Sendo outras as motivações, a expressão “em marcha” não
se aplicaria.
A França em marcha
Além da França de Macron, outras duas
Franças estão também “em marcha”. Como e para onde é o que vamos ver daqui por
diante – a começar nas legislativas de Junho.
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador
OBSERVADOR,
30 abr 2022, 00:1817
Muitas vezes olhamos como excepções à
regra manifestações de novos paradigmas, continuando a descrever, a comentar e
a procurar explicar como exóticos fenómenos que vemos multiplicarem-se. Que
estes fenómenos possam constituir o preâmbulo de novas ordens ideológicas ou de
uma nova arrumação das coisas é uma possibilidade que nos desorienta, e que,
por isso, tendemos a desconsiderar.
Ideologias de conveniência
Esta
forma de reacção ao desconhecido e de negação da realidade, à esquerda como à
direita, tende a ser tanto mais radical e irrealista quanto mais os factos vão
baralhando, ultrapassando ou destruindo os quadros mentais, ideológicos e
analíticos estabelecidos.
Assim,
na invasão da Ucrânia pela Rússia, perante o choque entre o nacionalismo securitário russo e o nacionalismo
ucraniano (que, contra
as expectativas de Putin, resiste e faz prova de vida), assistimos aos
esforços dos dois contendores para ocultar o “pecado nacionalista” que os
move, recorrendo a velhos paradigmas – Moscovo anunciando uma “manobra militar
anti-nazi” e Kiev transformando-se em “baluarte da democracia”.
Foi, no entanto, nas eleições
presidenciais francesas que melhor se viu o recurso interessado a retóricas
desfasadas para explicar realidades que claramente as ultrapassam. Aí, a percepção da mudança ou do facto de podermos
estar perante o fim de um mundo e o começo de outro, foi sendo toldada por
retóricas úteis, consoladoras e panfletárias, como as que concentraram o mal absoluto num “perigo” e num inimigo
diabólico, como que externo ao “povo” – “a extrema-direita”, “a direita
radical”, “os fascistas”, “os nazis” –
escamoteando novas realidade e problemas e a drástica dissociação de parte
do povo em relação aos dirigentes e aos partidos sistémicos.
Xeque-mate
Em
França, as análises dominantes tentaram medir com os mesmos instrumentos o
desconcertante facto de a soma dos partidos tradicionais – republicanos
(ex-gaullistas), socialistas, comunistas – não ter chegado, na primeira volta
das presidenciais, aos 10% do voto popular.
Há
vinte anos, a eleição já trouxera um destes choques, quando Jean-Marie Le Pen
ficou à frente do socialista Lionel Jospin e passou à segunda volta contra
Jacques Chirac. Nessa eleição, os mesmos partidos – gaullistas, socialistas e
comunistas – somaram mais de 50% dos votos; e foi em nome de uma “frente
republicana e antifascista” que, na segunda volta, Jacques Chirac, o gaullista
do RPR, conseguiu 82% dos votos contra os 18% de Le Pen.
Agora,
na primeira volta, os partidos
tradicionais da Quinta República, somados,
não chegaram aos 10%. Valérie Pécresse, “republicana”, teve 4,78%; o
comunista Fabien Roussel 2,28%, a socialista Anne Hidalgo 1,75%. A soma
(8,81%) espelha o declínio das forças políticas tradicionais em França, à
direita e à esquerda. Os
“populistas” de direita e de esquerda – Marine Le Pen, Éric Zémmour e Jean-Luc
Mélenchon – somaram mais de 50% dos votos.
No
entanto, perante esta nítida ruptura política, a solução tem sido, não
tentar explicá-la, não reflectir sobre a erosão de um centro que continua a
proclamar-se imaculado, mas soar
alarmes contra a súbita e inexplicável erupção do papão “extremista” e das suas
hostes de “deploráveis”.
Para
o historiador Marc Lazar os três candidatos à presidência francesa ditos
“populistas”, mais do que a personificação do mal, foram expressão da
“desconfiança política” generalizada dos cidadãos franceses em relação aos
partidos ou às forças institucionais; uma desconfiança que já tinha tido outras
expressões, como os Gillets
Jaunes.
É
um descontentamento transversal a direitas e a esquerdas
sistémicas que propõe novos pólos de clivagem, como identidade e
multiculturalismo, nacionalismo e globalismo, tradição e experimentalismo,
“povo comum” e “elites”. Em entrevista
ao Nouvel Observateur, o mesmo Marc Lazar dizia que era de “neopopulismo”
que se tratava e que o fenómeno, cada vez mais disseminado, tinha vindo para
ficar:
“O
neopopulismo actual é um fenómeno duradouro, profundo, mundial, e não uma
erupção de febre passageira, como foram as experiências populistas do passado.
Não tem nada a ver com o poujadismo da Quarta República, o exemplo emblemático
em França de populismo, que só durou alguns anos até de Gaulle voltar ao poder”.
Lazar
encontrava três grandes razões para o crescimento desse
neo-populismo: a “asfixia
das democracias liberais representativas”, que por vezes se manifestava como
“fadiga democrática”; o
desemprego, as desigualdades sociais e a precaridade do mercado de trabalho num
mundo globalizado; e as
“interrogações culturais e identitárias”.
Em
França, defendia ainda Lazar, a diferença entre os “populismos” de direita e de
esquerda estava no conceito de “povo” que, para Le Pen e Zémmour era
“étnico-cultural” e para Mélenchon era “mais plástico e aberto ao
multiculturalismo”
A
fractura
Aparentemente,
a leve hipótese de Marine Le Pen poder
vencer no Domingo, 24 de
Abril, apavorou, não só as esquerdas, mas muitos e variados porta-vozes da
boa-consciência francesa e europeia, que se juntaram para esconjurar o “perigo
extremista”, o novo Hitler de saias, a amiga dilecta de Putin, pronta a retirar
a França da União Europeia e da NATO.
Mélenchon, que não
ficara longe de Le Pen na
primeira volta e que tem agora assegurada a liderança do que resta da esquerda
em França, dera como indicação de voto não votar em Le Pen (“Il ne faut pas
donner une seule voix à Mme Le Pen”), mas sem recomendar o voto em Macron, ao
contrário do que fizeram muitos republicanos, de Pécresse a Sarkozy e Villepin.
Mas haveria donos dos votos? E estariam
as coisas como sempre tinham estado?
A
partir de posições ideológicas, votações ou análises de sociologia eleitoral,
podem tomar-se teoricamente dois caminhos: ou dizer que
a direita soberanista, popular (ou populista), apostando no factor identitário
e na preferência nacional e opondo-se ao globalismo, saiu do seu lugar na
dicotomia tradicional da Guerra Fria para se bater contra o Centro e a Esquerda; ou defender que as categorias tradicionais estão
ultrapassadas, que os conflitos reais são agora entre identitários (ou
nacionalistas) e multiculturalistas (ou globalistas) e que daqui derivará uma
total recomposição de tudo – de
valores, de ideias, de fidelidades, de alinhamentos políticos e sociais.
A escolha é mais de forma
do que de conteúdo, já que a realidade é a mesma: na versão antiga, a direita nacionalista, ou, em
linguagem jornalística, “a extrema-direita”, multiplicou-se quase por 10, dos
princípios da Quinta República até às eleições de Domingo passado, à custa da
extrema-esquerda (os comunistas encolheram 10 vezes), do centro-direita e da
direita gaullista; na segunda
versão, as ideologias
ou os cânones de interpretação das ideias-valor mudaram e o realinhamento deve
agora fazer-se por novas coordenadas.
Seja
qual for a interpretação, é inegável a mudança da opinião francesa nos
últimos vinte anos: os eleitores
da direita nacionalista passaram, em percentagem, de cerca de 18% para mais de
41%, ou seja, de pouco mais de cinco milhões para mais de 13 milhões de votos. Isto apesar da avalanche de propaganda que
sistematicamente distorceu e diabolizou as suas lideranças e projectos.
A “frente republicana antifascista” de Chirac que, em 2002, reuniu mais de 25 milhões de eleitores e
82% do voto na segunda volta, encolheu significativamente para 19 milhões e
58%, como que indiferente à mobilização das chefias, da opinião dominante e dos
grandes media para que se fizesse barreira à candidata do Rassemblement
National. Estarão agora os eleitores menos temerosos e menos
permeáveis à influência dos media?
Le
Pen – e o “fascismo” – sofreram “uma grande derrota”, dizem alguns comentadores, recuperados do susto;
mas o facto é que Le Pen teve a maior votação da história das direitas
francesas e que a candidata da “extrema-direita” chegou a ameaçar um candidato
que, em França, é do “centrão” e que em Portugal seria do centro-direita (ou
daquele centro direita indiferenciado, liberal em Economia, indiferente ao
resto e permeável à pressão das “novas agendas” e dos “novos direitos Humanos”,
como o aborto, que Macron quer urgentemente elevar a direito fundamental
europeu).
Os resultados
Comparando
os resultados das eleições de Domingo, 24, com os das eleições de 2017, Marine Le Pen ganhou 8 pontos percentuais e três
milhões de votos, em cinco anos.
Nesse mesmo tempo, Macron perdeu
8 pontos percentuais e dois milhões de votos. A
diferença entre os dois, que em 2017 fora de dez milhões de votos, passou agora
para cinco milhões e meio.
Enquanto
a votação em Marine Le Pen é maioritariamente uma votação afirmativa, por escolha
da candidata e das suas ideias (excluindo a percentagem de eleitores de
esquerda, de Mélenchon e de Yannick Jadot, que votaram, não por ela, mas contra
Macron), metade da votação em Macron não é por ele mas contra
Le Pen – e dos
eleitores de Mélenchon, 17% contrariaram o líder e votaram mesmo em Le Pen.
Por
idades, os mais novos
(com menos de 24 anos) e os mais velhos (com mais de 60) votaram
maioritariamente Macron; os de
meia-idade (entre os 25 e os 60) votaram quase em igualdade pelos dois
candidatos.
Sociologicamente, por classes e
profissões, os
quadros e os reformados votaram maioritariamente Macron;
e os empregados por conta de outrem e os operários votaram Le Pen.
Na
noite das eleições, Marine Le Pen, com os seus mais de 13 milhões de votos,
apressou-se a dizer que o seu resultado e o das ideias que defendia
representava, em si e por si, uma “vitória retumbante.” E, logo a seguir, fez a
ligação à “terceira volta” das eleições, as legislativas, marcadas para 12 e 19
de Junho.
As
legislativas fazem-se em duas voltas e,
para passar à segunda, é preciso que o candidato tenha pelo menos 12,5% dos
eleitores inscritos, o que, se a abstenção for alta, se torna difícil para os
pequenos e médios partidos. Ou seja, no espírito das instituições da Quinta
República, a legislação
favorece os partidos maioritários – neste caso o Rassemblement National de Le
Pen, a France en Marche de Macron e o La France Insoumise de Mélenchon.
No
entanto, os candidatos dos partidos mais pequenos da mesma área política podem
levantar obstáculos, já que vão roubar votos aos maiores, que poderão ficar
desqualificados para a segunda volta.
A França está dividida em três espaços
ideológicos: a “Macronia” ou Centrão, que
vai do centro-centro ao centro-direita, podendo apanhar os Republicanos, em
crise depois do fraquíssimo resultado de Valérie Pécresse; uma esquerda e extrema-esquerda a reconstituir-se à
volta da France Insoumise de Mélenchon; e uma
direita nacionalista ou soberanista, com o Rassemblement National de Le Pen e a
Reconquête de Zémmour.
À
esquerda, Mélenchon comanda as negociações, com comunistas e socialistas
pulverizados; aparentemente o líder da France Insoumisse quer, não só negociar
candidaturas, mas estabelecer um programa comum.
Os
Republicanos estão divididos quanto à aliança com Macron mas, na reunião de 26
de Abril, Christian Jacob, presidente do Partido, não se mostrou disponível
para apresentar listas conjuntas com a França em Marcha. Sarkozy, que
defende essa aliança, está sob censura dos seus correligionários e outros
republicanos conservadores poderão inclinar-se para um “bloco nacional” à
direita. Mas, também aqui, as
coisas não estão fáceis para Le Pen e Zémmour: depois de ter comentado que era “a oitava vez que o
nome Le Pen era atingido pela derrota”, Zémmour estendeu a mão a um “bloco
nacional”, mas a líder do Rassemblement, embora se tenha mostrado aberta a
negociações, não recuou na sua intenção de apresentar deputados nos 577
círculos eleitorais.
Este
Bloco Nacional, englobando o
Rassemblement, a Reconquête e os eleitores de Dupont-Aignan, pode ter mais de 30% dos votos em 342 circunscrições,
mais de 40% em 128 e mais de 50% em 5, e assim transformar-se numa grande força
de oposição. Mas tudo vai depender das negociações e da difícil subordinação
dos egos dos líderes ao interesse comum.
Mais
importante é que situação política em França – e a França costuma ser precursora na inovação
político-ideológica – reflecte
e determina uma mudança do paradigma na divisão do conflito, na definição Amigo-Inimigo. Divisão que, com a desindustrialização, a inflacção, e a
própria identidade da França em risco a médio-prazo, parece centrar-se na
confrontação dos soberanistas de todas as origens – direita, centro, esquerdos
– e os globalistas, também de todas as orientações; entre a afirmação da
independência nacional e da fronteira e a entrega às oligarquias europeístas,
bem representadas por Macron – que, quando da celebração da vitória no Champs
de Mars, fez soar o hino europeu antes da Marselhesa.
A
França, e não só a de Macron, está definitivamente em marcha.
PRESIDENCIAIS
EM FRANÇA FRANÇA EUROPA MUNDO
COMENTÁRIOS:
Álvaro Aragão
Athayde:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra
mudança faz de mor espanto,
Que não
se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
OUTRA MUDANÇA FAZ DE MOR ESPANTO, / QUE NÃO SE MUDA JÁ
COMO SOÍA. A "esquerda" e a "direita" remontam a 1789, a uma França que era
soberana. Repito e destaco, a uma França que era soberana,
coisa que a actual França não é. É simples, mas extremamente pouco
politicamente correcto. josé
maria: Os votantes
antifascistas de Melenchon deram a estocada democrática final na Marine. Foi
bonito de se ver.
Gil Lourenço: Muito boa análise! Ahmed Gany: Não fosse a invasão da Ucrânia
(e a foto incómoda tirada com Putin), Marine Le Pen teria ganho, tal como
Fernando Medina, se não fosse o russiagate. Os eleitores menos convictos são
sensíveis aos media ( e aos escândalos).
d0c0ntra ovigia: Aguardamos que chegue o Grande Monarca, mas antes isto ainda tem de
estoirar. Liberales
Semper Erexitque: Este ainda está a digerir mais uma derrota da
cripto-fascista, que na própria noite eleitoral já prometia a revanche, em vez de saudar
democraticamente o eleito. É infelizmente nesta porkaria de gente que muitos
votam nos dias que correm. Tone
da Eira: JNP anda às
voltinhas filosófico / sociológicas mas não diz claramente que um grande /
enorme factor de clivagem em França é a atitude perante o islão ou islamismo
(mais de 10
milhões de pessoas em França), as suas crescentes manifestações e implicações económicas, sociais,
securitárias e políticas e a perante a emigração descontrolada. Ora
"comentadores" anteriores aqui já apontaram isso e esse é o maior
tema de discussão em França pelo que presumo que JNP não se sente à vontade
para falar dele directamente. A esmagadora maioria dos muçulmanos na primeira
volta votou em Melanchon (um "islamo - gauchiste") e na segunda ou em
Macron ou absteve-se. Quem é contra a crescente islamização e terceiro-mundização da França votou
em Le Pen. Quanto ao resto dos temas da campanha eu tive o cuidado de ver o debate
televisivo final e compreendi aí bem o que quer dizer "populista".
Marine Le Pen pôde prometer tudo e alguma
coisa a nível de salários e de reformas porque como sabe que não vai ganhar não
receia que essas promessas lhe venham a ser "cobradas". Presumo que
Melanchon tenha feito o mesmo tipo de campanha de "tudo agora e já",
com a diferença de, apesar de ser "contra-natura" para um
"libertário" ele não antagonizar o grupo de eleitores muçulmanos
(e destes em princípio serem ideologicamente mais de direita do que de esquerda
pelo que em termos de futuro essa aliança não ser muito estável). Macron é um candidato do
sistema que não fará muitas ondas, nem para um lado nem para o outro. Quanto ao que vai acontecer
daqui a 4 anos, é difícil prever, parece-me que Marine Le Pen não é uma
candidata suficientemente forte ou bem preparada para merecer a confiança dos
franceses, mesmo que as suas ideias mais fortes passem a ser maioritárias. JNP deveria também
referir que Marine Le Pen fez uma mudança radical num dos pilares da sua antiga
política tendo deixado de ser contra o EURO. Quanto à União Europeia, basicamente continua a ser
contra mas como isso antagonizava boa parte do eleitorado agora diz ser pela
Europa Das Nações. Marine Le Pen foi também muito prejudicada pelo facto
de o seu amigo Putin ter decidido invadir a Ucrânia, o que podia ter sido um
trunfo eleitoral (o exemplo dum estadista determinado e anti-woke) passou a ser
um peso muito negativo em parte significativa do eleitorado. Mas os
"empréstimos" pagam-se.
Madalena Magalhaes Colaco: É só no final que o JNP deixa
cair populista para substituir por soberanistas vs globalistas. Mais
de 50% dos franceses, como refere, não querem Macron, porque não querem um país
governado pela constituição europeia que eles recusaram no referendo de 2005.
O que a maioria dos franceses quer, não é uma Ursula, que enquanto presidente
da comissão europeia, põe e dispõe como bem quer e lhe apetece sem que tenha
legitimidade de voto para isso. Ao proibir a Europa de ler e ouvir a imprensa
russa está a utilizar um poder que não lhe foi conferido. O que os franceses
querem é que a sua constituição prevaleça à constituição europeia, para poderem
decidir, por exemplo, a quota de imigrantes não-europeus e não estarem sujeitos
ao que impõe o tribunal europeu. Em suma, o que os franceses querem é
soberania para poderem decidir sobre questões que para eles são relevantes. Aqui,
Costa diz que a Europa não lhe permite baixar o IVA da electricidade e nada se
passa...os franceses ao contrário já estão fartíssimos o que não significa que
sejam extremistas Jose Lima: A grande clivagem parece
passar a ser a que opõe a A CONTRA REVOLUÇÃO ANTI GLOBALISTA, à antiga
REVOLUÇÃO anti civilização cristã, que começou por ser liberal, depois
socialista e hoje é globalista /totalitária. Joaquim Almeida > Jose Lima: E não faltam
progressistas-reaccionários a serem bem entretidos ou distraídos pelo
totalitarismo globalista. advoga diabo: As tendências cíclicas
consubstanciadas na movimentação das massas para um lado, ou outro, bem como
dos habituais "centrões", do espectro político/ideológico, costuma
ter o seu primeiro eco no centro da Europa, nomeadamente em França. Depois
de Macron ter secado tudo em volta, a roda volta a girar e os extremos encher. Desgraçadamente,
extremos são sempre extremos, nada de bom virá aí. Mais tarde ou mais cedo! jose Afonso: A frança dentro de 5 anos vai
ser da Le pen. A le pen mais nova, a sobrinha ou a le pen mais velha. E depois
vão ficar lá as duas 20 anos. A frança vai mudar, a europa vai mudar. Os
partidos nacionais, patrióticos vão ser maioria em todos os países. A europa
tem que ser uma europa das nações e uma europa dos povos europeus. Este sistema
está a implodir, é um sistema anti povo europeu. Financia-se o aborto das
europeias. Subsidia-se os filhos das imigrantes. Vejam a suécia, aqui
não chegam as notícias, uma sociedade que era equilibrada e próspera está
transformada num barril de pólvora. Que vai rebentar. Antonio Marques Mendes: A França não é percursora de
nada, limita-se a ser a primeira a importar o que se passa nos Estados
Unidos. O aparecimento de Trump e Sanders são a verdadeira causa deste
fenómeno de radicalização anti-civilização que surge quando o sistema político
fica anquilosado. Que alguns queiram viver à custa da dicotomia educados/não
educados, nacionalistas/globalistas ou proletariado/capitalistas é um fenómeno
recorrente que tem de ser combatido pelo renascimento da uma democracia mais
representativa que não se confunda com proporcionalidade. Américo Silva: Como na história antiga os
aspetos biológicos têm sido desprezados, assim o voto islâmico em França passou
a representar cerca de metade da diferença de 5,5 milhões de votos entre Macron
e Le Pen. Mantendo a tendência crescente, nenhum presidente poderá ser
eleito contra o voto muçulmano, e os franceses multiculturalistas, abortistas,
laicos, trotskistas e wokes, podem limpar as mãos à parede. Gabriela Andrade
> Américo Silva: E qual foi o sentido do voto
islâmico? Em termos de costumes deveria ter sido Le Pen, mas em termos de
imigração, Macron. Américo
Silva > Gabriela Andrade: Boa tarde. Tenho muito gosto em
responder sempre que sei. O voto islâmico funciona como uma forma de
condicionamento eleitoral, todos num candidato que só será reeleito se pagar a
conta. Estudos de campo dão conta que mais de 70% seguem esta orientação, e
votaram Melanchon na primeira volta, e Macron na segunda. Gabriela Andrade > Américo Silva: Obrigada. Assim sendo, será
necessária uma expressiva maioria de franceses para alterar o status quo relativamente
à imigração. Veremos se e quando tal será possível. Elvis Wayne
> Américo Silva: Os islâmicos vão ser a maioria em França antes do fim
deste século. A Ibéria que se cuide, pois se nós próprios não virarmos um
califado, vamos ter que militarizar os Pirenéus. bento guerra:
Com os dois
partidos históricos, à direita e à esquerda, destroçados, vai continuar a
versão "macronista" como grande centrão e a disputa dos insatisfeitos
entre a conversa de banha da cobra do Mélanchon e a visão direitista clássica, A
mudança virá, por parte dos acontecimentos internacionais e "la rue"
mais ou menos exaltada Paulo
Silva: A França em
marcha para a VI República. Que só não aconteceu antes porque o
anti-americanismo do idiossincrático De Gaulle lhe granjeou a protecção de
Moscovo. Não fora isso e o desfecho do Maio de 68 teria sido outro, até à
sétima marcha…
Nenhum comentário:
Postar um comentário