Cujo dono se limita a “sorrir”, espaço,
pois, da “visibilidade” humana derrotista e descrente, que, entende, sabiamente,
ironicamente, que «não há mais metafísica
no mundo senão chocolates».
O Dr. Salles é homem rijo, crente nos
preceitos dos antigos, nesses espaços da “Ágora” das questões humanistas de que
ele deseja a continuidade. Bom seria que assim fosse, que surgissem de vez em
quando os respeitadores dos velhos conceitos sobre a consciência humana e
quejandos, mas há sempre por aí “donos de tabacarias” troçando dessas bagatelas,
virados definitivamente para o chocolate da sua glutonaria.
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 26.05.22
Hoje,
a pergunta é:
-
O que andamos por cá a fazer?
Sem
perda de tempo, a minha resposta é:
- A essência da função humana é a edificação de uma sociedade
harmónica e benigna pela via da compaixão individual e pela solidariedade
global.
Propositadamente,
afastei a Teologia para que
agnósticos e ateus não arranjassem o pretexto de que o conceito não se lhes
aplicaria.
Propositadamente,
utilizei a Ágora como símbolo
do local em que as pessoas se encontram para conversarem e deliberarem deste
modo abarcando todas as Civilizações ao longo dos séculos.
Propositadamente,
coloco a pessoa como construtora da sociedade e não como serva desta.
Propositadamente,
refiro a compaixão e a solidariedade como conceitos lexicais despojados de
qualquer sentido religioso ou político.
Propositadamente,
aponto por omissão a anormalidade humana como o egoísmo e a conflitualidade.
Propositadamente,
fui lacónico porque escrevo para quem sabe do tema mais do que eu não carecendo
de explicações e, pelo contrário, dando-as nos comentários já recebidos aos
textos anteriores e nos seguintes que desejo receber.
Voto
final: - Vivamos, deixemos viver e continuemos…
Lisboa, 25 de Maio
de 2022
Henrique Salles da
Fonseca
Tags: filosofia
COMENTÁRIOS
Antonio Fonseca 26.05.2022 13:02: O Doutor Henrique Salles da Fonseca captura nessa
expressão genial a essência da nossa existência, fruto, decerto, de profundas
reflexões sobre a condição humana. Os esclarecimentos a seguir contextualizam a
resposta obtida no cadinho da acomodação da diversidade humana. Admirável
texto. Muito obrigado.
Tem
razão, Sr. Dr. A busca dessa essência do bem no seio da sua natureza tem
perseguido o homem desde os primórdios da sua existência. Mais exactamente,
desde o que é classificado como Revolução Cognitiva.
No seu diálogo ou interpenetração com a natureza, desde sempre procurou
garantir a sua sobrevivência satisfazendo as necessidades básicas suscitadas
pelo instinto. Mas ao mesmo tempo questionando sobre si próprio: o
sentido da sua existência. Mitos,
lendas, culto da natureza, divindades, povoaram a sua mente, para encontrar as respostas
que a razão não lhe proporcionava. A "ágora" surge com a civilização
grega e é espaço de encontro, discussão e procura daquela essência do ser sem o
que o homem não se tenta conhecer e pouco ou nada se destrinça das outras espécies
animais. Eu sou dos que recusam encontrar na "Teologia" o que a razão
e a compaixão não nos lobrigam percepcionar e/ou sentir. Banida essa
essência ou ignorando-a ou desvalorizando-a, não somos diferentes dos outros
animais. Infelizmente, ao longo da História, o homem se tem perdido de si,
muitas vezes parecendo retroceder, como se o progresso material pouco contasse.
Gengis khan ou Taras Bulba em que diferiam de Putin em mentalidade? Todos eles
não arrasavam povoações, matavam, pilhavam e violavam como Putin? A única
diferença ê que este veste fatos Armani e perfuma-se com Bucheron e os do
antanho com pele cabra ou carneiro. Sim, é preciso reinventar a
"ágora", na impossibilidade de reinventar antropologicamente os que a
frequentam. A "ágora" não precisa ter fronteiras físicas. Terâ de ser
ubíqua, intemporal, sem limites. Basta-lhe um horizonte e uma bússola sempre em
calibração no interior do ser humano. Um
abraço amigo, Sr. Dr. Adriano Lima
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