Acção sanitária portuguesa

 

Por esse mundo fora. Só o Dr Salles para nos presentear com tal pesquisa. Por mim, fico grata, por saber disso. E no Brasil também, embora mais recente, lembrado por Carlos Traguelho.

Só conheci o Hospital Miguel Bombarda, claro que mais recente, em Lourenço Marques, onde me nasceram três filhos, tendo eu nascido na Missão Suíça. Procurei dados sobre esse Hospital, a propósito deste tema, mas não consegui transpô-los directamente da Internet. Nunca soube onde ficava a Missão Suíça.

Transcrevo dados de João Sousa que colhi na Internet, inspirada no tema que o Dr. Salles trouxe à baila, como lembrança de um espaço que conheci de menina e moça:

Historial:

1876: Autorização governamental para a sua construção.

1877: Início das obras. Designado inicialmente de Rainha D. Amélia.

!910: Mudança de nome para Miguel Bombarda – (médico psiquiatra de prestígio, republicano, assassinado nessa data).

Efeméride: 18 de Janeiro de 1975 – Uma data histórica: Fusão do Hospital MB com o Hospital da Universidade de Lourenço Marques. Hoje: Hospital Central do Maputo.

 

O TEXTO DO DR. SALLES:

HOSPITAIS PORTUGUESES NA ROTA DA ÍNDIA

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 17.05.22

 

Tavira – 1430 (já existia neste ano mas não se sabe quando foi inaugurado; actualmente, pertence à Santa Casa da Misericórdia de Tavira)

 

Safim (Marrocos) – 1486

Tânger – 1516

 

Arzila – 1516

 

Santa Cruz do Cabo de Gué (Agadir, na actualidade) – 1505

 

Ilha de Santiago (Cabo Verde) – 1497

 

Jorge da Mina (actual Gana) – 1498

 

São Tomé – 1504

 

Bahia – 1510 (cerca de)

Sofala (Moçambique) – 1505

Ilha de Moçambique – 1507

Quilôa (actual Tanzânia) – 1505

Melinde (Zanzibar) – 1511

Cochim (Índia – actual Estado de Kerala) – 1505

Cananor (Índia – actual Estado de Kerala) – 1506

Goa (Índia – actual Estado de Goa) – 1512

Baçaim (Índia – actual Estado de Maharastra) – 1512

Tags: história

 

COMENTÁRIO

Anónimo 17.05.2022 10:53: Muito interessante, Henrique, desconhecia de todo. Permite-me que acrescente algo, embora reportado a outra rota e a séculos posteriores, concretamente ao século XIX e aos princípios do século XX, coincidente com o boom da emigração portuguesa para Terras de Vera Cruz. Quando vivia em S. Paulo, no final do século passado, princípio deste, enchi-me de orgulho quando constatei a existência de uma “malha” extensa de hospitais e casas de saúde fundada por imigrantes portugueses, as chamadas Beneficências Portuguesas, algumas das quais ainda ostentando a designação “Real”. Encontramo-las na cidade de S. Paulo, e em outras cidades desse Estado, assim com em cidades de outros Estados, tais como: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Tive o gosto de o Banco brasileiro, que então liderava, estabelecer relação privilegiada com diversos desses estabelecimentos hospitalares. Foi um esforço louvável e solidário por parte dos portugueses imigrantes ao fundar esses hospitais, hoje, em geral, centenários, vários dos quais são, ou eram, referências. Havia, no Brasil, uma postura de as comunidades imigrantes constituírem alguma rede hospitalar. Por exemplo, na cidade de S. Paulo, a comunidade judaica fundou, o que no meu tempo era o melhor hospital, Albert Einstein, e a comunidade Sírio-Libanesa igualmente tinha o seu bom Hospital, mas o “nosso”, a Beneficência Portuguesa de S. Paulo, também se destacava pela positiva. Abraço amigo. Carlos Traguelho