domingo, 18 de abril de 2021

Jaime Nogueira Pinto explica a tradição


De “matar fascistas”. Nome (incompleto) de peça teatral, mas – o que é demonstrado historicamente por Jaime Nogueira Pinto – percorrendo os vários países onde tal foi perpetrado, não metaforicamente, nos seus primórdios eslavos e depois chineses, – pois que a sua continuidade, pelas Américas Central e do Sul – e hoje o nosso país, este com zelo apostólico, (embora por enquanto, comedido, refreados que somos pela situação de penúria endividada, que para todos os efeitos é factor de moderação), nos limita, para já, ao uso metafórico da expressão “matar fascistas” da tal peça de teatro em representação actual, no teatro com mais carisma – o Dona Maria. Um texto de JNP que nos apraz ler, como sempre, no rigor informativo e aqui e ali na expressão de uma indignação bem sentida, contra um status da sua ironia e indignação, para já, inútil, contra essa alarvidade dos novos tempos.

A bela e nobre tradição de matar fascistas /premium

A grande ameaça à nossa Democracia não é a corrupção, nem o compadrio, nem as injustiças da Justiça, mas os “populistas de extrema-direita”, que arranjam todos os pretextos para manipular o povo.

JAIME NOGUEIRA PINTO,  Colunista do Observador

OBSERVADOR, 16 abr 2021

A peça Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, agora no Teatro Nacional Dona Maria, gira à volta de uma família de resistentes antifascistas que tem por tradição matar um fascista por ano. Não vi a peça, mas conheço a tradição – que é tudo menos fictícia.

Os comunistas podem não comer criancinhas ao pequeno-almoço, como nos elucidou, em livre divagação sobre a imbecilidade das direitas, o Conselheiro (não o Acácio, mas o de Estado), mas a verdade é que passaram todo o século XX a matar fascistas.

Mataram muitos em Espanha, em 1936. Fascistas ou os que se lhes afiguraram fascistas. Mataram José António Primo de Rivera, que era falangista, Ramiro Ledesma Ramos, que era mesmo fascista, Ramiro de Maeztu, que era tradicionalista, Calvo Sotelo, que era da direita nacional-conservadora; massacraram presos em Paracuellos del Jarama, fuzilaram mais de sete mil bispos, padres, religiosos e religiosas (desde Diocleciano que não se matavam tantos cristãos em tão pouco tempo, como nesse Verão de 1936); e mataram militares e civis das direitas, que expeditamente transformaram em “fascistas” para os poderem matar em beleza e em boa consciência.

De Lenine a Estaline – a tradição eslavófila

E enquanto os comunistas – e os anarquistas e os socialistas – espanhóis estavam muito bem a matar fascistas em Espanha, o mais importante dos comunistas, o Grande Pai dos Povos, Josef Vissariónovitch, Estaline, atarefava-se na União Soviética a matar comunistas e judeus comunistas – que, para ele, e em sentido lato, também eram “fascistas”. Os bolcheviques já tinham matado os fascistas todos – fascistas avant-la-lettre, já que a Marcha sobre Roma só se efectivaria em Outubro de 1922, no fim da guerra civil russa –, mas, em todo o caso, os “maus”: russos brancos, padres, aristocratas, camponeses e a família do Czar, incluindo crianças, criados e cães. E depois, conservadores, liberais, mencheviques, democratas. O Grande Lenine instituiu os campos de concentração, e Felix Dzerdjinsky, o aristocrata polaco comunista, chefe da Tcheka, tratou de lá internar dezenas de milhares de dissidentes, de “fascistas”, portanto. E assim foram os comunistas, os antifascistas, instituindo a nobre e bela tradição de matar fascistas em nome de um futuro radioso, de um mundo melhor, de um mundo perfeito. Porque para que o mundo possa ser perfeito é preciso matar os “maus” e, como toda a gente sabe, os únicos maus que há no mundo são os fascistas.

Diga-se em abono da verdade que, na peça que está agora no Dona Maria e que se passa no Ano da Graça de 2028, a família que cumpre a tradição de matar o seu fascistazinho anual desde os tempos do salazarismo é subitamente acometida por problemas de consciência. Pelos vistos pela primeira vez em 2028. Será lícita a violência, mesmo que seja para defender a Democracia? Deverão “os bons” matar “os maus” para salvar o mundo e as amplas liberdades democráticas? Isto porque na esquerda doméstica, feita quase só de Catarinas boazinhas, mais cedo ou mais tarde, até os mais tradicionalistas são acometidos por problemas de consciência. Talvez lá para 2028 a nobre dúvida venha também a assaltar o deputado do PS que teve muita pena que o 25 de Abril não tivesse visto “sangue” e “mortos”.

Seja como for, semelhantes dilemas não perturbavam os verdadeiros comunistas, os puros e duros: quando se tratou de fazer a colectivização, Estaline não teve problemas de consciência e matou à fome quatro, cinco, seis, sete milhões de camponeses (o tal Holodomor que, do alto do seu observatório televisivo, o Conselheiro desconsidera com um irónico trejeito de boca).

E, para não quebrar a tradição, quando lhe começaram a faltar fascistas, reaccionários, Kulaks, camponeses, para matar, quando já não tinha sequer mencheviques, o que fez o “Pai dos Povos”, o “Corifeu da Ciência”, o “Arquitecto do Comunismo”, o “Jardineiro da Felicidade Humana”? Voltou-se para os que não eram tão bons comunistas como deviam ser, convertendo-os, mais uma vez, em “fascistas”. Fê-lo com todo o à-vontade, pois no mundo de tábua-rasa que antecede o mundo perfeito, no mundo sem igrejas, sem propriedade privada, sem sociedade civil, só com Partido, os chefes, que têm na mão o Partido, têm também o poder absoluto, que vão usando, mais ou menos criativa e demencialmente, quais Calígulas ou Neros.

A morte é bela

Macbeth, um modelo de tirano violento e assassino, tem remorsos e sonhos terríveis. Os grandes líderes comunistas do século passado, Lenine, Estaline, Mao, Pol Pot, Ceausescu, Mengistu, não eram sequer atormentados pelos espectros das suas vítimas. E como o poderiam ser, se lutavam por um mundo melhor e por uma humanidade perfeita e as suas vítimas eram todas fascistas ou qualquer coisa de equivalente? Para eles, como para a família de Catarinas antifascistas do Dona Maria, matar era uma beleza.

Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, o festival de “matar fascistas” esteve muito concorrido no Norte de Itália. E aí havia fascistas autênticos para matar. Os resistentes e os comunistas multiplicaram-se à medida que a guerra e as tropas aliadas iam expulsando os alemães, e a guerra civil entre os combatentes da República Social Italiana do Norte e os partigiani escalou em violência.

E mataram o “fascista nº 1”, Benito Mussolini, com a sua companheira, Clara Petacci. Mais uma vez, fizeram-no em beleza, pendurando-os pelos pés em plena cidade de Milão. Depois, mataram mais umas dezenas de milhares, pelo norte de Itália. Em França, onde o número de resistentes se multiplicou depois do Desembarque da Normandia, e sobretudo no pós-guerra, os comunistas aproveitaram a libertação para eliminar, não só colaboracionistas, mas gente da direita católica, monárquica e conservadora. Todos fascistas, claro. E os primeiros resistentes tinham sido de direita, como o general De Gaulle e os militares que o acompanharam em Londres, ainda os comunistas colaboravam com as forças de ocupação alemã (entre Junho de 1940, a entrada da Wehrmacht em Paris, e Junho de 1941, quando Hitler invadiu a Rússia)… Mas isso pouco importa, varrido que foi para debaixo dos sofás da História, em cuja reescrita se especializaram.

O outro notório matador de fascistas, o Grande Timoneiro, Mao Tsé-Tung, também cumpriu generosamente a tradição e a tarefa, matando em quantidades industriais. Começou pelos fascistas do Kuomintang de Chiang Kai-shek, durante a guerra civil, e, depois da vitória de 1949, passou aos agricultores, aos altos e médios funcionários e aos militares. Tal como na Rússia, acabados os “fascistas”, voltou-se para os camponeses, esses claramente fascizantes, e com o Grande Salto em Frente, deixou 40 ou 50 milhões de mortos à fome. Aqui os comunistas de estirpe maoista, no cumprimento do Plano, também não comeram criancinhas, mas os casos de canibalismo nas famílias esfomeadas multiplicaram-se. Mais ainda que na Ucrânia. (Talvez o Conselheiro também reserve uma pérola de ironia para esta outra curiosidade histórica.)

O Grande Salto em Frente: da Revolução Cultural ao Activismo Tofu

Sempre rumo a um mundo melhor – e sempre procedendo ao saneamento de fascistas que os mundos melhores exigem –, Mao lançou em 1966 a grande Revolução Cultural Proletária, soltando por toda a China milhões de Guardas Vermelhos, voluntariosos estudantes que, estimulados pelo Livro Vermelho, se dedicaram a prender, a insultar, a humilhar, os mais velhos – os pais, os professores e todos os inimigos reais ou imaginários do Presidente Mao. E o paranóico frenesim propagou-se. No Camboja, com Pol Pot, cumpriu-se no maior genocídio da História, em proporção: nada mais, nada menos que um terço da populaçãoMas como resistir à beleza da tradição? E o que fazer quando um um terço da população se afigura claramente “fascista”?

À Europa, a tradição chegou em versão folclórica, com os grupos maoistas, no Maio de 68. E em Itália e na Alemanha, ao folclore seguiu-se a deriva terrorista.

Por cá, foi quase só folclore, com uns julgamentos nas faculdades semi-ocupadas. Passei como réu por um desses tribunais, em 1970. Uma fantochada de meninos do Teatro, um “matar fascistas” em versão portuguesa, mas que representava bem o fanatismo imbecilizante da ideologia assassina que lhe presidia. E com a Revolução, outras Forças Populares viriam. E essas bastante mais letais do que teatrais.

Pois é, comunistas, maoistas, anarquistas, radicais das várias igrejas e seitas utópicas do bloco das esquerdas foram passando com distinção na nobre e bela tradição de matar fascistas e, quando não havia fascistas para matar, passaram a matar-se uns aos outros, chamando-se “fascistas”.

Na peça agora em exibição, há a tal família alentejana que, desde a morte de Catarina Eufémia, mata todos os anos um fascista; e o fascista do ano, como não podia deixar de ser, preenche todos os requisitos – é sexista, racista, agressor, assassino de mulheres, enfim, alguém de intrínseca e de verdadeiramente mau (mas não Tsé-Tung).

Todos sabemos que a grande ameaça à nossa Democracia não é a corrupção, nem o compadrio, nem a estagnação, nem o alastrar da pobreza, real, moral e intelectual, nem o funcionamento enviesado da justiça criminal e social, do ensino, do acesso ao emprego e à informação; nem tão pouco a imposição de uma linguagem e de um pensamento incontestáveis e de leis passadas à socapa como moeda de troca para grupos radicais. Talvez por isso a distopia agora em cena no Dona Maria se centre na grande ameaça que paira sobre nós, na verdadeira ameaça, no Grande Medo: o inexplicável aparecimento do “fascismo”, dos “maus”, que arranjam todos os pretextos para manipular o povo contra a Democracia.

Daí que se imagine o poder em Portugal, em 2028, nas mãos de um partido populista, um partido de extrema-direita que, como seria de esperar, preconiza e aplica vários horrores, numa distopia imaginada à medida local, uma distopia que chega ao poder por eleições. E que vai criar um Estado concentracionário, com reservas para ciganos e imigrantes, controlo de opinião, e todo o rol de horrores que se espera apenas e só de um “Estado fascista”. Mas que, curiosamente, até hoje – além do Holocausto hitleriano, que durou o tempo da guerra –, tem sido o apanágio de Estados antifascistas – na Rússia, na China, no Camboja, na Etiópia, na Coreia do Norte, até em Cuba.

Também curiosamente, e fazendo as contas, se a fictícia família antifascista que está em cena mata um fascista por ano desde 1954, já terá matado, ao tempo da acção, 74 fascistas em território português. Mais do que a Ditadura Militar e o Estado Novo, de 1926 a 1974.

O espectáculo parece fascinante e os problemas de consciência de Catarina excelentes, mas a verdade é que, até hoje, os antifascistas já mataram muito mais do que os fascistas – e fascistas em sentido estrito e em sentido lato.

E isto, Catarina, é capaz de ter alguma importância.

Mas, enfim, que sei eu? Matar fascistas não deixará nunca de ser belo. Ah, e os cenários, e o guarda-roupa, e o Alentejo das ceifeiras, a evocar o cuidado guarda-roupa das ceifeiras e dos ceifeiros do saudoso PREC! E ah, a mestria do inesperado pormenor de uma t-shirt do Black Lives Matter, a dar ao espectáculo um toque de modernidade e de activismo, entre os ecos de Brecht e toda a mística da revolução! E o título em parangonas no coração da cidade? A Beleza de Matar Fascistas, ali, com todas as letras… ainda que não seja para levar à letra, mas tão só para funcionar como denúncia do discurso de ódio (dos outros), como apelo à defesa das vidas (e das mortes) que importam; enfim, como um hino à beleza e à urgência do “activismo”, a nova ficção da revolução!

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COMENTÁRIOS:

Mario Areias: Parabéns e obrigado por nos lembrar o que já sabemos mas que é bom sempre avivar.   Frederico Melo: Mais um tratado! Obrigado pela lucidez     A. Carnide: Fantástico          carlota vicente: Excelente          Paulo Guerra: Quando o JNP já acha que o único tirano fascista que praticou os horrores que diz que viu numa peça de teatro no D. MARIA  foi Hitler... Realmente nunca se ouviu falar dos horrores da Pide em Portugal. E muito menos dos horrores da ditadura mesmo aqui ao lado do psicopata sanguinário do Franco. Ainda hoje as duas principais características que a história reservou para tão fraca figura esganiçada e sem ponta de carisma. Tinha que sobressair de alguma maneira. Ao fim e ao cabo nada de novo para quem passou o mandato de Trump a garantir que o sociopata norte americano  nunca intentou contra a Democracia.  Mas não será isto tudo afinal conversa para entreter para não falar realmente do que mais apoquenta o chega ao dia de hoje? Como o último episódio da "Grande Ilusão" esta semana na SIC N? Na Madeira o Presidente do Governo Regional também já veio dizer que mantém toda a confiança no seu aliado do CDS. E de uma coisa todos temos a certeza. Nenhum MP deste país vai incomodar o CDS. Já é uma tradição quase tão forte em Portugal como o Natal. Ave Cesar! O Incorruptível.         Luis Sancho > Paulo Guerra: Os horrores que mataram 64 pessoas?

Gil Lourenço > Paulo Guerra: Franco? E os socialistas e comunistas espanhóis? Antes ainda da Guerra Civil...

Gil Lourenço: Excelente texto! Uma excelente sinopse (a verdadeira) para essa peça paga por todos nós! Imaginem se o D. Maria colocasse em cena "A beleza de matar comunistas"? Qual seria a reacção?     lulu lemon: mais uma crónica imperdível de JNP. obrigado!             Joaquim Moreira: Os comunistas podem não comer criancinhas ao pequeno-almoço, como nos elucidou, em livre divagação sobre a imbecilidade das direitas, o Conselheiro (não o Acácio, mas o de Estado), mas a verdade é que passaram todo o século XX a matar fascistas. Tinha acabado de ler esta frase e vejo o Conselheiro (não o Acácio, mas o de Estado), dar um sinal de ter sido tocado. Ao responder na sua rubrica final, no programa que tem num conhecido órgão de comunicação social, com declarações da candidata do PSD à Amadora, mais uma fascista, afinal! Na verdade, quem tiver formas diferentes de ver a sociedade, é imediatamente acusada, de ser fascista, para quando mais tarde esta tradição voltar a ser aplicada. A tradição de matar fascistas, para já é só teatral representação, mas se não fizermos nada pode mesmo vir a ser a “solução”. Razão por que, cada vez mais gosto do líder da oposição que, sem hesitação, apoia uma candidata que tem opinião. E que não tem medo de dizer o que pensa e sujeitar-se a uma eleição. Sendo que, ao mesmo tempo nos dá uma grande lição. De combate à perigosa esquerda desta "nobre tradição"!  

Gil Lourenço > Joaquim Moreira: Muito bom comentário!           Teresa Salgueiro: Texto brilhante. Já agora, convém lembrar que o "democrata" encenador dessa peça foi um dos que assinaram aquela carta abjecta, no Público, a defender a censura, nos órgãos de comunicação, de todos aqueles que se atrevessem a criticar o governo a propósito da pandemia.           JP Ribeiro: Este texto devia ser de estudo obrigatório em todas as escolas C+S do país.          Paulo Silva > Tiago Queirós: Nem fazia ideia de quem era o sujeito, mas já lhe adivinhava as simpatias políticas. Como já aqui referi, a sinopse que li da peça do sr. Tiago Rodrigues enquadra-se bem nas correntes do marxismo cultural, das quais o BE é um distinto promotor. Este é um marxismo de tipo novo que faz crítica aos marxismos clássico e ortodoxo, passando o enfoque da batalha do campo económico para o campo cultural. E talvez por isso se explique que a área da cultura seja hoje um feudo consolidado da Esquerda em muitas das sociedades ocidentais. É quase condição sine qua non ser-se artista, (ou intelectual), e ser-se esquerdista, ou progressista, eufemismo para “idiota útil”… É como se o processo criativo nada devesse ao antes, nada aproveitasse ao passado. Tudo começa do zero absoluto, como no conceito abstracto de Re-Volução. Como se o artista fosse uma divindade omnipotente que cria a partir do nada. Daí, na minha interpretação, a associação falaz da Arte, (da criação artística), ao culto pela mudança que faz tábua rasa da realidade, ao culto pela destruição de tudo o que é perene e de valor pelos iconoclastas… São de facto uns idiotas convencidos que não enxergam a manipulação. Os bem-pensantes e os intelectuais criticam todas as formas de hegemonia - reais ou imaginárias - nas suas mais diversas formas por entre os sectores das sociedades civil e política das sociedades ocidentais. Só não criticam a hegemonia da Esquerda que grassa nos areópagos e meandros da Cultura. É confrangedor assistir à manipulação por parte de quem se acha superior intelectualmente. O fascismo toma-se como sinónimo do mal absoluto. Serve de anátema para diabolizar o adversário. Já o comunismo, pesem todos os seus horrores, representa o futuro radioso. Aron chamou ao marxismo e a este tipo de pensamento “o ópio dos intelectuais”.              Anarquista Inconformado > Tiago Queirós: Que forma acintosa, de expressares tua dificuldade de viveres em liberdade e democracia. Mas não tens alternativa, o tempo do eu quero posso e mando já não volta o que conta é a vontade da maioria, dai os teus engulhos e feles.           António Duarte: Uma lição de história, sobretudo, este magnífico artigo do Nogueira Pinto! E não se esqueceu, com elegância, diga-se, de um dos pais da França e da Europa modernas, o Sr Miterrand, também ele um dos partisans de última hora ofuscando a sua colaboração com a França livre...  António Graça: Isto de saber História tem que se lhe diga. Pena que muito político que por aí anda, não faça ideia do que isso é.         Paulo Silva: Excelente texto. O simples título da peça devia causar nojo a todos quantos têm a dignidade da pessoa humana, em todas as suas manifestações, como o valor supremo da nossa democracia. Um vómito!          José Pinto de Sá: Excelente. Além de não ter uma pinga de exagero, muito bem escrito.         Antonio Bentes: Soberbo texto. Brilhante. Do melhor que tenho lido no Observador. Parabéns.     Pedro Gonçalves: Costumo lê-lo, concordando por várias vezes, discordando em algumas, mas sempre com gosto, pois considero e elogio a sua independência analítica, que não tem de ser isenta de ideologia e opinião, pois essas são de cada um e só os cataventos é que não as têm, ou se tornam "rolhas", boiando ao sabor do que lhes mais convém (no momento). Todavia, penso ser este o seu melhor artigo aqui no Observador. Está tão claro e factual como esclarecedor, bem escrito e crítico para com os que todas as semanas alimentam o ódio e a ignorância, capeada por verdades incontestáveis (uns de esquerda e outros de direita), como o "Conselheiro". Não lhe dou os parabéns, mas muito agradeço estas excepcionais linhas de texto. Obrigado JNP Manuel Ferreira21: Brilhante artigo do JNP. É com doutrina que se derrotam as esquerdas totalitárias e considero o JNP um clássico.  Mas hoje em dia, transformá-lo em veículo de propaganda, além de redundante, é empobrecê-lo. E além disso empobrecer e defraudar o público - que espera encontrar no teatro um refúgio da realidade, a sedução e o encantamento, a reflexão inteligente ou a análise dos sentimentos e das interacções humanas - e não um altifalante soviético a debitar a mesma propaganda que se ouve e vê todos os dias nas televisões, nos jornais ou nas redes sociais. Para isso não é preciso ir ao Teatro!!!         VICTORIA ARRENEGA: Artigo excelente.          Adelino Lopes: Mais um excelente artigo. E tão importante que é voltar à escola para aprender a história. A real, não é a ficcionada e rescrita de acordo com o que que querem que seja. Poderia acrescentar mais uns pontos (América latina e África), mas não se pode dizer nada. Esperemos que alguém também escreva sobre os efeitos ideológicos no primeiro dos direitos humanos; o direito à vida.         António Louro: Excelente.         Alberto Rei: Quando a médio prazo houver um " Crónicas escolhidas" , esta tem de lá estar. Esta é para guardar. Parabéns NP, excelente escrita, e excelente lição de História. Obrigado Observador, por contratar gente desta estirpe.        JORGE PINTOAlberto Rei: Concordo em absoluto!     João Valente: Excelente crónica.         Paulo Cardoso: Excelente   Jorge Carvalho: Bravo JNP continue a desmascará-los com a realidade         Paulo Silva: Mais que a corrupção - embora essa não seja um problema de somenos, endémico ao poder – hoje a maior ameaça às Democracias consiste na ditadura do politicamente correcto que grassa, travestida capciosamente de defesa dos direitos, das liberdades e da bendita da justiça social. Em nome dessas cometeram-se no passado as maiores barbaridades, e pelo andar da carruagem já não estamos tão longe novamente... Não peço que o encenador Tiago Rodrigues tenha a coragem e a honestidade de escrever algo sobre “a beleza de matar comunistas”, mas «Processo e Morte de Estaline» é uma peça que deveria passar nos palcos de todo o mundo. Uma crítica mordaz ao regime político que afectou directamente um terço do globo, baseado nos pensamentos incendiários do charlatão Marx, e iniciado pelo astuto cínico Lenine, e não apenas uma crítica aos desmandos praticados por sequazes como o “paizinho dos povos”, cujas costas são largas… O fascismo foi um dos anátemas, a par do capitalismo, que os bolcheviques/leninistas arranjaram para diabolizar os adversários. Uma diabolização ainda hoje presente em países atrasados como o nosso, mas não só.         JORGE PINTO > Paulo Silva: Muito bem!           Pedro:: Grande e certeiro texto de JNP a tornar justos todos os euros que se pagam pela assinatura do Observador. 

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