Que um Homem que tais escritos tem, fosse
chamado a dirigir uma tal pátria que mostra amar, conhecer e respeitar - como
seria natural que todos, dentre nós, amássemos, conhecêssemos e respeitássemos,
bastando, para isso, que tivéssemos sentimentos e esclarecimentos, como
qualquer povo, civilizado ou menos, mas racional, de certeza, a ponto de
estimar o solo onde viveram os seus antepassados…
10 de Junho /premium
Se não é a pertença a uma comunidade na História o que nos une numa
humanidade comum, o que propõem então que seja?
JAIME NOGUEIRA
PINTO, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 04
jun 2021
“Old
soldiers never die”. A frase,
celebrizada pelo general Douglas McArthur no seu discurso de despedida, em
1951, vem de uma velha canção de guerra inglesa.
“Old soldiers never die”. É bonito mas não é verdade. Os velhos
soldados morrem, como toda a gente. E, como quase toda a gente, morrem também
na memória de quase todos. Sobretudo nesta nossa “ditosa pátria”. Cada vez
somos menos os que teimamos em proclamar, todos os anos, no memorial dos
Combatentes, a memória dos nossos amigos e camaradas que morreram. E muitos
depois do fim das últimas guerras do Império.
O
Guilherme, o Jaime, o Alfredo, o Zé, o Miguel, o Victor, entre tantos outros.
Eles e os milhares que não chegaram a “velhos soldados” têm ali o nome gravado
na pedra. Lembramo-los todos os anos. E vamos voltar a lembrá-los este ano, a
10 de Junho, primeiro na missa nos Jerónimos, às 10h30, e depois ali mesmo, no
memorial. Seremos menos, em cumprimento das restrições pandémicas, mas vamos lá
estar.
As
nações são feitas disto mesmo – de glórias e derrotas e da memória dos
sacrifícios que os seus filhos por elas fizeram, em guerras ganhas ou perdidas.
A que então travámos, creio poder dizê-lo em nome da maioria dos que por lá
passámos, foi uma guerra sem ódio. Digo-o pela amizade que fui encontrando em
alguns dos que então combatemos. Os nossos mortos lutaram e morreram pela nação;
os mortos dos que então nos combateram morreram por nações que queriam ver
nascer.
Globalismo e subordinação
E a nação, realidade que alguns se
esforçam por cancelar ou proibir, continua a ser importante. E agora talvez
mais que nunca. Até porque parece ser, afinal, a nação, o único corpo
intermédio capaz de defender os povos das tutelas globais. E se não é a pertença a uma comunidade na
História o que nos une, irmana e congrega numa humanidade comum, o que propõem
então que seja? O sermos
todos inodoros, incolores, insalubres, neutros, fluidos e inclusivos? Ou pior,
o sermos só nós, do alto da nossa hipócrita e soberba
“perfeição ocidental”, os únicos chamados à irrealidade da contrição perpétua,
do cancelamento cultural e da suprema glória do desenraizamento e do angelismo
transcultural?
A crer na comunicação social e
no silêncio cúmplice ou no aplauso tímido de uma direita temerosa, só os
burros, os ignorantes, os retrógrados, os fascistas, os populistas, os
xenófobos, os de extrema-direita imaginam inexistentes tutelas globais ou
censórias derivas mundialistas de oligarquias iluminadas. Veja-se, por exemplo, Georgia Meloni, dos Fratelli
d’Italia, que recentemente voltou a chamar a atenção para o globalismo de
subordinação que pretende substituir a soberania nacional e popular pelas
tutelas subtis e doces de Bruxelas, de Frankfurt e de Davos, falando da nação
como defesa dos povos da Europa contra os mandatos transnacionais. Pura
desinformação.
E
no entanto, torna-se cada vez mais evidente a estranha aliança táctica e
objectiva (e às vezes subjectiva) que está em curso. A aliança
de um mega capitalismo internacionalista de “fundos piratas” e senhores da Big
Tech com um radicalismo pós-marxista acolhido, endossado e divulgado pela
opinião média. É que por mais
que alguns queiram perpetuar a imagem do “grande capitalista”, de fato às
riscas, charuto e relógio de bolso, ligado às forças conservadoras e
“fascistas”, não há como não ver que a ideologia que hoje serve o
“mega-capitalista”, de ténis, t-shirt e causas e casas ecológicas e
alternativas, está longe de ser o conservadorismo, o populismo, o
extrema-direitismo, o fascismo, os nacionalismos que, ao contrário, o ameaçam.
E
como as nações, o nacionalismo e os valores identitários são o símbolo por excelência
de tudo o que “impede a marcha do progresso”, são o alvo a abater… As nações e os valores identitários do Ocidente
euroamericano, bem entendido, porque noutras latitudes já pode haver valores
identitários nações e nacionalismos, como o da República Popular da China, um
nacionalismo autoritário de partido único e de capitalismo de direcção central,
mas que talvez seja melhor não desafiar.
De
acordo com as regras destes zelosos pastores do puritanismo multicultural, os
asiáticos e os africanos, coitados, podem ser nacionalistas; mas nós, europeus,
nós, ocidentais, mais misericordiosos, justos, perfeitos, humanitários e
civilizados que os outros, não podemos nem devemos descer tão baixo. Nações,
raízes e identidades são primitivas minudências que se compreendem
perfeitamente nos outros, que se acolhem, que se aclamam até, mas que a nós,
ocidentais, chamados a coisas maiores, não nos ficam bem. Cancelar raízes,
pertenças, passados e culturas para atingir a suprema neutralidade e
inclusividade é o mínimo a que podemos aspirar.
Daí
talvez o luso esforço das campanhas de desnacionalização (veja-se por exemplo,
o Programa de História A, 10º, 11º, e 12º anos do Curso Científico-Humanístico
de Línguas e Humanidades), que, à luz de ideais “científico-humanitários”,
combatem a “desinformação histórica”, apelando à condenação e à contrição
perante uma História-pátria e uma identidade que, depois de rigoroso fact
check, se revelam, afinal, negras.
O regresso da nação
Entretanto,
resistindo a este delirante cancelamento cultural, a valorização da História e
da Nação parece estar de volta. De Budapeste a Paris, de Varsóvia a Roma e a
Madrid, sob diferentes regimes e em diferentes situações de poder ou oposição,
ganham espaço político, pelo voto popular, movimentos e partidos que defendem a
identidade e a soberania nacionais, a liberdade de expressão, a prática
religiosa, uma visão meta-política da política e um conceito tradicional e
realista de família e de comunidade. E esta valorização aparece com força
porque os valores que se reafirmam estão em risco por acção de uma minoria com
hegemonia gramsciana no Estado e na Sociedade.
Por
isso, é preciso que alguns – de direita, de esquerda, do que for – os afirmem
em nome do realismo, do senso comum, da continuidade dos modos de vida e das
comunidades que construímos na História. E se os partidos sistémicos e as
instituições se calam, teremos de ser nós, os que não temos medo que nos achem
estúpidos, a resistir.
Camões, o realista
O
10 de Junho era o dia da Raça. E a raça era a dos Portugueses de todos os
séculos, de todas as raças e que foram de muitos continentes. Somos uma
nação de pioneiros da globalização que, na universalidade, nunca perdeu a
identidade, antes a foi recriando com os povos que foi encontrando. E não nos
vangloriámos com irrealidades, antes tivemos também sempre um grande sentido do
real e do trágico na vida dos homens e dos povos, na ascensão e queda dos
Impérios e das civilizações. Ou tiveram-no os nossos melhores. E ainda que as
notas “científico-humanísticas” que se adivinham sobre “desinformação e
preconceito” em Camões possam vir a dizer o contrário, é difícil não ler n’Os
Lusíadas grandeza, aventura, vitórias, também cupidez, servilismo, traição.
Como Fernão Lopes, como Gil Vicente,
como Diogo de Couto ou Fernão Mendes Pinto, Camões é um épico lúcido que, como
os clássicos gregos e latinos que o inspiraram, conhece a natureza humana
(coisa que os novos puritanos do radicalismo importado parecem desconhecer), e
sabe que os heróis – os seus heróis individuais, o Fundador, o Condestável,
Gama ou Albuquerque – são profundamente humanos. Humanos no bom e no mau. E que
o seu herói colectivo – o Povo Português – também vacilou, também esqueceu,
também abandonou, também traficou, também se perdeu. E que foi um povo que, no
ano da morte do poeta, perdeu a independência com a “união real” a Madrid.
Camões teve o cuidado de dar
voz ao contraditório da Expansão, com o Velho do Restelo (o “Idoso do Restelo” não falaria assim), queixando-se
também do “desamor às boas letras”. E no lamento final do seu poema maior,
foi dizendo:
Não mais,
Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
Contra a decadência e o decadentismo
Esta
é também uma das nossas muitas horas de decadência, decadência crónica ou que
continuamente encontramos e que alguns dos grandes pensadores e patriotas de
oitocentos – como Herculano, Antero de Quental e Oliveira Martins – também
viram aprofundar-se no seu tempo. Mas que diriam se estivessem hoje aqui e se
confrontassem com a nossa agravada submissão e veneração ao exterior? Que
diriam das delirantes ideias e práticas que não nos servem nem a ninguém mas
que agora que nos chegam em virtuais caixotes…da América? E qual não seria o
espanto de Camilo e de Eça ao reencontrar hoje um Portugal de Calistos Elóis,
de conselheiros Acácios, de Dâmasos, de Palmas Cavalões em múltiplas réplicas
tristemente actualizadas em traços caricaturais mais ridículos e mais
carregados ainda?
Toda
esta bela e festiva sociedade está agora alarmada, ofendida e até assustada
porque, ao fim de 47 anos de regime mais ou menos concordante, aparecem algumas
vozes de discórdia.
É
bom que se sinta alarmada. Mas pior que classe dirigente e a esquerda radical
alarmadas é uma direita que não vê a utilidade e a utilização desse alarme para
a perpetuação no poder dessa mesma classe. Uma direita ora obediente e também
alarmada ora chorosa, derrotista e masoquista, descrevendo o tempo e o modo da
Decadência e do Fim como um irremediável e inevitável castigo da História a que
não podemos nem devemos resistir.
O
10 de Junho deve significar o contrário e inspirar e dinamizar a vontade sem
medo que o povo português sempre mostrou. Resistir e mudar as coisas é e deve
ser a palavra de ordem.
A SEXTA
COLUNA
CRÓNICA OBSERVADOR 10 DE
JUNHO
PAÍS ESTADO
DA NAÇÃO POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
José Miranda: Simplesmente magnifico! Não há na esquerda quem chegue aos calcanhares do
Jaime Nogueira Pinto.
Carminda Damiao: Excelente artigo. É um prazer ler os seus artigos, porque nos mostram uma
luz ao fundo do túnel e assim vermos que nem tudo está perdido, mas que é
preciso agir rápido. A direita hibernou e está a custar acordar para a
realidade. A direita deve deixar-se de pruridos e unir-se, porque só assim
poderá derrotar a esquerda. V. Oliveira: Excelente e lúcido artigo!
Bem-haja J. Nogueira Pinto. Felizmente vamos vendo mais vozes discordantes deste
amorfismo e desta encenação. Que, aliás, encaixa muito bem no modelo de negócio
daqueles mega-capitalistas de T-shirt e ténis. Uma imagem muito
"pra-frentex" de quem ocupa o seu tempo mediaticamente em benemerências.
De quem, obviamente, não lhe sobra muito tempo para sequer pagar (alguns)
impostos... "Subsidiária irlandesa da Microsoft
lucrou 315 mil milhões, mas pagou zero de IRC em 2020" (notícia de ontem, na
concorrência) Joaquim
Almeida: Arrasador: é de nos
sentirmos arrasados. Hoje, o "para gente surda e endurecida" do Poeta
quer dizer "pérolas a porcos", J. N. P. Manuel
Magalhães: Excelente artigo
como sempre, grande país, pobre país... A.l. Sameiro: De acordo. Bravo!!! Jorge Lopes: Excelente artigo . Simplesmente Maria: O saber expresso neste artigo
dá-nos alento e até comoção, ingredientes básicos para continuar. Obrigada, Jaime Nogueira Pinto.
Maria Nunes: Admirável artigo de JNP. Obrigada. Ainda há esperança. Carlos Quartel: Cá vamos resistindo ao
politicamente correcto e não somos tão poucos como alguns desejariam.
Ainda há muita gente que se
comove vendo a bandeira e que se põe de pé quando ouve o hino. Nas comunidades,
por esse mundo fora, é onde se nota mais esse sentimento de pertença a uma comunidade,
Está arreigado e não é assunto para limpar com doutrinação de
"género". Por cá, e por desejo de uns quantos, deveria ser o dia de pedir desculpas
por termos saído da barra do Tejo e por termos sido lugar de nascimento do
Infante, do Afonso ou do Fernão. Só falta catalogar o Camões como homofóbico, racista
e, já gora, de fascista. Mas não passarão ....... Manuel Barradas:
O melhor cronista do
Observador. A melhor voz de resistência ! VICTORIA ARRENEGA: Que pérolas vai a cancel
culture doméstica apresentar para denegrir o 10 de Junho? Estou à espera,
embora não espere nada de original: martelamos o mesmo de sempre! Américo Silva: A nação idealizada aqui, nunca existiu. As nações europeias
surgiram como um espaço de domínio de grupos de senhores, no caso português os
godos, sobretudo visigodos. Nesse grupo foi enxertado, entre outros, um ramo
dos senhores borgonheses. Sempre os senhores. E os servos tiveram que se
conformar com a extorsão que os senhores lhe iam fazendo. Na alta idade média a
extorsão por nações era mais eficaz, a partir do século XVIII a extorsão
internacional passou a ser mais eficaz. Desde cedo os senhores atraíram
auxiliares estrangeiros para os ajudar a explorar o povo, papel que foi
principalmente desempenhado pelos judeus. Daí, em parte, o ódio do povo aos
judeus. Estas nações compostas por dominantes e dominados avivaram a antiga
separação no presente por muitos motivos, o principal sendo que os senhores
impuseram uma exploração multinacional e multicultural, e reduziram os governos
a uma administração local tipo câmara municipal, sendo as decisões mais
importantes tomadas em instâncias supra nacionais, não escrutinadas, tais como
a regulação do comércio ou das migrações, criando um conflito entre os nativos,
por exemplo os nativos franceses, e os senhores colonizadores agora
representados pelas multinacionais, pela banca, pelo CRIF e outros. Por motivos raciais de
identificação externa, a fusão aparente entre senhores e servos num mesmo povo,
não resultou com africanos indianos ou chineses, de modo que decorre uma
espécie de OPA aos africanos levada a cabo pelos senhores à custa dos povos europeus.
Por exemplo, os maiores beneficiários dos genocídios dos índios, ou do
genocídio das mãos no Congo, desculpam os senhores e responsabilizam os
europeus servos. O que está em causa na decadência do ocidente é
alargar o domínio senhorial à antiga união soviética, por exemplo Ucrânia, à
África, ajudas e imigração ilegal, à Ásia, Japão e Taiwan, e como objectivo
final, o domínio universal. Conseguirão? Francisco Tavares de Almeida > Américo
Silva > Deve ser
difícil sobreviver ao cheiro do interior desse cabecinha. Rui Lima > Américo
Silva: É temporal, ele amanhã toma o
medicamento. Não há inocentes mas foram os europeus a civilização mais humana
quando comparamos com as restantes civilizações , os escravos vítimas do
ocidente tem dezenas de milhões de descendentes , os mundo árabe que escravizou
mais não há eram castrados. Os maiores genocídios de África não é feito por
europeus hoje o ADN ajuda a saber porque eles não tinham escrita. joao
lemos > Américo Silva: tenho lido muita coisa . tanta tolice e ignorância , nunca! Fernando Pité > Américo
Silva: Os tempos são outros. Os
genocídios dos índios foram perpetrados por Europeus, nomeadamente por
Espanhóis e anglosaxónicos. Já ninguém se lembra que no antigo Congo Belga, o
rei Leopoldo dos Belgas tinha um poder absoluto nessa colónia e as belgas,
quando prenhes, iam ter os filhos na Pátria. Quanto às outras regiões
citadas, as potências mais imperialistas na actualidade, salvo seja, são a Rússia
e a China, e quanto à imigração para a Europa, ela talvez se deva a dois
factores predominantes, a exploração dos recursos minerais pela China e pelos
países ocidentais. A China à laia do pretenso desenvolvimento económico, vai
substituindo os Europeus em África, e os Africanos sentem que o
"eldorado" está na Europa, porque não conseguem por motivos
religiosos, sociais e ambientais, criar governos não corruptos e mais
igualitários e desenvolvidos , ou com menos desigualdades sociais... José Pinto de Sá > Fernando
Pité: Nunca houve genocídio dos
índios. Nem podia haver, com apenas alguns milhares de europeus por lá, na
época. Os índios foram dizimados pelos germes de que europeus e africanos eram
portadores involuntários (nem se sabia que havia germes...) Quanto ao Congo, no tempo em
que Leopold II lá mandava, quase não havia lá mulheres belgas. Em 1910, já
Leopold morrera, havia 3400 belgas no Congo, a maioria homens -
administrativos, missionários, oficiais e alguns comerciantes. Mas sim, se
pudessem as belgas iriam ter os filhos à Europa, pela simples razão de ter
muito melhor assistência médica. Mas tem razão no resto. Os africanos vêm para a Europa
atrás dos colonos que os abandonaram à independência e às chatices e despesas
que a África dava e dá... Américo Silva > José Pinto
de Sá: Ajuntando com respeito alguns
esclarecimentos às pessoas que comentam educadamente, quero dizer que não me
sinto dono da razão. Existe uma evidência empírica do ser português,
materializada nos milhares de minhotos e beirões que demandaram o Brasil, nos
alentejanos que demandaram Angola, nos portugueses que demandaram a França, no
Heimat que acompanha todos, até os judeus que deixaram Portugal há séculos.
Esse ser português de Marcelino da Mata, do orgulho de ser português, pouco tem
que ver com o Portugal nação, nacionalidade portuguesa do traidor Jacinto
Veloso, ou do traficante de droga tailandês que nunca conheceu ou falou
português, mas tem passaporte português, como milhares de traidores indianos de
Goa. O Portugal nação,
cujo nome vem de Porto galego, é como as demais nações da europa uma ferramenta
de extorsão. Dona Teresa, leonesa, com Henrique da borgonha, queriam um
território para explorar do Porto até ao mar Cantábrico, englobando a Galiza.
Afonso Henriques, impaciente, impertinente e valente, ficou contente com o
território do rio Minho para baixo, não em nome do povo, mas em seu nome e dos
donos do povo. Os mesmos senhores que quiseram conquistar Ceuta, para que os
portugueses habitantes de Portugal lhe pagassem mercês pela conquista, e não
pelo bem do povo português. Esses dominantes empurraram o povo para as naus e
caravelas, porque em Portugal não deixavam aos habitantes com que se sustentar.
No século XIX, formou-se em
Coimbra uma geração declinante de Oliveiras, Anteros, Ramalhos e Eças, de
grande mérito, mas para quem o português trabalhador, produtor e honesto estava
na cauda, na cauda da instrução, na cauda da cultura, na cauda do saber fazer,
na cauda da Europa. Daí vem o complexo de inferioridade de muitos portugueses,
falsamente ditos cultos. Estas nações europeias, cuja pertença o primeiro-ministro espanhol não
conseguiu esclarecer a uma criança de doze anos, são apenas conjuntos de
pessoas sem afinidade, exploradas por um determinado governo e uma determinada
elite financeira. O marquês de Pombal mandava queimar vivos os refugiados na
Trafaria, Afonso Costa mandava morrer na Bélgica, enquanto pobres pastorinhos
alucinados com fome e tuberculose viam coisas nas azinheiras. O 10 de Junho
poderá ser o dia do povo português, mas ser dia de Portugal é o mesmo que dizer
dia do Novo Banco, dia da EDP, dia da TAP, dia da RTP, e outros que fazem a
extorsão ao povo, com muitos medalhados à mistura. Américo SilvaFernando
Pité: Não falei em genocídio das
mães, falei em genocídio das mãos, que estão na extremidade do antebraço. Rui Lima: O ocidente terá um fim sombrio,
caminha para a soma de várias minorias que se odeiam, a carta dos generais e
militares do activo em França aponta para a guerra civil. Até há pouco tempo os
funcionários do estado tinham obrigação da neutralidade, mas em nome da
liberdade religiosa eles estão a ganhar nos tribunais e podem ir para empregos
públicos brevemente de burca . Para meu espanto a esquerda que no passado era
anticlerical agora defende e nomeia gente para empregos públicos de cabeça
tapada. Fernando
Pité > Rui Lima: A carta dos generais e oficiais no activo, em França,
aponta para a guerra civil. Não é porque os militares sejam a guarda pretoriana
no caso das democracias, mas porque são eles que apanham com as confusões
geradas pelos políticos e pelo "politicamente correcto". Daí também a ascensão das
extremas-direitas que expressam a desilusão dos cidadãos... Joaquim Almeida > Rui Lima: Para os neo-marxistas o principio de contradição não existe, meu caro. (Não
estou a brincar, não).
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