quarta-feira, 9 de junho de 2021

Uma natureza estranha


Ao colaborar cientificamente na dimensão machista do Homem, cujos genes estão partilhados no cérebro e no sexo masculino, segundo o texto infra, a Mulher retirada, ao que parece, dessas partilhas de virilidade na questão dos genes, estes nela concentrados exclusivamente e impotentemente no cérebro, daí, provavelmente, a causa da sua feminilidade descurada de potência, ao longo dos séculos, justificando-se assim o fortalecimento do poderio machista imposto nas sociedades, de que o próprio Alcorão é testemunho não só literário mas implicativo de orientação cérebro-testicular desde o confim dos tempos imposto nas sociedades. Modernamente, todavia, a mulher consegue impor um estatuto intelectual de bastante proeminência, prova, talvez, dessa concentração das suas proteínas nos seus neurónios apenas, sem partilha que preste com outras partes corpóreas. Será assim? O que a ciência descobre, até na justificação das prerrogativas sociais!

CIÊNCIA / ESTRANHA NATUREZA

O que têm o cérebro e os testículos em comum? Cientistas descobrem que são os órgãos com maior número de genes iguais

As proteínas. Mais do que entre quaisquer outros dois tecidos do organismo. Isto pode ter tido um papel na evolução do homem ou até no desenvolvimento de doenças em ambos os órgãos.

VERA NOVAIS  - Texto

OBSERVADOR, 08 jun 2021

Os neurónios e os espermatozoides têm mais de 5 mil proteínas em comum

Um armazena memórias, cria pensamentos e gera discursos. O outro produz espermatozoides e é uma parte essencial da reprodução. E poderíamos continuar a enumerar as diferenças entre os dois órgãos — cérebro e testículos —, mas uma equipa liderada e composta por investigadores portugueses assegura que têm mais semelhanças do que poderíamos à partida imaginar.

Compreender as semelhanças e as suas implicações tornou-se um tema de interesse entre a comunidade científica”, escreve a equipa de investigadores na revista científica Open Biology.

Este tópico ainda “subexplorado”, como o descreve a equipa coordenada por Margarida Fardilha, é alvo da atenção da comunidade científica há cerca de 40 anos. Neste tempo, “tornou-se cada vez mais evidente que estes tecidos partilham várias características”, apesar de as diferenças nas funções, forma e estrutura serem claras, diz a equipa liderada pela investigadora do Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro.

Por incrível que pareça, o cérebro e os testículos humanos são, entre todos os órgãos do corpo, os que têm o maior número de genes em comum, referem os investigadores — o grupo é composto por cientistas das universidades do Porto e de Birmingham. Neste trabalho, compararam o proteoma (conjunto de proteínas) do cérebro, testículos e de 31 outros tecidos do organismo (como tecido adiposo, do pulmão ou do ovário).

Considerando que são os genes que encerram a mensagem para a produção de proteínas, não é de espantar que os tecidos do cérebro e dos testículos apresentem também proteomas semelhantes. Do total de 14.315 proteínas que constituem o proteoma do cérebro e das 15.687 que constituem o proteoma dos testículos, 13.442 são comuns em ambos os tecidos, verificaram os autores. Mais, entre as 13.193 proteínas dos neurónios e 6.653 dos espermatozoides, 5.048 eram comuns aos dois tipos de células.

O que é que isto significa exactamente a comunidade científica ainda não sabe dizer, mas muito se tem especulado sobre a importância evolutiva dos genes no cérebro e nos testículos dos humanos ou sobre a semelhança entre os processos degenarativos num e noutro órgão.

Resultados em ratos sugeriram que alterações numa proteína podem ser simultaneamente responsáveis ​​pela desregulação no cérebro e testículo”, escrevem os autores. A inactivação do gene da doença de Huntington no cérebro e nos testículos de ratos, por exemplo, leva à degeneração progressiva dos neurónios e à esterilidade em ratos.

Perceber melhor a função e disfunção das proteínas comuns e como podem afectar o cérebro e os testículos, pode ajudar no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, defendem os investigadores.

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