Um texto de uma jovem - Raquel
Abecasis - corajoso e moderado, desejando confiar, talvez, numa visão
positiva a respeito da História pátria, já consciente da necessidade de a
respeitar, contrariando os malefícios de uma esquerda que a desvirtuou, assustadoramente,
numa pseudo elegância moral de condenação do fascismo que mais não é que
ambição do poder, subjugando e manietando os povos.
O discurso do Presidente e a esquerda
caviar /premium
Sim, podemos repetir os mesmos erros
do passado. Razões mais do que suficientes para dar atenção ao que nos disse o
Presidente da República, que é bem conhecido por saber ler os sinais do
presente.
OBSERVADOR, 27 abr 2021
Conhecer
a História torna-nos mais aptos para perceber o presente e olhar para o futuro.
Conhecer a História prepara-nos para acusar sinais de alerta que a ignorância
desvaloriza. Conhecer a História é a arma mais poderosa para não repetir
erros do passado. E eles tendem a repetir-se, porque a natureza humana é a mesma, no passado, no presente e
no futuro.
É por
tudo isto que o discurso do Presidente da República no 25 de Abril é muito mais
do que um bom discurso. O que Marcelo Rebelo de Sousa nos disse é que as
grelhas ideológicas do presente não são a chave de leitura para olhar para o
passado, algo que deveria ser óbvio, mas que infelizmente, nos tempos que
correm, não é.
Coincidência
ou não, foi publicado por estes dias o livro que conta a história das FP-25 de
Abril. Um capítulo muito negro da nossa história democrática, que o regime
tem feito por esquecer. Só que esquecer, ignorar ou desvalorizar, disse-nos o
Presidente, não é o caminho para construir um país mais desenvolvido e uma
democracia adulta. Temos que olhar para o que fizemos mal e para o que fizemos
bem e daí retirar conclusões que nos fortaleçam.
A
verdade é que, como em toda a Europa, os extremismos começam a medrar,
aproveitando o desgaste das crises e a crise das ideologias que construíram o
velho continente no pós-guerra. Partidos de extrema-esquerda e extrema-direita
surgem agora com o discurso fresco de quem traz todas as soluções. Mas os
métodos e as ideias são os mesmos e os resultados de tão maravilhosas soluções
só podem conduzir aos desastrosos resultados do passado. Conhecer a
História é, de facto, a chave para não voltar a cair no abismo.
Na
mais famosa vila do pós-25 de Abril, Grândola, esconde-se um saudosista desse
passado de má memória com que a extrema-esquerda aterrorizou o país na década
de 80. José Ramos é militante do Bloco de Esquerda, foi candidato
autárquico pelo BE nas eleições de 2017, é um dos amnistiados das FP-25 e passa
grande parte do seu tempo a vangloriar-se nas redes sociais da sua actividade
terrorista. Chega mesmo a desejar o regresso desses tempos, que considera
gloriosos.
Podemos
fazer de conta que daqui não vem nenhum perigo e até fingir que acreditamos
que o BE já não é um partido extremista. Mas o José Ramos a valorizar os
assassinatos da década de 80 em Portugal, quase vinte pessoas, e o Francisco
Louçã a desvalorizar os horrores do estalinismo, aproveitando de caminho para
ridicularizar quem os denuncia, são sinais que nos deviam fazer soar todas as
campainhas.
Não,
não é só passado. Sim, tem importância. Sim, podemos repetir os mesmos erros do
passado. São razões mais do que suficientes para dar muita atenção ao que nos
disse o Presidente da República, que é bem conhecido por saber ler os sinais
do presente. Alguma razão ele terá, para ter escolhido este tema para o
discurso dos 47 anos do 25 de Abril. E, já agora, aconselho vivamente a leitura
de “Presos por um fio – Portugal e as FP-25 de Abril”,
para saber do que é capaz esta esquerda caviar.
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Abecasis publique um novo
artigo.
EXTREMISMO SOCIEDADE 25 DE ABRIL PAÍS MARCELO
REBELO DE SOUSA PRESIDENTE
DA REPÚBLICA POLÍTICA DEMOCRACIA HISTÓRIA CULTURA
COMENTÁRIOS
António Duarte: Ao Marcelo aconselho a poetisa Sophia, que se imortalizou com os versos
“vemos, ouvimos e Lemos, não podemos ignorar”... Ele poderá ver, ouvir e ler,
mas é evidente que ignora a natureza dos políticos que nos governam. Português indignado: Excelente artigo ! Realmente o
Bloco de Esquerda ter militantes que foram membros das FP 25 de Abril e
responsáveis por actos terroristas, homicídios, roubos, violência extrema é
coisa que não me surpreende....que nojo !!! Clarisse Seca > Português
indignado: E são esses radicais de esquerda que chamam fascistas aos outros? Olhem-se
no espelho!. O povo tem fraca memória para votar nesses antidemocráticos,
alguns até terroristas, oriundos do LUAR, braço armado do Partido
Comunista. O Pai das manas Mortágua será um deles? Pedro Castanheira: Mais uma marcelada... diz uma
coisa e o seu contrário... nada de novo nos 'discursos' do marselfie .. .Alberico Lopes > Pedro Castanheira: : E não é que tem
razão quanto ao das selfies? Antes
pelo contrário: Cara Raquel, Conhecer a História é de facto muito importante, e exactamente pelas razões
que aponta no início - infelizmente temos aqui mesmo em muitos comentários o
exemplo de pessoas que por ignorância, e julgando defender a sua liberdade ou a
dos outros, na realidade defendem a destruição de tudo o que já foi alcançado,
com muito sangue, suor e lágrimas, pelas gerações que nos antecederam. Pois a sua memória não vai além
dos últimos 60 ou 70 anos, os mais mediatizados, e o conhecimento que possam
ter do que ficou para trás vem-lhes apenas dessa mediatização, feita nas
últimas décadas, que tentou "fixar" a narrativa e condicionar não
apenas a sua interpretação, mas igualmente a investigação e qualquer tipo de
conhecimento que possa ter implicações políticas. Porém, as implicações
científicas, sociais e políticas de maior monta, são aquelas que vão surgir à
medida que se abandonarem os registos em papel e que vão desaparecendo sem
deixar rasto próprios registos informáticos dos acontecimentos - que ainda por
cima estão a ser crescentemente substituídos ou submergidos por notícias
falsas, opiniões e propaganda. O futuro, vai ser de ignorantes manipulados pelos
mitos que se criaram nos últimos anos e se criam hoje em dia. O discurso do Presidente e a
esquerda caviar são o sinal do futuro, ou seja - da decadência. Contra isso é que temos de
lutar, se não quisermos ser colonizados por gente ainda mais ignorante do que
os que já cá andam. Carminda
Damiao: Excelente artigo.
Manuel Magalhães: Bom artigo e que sobretudo os
nossos jornalistas e suas direcções bem como os membros do PS e alguns do PSD
deveriam ler para realizarem o perigo que estão a fazer correr ao país e
à nossa actualmente frágil democracia, andam todos a dizer que o perigo está à
direita e não entendem que apenas estão a fazer o jogo dos verdadeiros inimigos
das democracia! Quanto à interpretação que faz do discurso de Marcelo, até
posso concordar com ela, só que Marcelo, se essa era a sua intenção, deveria
explicitar muito mais vezes e deixar-se de ambiguidades como tem feito ao longo
das suas decepcionantes presidências, o assunto é demasiado importante para não
se ser claro!!! Antes pelo contrário: "o que
nos disse o Presidente da República, que é bem conhecido por saber ler os
sinais do presente" Por outras
palavras, um catavento populista que só diz aquilo que as pessoas querem
ouvir... muda o vento, muda o discurso. É o
que acontece quando se fala sempre do presente... Ele devia ter continuado como "comentador" em
vez de Presidente. Pois um
presidente, tem de saber fazer a ponte entre o passado que é a nossa identidade
- para isso é que existe a Constituição que é tarefa do presidente defender - e
o futuro que é a nossa continuidade. Quem
se deve ocupar do "presente", é o poder executivo. E é por isso que há Orçamentos anuais, contas, eleições
e legislaturas. Um catavento
não é de qualquer utilidade, pois nem sequer serve de barómetro para prever as
tempestades. Só indica de
onde sopra o vento... Manuel Ferreira21: Excelente artigo, mais importante para os mais novos. Os mais velhos
lembram-se bem dos partidos UDP e PSR elementos estruturantes do BE e dos
tempos da ocupação da sede da rua da palma em Lisboa. São um perigo!
Zé da Esquina: Estou plenamente de acordo!
Ana Paiva: em toda a razão! Acresça-se, ainda, a esta actividade terrorista,
uma outra actividade terrorista que, embora sem mortos, não deixou de ser muito
violenta e acabou com a vida de muitas pessoas honestas, trabalhadoras e
competentes: os saneamentos à la
Mao. AL MA: É bom haver quem nos alerte
para as atitudes de criminosos , que se vangloriam dos seus crimes. O aue não é aceitável é que
esses criminosos integrem partidos ditos democráticos e que sustentam este
Governo e o anterior. Esgoto
a céu aberto: Sou da opinião que o termo esquerda caviar está ultrapassado. O BE cresceu,
já não é um recém-nascido que tinha de ser tratado com mimos. O caviar
associa-se mais à riqueza de berço do que à riqueza intelectual, todavia,
a diferença entre os jurássicos e abrutalhados comunistas dos anos 70/80 da
prol de Álvaro Cunhal que tinham engolido uma cassete e os dissidentes neo-comunistas
bem falantes de Francisco Louçã dos anos 90, faziam da intelectualidade a
principal diferença entes novos e velhos comunistas, o tal caviar. Mas os anos
passaram, e apesar da cassete poder ser diferente, a música é a mesma. Hoje, a pintura das unhas está descascada, a
maquilhagem esboroada, as sobrancelhas parecem campos de trigo desgovernados e
o musgo cresce em abundância nas orelhas. Já não há nada de caviar. O candidato
das FP25 a Grândola é a evidente cunhalização do BE. Ainda tentam - em
desespero - dizerem-se social-democratas, mas a foice e o martelo pisca-lhes na
testa como um alarme de incêndio.
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