“… Voi
che siete ancora qui”. Com covids, guerras assustadoras, varíola nos
macacos, transmissível, certamente, aos humanos, e a fome no mundo – que sempre
houve, mas que se desejou inutilmente travar - e a doença – de même, e o clima, a acrescentar ao tal
torpedear impune dos monstros humanos, que a evolução fez requintar,
torpedeando ele próprio, clima malbaratado e poderosamente vingativo, o triste planeta.
Uma razia, um apagamento. Para quando? E os meninos de hoje, qual o seu futuro?
Massas de gelo dos Andes tropicais encolheram 42% em
30 anos
ONG brasileira revela que o recuo
registado nas últimas três décadas equivale a quase metade da extensão das
massas de gelo tropicais andinas registada em 1990.
OBSERVADOR, 20 mai
2022, 09:55
▲A ONG
refere que um dos factores responsáveis pela perda de massa pode ser o aumento
das queimadas florestais na Amazónia
CONSERVACIÓN
INTERNACIONAL / HANDOUT/EPA
As massas de gelo dos Andes tropicais
encolheram 42% entre 1990 e 2020, passando
de um máximo de 2.429,38 quilómetros quadrados (km2) para apenas 1.409,11 km2,
refere um artigo científico divulgado esta sexta-feira pela organização
não-governamental (ONG) brasileira Mapbiomas.
Os
Andes tropicais incluem
quase todas as zonas montanhosas da Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, bem como
partes menores na Venezuela, Chile e Argentina, acima dos 600 metros e 800 metros de altitude.
O
texto, publicado na revista Remote Sensing por especialistas da iniciativa
MapBiomas Amazónia em colaboração com a Universidade Nacional Agrária La
Molina, o Instituto de Pesquisas em Glaciares e Ecossistemas de Montanha, ambos do Peru, e o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, do Brasil, destacou
ainda que o “recuo
registado nas últimas três décadas equivale a quase metade da extensão das
geleiras [massas de gelo] tropicais andinas registada em 1990″.
Num
comunicado, a ONG menciona que “esse
crescimento sem precedentes da perda de geleiras, tanto em extensão quanto em
volume, pode ser atribuído às mudanças climáticas e a factores não
climáticos como o aumento das queimadas florestais nos últimos anos na Amazónia,
que geram carbono negro que pode acelerar o recuo” das massas de gelo.
“A queima das florestas gera carbono
negro, que acelera o recuo das geleiras quando entra em contacto com a sua
superfície”, explicou
Efrain Turpo, que liderou o estudo.
A ONG acrescentou que a perda de
massas de gelo afeta a integridade dos ecossistemas nesta região da América do
Sul que dependem do ciclo da água,
agricultura, abastecimento de água potável, geração de eletricidade, turismo,
entre outros.
Já
Maria Olga Borja, coautora do artigo, reforçou a importância de reduzir as emissões que se originam na
destruição de florestas para dar lugar a outros usos da terra, como agricultura
e pecuária.
As massas de gelo tropicais andinas
estão localizadas entre o trópico de Câncer e o trópico de Capricórnio dentro
da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Os
cientistas envolvidos na investigação científica acreditam que o ritmo de
mudança nas massas de gelo tem sido rápido, com uma perda média anual de 28,42 km2.
“As
[áreas] mais afectadas foram as geleiras que estão a menos de 5.000 metros
acima do nível do mar, que em 30 anos perderam quase 80,25% de sua área. A
aceleração foi mais significativa a partir de 1995, quando a perda da bacia
Amazónica supera a de outras bacias. Em 2020 elas possuíam uma área aproximada
de 869,59 km2”, disse o Mapbiomas.
As
massas de gelo tropicais andinas estão presentes, com extensões muito variadas,
em todos os países andinos da América do Sul.
Aqueles
com as maiores áreas são Peru (72,76%),
Bolívia (20,35%) e Equador (3,89%).
O Mapbiomas informou que o recuo das
massas de gelo em 2020 face a 1990 foi de 41,19% no Peru, de 42,61% na Bolívia
e de 36,37% no Equador.
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