“Já
chegou o comboio já chegou e apitou tro fá fá…” Havia uma
lenga-lenga assim, nos livros escolares da minha infância. A onomatopeia,
contudo, continua, mesmo que parem os comboios por cá, que a movimentação a
electricidade, aliás, alterou para seco e duro deslizar. Também a lenga-lenga é
outra, de acusação contínua, que o “coro dos velhos”, como na tragédia grega, acompanha.
Mas os expositores do problema são bons: Alexandre Homem Cristo com a
exemplificação dos dados. Joaquim Rodrigues, com o comentário de desmontagem. O coro dos
velhos, no qual me incluo, acompanha, com o pessimismo próprio das tragédias.
E afinal, todos o amamos, este país que
não tem culpa, e ainda que os achemos aparolados, embarcamos com lágrimas no
descritivo bem cediço de Tomás Ribeiro, velho comboio a chiar:
«Meu
Portugal, meu berço de inocente; lisa estrada
que andei débil infante; variado jardim
do adolescente, meu laranjal em flor
sempre odorante, minha tarde de amor,
meu dia ardente, minha noite de estrelas
rutilante, meu vergado pomar dum rico outono.
Sê meu berço final no último sono!...»
Portugal cansa
O país está
sempre a descobrir os mesmos problemas, a iniciar os mesmos debates, a chegar
às mesmas conclusões a bloquear nos mesmos obstáculos. E acredita que, desta vez, é que vai ser.
Mas nunca é.
ALEXANDRE HOMEM
CRISTO
19 mai 2022
1Lembra-se do TGV? O ministro Pedro Nuno Santos informou há dias
que o concurso para a linha Lisboa/Porto deve avançar em 2023 e com os
primeiros troços a ficarem concluídos até 2028. A linha Porto/Vigo não tem
calendário anunciado, mas é inviável sequer imaginar que esteja operacional
antes de 2030. O projecto do TGV começou durante o segundo governo de António
Guterres (1999-2002) e, em 2003, no governo Durão Barroso, Portugal e Espanha
acordaram a criação de quatro linhas — Lisboa/Madrid, Porto/Vigo, Lisboa/Porto,
Porto/Salamanca (via Aveiro). Entre trapalhadas e indecisões, em 2010, o
governo de Sócrates assinou o contrato para o primeiro troço da linha
Lisboa/Madrid, mas este viria a ser anulado pelo Tribunal de Contas, em 2012, que recusou o visto. Nesse
período, outros concursos foram anulados e o projecto caiu por terra já sob o
governo Passos Coelho, em plena crise financeira.
Feitas
as contas, para além do tempo desperdiçado em discussões, reuniões e projectos,
o TGV custou pelo menos 150 milhões de euros sem sequer sair do papel — isto sem contabilizar as indemnizações de centenas
de milhões que as empresas reclamaram. Pelo meio, houve corrupção ao mais alto nível: José Sócrates
foi acusado na
Operação Marquês de favorecer o Grupo Lena num concurso de TGV, facultando
dados confidenciais à empresa e recebendo quase 6 milhões de euros em troca. Tudo somado, entre embrulhadas políticas e erros de
gestão, serão 30 anos de avanços e recuos para cumprir apenas parte
do projecto inicial do TGV — e muito dinheiro desperdiçado em estudos e em
indecisões.
2Lembra-se do novo aeroporto de Lisboa? O mesmo
ministro Pedro Nuno Santos informou que
espera ter em 2023 a Avaliação Ambiental Estratégica para o
novo aeroporto de Lisboa. Após anos, a
discutir cenários e localizações para o novo aeroporto, estão três hipóteses na
mesa: Portela
(principal) + Montijo (complementar); Montijo (principal) + Portela
(complementar); Alcochete. A opção Portela+1 já
chegou a ser tratada como definitiva, mas deixou de o
ser. Em 2016, o governo tinha um acordo para um novo aeroporto no
Montijo, com inauguração prevista para 2024 — mas, entretanto, caiu por terra.
Em 2019, o governo tinha um acordo para a expansão do aeroporto da Portela —
mas ficou tudo suspenso. Perante a situação actual, é improvável que haja
uma nova infraestrutura aeroportuária antes de 2035 ou 2040. E quando
é que isto começou? O assunto é mais velho do que a democracia portuguesa: desde 1969 que se discute uma nova localização para
o aeroporto de Lisboa e se avaliam opções. A questão atravessou todos os
governos, sem que se tenha atingido um consenso, mais de 50 anos depois.
3Lembra-se da regionalização? No
início de 2022, o Presidente da República elegeu
a regionalização como tema a discutir com
“premência”, pois é um “tema central” nas sociedades europeias há várias
décadas. Em Portugal, realmente acumulam-se décadas de discussão, que começou
no Estado Novo e se prolongou na transição para a democracia. Discussão que
culminou num referendo
popular, em 1998, que rejeitou a regionalização — mas que não
demoveu os seus principais promotores. Em 2016,
Rui Rio defendeu explicitamente a regionalização como forma de dar um novo impulso a Portugal. Em 2019,
o primeiro-ministro assumiu a ambição, afirmando que o PS sempre foi a favor da regionalização.
Entretanto, uma Comissão “Independente” para
a Descentralização, liderada pelo socialista
João Cravinho (fervoroso defensor da regionalização), entregou um relatório a
propor um modelo de regionalização — e de acordo com declarações do mesmo João
Cravinho em 2020, sem regionalização Portugal tornar-se-á uma província de
Espanha. Entretanto, implementa-se agora uma descentralização, que muitos projectam como a antecâmara para a
regionalização, enquanto lamentam o requisito constitucional de convocar um
referendo (que ainda não sabem como contornar). Com 50 anos de debates e 25
anos passados desde o referendo, o único consenso é continuar… a debater.
4Lembra-se da redução das propinas do
ensino superior? Há uma
semana, o PS propôs o
congelamento das propinas
até 2023/2024. Por coincidência, no mesmo dia saiu um artigo de opinião de Miguel Herdade
sobre as propinas, que sublinhava aquilo que as evidências dizem há anos: as
propinas baixas são uma forma de os mais pobres subsidiarem (por via de
impostos) a educação dos mais ricos. Todos os anos, o tema das propinas no
ensino superior reaparece no debate — seja por via do activismo estudantil
ou pelas discussões do financiamento das instituições de ensino superior.
Aliás, desde a sua introdução na década de 1990, as propinas têm sido o alvo preferido dos movimentos estudantis, com destaque
para a manifestação de 24 de Novembro de 1994, marcada
pela intervenção da polícia e acusações de violência. Após trinta anos de
debates e lutas académicas, os governos de António Costa baixaram os valores
das propinas até ao montante de 697 euros (em 2015, o valor máximo era 1063
euros) e o PS fez disso uma bandeira política. É realmente extraordinário:
apesar de todos estes anos terem passado, com longos debates e exposições de
argumentos, o país continua alheio às evidências e entregue à
reivindicação ideológica, incapaz de perceber que a luta anti-propinas
serve, na verdade, os interesses de quem pode pagar as propinas — e que não
resolve os problemas de acesso ao ensino superior de quem provém de contextos
sociais desfavorecidos.
5Estes
acima são exemplos muito recentes de discussões com que, na monotonia dos seus
avanços e recuos, Portugal se ocupa há décadas, sem qualquer proveito. Poderia
ir resgatar outros também da ordem do dia, como a falta de professores (que é
há anos evidente mas que o país parece ter descoberto ontem), a natalidade
(desafio em relação ao qual se convocam tertúlias e pouco mais) ou como a
reforma do sistema eleitoral (discutido há décadas e agora novamente nas
prioridades políticas). Ou, ainda, poderia ilustrar com exemplos de como o
país consegue ser surpreendido pela mesma informação vezes sem conta: veja-se
como, na semana passada, o país ficou em choque com a informação de
que a escolaridade dos pais é um previsor do sucesso escolar dos
filhos e reiniciou um
debate sobre a situação — quando esse é um facto
consolidado pela investigação há dezenas de anos.
6Há
uma canção dos Queen,“I want to break free”
(1984), na qual Freddie Mercury canta com ironia que se tinha acabado de
apaixonar pela primeira vez e que, desta vez, sabia que era mesmo a sério.
Portugal funciona mais ou menos da mesma forma, mas sem o entusiasmo juvenil: está
sempre a descobrir os mesmos problemas, a iniciar os mesmos debates, a chegar
às mesmas conclusões e a bloquear nas mesmas inconsequências. E, a cada
recomeço, acredita mesmo que desta vez é que vai ser. Mas nunca é. Até ao dia
em que, inevitavelmente, e como na canção, Portugal terá de se libertar de quem
o está a amarrar.
DEBATE SOCIEDADE ESTADO DA
NAÇÃO POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
JOSE BARREIROS
Reafirmar que o sentido de Estado se perdeu, tendo
sido substituído pelo "sentido de se servirem", é, cada vez mais uma
perca de tempo. Portugal está cada vez mais atrasado, a informação cada vez
mais manipulada, a Justiça cada vez mais ausente, os jovens sem futuro
obrigados a emigrar. A cultura da incompetência, sobretudo da passividade ao
aceitar que 50% dos eleitores (os que ainda votam) legitimam uma suposta elite
que se serve dos dinheiros públicos , de uma forma mesmo criminosa, tem que
acabar. Temos que ser exigentes; se somos "bons lá fora", aqui,
também temos que o ser. Nuno
Torres: O
complicómetro, a confusão, a indecisão, etc beneficia alguns. Anabela Almeida: Cansa mesmo! Alberto Carvalho: Como é que há-de mudar, seja o que for, se
desde o 25 de Abril, só temos socialismo? É virar o disco e toca o mesmo!
Quando o povo perceber que o socialismo é uma chaga, quem sabe no dia em que o
estado ficar sem dinheiro para pagar a funcionários públicos, isto parte de
vez. Já estivemos perto de isso acontecer. Portugal desde o 25 de Abril, faliu
três vezes, haverá uma quarta, isso é tão certinho como o sol se pôr todos os
dias, mas ninguém sabe quando isso acontecerá. Portugal só muda quando é
forçado de fora, quando deixar de haver dinheiro. Portugal é incapaz de mudar
por si mesmo. Alberto
Gonçalves: Desejo ao dr. Costa o maior sucesso para a sua
governação que terminará em Outubro 2026, tornando-se assim no PM de Portugal
desde que há democracia que os portugueses MAIS anos quiseram ter ao leme do
governo do país: onze anos consecutivos. O Professor Doutor Cavaco Silva foi
corrido pelos portugueses ao fim de dez anos e o sr. Passos Coelho só esteve
quatro anos no pote. Ago
Amaral > Alberto Gonçalves: E não se esqueça daquele que vai ser a
maior conquista do dr. Costa ao final de 11 anos: Portugal o país mais pobre da
Europa. MANUEL
OLIVEIRA: Em
complemento deste artg de AHC, pode ler-se ao lado - dados Of do CFP - que em
2021 só 90 % do previsto no PRR foi cumprido. Desde 2016 que é assim
relativamente ao investimento público orçamentado e realizado. Por isso é que o
PAIS está como está, no lugar onde está e dependente de bazucas e outras coisas
assim. Comparar este período com 1985/1995 é miopia politica e défice
intelectual. Claro que o período de governação de PPC foi um desastre total,
com 75 mil milhões e uma falência total do Estado e sob vigilância externa,
CLARO E ÓBVIO que qualquer tipo de comparação com os governos de Costa é PURA
ESTUPIDEZ...valha-nos Deus... Peço desculpa sao 80 % e nao 90. De qualquer
maneira, esta minha opinião esteve "presa" durante 20 mints porquê ??
A minha colaboração neste espaço chegou ao fim. Boa saúde para todos, foi um
prazer. sergio
brito: A única
solução é Portugal livrar-se do comunismo de uma vez por todas! São esses
parasitas que estão a atrasar o nosso país desde os anos 60, com isto tudo já
levamos 60 anos de atraso em relação aos países desenvolvidos. José Manuel Ferraz: Retrato perfeito do socialismo e da
completa aversão a reformas. Retrato também de um povo acomodado a viver na
mediocridade e na indigência e que não aspira a mais. Tem por isso o governo e
o PM que merece ... Luis
Figueiredo: É mesmo isso que se passa. E por vezes, lá
se anuncia mais um grupo de trabalho e/ou uma comissão para "estudar"
pela enésima vez o mesmo assunto...
JP Jp: Tem toda a razão! Quando o representante máximo do governo
se porta como um pedinte perante o estrangeiro, como pode o país ser levado a
sério lá fora? Os mais ricos vivem de mão estendida à espera dos cheques e
subsídios dos sucessivos governos enquanto os trabalhadores são esmifrados por chefias
que parecem galinhas sem cabeça, recebendo ordenados típicos do nosso 3.º
mundo... Não fosse haver uma ou outra bandeirinha azul com estrelinhas, por
aqui e por ali, e diria que desde que entrámos na EEC/UE, logo houve o
Portuguexit para todo o nosso povo que foi excluído dos fundos, das decisões e
se sente cada vez mais longe de Lisboa (uma bela cidade-capital europeia a
sério) e ainda mais de Bruxelas, ou lá o que é... Como se fossemos
ultraperiféricos... Não eram os romanos que diziam que não nos governávamos nem
nos deixávamos governar? Já na altura as nossas chefias eram apenas pedintes!!! Antonio Bentes: Tem toda a razão. Mas somos assim há séculos não é de agora.
Somos e vamos continuar a ser um país sem alma, sem vontade de mudança, sem
vontade de querer mais e melhor. Os nossos políticos nada mais são o reflexo do
nosso povo. E a nossa maneira de ser resume-se a uma célebre frase
do nosso PM: Já posso ir descontar o cheque? resume o que somos co mo
povo...Infelizmente. josé
maria: Com
licença: Portugal lidera o crescimento na UE com subida de 5,8%
do PIB Público,16/5/2022. Contra factos não há argumentos, nem direitistas que
resistam. Paulo
Machado > josé maria: Bem pode mostrar isso como resultado, mas
infelizmente não é disso que se trata, É apenas uma previsão. Aponte lá essa previsão
e depois falamos daqui a um ano
josé mariaPaulo Machado: Cuidado com a azia... 1º lugar nas previsões de crescimento, em
2022, entre 27 países, não é para todos...
Vitor Batista > josé maria: De facto não é, porque só o xuxalismo
consegue isso, e eu estou deveras orgulhoso com o nosso primeiro, o chefe de
todos os xuxalistas portugueses.
Marco Gomes > josé maria: Governos socialistas levam 3 vezes
Portugal à falência. Contra factos não há argumentos, nem esquerdistas que
resistam. Rui Delvas
> Marco Gomes: Também isso não é para todos. Bernardo Vaz Pinto: Muito triste . Muito sério . Deprimente
mesmo….
Joaquim Rodrigues: O uso e
abuso das infraestruturas de transportes como “investimentos estratégicos” com
a “quimérica ideia” de induzir o desenvolvimento económico já não se usa desde
que, após a 2ª guerra Mundial, os países mais avançados da Europa Ocidental,
abandonaram as derivas típicas dos “Estados Totalitários” , “Estatistas e
Centralistas” do pós-1ªGuerra Mundial. Depois de duramente apreendidas as lições dos
“Totalitarismos”, após o fim da II Guerra Mundial, esses países adoptaram,
como garante de desenvolvimento, prosperidade e respeito pela dignidade humana,
a liberdade e a democracia, optando pela “Iniciativa Privada e o Mercado” na
economia e pela “Descentralização Política” no exercício do poder de Estado.
É hoje consensual nesses países que as infraestruturas de transportes
constroem-se para responder à procura existente e prevista em resultado do seu
crescimento natural por aumento da mobilidade de pessoas e bens. O resto são
aventuras e voluntarismos que, além de provocarem injustiças irreparáveis,
ficam muito caras e promovem é o subdesenvolvimento. Quem perdeu e quem ganhou
com o aeroporto de Beja? Quem perdeu e quem ganhou com os milhares de Kms de
auto-estradas feitos em Portugal, que não têm nem nunca terão mais de 20% do
tráfego que justificaria o perfil de auto-estrada? Quantas centenas de milhões,
por ano, vão pagar os contribuintes portugueses, durante 40 anos, para pagar
essas auto-estradas desnecessárias que, ainda por cima, agora são portajadas e
que foram construídas nos “corredores” onde deviam ter sido construídas vias
com perfil tipo de “Itinerários Principais” de uso gratuito, as quais tinham
custado por Km, em média, 10 vezes menos? Quem vai compensar os gravíssimos
danos ambientais irreversíveis que essas auto-estradas desnecessárias causam,
designadamente, pela fragmentação de habitats? Ainda por cima, esses
“Itinerários Principais” seriam financiados a 85% pela EU enquanto as
auto-estradas desnecessárias, à luz das Regras da EU, além de custarem 10 vezes
mais, só puderam ser financiadas a vinte e tal por cento. Os milhões gastos a
mais em auto-estradas desnecessárias, ainda por cima agora portajadas, vieram
promover desenvolvimento ou sub-desenvolvimento? Do que precisamos é de bom
senso, seriedade e “Racionalidade Económica” nas decisões relativas a
infraestruturas de transportes. Do que precisamos é de “Legislação” que defina
em detalhe as metodologias de elaboração dos estudos de “previsão de tráfego”
para que sejam feitos com seriedade e não à medida da encomenda. Do que
precisamos é de “Legislação” que defina em detalhe as metodologias de
elaboração dos “Estudos de Avaliação Económica” para que sejam feitos com rigor
e seriedade e não “martelados” até “confessarem” que os “Projectos” são
rentáveis. Do que precisamos é de “Legislação” que defina em detalhe os
procedimentos legais de aprovação dos Planos Estratégicos, dos Planos de Médio
Prazo e dos Projectos para os vários modos de transporte. Tal como, para a
elaboração dos PDM´s existe “Legislação” quanto aos “ Estudos e Metodologias de
Elaboração, Avaliação e aos Procedimentos Legais de Aprovação” se houvesse
seriedade na política, regras equivalentes já estavam legalmente consagradas
para os Planos dos “Vários Modos de Transporte” e para o “Plano Nacional de
Transportes”. Os “consórcios” das auto-estradas, das mini –hídricas, etc, estão
aí, vivinhos da costa, à espera de mais umas rendas garantidas por umas
décadas. E já se perfilam no horizonte mais uns novos “consórcios” candidatos a
rendas garantidas, seja no “Galambogénio” seja na Ferrovia. Se nada fizermos,
este Ministro “mentecapto”, ele e o Costa, ainda nos vão “oferecer” umas SCUTs
“Ferroviárias” que vamos pagar, tal como as SCUTs rodoviárias, até ao resto das
nossas vidas, com “língua de palmo”, agora com a “Desculpa do Ambiente”. Estes
“mentecaptos” ainda não perceberam que o “impacte ambiental dos transportes” se
mede por [CO2 produzido por (PassageiroxKm) transportado]. Ainda não perceberam
que o SATU de Oeiras (eléctrico) foi o transporte mais poluente do Mundo. Só o
vão perceber quando virem os Comboios a andar para trás e para a frente, vazios
ou com meia dúzia de “gatos pingados” lá dentro, a circular à custa dos nossos
impostos. Nessa altura o “Consórcio a quem os contribuintes vão pagar as
rendas” recebem, não pelo número de passageiros transportados, mas pelo número
de comboios postos a circular, mesmo que circulem completamente vazios. Planeamento
Estratégico, Bom Senso, Racionalidade Económica e Seriedade na oferta de
serviços de “interesse geral”. É disso que precisamos. Mas isso só será
possível quando destruirmos o “Sistema Estatista e Centralista” que temos em
Portugal e de que os “Oligarcas da Corte” se servem para montar os seus
“negócios”. O “Sistema Político e Ideológico” que nos rege, tem raízes nos 40
anos de Salazar/Cunhal (farinha do mesmo saco), foi forjado no “Estado ao
serviço do Império Colonial” e foi baseado na “Estatização” da economia, no
proteccionismo económico, no Estado Fomentador, nos monopólios de Estado e no
“Centralismo” Político e Administrativo do Estado, típicos dos “Estados
Totalitários”, fascistas ou comunistas, que emergiram após a Primeira Guerra
Mundial. Esse “Sistema” perpetuou-se em Portugal, por termos passado ao lado da
“onda liberalizadora e descentralizadora”, que percorreu a Europa Ocidental,
após a Segunda Guerra Mundial e por ter sido Cunhal a receber o poder das mãos
do Salazar, deixando-o depois cair para as mãos dos "Oligarcas da
Corte". Quando Sá Carneiro se preparava para desestatizar (liberalizar) e
descentralizar(regionalizar), foi assassinado. Estatismo e Centralismo,
mantiveram-se assim, até aos dias de hoje, como heranças intocáveis do Estado
Novo e do PREC, e estão a condenar Portugal ao lento, mas inexorável,
definhamento, atraso e sub-desenvolvimento. Portugal vai tornar-se, em breve, o
País mais pobre da União. As “indecisões” a que o “articulista” se refere tem
apenas a ver com a montagem daquilo a que eles chamam o “Modelo de Negócio” e
da “força” que o “Consórcio” do negócio tenha para fazer avançar o “negócio”
face a “Consórcios” rivais. No caso das SCUTs foi uma maravilha: os
“Consórcios” eram tantos que o “Modelo de Negócio” dava para todos. As Scuts
fizeram-se num “abrir e fechar de olhos”.
joão Melo > Joaquim
Rodrigues:Excelente
comentário. Acho que deveria escrever para o Observador, ou outro jornal
qualquer, e digo-lhe isto com a maior sinceridade. Acredito que existem por aí
muitos jornalistas, que não terão metade do seu talento para descrever o
problema que se vive actualmente em Portugal. Obrigado
………………………………………………………..
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