quinta-feira, 8 de abril de 2021

Com unhas e dentes


Se não recebêssemos a ajuda financeira exterior, duvido que Pacheco Pereira não ponderasse receosamente sobre a morte pela fome e demais doenças, como resultado do encerramento a que estamos votados, nesta política de confinamento que, porque não é total, é perfeitamente injusta na sua parcialidade impositiva, para com os encarregados de nos matar a fome e sarar as feridas. O certo é que PP se lança com extremo rigor contra jornalistas do Observador e outras vozes que se opõem a uma política de condenação à miséria futura, pelo confinamento imposto, e encerramento rigoroso dos espaços que contam com o seu trabalho para se sobreviver. O que espanta mais é a sua animosidade para com esses com os quais, afinal, rivaliza, na elegância do verbo.

OPINIÃO: Os movimentos pela “verdade” que negam a pandemia

O custo social e económico da pandemia e do combate à pandemia são os factores a que se deve prestar mais atenção, para se diminuir o processo de radicalização em curso.

JOSÉ PACHECO PEREIRA

PÚBLICO, 27 de Março de 2021

As origens destes movimentos são muito diferentes, têm várias fontes e algumas tradições, mas hoje fazem parte de uma nova extrema-direita que está a emergir em vários países europeus e nos EUA. A classificação de extrema-direita tem sentido, porque a sua génese no populismo actual não é equilibrada no conjunto do espectro político, ou seja, comunica mais com o quadro tradicional dos temas da extrema-direita, de onde vêm muitos dos seus elementos e para onde vão muitos dos seus elementos.

Sublinhe-se desde já que alguns dos movimentos, por exemplo, contra a ciência, existem também na esquerda, mas são mais “calmos” e menos militantes do que os seus congéneres à direita. Há raras excepções, uma das quais é o antiespecismo radical que inclui formas de “guerrilha”, por exemplo, para “libertar” animais que estão a ser usados por laboratórios para testar medicamentos, implantes, cosméticos. Se é por isso possível comparar as teorias das “medicinas alternativas”, “holísticas”, homeopáticas, “orientais”, do veganismo, de formas de “regresso à natureza”, como, por exemplo, a propaganda dos partos em casa, que já causaram mortes, ou movimentos precursores da luta contra as vacinas, elas estão longe da excitação agressiva dos movimentos actuais pela “verdade”.

Outra observação prévia é que as medidas de restrição e confinamento são particularmente danosas para certas áreas económicas, como a restauração, os espectáculos, o turismo, e isso significa um pano de fundo social – com falências, perdas de lucros, despedimentos, encerramento de empresas, quebra de expectativas económicas, pobreza – para a radicalização dos movimentos pela “verdade”. O custo social e económico da pandemia e do combate à pandemia são os factores a que se deve prestar mais atenção, para se diminuir o processo de radicalização em curso.

Voltemos à “verdade”, nome absurdo mas revelador da pretensão destes movimentos de que são detentores de algum conhecimento especial que está a ser escondido pelo poder político e pelos cientistas, que estão a usar a pandemia como pretexto para terem mais poder e para limitar as liberdades. Estão a tentar criar uma “ditadura” em nome de interesses ocultos para o vulgo, mas bem conhecidos dos “verdadeiros”, seja a conspiração judeo-maçónica, o grupo de Bilderberg, os demónios vivos de George Soros e de Bill Gates, os que estão a encher os ares de sinais 5G, ou alienígenas maléficos. Como diz um cartaz empunhado por um senhor “verdadeiro”: “Os mafiosos da farsa covid grupo Bilderberg com a loucura da nova ordem mundial seguidos pelos lacaios políticos mundiais da maçonaria e do Opus Dei. Acordem.”

Todas estas teorias da conspiração estão aí e circulam em Portugal, e têm um único motivo: não há pandemia, há uma “gripezinha”, os mortos não morreram de covid, mas de outras enfermidades, devem tomar uma série de remédios ou mezinhas – o mais célebre, pela propaganda fantasiosa de Trump-Bolsonaro, foi a hidroxicloroquina –, o uso de máscaras destina-se a tapar os “sorrisos”, porque, como diz um cartaz, as “máscaras geram desconfiança”.

A segunda palavra mais usada é “liberdade”, hoje uma palavra que também está doente de tanto abuso. Uma mãe e uma filha ainda criança posam numa destas manifestações com uma dupla de cartazes que são todo um programa. “Não ao uso de máscaras nas escolas/ não ao novo normal/ temos o direito de respirar ar puro”, diz o cartaz da pobre da criança. E o da mãe diz: “Não ao uso obrigatório de máscaras na rua/ não DGS controlo a mais! Poder a mais!/ não aos controlos DGS/ não ao novo normal/ não consentimos!” Ou seja, querem tirar-lhes a liberdade para terem um “novo normal”. Um outro cartaz explica que esse “novo normal” é uma “ditadura”, resultado destas “medidas perversas”.

A maioria destas irresponsáveis patetices não se ficam pelos cartazes “verdadeiros”, encontram-se também em artigos de opinião no "Observador" ou nas manifestações do Chega e proliferam como vírus nas redes sociais

O que exigem é liberdade para não usar máscara, liberdade para se fazer festas seja com que número de pessoas for, liberdade para andar aos beijos e abraços, liberdade para ir aos restaurantes, visitar os lares, etc. Podiam lembrar-se de acrescentar outras liberdades, como seja não usar capacete nas motas ou cinto de segurança, andar nas estradas a 200 à hora, entrar livremente na casa das pessoas, porque o direito de propriedade é uma usurpação (isto não dizem, claro, para não parafrasearem Proudhon e a sua “propriedade é um roubo”…), e por aí adiante. Na verdade, em nenhum destes casos está em causa a liberdade, que é de outra natureza e que nada tem que ver com o uso de máscaras.

A maioria destas irresponsáveis patetices não se ficam pelos cartazes “verdadeiros”, encontram-se também em artigos de opinião no Observador, que podiam ser citados como versões dos cartazes acima – e, se não fossem pagos, já de há muito mereceriam outra exposição –,​ ou nas manifestações do Chega e proliferam como vírus nas redes sociais. Estão lá exactamente os mesmos temas, a “ditadura” de Costa e do “bloco central”, o abuso das medidas de confinamento contra as “liberdades”, a inutilidade das máscaras, a “invenção” da pandemia.

Se nós fôssemos, mais do que já somos, uma sociedade má, tomávamos à letra estas reivindicações. Muito bem, querem ter estas “liberdades”, façam uma declaração de que se responsabilizam pelos custos do tratamento da covid, caso fiquem infectados. E se fôssemos uma sociedade ainda pior, não os deixávamos entrar no SNS, onde os tratamentos são gratuitos, porque os pagamos todos nós. E depois exigir uma segunda declaração sobre a responsabilidade de indemnizar todos os que se provem que foram infectados por um dos “verdadeiros” e, no caso de essa infecção resultar numa morte, condenação por homicídio. E depois dar-lhes um autocolante a dizer: “Já sou livre, venha a covid que eu não tenho medo.” Tenho quase a certeza de que não ia ser preciso distanciação social, as pessoas fugiam todas…

Historiador

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COMENTÁRIOS:

zav60.911576 EXPERIENTE: Se fosse um ET acabado de aterrar no tal “jardim da Península Ibérica” e obrigado a fazer um relatório sobre o que encontrei, na minha alínea sobre o JPP escreveria que e é «Um perfeito exemplar da bipolaridade da espécie (22) que, tão depressa alimenta a retórica conspiracionista (23) de que os maçons são um perigo (24) e, por isso, devem ser excluídos da protecção das superiores leis locais (25) como, na semana seguinte, é capaz de estar a falar sem qualquer inibição de uma «conspiração judeo-maçónica»(26) o que, naturalmente, enfurece os membros da espécie considerados geneticamente menos dotados. Aparentemente, JPP parece ser considerado de um estrato superior a que chamam de Intelectuais (27). Depois de uma recolha exaustiva do seu CHRX chegámos à conclusão que nada, para além de (...)»   timóteo_p  INICIANTE: Portanto: a justiça a implementar a ideologia correcta, a do Pacheco, e a polícia a fazer os seus opositores baterem com os costados na prisão! Enfim, como neste caso, um comunista-fascista pode muito bem, por pragmatismo tachista, abandonar formalmente as suas organizações comunistas-fascistas, mas, como aqui é patente, isso nada muda quanto à sua intrínseca estrutura mental e ideológica.              ruiaalmeida  INICIANTE: Esta de "negacionistas" terem de pagar por tratamento no SNS ou não serem tratados de todo, está quase ao nível de um qualquer nazi em relação a judeus e restantes grupos atacados pelos nazis. Não é humano. É quase que dizer que fumadores não são tratados para cancros do pulmão ou quem não faz sexo com protecção não ser tratado para doenças sexuais. Revela falta de humanidade e egoísmo igual aos que não atendem à saúde dos outros. E cuidado com esta responsabilização de outros pelas nossas doenças... Qualquer dia temos de estar presos isoladamente para não causar nada a ninguém. O fim da Humanidade, diria.             mariaestela.rodriguesmartins  EXPERIENTE: Não é exactamente isso que o autor propõe. Está a deturpar (de propósito?) o sentido da frase. O que o autor afirma é que se fôssemos uma sociedade tão má quanto os negacionistas querem dar a entender, então poderíamos fazer pagar os tratamentos aos que não seguem as normas de segurança, ou mesmo não os tratar no SNS. A conclusão lógica desta afirmação é que ainda não nos tornámos nessa sociedade que os negacionistas nos acusam de ser, já que todos são tratados, negacionistas ou não. vmrmonteiro.1022544 INICIANTE: E porque é que um tipo que recusa vacinar-se, e depois infecta outros, não há-de ser responsabilizado? Não estou a ver...            JarDiniz  INFLUENTE: "E depois dar-lhes um autocolante a dizer: “Já sou livre, venha a covid que eu não tenho medo.” Esta foi a melhor que já vi de JPP. Só umas dicas extras: Eles nunca usariam o autocolante porque são "cagarolas". Durante os picos da pandemias ninguém os ouve, aos "negacionistas"; estão todos fechados a sete chaves, "borrados" de natural medo; quando a "coisa" começa a ficar controlada, ei-los que saem da "toca" todos "empinocados" e "reivindicativos". Acrescento uma sugestão: uma semana de serviço cívico numa urgência/covidário seria o tratamento ideal.   Jose  MODERADOR: Em momentos tensos o medo actua com consequências diversas nos indivíduos. Há pessoas cuja reacção é negar a existência do que os assusta e acusar o que as protege. É uma perturbação emocional que requer calma para ser curada. À extrema-direita é indiferente ter apoios sociais em pessoas tolhidas pelo medo como a segmentos sociais saudosos de posições de privilégios perdidos pela evolução da ordem moral, religiosa, social, económica e financeira. A extrema-direita quer o seu passado de volta custe o que custar. É essa extrema direita que anexa os hipermedrosos emocionalmente perturbados. Essa extrema-direita sabe que a pandemia está a gerar uma crise social, económica e financeira nunca vista. Procura capitalizar aí apoios para recuperar privilégios perdidos incluindo coloniais, racistas.         Mario Coimbra  INFLUENTE: Então e o centro e a esquerda e extrema esquerda não sabe que a pandemia está a gerar uma crise social, económica e financeira? Não é só a extrema-direita a capitalizar. E se está porque razão está a conseguir? Jose  MODERADOR: Caro Mario Coimbra Centro é uma abstracção, não existe! Existe extrema- direita que quero os privilégios perdidos de volta, custe o que custar. Existe a Direita que governa, alternando ou não, o status quo. Existe a esquerda que promove o novo, o que nunca foi feito e cria as condições para a Direita institucionalizar o novo. É assim que o status quo passa a status quo'. É a evolução. A direita no governo e na oposição sabem bem que estão a fazer uma profunda crise social, económica e financeira. Esperam pairar sobre ela e que se lixem as suas vítimas! Imagino que está convencido que a extrema-direita está a capitalizar o descontentamento das vítimas da crise social, económica e financeira. Isso não incomoda realmente nada a direita. Veja os Açores. Simples, não?          joaocarvalho  INICIANTE: Em vez de ser um tiro no porta-aviões, este tiro foi na água. Uma extrapolação completamente superficial e hipotética do fenómeno em causa.          JPR_Kapa EXPERIENTE: Comparar pretensos "erros" na gestão da pandemia, aqui como em todo o mundo, com a assunção de atitudes negacionistas que promovem o erro sistemático, grosseiro e obsceno, é um folhetim para quem no fundo tem a sua costela negacionista, mas tem vergonha suficiente para não a assumir de forma clara. Todos os que acompanham esta crise e têm noção do que é a ciência e lidar com o que ainda é incerto, com a combinação possível de medidas e recursos para a gerir, sabe bem que no nosso modelo de sociedade, é fácil falhar, por vezes, mas tb perceber qd se aprende. Tb se há algo que todos percebemos é que numa pandemia, a maior eficácia se consegue na medida em que mais assumem a responsabilidade individual de respeitar as regras sanitárias e aplicá-las bem a cada contexto.          JarDiniz  INFLUENTE: E a responsabilidade que cabe aos titulares dos órgãos do estado em assegurar a saúde pública? Não foi para tomarem medidas, ainda que desagradáveis ou duras, que foram lá colocados pelo povo? Ou convém mais ao jogo político só dar boas notícias e aproveitar todas as "ondas boas" para os políticos aparecerem na TV?   cfcatarino1977  INICIANTE: Brilhante, como sempre.          Mário Lopes  INICIANTE: O problema deste artigo do Pacheco Pereira não é o que o autor escreveu, que subscreveria quase na íntegra. O problema aqui é o que o que o autor não escreveu: nem uma linha sobre a gestão da pandemia, nada. Preferiu dar-nos a imagem de um mundo a preto e branco, de um lado as autoridades, a ciência, o sentido de responsabilidade, do outro os argumentos alienados de um bando de chalupas, não há mais nada para discutir. Lamento que alguém que foi perseguido por pensar de forma diferente, nos venha propor agora o pensamento único, tentando assim branquear os enormes erros cometidos na gestão desta pandemia e que se continuam a cometer. Ficamos à espera de um artigo do Pacheco Pereira sobre a gestão da pandemia, esse sim seria interessante de ler. Mário Lopes INICIANTE: O mínimo exigível é que houvesse critérios claros para confinamento ou desconfinamento e a OMS já deveria ter dado indicações nesse sentido. No caso português, foi-nos mostrado um quadradinho indicativo de limites máximos, mas parece que não é para levar muito a sério porque já fomos informados por um membro do Governo que se o Rt ultrapassar o 1 - como vai acontecer depois da Páscoa - continua o plano de desconfinamento progressivo. No caso de limites mínimos, simplesmente não existem porque o pontinho está claramente no quadrado verde e continuamos confinados, Por acaso, hoje demitiu-se o presidente da hotelaria do Algarve, mas segundo o nosso PR, está tudo bem, porquê mudar? Parece que vamos ter de nos conformar: ou isto ou os chalupas...        Clara A.886535 INICIANTE: Porque não comparar com quem invocaria a liberdade de disparar com uma arma? Estas comparações são profundamente idiotas e é estranho ver Pacheco Pereira a fazer uso delas. Comparar uma pessoa positiva com uma pessoa que dispara uma arma ou quer conduzir a 200 Km/h não faz qualquer sentido. O IFR da COVID anda estimado em 0,2% (não é o CFR de 2%). No mundo inteiro estimam-se bem mais de 1 bilião de positivos. A % de pessoas que morrem é infinitamente inferior àquelas que morreriam se alguém achasse que tem a liberdade de andar a disparar, ou a conduzir alcoolizado a 200 km/h. A probabilidade para a maioria das pessoas de morrer num acidente de viação ocasional é até maior à de morrer de COVID, mas claro que não faz sentido fechar as estradas só porque existe essa probabilidade.      Clara A.886535  INICIANTE: Todos os anos morrem milhões de doenças respiratórias infecciosas, só de tuberculose são anualmente 1,5 milhões. Felizmente ninguém foi considerado criminoso por ter infectado outra pessoa (que infecta outra) e com isso ter levado à morte alguém. Quem nunca infectou ninguém que atire a primeira pedra. Em relação ao contágio, não existe nem risco zero nem risco a 100%. Lembro que nas habitações, onde há mais contactos próximos, num estudo da JAMA com milhares de pessoas, dos sintomáticos 18% foram causa de infecção, e dos assintomáticos ou pré-sintomáticos apenas 0,7% (!) provocaram infecção. É certo que há teorias estranhas mas há muitas pessoas e muitos cientistas que discordam das medidas que foram tomadas em quase todo o mundo com base em dados científicos, com argumentação racional. A questão essencial é medir (estratificar) o risco, saber quem são as pessoas de risco, e com isso proteger quem necessita e ter em conta o bem comum. Será ético atirar milhões de portugueses para a pobreza e antecipar a morte de milhares por outras causas porque é preciso salvar uma ínfima parte da população (que morre já dentro da esperança média de vida)? É uma questão complicada. É preciso haver equilíbrio, mas o que o mundo fez foi dar toda a atenção a tudo o que seja COVID e nenhuma ao resto. É um mundo em desequilíbrio. A COVID não é a peste negra que matou metade da população mundial. Tínhamos a vantagem de saber estratificar o risco. Em vez disso protegeu-se a todos por igual e as pessoas com + de 80 anos são em Portugal e proporcionalmente a 2ª faixa etária com mais infectados. JarDiniz  INFLUENTE: E com o que escreve quer dizer que o uso da máscara e as regras básicas não são importantes? Com que base estatística a Clara assume que a IFR (infection fatality rate) é de 0,2%? A pandemia ainda não terminou e nenhum organismo/instituição credível avançou com uma estimativa do total de infetados. Nem podia claro!       Caetano Brandão: EXPERIENTE: Normalmente sou fã de PP, cujos artigos admiro. Desta vez encontro um tema que PP não percebeu quase nada do que se passa, porque o assunto tem por base uma área muito especifica, a medicina e a imunologia, que não tem a obrigação de dominar e estranhamente não se informou, ouvindo por exemplo os médicos pela verdade. Como pessoas estudiosa que é, estranho a falta de preocupação em ler e ouvir porque ninguém está livre da asneira. Há muita gente destas áreas que não são negacionistas parvos, simplesmente entendem que houve uma desproporção colossal entre a realidade e a psicose instalada na sociedade ocidental, que acabou por servir os interesses suculentos dos do costume e com prejuízo imenso na forma errada como a epidemia foi combatida, que causou mais mortes e o descalabro económico.          zolmer.959548 EXPERIENTE: A psicologia social pode explicar este fenómeno, nomeadamente à luz dos trabalhos de Solomon Asch cujos resultados são conhecidos há décadas. Pacheco Pereira não está imune à influência social e este artigo poderá ser apenas um exemplo de conformidade: informativa (em que questiona a sua própria percepção pq crê que a maioria terá razão) e/ou normativa (procura resolver o desconforto da dissonância, evitar perda de estatuto ou exclusão do grupo, chamemos-lhe de "elites pensantes"). E o interessante é que um indivíduo crê que não é permeável a influência. Basicamente, qdo não podes vencê-los, junta-te a eles. Eu cá ouço os movimentos negacionistas da tese de que o rei vai vestido, como tb ouço os movimentos alucinacionistas que insistem que o rei não vai nu, mas tenho a minha opinião.        Mario Coimbra  INFLUENTE: Excelente artigo. Gostaria só de acrescentar que existem grupos de esquerda também de forte cariz doutrinário - Antifa, por exemplo, que não deixam de ser menos perigosos para a saúde pública. Seja como for é a evidência que os extremos podem ser maus para democracias saudáveis. Devem existir como todas as outras forças mas é preciso ter algum cuidado com elas.            chagas_antonio  MODERADOR: Análise certeira. Agora só falta lutar contra os esbirros conscientes e inconscientes dessa extrema-direita acientífica e medieval. Todos os dias, em todos os locais, das caixas de comentários às paragens de autocarro, das páginas de Facebook às assembleias de freguesia. Esse é o verdadeiro inimigo dos tempos actuais. É essa a guerra que tem de ser travada.         pronouncer  EXPERIENTE: Infelizmente, não é só o Observador, ou o Chega, que albergam este tipo de opiniões. Estas pessoas fazem ajuntamentos sem máscaras e nada lhes acontece. Não sei que tipo de poder têm, mas suspeito que tenham amigos, ou simpatizantes, muito bem colocados.         Paulo Batista  EXPERIENTE: Bom artigo de opinião. Realmente muita gente só acorda para o real quando a infelicidade lhe bate à porta de casa e ataca mortalmente ou gerando incapacidade permanente. Até lá é negar, negar, ...             Fun.eduardoferreira.883473  INFLUENTE: Como já escrevi por aqui, “negacionistas” é uma palavra simpática para chamar aos “idiotas úteis” usados pela extrema-direita para destruir o sistema por dentro. Negam a evidência dos números, rejeitam o conhecimento e insultam os especialistas e intelectuais, hoje em dia “especialista” ou “intelectual” transformaram-se num insulto. Estes “idiotas úteis” são protegidos por aquilo que dizem combater, o politicamente correcto e justificam os seus actos veiculados e alimentados pelas redes e informação sensacionalista escudados naquilo que querem sem saber destruir, a liberdade. A ignorância é mais apelativa que o saber, qualquer tonto tem opiniões sobre tudo e divulga-as. A bem da humanidade esta gente deveria ser confrontada, punida exemplarmente pois são uma ameaça à vida em comunidade               INICIANTE: Bom dia! Idiotas úteis, são todos aqueles que têm que se levantar todos os dias de madrugada, fazer filas nos transportes públicos pagar impostos ficar com o resto para viver, para outras viverem, sem essas necessidades, porque são quadros públicos, muitos com carro à porta. Não é verdade Srª Catarina Fiolhais?            Catarina Fiolhais  INICIANTE: Nem mais! Já cá faltava essa! A "extrema-direita" está não só nesses movimentos, como debaixo de cada pedra da Calçada da Ajuda, ao virar de cada esquina lisboeta e já esteve também por detrás e debaixo do terramoto de LX. Ai meu Deus se a "extrema-direita" se acaba! O que será feito de Pacheco e restante turma! Lançarão mão de quê; de que fantasmagórico papão, para manter o status quo que os criou e alimenta no privilégio?! Viverão de quê?

 

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