São dados preciosos sobre Economia e Políticas, o texto de Helena Garrido e os dos seus comentadores, que me apraz ler, mas já não interiorizo. Prefiro
voltar aos clássicos, que não falavam em números mas mostravam que a exploração
sempre existiu e por isso foram surgindo as doutrinações tendentes a corrigir
as injustiças. Mas esse desejo de as combater, através de novas propostas de
Filosofia e Ética, acabaram sempre por redundar em discrepâncias ainda mais
fundas, como se tem visto... o que não retira a bondade da doutrinação.
E retomo o poema de La Fontaine, poeta e fabulista do século XVII, bom
analista das almas, que nos mostra, bem realisticamente, tanto das amarguras de
viver do povo, que clama pela Morte, em desespero de causa, mas disfarça e
encobre o motivo do seu apelo, preferindo continuar a viver. Como todos nós.
Naquela altura, ainda não se falava em eutanásia.
La Mort et le
Bûcheron
Un pauvre
Bûcheron tout couvert de ramée,
Sous le faix du fagot aussi bien que des ans
Gémissant et courbé marchait à pas pesants,
Et tâchait de gagner sa chaumine enfumée.
Enfin, n'en pouvant plus d'effort et de douleur,
Il met bas son fagot, il songe à son malheur.
Quel plaisir a-t-il eu depuis qu'il est au monde?
En est-il un plus pauvre en la machine ronde?
Point de pain quelquefois, et jamais de repos.
Sa femme, ses enfants, les soldats, les impôts,
Le créancier, et la corvée
Lui font d'un malheureux la peinture achevée.
Il appelle la mort, elle vient sans tarder,
Lui demande ce qu'il faut faire
C'est, dit-il, afin de m'aider
A recharger ce bois ; tu ne tarderas guère.
Le trépas vient tout guérir ;
Mais ne bougeons d'où nous sommes.
Plutôt souffrir que mourir,
C'est la devise des hommes.
Tradução:
Um pobre lenhador todo coberto de ramos
Vergado ao peso do molho e ao da sua idade,
Curvado e gemebundo, caminhava a passos lentos
Tratando de alcançar a sua choupana enfumarada.
Enfim, não podendo mais suportar a dor e os esforços
Atira o ramo ao chão, pensa nos seus desgostos.
Que prazeres é que teve desde que nasceu?
Haverá alguém mais desgraçado na máquina redonda?
Sem pão por vezes, e nenhum descanso,
Mulher, filhos, os soldados, os impostos,
O credor e o trabalho
Traçam de um infeliz um retrato acabado.
Clama pela
Morte, ela vem sem tardar,
Pergunta-lhe
o que dela pretende.
É, responde,
que me ajudes
A carregar
este molho; não demorarás muito.
A morte vem tudo
curar;
Mas não
saiamos do nosso poiso
Antes sofrer
que morrer
É a divisa
dos homens.
Opinião O regresso da América e os excessos
liberais /premium
Washington quer o mundo a aplicar uma
taxa mínima de imposto sobre os lucros. O FMI apela ao combate às
desigualdades. Os excessos do passado expostos pela pandemia estão a fazer
mudar as políticas.
HELENA GARRIDO OBSERVADOR, 12 abr 2021
Há
já mais de duas décadas, todos os anos o ex-ministro das Finanças Ernâni
Lopes, que morreu em 2010, fazia um encontro
com jornalistas. Nunca dava notícias, mas oferecia muitos motivos de
reflexão. Num desses encontros, talvez a propósito das tendências
liberalizadoras a que assistíamos, falou-nos no efeito pêndulo. Trajectórias
em excesso num sentido, conduzem depois a efeitos em sentido contrário. Para
simplificar, o liberalismo iria dar lugar a intervencionismo.
A
memória abriu-se para este distante encontro com Ernâni Lopes na sequência das propostas que a nova administração
norte-americana está a fazer, de recuperação
da economia e do seu financiamento, e
das posições que estão a ser assumidas pelo FMI, nomeadamente em matéria de
impostos. Os EUA
avançaram com o “The made in America tax Plan” que transcende o objectivo de financiar o
plano de investimentos em infraestruturas de Joe Biden.
Com seis princípios, entre as medidas previstas está o aumento da taxa de
imposto sobre os lucros das empresas de 21% para 28% assim como uma taxa mínima
de 15% sobre os resultados contabilísticos de empresas que declaram elevados
lucros, mas têm um resultado tributável baixo.
Integrado
nesse plano, está a intenção de chegar a um acordo global de tributação, no
âmbito das negociações que estão a decorrer na Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
De acordo com o Financial Times, a administração Biden colocou em
cima da mesa uma proposta, que enviou a 135 países, e que aborda os
dois pilares da negociação: a definição de uma taxa de imposto mínima global
sobre os lucros das empresas de 21% e a criação de uma taxa sobre as
vendas em cada território nacional de empresas que são fundamentalmente
tecnológicas e que conseguem fugir aos impostos – uma batalha antiga entre os
EUA e, por exemplo, a União Europeia, e que tem levado à opção de múltiplas
taxas. (Inês
Domingues fala igualmente do tema
aqui no Observador). Podemos estar perante um avanço histórico em matéria
de governação global da tributação, com o objectivo de combater o
planeamento fiscal agressivo das empresas, por um lado, e a estratégia de
“roubar o vizinho”, que alguns países têm seguido, para atraírem receita fiscal
à custa dos seus parceiros. Não será fácil, nomeadamente a taxa mínima
global. Países como a Irlanda, a Holanda e o Luxemburgo têm vivido à custa desta falta de entendimento global
e serão dos grandes afectados por esta medida de imposto mínimo.
As iniciativas de Biden estão a merecer o aplauso de
economistas como Paul Krugman que no New York
Times dá o exemplo da Irlanda para mostrar como a estratégia de
reduzir impostos se tem revelado um fracasso enquanto meio para atrair empresas
que geram emprego. E Joe
Biden tem sido bastante assertivo, no
sentido de defender o aumento de impostos. A falar do seu plano de infraestruturas, reporta o
Político, disse: “Estou farto e cansado de ver
pessoas comuns a serem espoliadas”. A mudança de abordagem
fez-se igualmente sentir no FMI
que, no seu Fiscal Monitor vem defender o aumento de
impostos e até a criação de um imposto temporário a recair sobre os negócios
que lucraram como a crise, como por
exemplo as farmacêuticas ou algumas tecnológicas.
Em
Portugal o tema do aumento de impostos a incidir sobre os que ganharam, ou não
perderam, com a pandemia foi lançado pela economista Susana Peralta numa entrevista ao Jornal I. O debate centrou-se muito na expressão que usou
“burguesia do teletrabalho”,
mas o espírito da proposta parece ir ao encontro do que agora é proposto
pelo FMI.
A necessidade de avançar com medidas
muito significativas para recuperar a economia e, ao mesmo tempo, combater o
agravamento das desigualdades justificam no fundamental as propostas feitas
pela área das políticas orçamentais do FMI – dirigida pelo ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar.
O FMI trata
aliás de forma relativamente desenvolvida o problema do agravamento das
desigualdades que a pandemia expôs e ainda aumentou mais. E os dados que
divulga são reveladores, nomeadamente na concentração da riqueza. No caso de Portugal, o Fiscal Monitor, que tem o
título elucidativo “Fair Shot”, revela que 52% da riqueza
está concentrada em 10% da população (ver
página 29). A desigualdade é aliás mais
grave quando se olha para os dados da riqueza em vários países. E Portugal é
igualmente um dos países que viu a desigualdade agravar-se entre 1990 e 2019 (ver os dados relativo ao gráfico da página
26).
A pandemia pode ter sido o gatilho
para o pendulo se movimentar, com a iniciativa de países que têm o poder de
fazer mudar as regras, como os Estados Unidos. Os excessos a que se assistiram desde
a última década do século XX acabaram por não ser corrigidos, como se esperou,
na crise financeira. Os cínicos dirão que a classe política só se move por medo
e o medo chama-se movimentos populistas, discursos que vão ao coração das
pessoas que, como Biden disse, estão fartas de serem espoliadas.
Em Portugal só é preciso ter cuidado para não serem espoliados os
mesmos do costume, salvando-se os mesmos do costume. Mas que será necessário falar menos e ter de
facto políticas redistributivas mais eficazes na educação, na saúde e no
rendimento, isso parece ser urgente. Porque
no caso português, nos últimos anos, o discurso do combate aos excessos do
liberalismo não passou disso, de palavras, enquanto fomos vendo degradar-se a
educação e a saúde.
É
também fundamental que os excessos passados não passem para excesso em sentido
contrário. Se Ernâni Lopes
tiver razão, é de facto isso que vai acontecer: os excessos do
liberalismo darão lugar aos excessos de intervencionismo.
IMPOSTOS ECONOMIA FUNDO
MONETÁRIO INTERNACIONAL
ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO
COMENTÁRIOS
Antonio Monge: À falta de ideias ou de querer
ter o trabalho de puxar pela cabecinha para poupar com gorduras orçamentais,
desvios, corrupção, clientelismos, ajustes directos com empresas formadas há 15
dias, com fundações sanguessugas, com comissões obsoletas, aplica-se a mesma
receita fácil e populista: aumentar os impostos. Agora na variante "aos
ricos". Sendo que em Portugal um "rico" é uma pessoa que ganha uns 2500
euros por mês. A única coisa que conseguirão é redistribuir a pobreza e
afugentar aqueles que conseguirem deslocar-se para países asiáticos emergentes.
Boa sorte! Karoshi > Antonio Monge: " gorduras orçamentais..." - Cheira-me
a Passos Coelho. Esse também falava em cortar as gorduras do estado. E acabou a
centenas de milhares à fome, sem casas e sem fontes de rendimento. Adriana Cardoso: O único excesso que deve ser
combatido é o excesso de imposto!!!!! Vitor
carvalho: Aumentar impostos
tem dado um resultadão, ou seja andamos a trabalhar para entregar o nosso
dinheiro a governantes que nunca fizeram nada na vida e o dinheiro não lhes
custou a ganhar. Já agora o Gaspar não foi aquele que pediu desculpa pelo
aumento brutal de impostos?
Antonio Monge > vitor carvalho: Reconheceu que as políticas
dele não resultaram, mas hélas, foi promovido. Faz lembrar a directora do SEF... Filipe Costa: O meu ordenado é pago após me
sonegarem 40%, como posso fazer planeamento fiscal agressivo? Obrigado. Vaipo Caraxo:Os excessos do passado são os
mesmos excessos do nosso triste presente e tudo indica que do futuro também: excesso
de impostos, excesso de controlo, regulamentação e poder coercivo do(s)
Estado(s) sobre os cidadãos, excesso de subserviência perante todos aqueles que
violentamente querem destruir a nossa sociedade (ainda) minimamente livre,
democrática e tolerante. Não se deixem enganar, os excessos são esses, não
outros quaisquer. Antonio
Monge > Vaipo Caraxo:
Excelente comentário! Jose Martins: Não entendi nada !!! em portugal
existe liberalismo? Antonio
Monge > Jose Martins: Não nunca existiu. É uma fantasia da Ana Gomes e das
suas cheerleaders. Não esquecer que a Helena Garrido exultou de alegria quando soube em
primeira mão, pelo Teixeira dos Santos, que Sócrates iria chamar a Troika. Paulo Guerra: Muito bem HG. É exactamente
disso que se trata. Só se está a fazer agora com a crise económica e social
pandémica que se adivinha o que já se devia ter feito para combater a crise
económica e social que o último crash despoletou. Mesmo que alguns populistas
de direita em Portugal continuem a chamar-lhe corrupção. Há quase um século,
depois do crash de 29 que também lançou o mundo para a catástrofe que todos
conhecemos muito bem, com as novas medidas regulatórias introduzidas o
liberalismo até se viu obrigado a mudar de nome para neoliberalismo. Era
suposto na altura um liberalismo mais soft e onde imperasse mais moralidade que
a total impunidade que levou ao crash. Ou se preferirmos, somente mais
regulado. Infelizmente depois da total desregulação financeira que começou a
ser levada a cabo a partir da década de 70 do século passado, o neoliberalismo
já é há muito tempo um monstro de espoliação de riqueza com que o liberalismo
nunca sonhou. Claro que qualquer medida que provoque uma maior distribuição
da riqueza já vem com muitas décadas de atraso. Mas como se costuma
dizer vale mais tarde que nunca. Até porque o próprio planeta, muito além de
todos os espoliados, também não aguenta muito mais toda a economia neoliberal
que se desenvolveu nas últimas décadas. Ela própria, um sorvedouro de todos os
recursos naturais não renováveis muito além de qualquer razoabilidade até
económica. Se levarmos em linha de conta a sua própria sustentabilidade a médio
prazo. Eu diria pois que qualquer sinal do tempo que soe remotamente a
músicas intemporais como o “times are a changing” são um bom augúrio. Até que
ponto ainda é o que vamos ver. E quem diria com o FMI?! A quem ainda durante a
última intervenção em Portugal era impensável pedir aos seus sócios que reflectissem
sobre políticas que nunca nenhum país conseguiu levar a cabo para responder a
uma dívida que só foi acumulada pela percepção das agências de rating e o
subsequente aumento dos juros que nos enviou para onde nos enviou. Antonio Monge > Paulo Guerra: «Claro que qualquer medida que provoque uma maior
distribuição da riqueza» é uma fantasia. Qual a motivação de uma pessoa trabalhar se sabe que o seu rendimento vai
ser distribuído por quem não quer trabalhar? Todas as tentativas de
distribuição de riqueza só resultaram em distribuição de pobreza. Ou conhece algum país, algum
momento, em que isso funcionou?
Francisco Correia: Em vez de irem sobre quem foge aos actuais impostos, vão sobre quem já paga
impostos. Portanto serão os cumpridores (empresas e pessoas) a arcar com mais este
fardo. Lá chegará o dia em que estes farão um manguito e mandarão o Estado criar
riqueza. O problema não se resolve a tirar o "peixe" aos ricos para dar
aos pobres. Por mais atraente que esta singela ideia seja (mais parece um Ovo
de Colombo para dummies). Isso é o socialismo a funcionar, que até hoje nunca
funcionou em lado nenhum. O problema resolve-se ensinando o pobre a pescar. E quem não quiser aprender,
temos pena! Antonio
MongeFrancisco Correia: Essa é a dura realidade.
Mas há também quem não queira
aprender a pescar: bacalhau basta. E está no seu direito. Mas não se vá roubar
o peixe a quem arduamente jorna.
Rogerio Russo: Mais impostos? Mais emissão monetária! Era mais lógico
do meu ponto vista aumentar o IVA. É algo intermédio entre emissão monetária e
imposto. De facto o IVA "cria" moeda e é um forte gerador de
inflação. Por outro lado temos que concordar num ponto: Só os que não pagam
impostos concordam com eles -Não me digam que o Gates e etc pagam impostos .
Nem os remediados, nem os ricos gostam de pagar impostos. Um dia chegaremos ao
totalizador (100%) de impostos e taxas e como vai ser? Estamos no ponto zero
porque os preços já estão todos acomodados. Ora isto não é vida a economia
parece um número de circo. Assim acabe-se com o dinheiro físico e com os
impostos. Repe(n)sem lá a coisa senhores economistas e financeiros sob pena de
o dinheiro privado virtual - bitcoins e similares - tomar conta da condução dos
negócios em circuito fechado como no tempo das trocas. Levas batatas e
trazes-me arroz... certo? José Paulo C Castro: Desde a lei de Pareto que se sabe que a distribuição
natural de riqueza segue sempre um padrão desigual em que metade da riqueza é
distribuída e outra metade acumulada naturalmente para reinvestir mais tarde.
Isto gera a famosa curva de distribuição 80-20 e suas variações 64%-4% ou
50%-1% (são todas o mesmo, façam as contas). O ponto da curva onde se faz a
análise pode criar números mais chocantes ou menos. Assim, se em Portugal temos 52%-10% não anda muito
mal... É o mesmo que ter 26%-1% que parece chocante mas bastante menos que o
famoso 50%-1% de Pareto, que é o natural sem excesso de tributação. Indica que
já andamos a redistribuir uma boa parte da riqueza dos mais ricos. Outra coisa
não seria de esperar com a carga fiscal existente... Só mesmo marxistas
podem achar que ainda se deve ir mais longe sem começar a restringir a economia
e a desfazer o bolo que se quer redistribuir. Alvaro
van Zeller > Observador Censurador: Se tem. O Estado só deve intervir para poder
proporcionar Educação, Justiça e Segurança igual para todos. Depois, deixem o
sistema funcionar que ele vai-se ajustando. O problema é sempre o Poder e a
ganância que ele traz. Sem ética os sistemas não funcionam. Nós estamos há 45
anos com um sistema intervencionista e as desigualdades só têm aumentado. Será
que podemos citar Singapura como um bom exemplo de desenvolvimento? Baseiam-se
em 3 princípios: meritocracia, pragmatismo e honestidade.
Antonio Monge > Alvaro van Zeller: Apoiado. Ou o milagre de Hong Kong que nos anos 60
reduziu drasticamente a carga fiscal, retirou o Estado do não essencial e hoje
é um dos tigres asiáticos também.
José Paulo C Castro: Como é que
tributar os excessos (que é o que o lucro é...) não é em si mesmo um excesso?
Como é que ficar com o que livremente se
produziu é um excesso? Chamar
excessos liberais ao desejo de quem produz não denota o condicionamento
socialista ? José Paulo C Castro: O mundo está em condicionamento socialista (ironicamente
reforçado pelo liberalismo!...) desde a Revolução Francesa, e com
renovação periódica de tal condicionamento estruturante, garantida e legitimada
pelo dispositivo democrático (o tal poder da maioria)... Ou seja, desde que a tal maioria deixou de acreditar
que pode produzir para si própria o suficiente. Que síndrome de Estocolmo. Maria L Gingeira: O problema é a gestão desses impostos. É evidente que
taxar lucros a empresas é fácil, mas com esse dinheiro para o Estado é sempre
duvidoso que chegue a quem precise. É o caso do dinheiro que vai entrar agora
vindo da solidariedade da UE. Vai chegar aos pobres? Vai criar mais igualdade?
Não. Se a intenção é promover aqueles que pouco têm, então determinem que
milionários e empresas tenham de contribuir directamente para causas sociais.
Há empresas que já o fazem, o problema são os milionários individuais. Hel_Marques Marques >Maria L Gingeira: Penso que tem razão, o estado quer mais dinheiro para se
sustentar a ele próprio, e começa a engordar e vai daí, precisará de mais
dinheiro, mais impostos e continuará a aumentar e será eternamente necessário
mais dinheiro e o dinheiro nunca chegará a quem precisa porque o Estado precisa
de mais dinheiro para a sua sobrevivência, seja de impostos ou de empréstimos,
a máquina não pára de engordar, consta que em Portugal no ano passado entraram
mais 20.000 pessoas para trabalhar para o Estado. Luis Fernandes Machado: A única estratégia que estes
"líderes" se lembram para combater a China comunista, parece ser por
optar ser-se também comunista.Portugal, que Futuro: Helena Garrido, 1.- Quando três instituições tão
diferentes como o actual governo dos EUA, o FMI e a OCDE que referiu, concordam
na necessidade de fazer convergir a política fiscal e a aumentar os impostos a
quem mais pode para combater a forte recessão económica mundial causada por
esta inédita pandemia e diminuir a assimetria na distribuição do rendimento,
não parece que devamos falar em liberalismo ou em socialismo. 2.- Ao contrário do que escreveu, não
é só na Irlanda que “a estratégia de reduzir impostos se tem revelado um fracasso enquanto
meio para atrair empresas que geram emprego”. Olhe
para a Holanda: as empresas, incluindo as portuguesas do PSI20, que em termos
estritamente jurídicos mudaram as suas sedes para lá, que emprego criaram na
Holanda se basta uma caixa postal, zero empregados e zero escritórios, para
criarem as holdings holandesas que só
existem no papel? 3.- É obviamente mau para nós, e
acima de tudo mau para o nosso crescimento económico, a informação contida no
Fiscal Monitor do FMI de Abril 2021, que referiu e que mostra que “52% da
riqueza portuguesa está concentrada em 10% da população”, mas repare que na
mesma “Figure 2.2. Income and Wealth Shares
of the Top 10 Percent of the Population” há nomes sonantes com
situação bem pior do que a nossa: Os EUA com 80%, a Holanda com 70%, a
Dinamarca com 65%, a Alemanha com 62%, a Irlanda com 57% ou a Austria com 55% e
outros menos sonantes mas também com pior situação do que Portugal: Chile,
Letónia ou Estónia. Por sua vez, Reino Unido, Canadá, França ou Luxemburgo
estão a par de Portugal. Mario
Areias: De um modo geral
estou de acordo com as suas opiniões mas hoje não posso estar mais em
desacordo. Repare que é voz corrente que a concorrência beneficia o consumidor.
Sabemos, por inúmeros exemplos no mundo, que a fixação de preços por parte
das autoridades leva à escassez. Porque haverá de ser diferente com os
impostos? Todos conhecemos a incompetência dos políticos para governar. Vitorino
Nemésio dizia que os intelectuais eram os mamíferos mais inúteis ao cimo da
terra. O mesmo se pode aplicar aos políticos - logo a fixação de um imposto vai
potenciar ainda mais a incompetência deles e estarão muito mais à vontade, com
mais dinheiro, para comprar votos que é a sua única especialidade. Ao
contrário do que diz Krugman (cuja posição não me surpreende em nada. Se
perguntar ao Jerónimo de Souza verá que é a mesma) a Irlanda, a Holanda e o
Luxemburgo têm crescido. Veja que no Luxemburgo os transportes públicos são
gratuitos. Quer medida mais socialista? Em Portugal criaram-se os passes
sociais à custa de mais dívida pública. Não temos que mudar as políticas
liberais que criam riqueza, temos é que mudar os políticos para aplicarem bem a
riqueza que se produz e usar o imposto como uma variável que deve subir em
momentos de expansão económica, para os estados constituírem poupanças, não
para distribuir, e aliviar impostos em tempos de contracção económica e aí
distribuir o que se poupou para aliviar as empresas e famílias. Manuel Magalhães: Isto pode ser tudo muito bonito, mas há que ver que
estamos em Portugal, onde o partido do governo só pensa nele próprio e nas suas
clientelas, além de que impostos provisórios TODOS se tornam definitivos e não
esquecer que em cima dos impostos às empresas ainda há a derrama para os
municípios o que normalmente eleva os custos em impostos para as empresas acima
dos tais 28%... há que ser realista Dra. Helena Garrido! Gil Lourenço: O Biden acha que pode ser o
governo do Mundo. Cada país deve ser livre para definir a sua política fiscal.
Chama-se a isto, soberania. Excessos do liberalismo? Onde? Em Portugal? No país
onde as empresas são espoliadas pelo inferno fiscal. O Biden sim que é um
populista socialista. Antes o Trump a este tipo. Ao menos o Trump não tinha
intenções de se meter nas coisas dos outros países. Adelino Lopes: Eu vejo alguma confusão neste artigo: Tributar para
corrigir os excessos do liberalismo? Apelar à “Tributação dos outros”
destina-se a “fazer propaganda”; é populismo puro e duro. Os excessos do
liberalismo podem ser resolvidos com regulação, digo eu. E tantos que existem
nos EUA, não é? Por exemplo as transações de alta frequência; a globalização,
etc, etc. E a Helena Garrido nunca deve esquecer a história: recorda-se das
razões porque nasceram as “off-shores”? Pois, e as “bitcoins”? Agora vamos
perspetivar o futuro: não acredita que a seguir virá outra qualquer estratégia,
para fugir aos impostos? É simples, não é? E acha que alguém tem dúvidas em
fazê-lo neste mundo inundado de populistas? Não é preciso referir o último caso
(Ivo Rosa)? Agora a questão dos “cada vez mais pobres” e das desigualdades. Eu
acredito que as desigualdades serão cada vez mais gritantes: resultado da
globalização e não só. Veja bem: do ponto de vista económico o que é que
acontece quando se dá (muito) dinheiro a um pobre. Isto não é 100% assim,
claro; mas é só analisar o que se passa nos países socialistas. 1º) Aumenta a
dívida, porque não existiu criação de riqueza. 2º) Para além do pobre não lhe
dar valor algum, a seguir irá entregá-lo aos lucros do vendedor, não é? O pobre
fica com a dívida no país (dívida pública) e o vendedor está no “off-shore”
(atualmente). Consegue inventar maior maneira de criar desigualdades? Antes pelo contrário: Não é "a América",
nem "Washington", são os senadores de extrema-esquerda Warrem e
Sanders que têm feito lóbi para isso graças ao actual presidente senil, e
graças à sua própria senilidade marxista!!! A ignorância absoluta de quem
não percebeu nem quer perceber que o padrão-ouro já acabou, e por conseguinte a
riqueza já não implica a "acumulação", ou seja, o dinheiro não é
tirado a ninguém: É criado pelos próprios mercados. Todos os dias!!! Porque o dinheiro que é criado
pelos bancos centrais, se não passar pelos mercados ou pelas indústrias - que
precisam elas próprias dos mercados para criar riqueza, e se não for processado
pela economia, não produz qualquer riqueza. Acaba numa pizza ou num hambúrger cujo fim é a
sanita!!! Mas se for entregue a alguém que o invista, seja em acções, seja em
qualquer coisa de concreto e permanente ou de preferência criador de riqueza,
cria mais riqueza. Porém os próprios Estados, sejam ou não emissores de moeda -
nós, por exemplo, deixámos de ser - necessitam dos mercados para lhes comprarem
as dívidas e lhes emprestarem dinheiro!!! E mesmo os que não pedem dinheiro
emprestado - todos pedem, em maior ou menor grau - dependem de haver ou não
confiança nas suas economias, pois essa confiança que depende do valor da
riqueza produzida - e acumulada, ou seja não gasta - é que vai determinar
os juros e os salários, etc. Usar o dinheiro para criar benefícios e
dependentes desses benefícios que não produzam nada em troca - é que destrói a
riqueza!!! Não é o enriquecimento, que a cria!!! O que
destrói a riqueza é o socialismo!!! Aliás, a demonstração de tudo
isto que acabei de escrever de forma simplificada é o facto de a civilização, a
seguir à pré-História, ter aparecido precisamente graças à acumulação e ao
capitalismo!!! Pois foram as primeiras trocas que permitiram o aparecimento de
cidades e de Estados. Já o socialismo, que tem menos de 200 anos, nunca produziu outra coisa a não ser
pobreza, fomes, e guerras!!! Em qualquer parte do
mundo!!! Pois
trata-se sempre de ROUBAR quem produz alguma coisa. Antonio Monge >Antes pelo contrário: Nem mais: Socialismo é viver às
custas dos outros. São os liberais à americana. Mais socialistas que muitos socialistas. bento guerra: "De boas intenções está o
Inferno cheio". São as empresas que criam empregos e pagam as receitas dos
estados, por isso esses são discursos de "boas e populares" intenções.
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