Como tudo o que cresce. Torna-se, naturalmente, mais visível. Mas depende,
por vezes, a boa ou má educação, também do estatuto social da pessoa que se
enfrenta, a arrogância mais disponível para com o fraco, a cobardia humilde
para com o forte. É um tema vasto, este da má educação, que Pacheco Pereira foca, muitos
comentadores lhe pegaram com saber e algum sabor.
OPINIÃO
O crescimento da má educação
O incremento da rudeza, brutalidade,
má educação tem sem dúvida que ver com a pandemia, que põe as pessoas fora de
si. Vão para a rua e olhem com atenção. Não é um espectáculo bonito.
PÚBLICO, 26 de Junho de 2021
Não
sei bem como lhe chamar. “Má educação” é um termo muito ambíguo, “incivilidade”
demasiado intelectual. Vou ficar-me pela “má educação”, que sempre diz mais
do que incivilidade. Depois é
uma matéria que é irrelevante para muita gente e demasiado importante para
alguns. Há brutos e há flores de estufa. É uma matéria que não é sentida da
mesma maneira quando se é mais novo ou quando se é mais velho. E é de difícil
tratamento objectivo, não há um padrão que permita definir o que é “boa
educação” ou “má educação”. Depois, há atitudes que para uns são
condenáveis, para outros normais ou indiferentes. Há locais
onde a “má educação” é a regra, como é o caso das brigas entre condutores. À segunda troca de palavras vêm os insultos mais
grosseiros. Outra palavra, “grosseiro”, outra ainda “rude”, que
fazem parte deste grupo de caracterizações de alguma coisa sobre a qual a maioria
das pessoas tem opinião, mas que ninguém é capaz de teorizar, muito menos
medir. Vicente Jorge Silva
provou desta complexa confusão quando chamou a uma geração de jovens estudantes “geração rasca”,
e provocou um efeito de revelação, eles eram mesmo “rascas”, ou uma caterva de
críticas pelo atrevimento do julgamento.
Dito
tudo isto, parece-me, pela medida mais empírica e subjectiva que se tem nestas
matérias, que a má educação, agora sem aspas, está a crescer. Há cada
vez mais pessoas a tentar passar à frente nas bichas de supermercado, nas filas
das vacinas, nas filas para entrar em lojas ou restaurantes. Pode-se dizer que isto se passa porque há mais
filas. As restrições da pandemia geraram um mundo de filas e consequente
perda de tempo e isso irrita as pessoas. Por isso, as passagens à “má fila”
ou as estratégias para fazer de conta que se está indevidamente à frente de
alguém são cada vez mais comuns. Experimentem protestar. Das duas, uma: ou o
protesto é colectivo e a fila que foi ultrapassada protesta toda em uníssono e
o prevaricador é posto na ordem, ou quem protesta é olhado de alto abaixo
como um excitado pelo seu direito individual à ordem de chegada.
Reparem
como num multibanco, coisa que há cada vez menos, alguém leva um monte de
papéis para processar, ocupando a caixa durante muito tempo sem consideração
pela fila que está atrás. Ou como quem faz cargas e descargas de forma mais
caótica e fora de horas, ocupa uma fila de trânsito, reage com veemência
afirmando o direito de quem “está a trabalhar” e todos os outros a preguiçar e,
por isso, pode parar onde quer, e como quer e durante o tempo que quiser. Não
pede desculpa, nem acelera as entregas, nada, acaba e parte para outra como se
nada acontecesse. O mesmo quando um carro impede a saída de outro e o que era o
obstáculo acha que não tem de se justificar e tira o veículo prevaricador com
maus modos.
Já
não me refiro sequer a jovens famílias que acham normal as suas crianças
andarem aos encontrões e a jogar a bola com total desrespeito pelos que estão
num jardim ou parque a descansar, a ler, ou simplesmente desejam estar
sossegados, e no intervalo em que estão a comer, estão a jogar à mesa, os
adolescentes e os adultos ao telemóvel, num espectáculo de uma peculiar
sociabilidade zero. Percebe-se como isto é absolutamente normal para os
pais e mães e experimentem chamar a atenção de que é suposto as suas
criancinhas serem controladas para não incomodar terceiros e vão ver a fúria e
os impropérios com que afirmam o seu direito a que “ninguém se meta na sua vida”.
O problema é que a má educação é uma
forma de agressividade cujos alvos são os mais fracos, os mais bem-educados, os
mais velhos, os que têm menos defesas.
O
incremento da rudeza, brutalidade, má educação tem sem dúvida que ver com a pandemia, que põe as
pessoas fora de si, obrigando-as a suportarem-se demasiado perto dentro das
casas confinados. Há demasiadas desgraças, que depois vêm cá para fora. Estas
atitudes comunicam com a violação das regras de saúde, com o laxismo, com a
indiferença face aos outros. Nestes dias
de recuo no confinamento pagamos demasiado caro esta incivilidade, esta má educação,
porque ela vai direitinha ter com estes comportamentos que todos podemos
observar. Os que furam as filas não mantêm qualquer regra de diferenciação
social, os que deixam os pequenos selvagens à solta estão-se marimbando para
usar máscara.
O
problema é que a má educação é uma forma de agressividade cujos alvos são os
mais fracos, os mais bem-educados, os mais velhos, os que têm menos defesas.
Vão para a rua e olhem com atenção. Não é um espectáculo bonito.
Historiador
TÓPICOS: COMPORTAMENTO RELAÇÕES EDUCAÇÃO COVID-19 SAÚDE PANDEMIA QUESTÕES SOCIAIS
COMENTÁRIOS:
mário borges MODERADOR: "O crescimento da
má educação" Como é que o Pacheco Pereira mede isso? Saiu da sua bolha na
Marmeleira e andou pelas ruas de Lisboa? Quais? Avenidas Novas? Chelas? Ou foi
até um subúrbio tipo Quinta do Mocho, Cova da Moura, Bairro da Bela Vista? Andou
pela Beloura e Quinta da Marinha? O Pacheco Pereira já olhou ao abandono
escolar em Portugal? Já viu no que dá não haver uma educação robusta na escola?
Com formação cívica, social, com respeito pelas minorias, com progressão pelo
trabalho e aplicação... Não sei se o Pacheco anda na rua há muitos anos ou se
só agora saiu com olhos de observador mas as coisas já estiveram piores. Também
acho que não progrediram muito. Não há elevador social. As pessoas têm baixa
formação e dão baixa formação aos filhos. País pobre não pode dar ricos
exemplos. José Cruz Magalhaes MODERADOR: O Pacheco Pereira faz,
aqui, uma abordagem curiosa, ao relacionamento interpessoal, que decorre de um
período prolongado de distanciamento social, adoptado como regra, por um grande
número de portugueses. Chega, ele, à conclusão que a má educação e as atitudes
de abuso e desrespeito são mais visíveis e presentes no quotidiano, em tempo de
pandemia. Poderá ter razão, embora, em tese, haja aqui um conflito entre a
avidez de contacto e de socialização, que se nota em todos os grupos etários,
mas que representa, apenas, a impaciência no reencontro com os membros da tribo,
ou do clã. Quando neste jornal se lê, noutra notícia, que um jovem infectado
pelo vírus declara:-" julgava que a doença era, só, para matar velhos",
está tudo dito. A má educação e o desprezo e a falta de empatia com todos os
outros, são a demonstração do défice de educação que vamos deixando como
legado. Filipe Santos INICIANTE: Veja-se o lixo nas
ruas de Lisboa. As pessoas não têm prazer em manter o espaço público limpo e
bonito. Se nem uma coisa tão elementar como não mandar lixo para o chão conseguem
fazer, como podemos esperar que se comportem quando confrontados com os seus actos?
Não se pode esperar muito.
VivaViriatoLusitano EXPERIENTE: Não me parece que os
problemas tenham crescido assim tanto com a Pandemia. O aspecto mais
importante, a meu ver, que é referido, e que também vem do passado é:
"quem protesta é olhado de alto abaixo como um excitado..." . Eu
acrescento: quem reclama e denuncia é mal visto em Portugal, quando deveria ser
o contrário, isto é acarinhado e incentivado. Desta forma teríamos menos
abusadores e contribuíamos para mais soluções. Mario Coimbra INFLUENTE: Caro Pacheco Pereira,
a mim parece-me que a má criação ou falta de educação, não é fenómeno da pandemia.
As pessoas estão mais ma- educados. São mal formadas em casa e as escolas dizem
que não é a função delas. Portanto o caminho não está nada nivelado e temo o
pior. Isso vê-se lá por fora e cada vez mais em Portugal. Acresce a isto tudo a
falta de exemplos. Tirando o PR penso que existem poucas figuras políticas a
dar bons exemplos e mesmo a falar e escrever bom português. Por isso... não
penso ser um velho do Restelo mas...neste campo parece-me que o futuro vai ser
pior joaquim pocinho EXPERIENTE: Já na amareleja ,
aquilo é tudo gente educadíssima, do melhor . Chique a valer Riaz Carmali EXPERIENTE: Bom artigo de PP. O Ser
Humano deveria reger-se pelo Intelecto e
não pelo Instinto!! Se fizermos uma reflexão profunda, chegaremos à conclusão
que, infelizmente, a esmagadora maioria dos humanos age com base no Instinto.
Graças a isso, dão-se, além do descrito por PP, guerras, cobiça excessiva pelos
bens materiais, traições nos casamentos, faltas de respeito dos filhos aos
pais, etc. Se as pessoas começarem a agir com base no Intelecto, muitos destes
problemas acabam. Mas para tal, temos de admitir que somos seres muitíssimos
limitados!! Isso vai levar-nos ao reconhecimento da Existência do ABSOLUTO, O
Deus Único! Este reconhecimento, se sincero, incentivará o ser humano a evoluir
espiritualmente! Atingindo a maturidade espiritual, o ser humano torna-se
pacífico e moderado!!
rui ccb INICIANTE: É resultado de uma
sociedade que se preocupa mais com os seus direitos de com os seus deveres. E
culpa claro de políticas públicas, cuja mensagem foi sempre desculpabilizar o
cidadão de tudo e mais alguma coisa e culpabilizar o sistema de tudo o mais. Sérgio M. Querido INICIANTE: Ilustre senhor,
partilho totalmente das suas preocupações e até indignação quando confrontado
com episódios do tipo daqueles que aqui nos descreve. Porém, e mais uma vez,
parece-me que a pandemia apenas vem ampliar as verdadeiras razões que alimentam
estes comportamentos: as pessoas vivem infelizes, revoltadas e cada vez mais
desligadas umas das outras. É claro que para quem vive bem, é mais fácil
condenar apenas e adivinhar uma causa que seja consensual. Mais difícil, mas
justo em minha opinião, seria assumir que a insultuosa distribuição da riqueza
existente em Portugal bem como os baixos salários tenderá a agravar a situação. AM.242743 INFLUENTE: Poderia ser verdade
que "a insultuosa distribuição da riqueza existente em Portugal bem como
os baixos salários tenderá a agravar a situação" mas, empiricamente, tenho
constatado que embora haja bastante menos Bmws, Audis e Mercedes (símbolos de
status social e de bem-estar económico dos seus possuidores) do que de
"chavecos", o meu carro tem sido democrática e equitativamente "trancado"
por uns e por outros... A minha experiência de 70 anos de vida ensina-me que a
má educação é transversal e se deve tanto à soberba e sentido de que o mundo
lhe pertence de quem muito possui como à revolta dos deserdados - e, sobretudo,
há a constatação daquele prosaico mas não menos certeiro princípio de que a
educação se bebe com o leite materno... e tende a passar de pais para filhos. Rui MLC INICIANTE: Frequento transportes
públicos e todo o tipo de locais com pessoas, seja com filas ou sem elas. Há
sempre gente que encaixa na descrição de PP. No entanto, não tenho esta opinião
de avozinho. Anda aborrecido PP, isso é notório. Magnus EXPERIENTE: “Opinião de avozinho”?
Parece-me que sei quem encaixa na descrição Ulisses EXPERIENTE: Quase todos sabemos
que a educação é recebida no berço, mas é preciso que o progenitor também tenha
essa educação... O que assistimos, é uma grave lacuna que surgiu com a falsa
liberdade do 25 abril. O ensino daí para cá, tem sido uma catástrofe. A escola
deve transmitir conhecimento e alguns valores, preparar o aluno para a vida,
mas tem de ser complementado pela família. A dicotomia /família/escola, não
existe; os professores são maltratados e mal avaliados. Os governos não estão
minimamente interessados nestes problemas, apenas nos gastos, daí que a
combustão daí resultante, degenere em fogo. Para os professores a profissão é
um modo de vida; os pais, preferem não ser incomodados pelos filhos, rejeitando
o diálogo (eles próprios não estão preparados e a sociedade aceita tudo isto... Filipe M. Ribeiro INICIANTE: Numa crónica que
julgava irrepreensível e útil, temos afinal a caixa de comentários preenchida
com baixa política, apelos tácitos a furar-filas e à má-criação. O Muro das
Frustrações habitual e com nada de construtivo. Paulo Batista EXPERIENTE: Na verdade as pessoas
andam cheias de impaciência ... mas irão dar todas à mesma rua .... mas claro
que existem muitas que chegam primeiro que outras porque ultrapassam todos pela
esquerda e pela direita ... causando nessa má educação muitos " atropelamentos"
que são, na sua maioria, aos mais indefesos e que realmente nos mostram um
crescimento da tal má educação que refere. A tendência mostra um crescimento da
crispação social e a chamada má educação também é mais visível. Mesmo a "
bazuca" não irá abrandar muito o ritmo ... e chegará o momento em que
clamaremos por mais poder para as polícias... e não se esqueçam de pagar melhor
às polícias porque isso é fundamental em qualquer país que preze a segurança
dos seus habitantes (seja nos USA, na China, na França, no RU, ou em Marrocos) Miguel Leitão 77 EXPERIENTE: Há 30 anos o meu avô
dizia, as pessoas agora são mal educadas e vestem-se mal. Hoje JPP escreve uma
crónica do género MEC, mas com menos humor e com tiques de avô. Jose Amadeu INICIANTE: Isso mesmo !!! No meu
tempo … joaquim pocinho EXPERIENTE: Ainda bem que a
responsabilidade por esta má criação toda não é a direita radical nem o Passos.
Nem sei como! nunos EXPERIENTE: Vejam qualquer filme (
americano, em especial) e contem quantas vezes eles dizem f**k, ou f***ing .
Atentem no audio visual que nos rodeia: letras de música, entrevistas,
reportagens. Não é de admirar o resultado. sardonicus67 INICIANTE: A má educação é uma
consequência do calão nos filmes ou músicas??? A maior parte dos ditos mal
educados mal sabe ler as legendas quanto mais perceber o que é dito em
inglês... É o mesmo que dizer que os videojogos criam "serial
killers"... GMA EXPERIENTE: E, entre outros,
faltam na crónica os donos dos rafeiros encafuados em T1 ou em varandas, que
ladram incessantemente; ou que conspurcam o espaço público. A culpa, claro, não
é dos rafeiros; é dos donos que têm comportamentos piores que rafeiros. Catarina Fiolhais INICIANTE: Se me permite, é uma
muito boa observação, senhor Pereira. Que subscrevo e que, aliás, não é tanto filosófica,
matéria em que, como é público, é especialista licenciado, mas mais de natureza
empírica ou anedótica. Ao contrário do que alvitra, o seu fundamento está muito
longe do estado pandémico. Outrossim, os brutos limitam-se a tomar de exemplo
os seus camaradas da esquerda extremada e socialista. Veja a inspiração que é o
fulano que recebe um cheque como 2a figura do Estado. Sem recorrer ao seu
célebre defecar no segredo de justiça, e portanto no Estado de Direito, veja
que ainda ontem apelidou os representantes do povo de "idiotas"! E o
seu camarada estalinista que chamou "escurinho" ao credor! E um PM
cujo 1o, nome do meio e apelido são: má criação! O próprio senhor Pereira, é
fresco é! FPS MODERADOR: Esqueceu o coelhista que, incomodado,
apelidou os velhos de "peste grisalha"?... André Nascimento INICIANTE: A sério? A culpa de um
eventual aumento da grosseria da sociedades é dos socialistas. A sério? João
Jardim andou 40 anos a ser mal educado, aliás quase todo o PSD da Madeira. Os
liberais fazem arrais negacionistas e onde algumas figuras políticas são
transformadas em alvos, o Ventura foi condenado por insulto…A sério? A
esmagadora maior parte dos sítios de notícias falsas em Portugal, que cospem ódio
e preconceito, têm o dedo da direita …como os argumentos valem 0 só vos resta o
insulto e a mentira…
GMA EXPERIENTE: Cá está a conspurcadora deste
espaço, que é bem mais detestável do que os donos dos rafeiros que conspurcam
os jardins e passeios! Deve aplicar-se à Sra. Fiolhais o titulo do arrazoado do
seu guru e porta-voz do Sr. Ventura aqui no Pública, qual altifalante de
tendeiro das antigas, e saudosas, feiras da minha Aldeia; mas a
"bola" que substitui a
cabeça (oca), não é redonda, nem sequer elíptica; é quadrada! SE EXPERIENTE: Quiçá as pandemias sejam mesmo como uma
guerra: os melhores mostram o seu melhor e os piores o seu pior. Durante a
presente, a empatia, generosidade e solidariedade estão a ser enormes, mas
também o egoísmo, o xico-espertismo e a canalhice estão presentes nas formas
mais execráveis. Todavia não tenho a certeza de que o recrudescimento da
incivilidade se deva apenas ao coronavírus. Há quase uns vinte anos que assisto
em fóruns elevados, como a AR, a discussões que usam uma linguagem feita de
insultos e insinuações impossíveis de aceitar em conversas entre gente séria. E
com tais exemplos a vir de cima... Sima Qian INFLUENTE: Muito dos negros,
especialmente as negras, são muitas vezes mal educadas, tratam-nos por tu sem
nos conhecerem de lado nenhum.. Quanto aos ciganos, são incivilizadíssimos.
Isto é o que eu constato. GMA EXPERIENTE: E muitos dos brancos,
especialmente as brancas? Um venturinha adepto dos cidadãos de bem!
Sima QianINFLUENTE, Venturinha, não, mas
adepto de cidadãos de bem, totalmente. Mario Coimbra INFLUENTE: Caro GMA, a má
educação, e a estupidez não tem partido. Já devia saber isso. Cumprimentos.
Gil Paulo EXPERIENTE: Sima, vexa nunca
esteve em África. Para pessoas da mesma idade o tutear é normal. Quando um
africano (negro) quer conversar com outra pessoa idosa trata-o por "Oh
mais velho", que é muito respeitoso, humilde e simpático. Gosto de ser
tratado assim, nesta margem Sul.
GMA
EXPERIENTE: Então Sr(a) Sima, elucide-me lá, por especial obséquio, sobre o conceito de
"cidadão de bem". É o(a) que vai à todos os domingos, pedir perdão,
depois de passar a semana a tramar os colegas do escritório? É o(a) que vai aos
comícios do Chega pedia castração dos "cidadãos de mal"? É o(a) que
dá uma esmolinha aos pobrezinhos, dando-a à sua própria consciência por pagar
salários de miséria? É o(a)... Prossiga, Sr(a). Sima... LR INFLUENTE Gil Paulo, o mais curioso é que a
palavra "senhor" vem do latim "senior", que significa
precisamente "mais velho". Victor Pereira 2 INICIANTE: Estou completamente de acordo com esta
crónica de José Pacheco Pereira, a educação nunca foi muita mas o respeito era
um traço que unia uma grande parte dos portugueses, infelizmente com a pandemia
o respeito perdeu-se basta seguir alguns colonistas deste jornal, para
infelizmente chegar a essa constatação. Jose MODERADOR: Todos os exemplos
descritos se observam com frequência na cidade. Acredito, sem meios de medir,
que a má educação cresça, mas não comungo da existência de qualquer nexo de
causalidade entre a pandemia e a má educação em público. Nos restaurantes,
cafés e no comércio em geral, até se observa alguma empatia desusada antes da
pandemia evidenciar a importância dos clientes para essas empresas que recebem
público. A boa educação tem de ser aprendida e demora algum tempo. A má
educação também não se instala automaticamente, é aprendida e instala-se
progressivamente. O exemplo das pessoas públicas modera ou exacerba, por
mimetismo, o comportamento das pessoas comuns.
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