no mundo são os fascistas.
Diga-se
em abono da verdade que, na peça que está agora no Dona Maria e que se passa no
Ano da Graça de 2028, a família que cumpre a tradição de matar o seu
fascistazinho anual desde os tempos do salazarismo é subitamente acometida por
problemas de consciência. Pelos vistos pela primeira vez em 2028. Será
lícita a violência, mesmo que seja para defender a Democracia? Deverão “os
bons” matar “os maus” para salvar o mundo e as amplas liberdades democráticas?
Isto porque na esquerda doméstica, feita quase só de Catarinas boazinhas,
mais cedo ou mais tarde, até os mais tradicionalistas são acometidos por
problemas de consciência. Talvez lá para 2028 a nobre dúvida venha
também a assaltar o deputado do PS que teve muita pena que o 25 de Abril não
tivesse visto “sangue” e “mortos”.
Seja
como for, semelhantes dilemas não perturbavam os verdadeiros comunistas, os
puros e duros: quando se tratou de fazer a colectivização, Estaline não teve problemas de consciência e matou à fome
quatro, cinco, seis, sete milhões de camponeses (o tal Holodomor que,
do alto do seu observatório televisivo, o Conselheiro desconsidera com um
irónico trejeito de boca).
E,
para não quebrar a tradição, quando lhe começaram a faltar fascistas,
reaccionários, Kulaks, camponeses, para matar, quando já não tinha sequer
mencheviques, o que fez o “Pai dos Povos”, o “Corifeu da Ciência”, o
“Arquitecto do Comunismo”, o “Jardineiro da Felicidade Humana”? Voltou-se para
os que não eram tão bons comunistas como deviam ser, convertendo-os, mais uma
vez, em “fascistas”. Fê-lo com todo o à-vontade, pois no mundo de tábua-rasa
que antecede o mundo perfeito, no mundo sem igrejas, sem propriedade privada,
sem sociedade civil, só com Partido, os chefes, que têm na mão o Partido, têm
também o poder absoluto, que vão usando, mais ou menos criativa e
demencialmente, quais Calígulas ou Neros.
A morte é bela
Macbeth, um modelo de tirano violento e
assassino, tem remorsos e sonhos terríveis. Os
grandes líderes comunistas do século passado, Lenine, Estaline, Mao, Pol Pot, Ceausescu, Mengistu, não eram sequer atormentados pelos espectros das suas
vítimas. E como o poderiam ser, se lutavam por um mundo melhor e por uma
humanidade perfeita e as suas vítimas eram todas fascistas ou qualquer coisa de
equivalente? Para eles, como para a família de Catarinas antifascistas do Dona
Maria, matar era uma beleza.
Nos últimos dias da Segunda Guerra
Mundial, o festival de “matar fascistas” esteve muito concorrido no Norte de
Itália. E aí havia fascistas autênticos para matar. Os resistentes e os
comunistas multiplicaram-se à medida que a guerra e as tropas aliadas iam
expulsando os alemães, e a guerra civil entre os combatentes da República
Social Italiana do Norte e os partigiani escalou em violência.
E
mataram o “fascista nº 1”, Benito Mussolini,
com a sua companheira, Clara Petacci. Mais uma vez, fizeram-no em beleza,
pendurando-os pelos pés em plena cidade de Milão. Depois, mataram mais umas dezenas de milhares, pelo norte de Itália. Em França,
onde o número de resistentes se multiplicou depois do Desembarque da Normandia,
e sobretudo no pós-guerra, os comunistas aproveitaram a libertação para
eliminar, não só colaboracionistas, mas gente da direita católica, monárquica e
conservadora. Todos fascistas, claro. E os primeiros resistentes tinham
sido de direita, como o general De Gaulle e os militares que o acompanharam em Londres, ainda os
comunistas colaboravam com as forças de ocupação alemã (entre Junho de 1940, a entrada
da Wehrmacht em Paris, e Junho de 1941, quando Hitler invadiu a
Rússia)… Mas isso pouco importa, varrido que foi para debaixo dos sofás da
História, em cuja reescrita se especializaram.
O
outro notório matador de fascistas, o Grande Timoneiro, Mao Tsé-Tung, também cumpriu generosamente a tradição e a tarefa,
matando em quantidades industriais. Começou pelos fascistas do Kuomintang de
Chiang Kai-shek, durante a guerra civil, e, depois da vitória de 1949, passou
aos agricultores, aos altos e médios funcionários e aos militares. Tal como
na Rússia, acabados os “fascistas”, voltou-se para os camponeses, esses
claramente fascizantes, e com o Grande Salto em Frente, deixou 40 ou 50 milhões
de mortos à fome. Aqui os comunistas de estirpe maoista, no cumprimento
do Plano, também não comeram criancinhas, mas os casos de canibalismo nas
famílias esfomeadas multiplicaram-se. Mais ainda que na Ucrânia. (Talvez o
Conselheiro também reserve uma pérola de ironia para esta outra curiosidade
histórica.)
O Grande Salto em Frente: da Revolução Cultural ao Activismo Tofu
Sempre
rumo a um mundo melhor – e sempre procedendo ao saneamento de fascistas que os
mundos melhores exigem –, Mao lançou
em 1966 a grande Revolução Cultural Proletária, soltando por toda a China
milhões de Guardas Vermelhos, voluntariosos estudantes que, estimulados
pelo Livro Vermelho, se dedicaram a prender, a insultar, a humilhar,
os mais velhos – os pais, os professores e todos os inimigos reais ou
imaginários do Presidente Mao. E
o paranóico frenesim propagou-se. No Camboja,
com Pol Pot, cumpriu-se
no maior genocídio da História, em proporção: nada mais, nada menos que um terço
da população… Mas como resistir à beleza da tradição? E o que fazer
quando um um terço da população se afigura claramente “fascista”?
À Europa, a tradição chegou em
versão folclórica, com os grupos maoistas, no Maio de 68. E em Itália e na
Alemanha, ao folclore seguiu-se a deriva terrorista.
Por
cá, foi quase só folclore, com uns julgamentos nas faculdades semi-ocupadas. Passei
como réu por um desses tribunais, em 1970. Uma
fantochada de meninos do Teatro, um “matar fascistas” em versão portuguesa, mas
que representava bem o fanatismo imbecilizante da ideologia assassina que lhe
presidia. E com a Revolução, outras Forças Populares viriam. E essas bastante
mais letais do que teatrais.
Pois é, comunistas, maoistas,
anarquistas, radicais das várias igrejas e seitas utópicas do bloco das
esquerdas foram passando com distinção na nobre e bela tradição de matar
fascistas e, quando não havia fascistas para matar, passaram a matar-se uns aos
outros, chamando-se “fascistas”.
Na
peça agora em exibição, há a tal família alentejana que, desde a morte de
Catarina Eufémia, mata todos os anos um fascista; e o fascista do ano, como não
podia deixar de ser, preenche todos os requisitos – é sexista, racista,
agressor, assassino de mulheres, enfim, alguém de intrínseca e de verdadeiramente
mau (mas não Tsé-Tung).
Todos sabemos que a grande ameaça à
nossa Democracia não é a corrupção, nem o compadrio, nem a estagnação, nem o
alastrar da pobreza, real, moral e intelectual, nem o funcionamento enviesado
da justiça criminal e social, do ensino, do acesso ao emprego e à informação;
nem tão pouco a imposição de uma linguagem e de um pensamento incontestáveis e
de leis passadas à socapa como moeda de troca para grupos radicais. Talvez por isso a distopia agora em cena no Dona
Maria se centre na grande ameaça que paira sobre nós, na verdadeira ameaça, no
Grande Medo: o inexplicável aparecimento do “fascismo”, dos “maus”,
que arranjam todos os pretextos para manipular o povo contra a Democracia.
Daí
que se imagine o poder em Portugal, em 2028, nas mãos de um partido
populista, um partido de extrema-direita que, como seria de esperar, preconiza
e aplica vários horrores, numa distopia imaginada à medida local, uma distopia
que chega ao poder por eleições. E
que vai criar um Estado concentracionário, com reservas para ciganos e
imigrantes, controlo de opinião, e todo o rol de horrores que se espera apenas
e só de um “Estado fascista”. Mas que, curiosamente, até hoje – além do
Holocausto hitleriano, que durou o tempo da guerra –, tem sido o apanágio de
Estados antifascistas – na Rússia, na China, no Camboja, na Etiópia, na Coreia
do Norte, até em Cuba.
Também
curiosamente, e fazendo as contas, se a fictícia família antifascista que está
em cena mata um fascista por ano desde 1954, já terá matado, ao tempo da acção,
74 fascistas em território português. Mais do que a Ditadura Militar e o Estado
Novo, de 1926 a 1974.
O
espectáculo parece fascinante e os problemas de consciência de Catarina
excelentes, mas a verdade é que, até hoje, os antifascistas já mataram muito
mais do que os fascistas – e fascistas em sentido estrito e em sentido lato.
E
isto, Catarina, é capaz de ter alguma importância.
Mas,
enfim, que sei eu? Matar
fascistas não deixará nunca de ser belo. Ah,
e os cenários, e o guarda-roupa, e o Alentejo das ceifeiras, a evocar o cuidado
guarda-roupa das ceifeiras e dos ceifeiros do saudoso PREC! E ah, a mestria
do inesperado pormenor de uma t-shirt do Black Lives Matter, a
dar ao espectáculo um toque de modernidade e de activismo, entre os ecos de
Brecht e toda a mística da revolução! E o título em parangonas no coração da
cidade? A Beleza de Matar Fascistas, ali, com todas as letras… ainda que
não seja para levar à letra, mas tão só para funcionar como denúncia do
discurso de ódio (dos outros), como apelo à defesa das vidas (e das mortes) que
importam; enfim, como um hino à beleza e à urgência do “activismo”, a nova
ficção da revolução!
ASEXTACOLUNA
CRÓNICA OBSERVADOR EXTREMISMO SOCIEDADE TEATRO CULTURA EXTREMA
ESQUERDA POLÍTICA URSS MUNDO CHINA
COMENTÁRIOS:
Mario Areias: Parabéns e obrigado por nos lembrar o que já sabemos mas que é bom sempre
avivar. Frederico Melo: Mais um tratado! Obrigado pela
lucidez A. Carnide: Fantástico carlota vicente: Excelente Paulo Guerra: Quando o JNP já acha que o
único tirano fascista que praticou os horrores que diz que viu numa peça de
teatro no D. MARIA foi Hitler... Realmente nunca se ouviu falar dos
horrores da Pide em Portugal. E muito menos dos horrores da ditadura mesmo aqui
ao lado do psicopata sanguinário do Franco. Ainda hoje as duas principais
características que a história reservou para tão fraca figura esganiçada e sem
ponta de carisma. Tinha que sobressair de alguma maneira. Ao fim e ao cabo nada de novo
para quem passou o mandato de Trump a garantir que o sociopata norte
americano nunca intentou contra a Democracia. Mas não será isto tudo afinal
conversa para entreter para não falar realmente do que mais apoquenta o chega
ao dia de hoje? Como o último episódio da "Grande Ilusão" esta semana
na SIC N? Na Madeira o Presidente do Governo Regional também já veio dizer que
mantém toda a confiança no seu aliado do CDS. E de uma coisa todos temos a
certeza. Nenhum MP deste país vai incomodar o CDS. Já é uma tradição quase tão
forte em Portugal como o Natal. Ave Cesar! O Incorruptível. Luis Sancho > Paulo Guerra: Os horrores que mataram 64 pessoas?
Gil Lourenço
> Paulo Guerra: Franco? E os socialistas e comunistas espanhóis? Antes
ainda da Guerra Civil...
Gil Lourenço: Excelente texto! Uma excelente sinopse (a verdadeira) para essa peça paga
por todos nós! Imaginem se o D. Maria colocasse em cena "A beleza de matar
comunistas"? Qual seria a reacção? lulu lemon: mais uma crónica imperdível de
JNP. obrigado! Joaquim
Moreira: Os comunistas podem não comer criancinhas ao
pequeno-almoço, como nos elucidou, em livre divagação sobre a imbecilidade das
direitas, o Conselheiro (não o Acácio, mas o de Estado), mas a verdade é que
passaram todo o século XX a matar fascistas. Tinha acabado de ler esta frase e vejo o Conselheiro
(não o Acácio, mas o de Estado), dar um sinal de ter sido tocado. Ao responder
na sua rubrica final, no programa que tem num conhecido órgão de comunicação
social, com declarações da candidata do PSD à Amadora, mais uma fascista,
afinal! Na verdade, quem tiver formas diferentes de ver a sociedade, é
imediatamente acusada, de ser fascista, para quando mais tarde esta tradição voltar
a ser aplicada. A tradição de matar fascistas, para já é só teatral
representação, mas se não fizermos nada pode mesmo vir a ser a “solução”. Razão
por que, cada vez mais gosto do líder da oposição que, sem hesitação, apoia uma
candidata que tem opinião. E que não tem medo de dizer o que pensa e
sujeitar-se a uma eleição. Sendo que, ao mesmo tempo nos dá uma grande lição.
De combate à perigosa esquerda desta "nobre tradição"!
Gil Lourenço > Joaquim Moreira: Muito bom comentário! Teresa Salgueiro: Texto brilhante. Já agora,
convém lembrar que o "democrata" encenador dessa peça foi um dos
que assinaram aquela carta abjecta, no Público, a defender a censura, nos
órgãos de comunicação, de todos aqueles que se atrevessem a criticar o governo
a propósito da pandemia. JP Ribeiro: Este texto devia ser de estudo obrigatório em todas as
escolas C+S do país. Paulo
Silva > Tiago Queirós: Nem fazia ideia de quem era o sujeito, mas já lhe
adivinhava as simpatias políticas. Como já aqui referi, a sinopse que li da
peça do sr. Tiago Rodrigues enquadra-se bem nas correntes do marxismo cultural,
das quais o BE é um distinto promotor. Este é um marxismo de tipo novo que faz
crítica aos marxismos clássico e ortodoxo, passando o enfoque da batalha do
campo económico para o campo cultural. E talvez por isso se explique que a
área da cultura seja hoje um feudo consolidado da Esquerda em muitas das
sociedades ocidentais. É quase condição sine
qua non ser-se artista, (ou intelectual), e ser-se esquerdista, ou
progressista, eufemismo para “idiota útil”… É como se o processo criativo
nada devesse ao antes, nada aproveitasse ao passado. Tudo começa do zero
absoluto, como no conceito abstracto de Re-Volução. Como se o artista
fosse uma divindade omnipotente que cria a partir do nada. Daí, na minha
interpretação, a associação falaz da Arte, (da criação artística), ao culto
pela mudança que faz tábua rasa da realidade, ao culto pela destruição de tudo
o que é perene e de valor pelos iconoclastas… São de facto uns idiotas
convencidos que não enxergam a manipulação. Os bem-pensantes e os
intelectuais criticam todas as formas de hegemonia - reais ou imaginárias - nas
suas mais diversas formas por entre os sectores das sociedades civil e política
das sociedades ocidentais. Só não
criticam a hegemonia da Esquerda que grassa nos areópagos e meandros da Cultura. É confrangedor assistir à manipulação por parte de
quem se acha superior intelectualmente. O fascismo toma-se como sinónimo do mal
absoluto. Serve de anátema para diabolizar o adversário. Já o comunismo, pesem
todos os seus horrores, representa o futuro radioso. Aron chamou ao marxismo e
a este tipo de pensamento “o ópio dos intelectuais”. Anarquista Inconformado > Tiago Queirós: Que forma acintosa, de expressares tua dificuldade de
viveres em liberdade e democracia. Mas não tens alternativa, o tempo do eu quero posso e
mando já não volta o que conta é a vontade da maioria, dai os teus engulhos e
feles. António
Duarte: Uma lição de
história, sobretudo, este magnífico artigo do Nogueira Pinto! E não se
esqueceu, com elegância, diga-se, de um dos pais da França e da Europa
modernas, o Sr Miterrand, também ele um dos partisans de última hora ofuscando
a sua colaboração com a França livre... António Graça: Isto de saber História tem que se lhe diga. Pena que
muito político que por aí anda, não faça ideia do que isso é. Paulo Silva: Excelente texto. O simples
título da peça devia causar nojo a todos quantos têm a dignidade da pessoa
humana, em todas as suas manifestações, como o valor supremo da nossa
democracia. Um vómito!
José Pinto de Sá: Excelente. Além de não ter uma pinga de exagero, muito bem escrito. Antonio Bentes: Soberbo texto. Brilhante. Do melhor que tenho lido no Observador. Parabéns. Pedro Gonçalves: Costumo lê-lo, concordando por
várias vezes, discordando em algumas, mas sempre com gosto, pois considero e
elogio a sua independência analítica, que não tem de ser isenta de ideologia e
opinião, pois essas são de cada um e só os cataventos é que não as têm, ou se
tornam "rolhas", boiando ao sabor do que lhes mais convém (no momento).
Todavia, penso
ser este o seu melhor artigo aqui no Observador. Está tão claro e factual como
esclarecedor, bem escrito e crítico para com os que todas as semanas alimentam
o ódio e a ignorância, capeada por verdades incontestáveis (uns de esquerda e
outros de direita), como o "Conselheiro". Não lhe dou os parabéns, mas muito agradeço estas excepcionais linhas de
texto. Obrigado JNP Manuel Ferreira21: Brilhante artigo do JNP. É com
doutrina que se derrotam as esquerdas totalitárias e considero o JNP um
clássico. Mas hoje em dia, transformá-lo
em veículo de propaganda, além de redundante, é empobrecê-lo. E além disso
empobrecer e defraudar o público - que espera encontrar no teatro um refúgio da
realidade, a sedução e o encantamento, a reflexão inteligente ou a análise dos
sentimentos e das interacções humanas - e não um altifalante soviético a
debitar a mesma propaganda que se ouve e vê todos os dias nas
televisões, nos jornais ou nas redes sociais. Para isso não é preciso ir ao Teatro!!! VICTORIA
ARRENEGA: Artigo excelente. Adelino Lopes: Mais um excelente artigo. E tão
importante que é voltar à escola para aprender a história. A real, não é a
ficcionada e rescrita de acordo com o que que querem que seja. Poderia
acrescentar mais uns pontos (América latina e África), mas não se pode dizer
nada. Esperemos que alguém também escreva sobre os efeitos ideológicos no
primeiro dos direitos humanos; o direito à vida. António Louro: Excelente. Alberto Rei: Quando a médio prazo houver um " Crónicas
escolhidas" , esta tem de lá estar. Esta é para guardar. Parabéns NP, excelente escrita, e excelente lição de
História. Obrigado Observador, por contratar gente desta
estirpe. JORGE PINTOAlberto Rei: Concordo em absoluto! João Valente: Excelente crónica. Paulo Cardoso: Excelente Jorge
Carvalho: Bravo JNP continue a desmascará-los com a
realidade Paulo
Silva: Mais que a
corrupção - embora essa não seja um problema de somenos, endémico ao poder –
hoje a maior ameaça às Democracias consiste na ditadura do politicamente
correcto que grassa, travestida capciosamente de defesa dos direitos, das
liberdades e da bendita da justiça social. Em nome dessas cometeram-se no
passado as maiores barbaridades, e pelo andar da carruagem já não estamos tão
longe novamente... Não peço que o encenador Tiago Rodrigues tenha a coragem e a
honestidade de escrever algo sobre “a beleza de matar comunistas”, mas
«Processo e Morte de Estaline» é uma peça que deveria passar nos palcos de todo
o mundo. Uma crítica mordaz ao regime político que afectou directamente um
terço do globo, baseado nos pensamentos incendiários do charlatão Marx, e
iniciado pelo astuto cínico Lenine, e não apenas uma crítica aos desmandos
praticados por sequazes como o “paizinho dos povos”, cujas costas são largas… O
fascismo foi um dos anátemas, a par do capitalismo, que os
bolcheviques/leninistas arranjaram para diabolizar os adversários. Uma
diabolização ainda hoje presente em países atrasados como o nosso, mas não só. JORGE
PINTO > Paulo Silva: Muito bem! Pedro:: Grande e certeiro texto de JNP
a tornar justos todos os euros que se pagam pela assinatura do Observador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário