quinta-feira, 26 de maio de 2022

Também não acredito


Em recuperação possível, em PSD representativo da alternativa que foi em tempos, o país actualmente acomodado - como também lá pela Rússia (salvo os devidos contrastes no que toca às ambições, é claro) - mas crentes ambos no “paizinho” que resolve os problemas estruturantes do estar na vida, acomodados nós com o poucachinho das sobras distribuídas, ainda que vindas de fora não se sabe por quanto tempo mais, o país não quer largar aquele que lhe estende o osso, sem grande esforço, que é o senhor do PS, que também quer o seu osso, embora à escala de tacho… Há comentadores do excelente e nobre texto da MJA que argumentam com perspicácia… Mas a Maria João ainda está aferrada àqueles tempos, significativos de ambições mais ligadas ao sentido pátrio… Só no futebol, contudo, é que ele permanece, que é onde se canta “A Portuguesa”, mas mesmo essa por obrigação, com pouca firmeza, digo-o com desgosto.

O melhor partido da alternativa ou o maior da oposição?

O eleito do PSD só abrirá um novíssimo ciclo político no centro e na direita se adubar cada ramo da grandíssima árvore reformista que o país precisa de ver crescer.

MARIA JOÃO AVILLEZ

OBSERVADOR, 25 mai 2022, 00:2018

1Mais ainda do que indispensável, a eleição do próximo líder do PSD é em si um acto político seriíssimo. Mais do que uma escolha, uma oportunidade, uma rotina ou até um hábito — quantos anos já leva o PSD destes psicodramas? — não é disso que se trata. E não é um psicodrama. Nesta particular ocorrência, neste particular tempo histórico, neste particular xadrez partidário em que se transformou o espaço á direita do PS, trata-se do país (mesmo que não pareça).

E não sendo nada indiferente votar em A ou em B (já lá vou), o que interessa é saber se as costas do vencedor serão suficientemente fortes para carregar a pesadíssima mochila da alternativa. A equação é naturalmente a única que serve esta eleição: ou o PSD deixa de ser o inconvincente e inoperante maior partido da oposição para passar a ser o melhor partido da alternativa, ou nada feito.

Ou faz o obrigatório “dois-em-um” pelo qual se espera há anos — 1) olhar para dentro de si mesmo e perceber o que vê; 2) abrir uma janela para deixar entrar o “outro” ar de que precisa para se reconstruirou nada feito.

Nada feito em lugar algumnem no recomendável equilíbrio da vida democrática do país; nem no centro e na direita; nem no próprio PSD que passará a ser uma memória em vez do motor de arranque das carruagens que terá que conduzir. Ou alguém está a ver hoje, ou daqui a dois anos, ou seja quando for, a Iniciativa Liberal, o Chega, ou o CDS quando ressuscitar, a liderarem o centro-direita e a direita em Portugal? Ninguém, pois não?

2A corrida do PSD só poderá marcar, interpelar, mudar, se souber travestir-se na corrida da alternativa e não em mais um galope para nova liderança. O enésimo galope.

Não há confusão possível entre a natureza, a importância e o desafio de eleger um presidente e meia dúzia de tenores e a eleição de rumos capazes de inconfundivelmente conduzirem a outra e melhor rota alternativa. A empreitada, é certo, exige a abertura de (muito) hostis e duras frentes de combate e por isso, não destinadas a qualquer um: da compreensão da crucial indispensabilidade de reformas ao cumprimento escrupuloso do mandamento número UM que tem de ser o crescimento económicoúnico decisivo instrumento capaz de colmatar persistentes desequilíbrios e domesticar um fisco imoral — até à reconfiguração do Estado, da sua populosa administração, da sua selvática burocracia, nada é fácil. Nem consensual e ainda menos popular. O PS pouco (ou nada?) fez, o PSD foi destreinado, fizeram-no esquecer que era convicto e que foi um grande reformador. Infelizmente porém o estado da arte reclama mais que prioridades acertadas e destemor reformista. Reclama por exemplo que o próprio PSD perceba que só sobreviverá como grande partido se mostrar na eleição que é o primeiro a perceber a relevância que tem para o país. Sim, há um governo e uma maioria parlamentar que garantirão alguma estabilidade em algumas políticas. Mas não nos iludamos, o PS parece-nos sempre mais interpelado pelo hoje do que pela sustentabilidade do amanhã. Como se o futuro estorvasse a governação ou destoasse das suas prioridades partidárias. Convinha que o PSD se mostrasse à altura do futuro sem o disfarce de uma trivial demagogia ou de tiradas ocas. Caso contrário baixaremos de divisão mais depressa e por mais tempo.

3Falando da sociedade portuguesa, que dizer dos cânones ditatoriais com que um conjunto de minorias – aplaudidas de pé pelo politicamente correcto e trazidas ao colo da media – querem formatar mentes e almas a começar logo na escola publica? Forçando uma permanente revisão da história, impondo adulterações sobre o passado? Introduzindo matérias descabidas nos currículos que chocarão mais que elucidarão alunos de 8 e 9 anos? Humilhando dentro mas também fora da escola o exercício da autoridade e fazendo dela o mais timorato e envergonhado dos exercícios?

De caminho vão-se abolindo valores com a ficcionada mas obscena acusação de que são racistas, fascistas ou etc, como ouvimos apregoar com insuperável rancor (para além da flagrante falta de senso e verosimilhança). Qualquer dia há tantas falhas tectónicas no chão da nossa sociedade que deixará de haver chão.

Dir-se-á que no país, na sociedade, nas comunidades, há males, deformações e aberrações vistas como de fora do perímetro de acção de um candidato partidário. Ou que levarão o cidadão comum a pensar não ser esse o combate ou o “trabalho” político que norteia ou“recheia” uma candidatura partidária.O que julgo é que em tão baixa maré, só o PSD – dispenso-me de explicar porquê – pode e deve sinalizar também a sua preocupação face ao que tal baixa maré vai deixando à vista. De novo é capaz de não ser popular, não dar votos, não trazer glória mediática. Pior será porém este silencioso e desistente contemporizar com uma sociedade e seus societários que comem tudo o que se lhes dá (e muitos ainda louvam os cozinheiros por tão indigesta gastronomia).

4E os candidatos? Jorge Moreira da Silva tem currículo mas não tem liderança, esmorece as plateias; o melhor do PSD contou com ele com gosto (embora algum desse “melhor” pareça ser hoje para ele um estorvo mais que ter sido um serviço ao país). A sua muito natural ambição de liderança é, sabemo-lo, já antiga. Nunca conseguiu concretizá-la por falta de apoios. Chegaram agora de supetão, na bandeja do rioismo. Moreira da Silva pesou essa cabazada de votos, saiu de um bom lugar internacional (chapeau!) e avançou. Fez bem, a política precisa de decisão e dádiva numa candidatura, mesmo se no seu caso, muito servida pelo uso de uma “linguagem” de funcionário internacional (como estará o PSD a lidar com isso?). Tendo Moreira da Silva justamente muito a haver com uma grande parte do universo do PS ao nível das afinidades europeias — agenda, metas, circulação de informação, bastidores, preocupações, objectivos — tem concedido ao Chega a importância que ele não tem. Mas isso seria o menos. O mais é que ao longo da campanha o candidato nunca pareceu incomodado por aí além com a soma dos nefastos erros e males políticos que vinham atrelados aos votos rioistas. Terá havido porventura quem tenha ficado esclarecido. Melhor assim.

5É suposto que Luís Montenegro tenha maiores e mais sólidos apoios internos que o seu rival. Mas os “supostos” são sempre desaconselháveis em política. Não há como ela para esbanjar surpresa. Que Luís Montenegro foi assertivo e combativo na difícil liderança da bancada parlamentar do PSD+CDS do tempo da troika, não foi “suposto”, foi uma realidade. Sucede que a indiscutibilidade de Passos Coelho, como líder do PSD e chefe do governo, tornou-lhe a tarefa menos penosa: havia um maestro que dirigia instrumentos e instrumentista. Hoje Montenegro está entregue a si mesmo, é nessa responsabilidade e nessa exigência que reside tudo: será capaz? Sou incapaz de dizer.

Talvez tenha aprendido. Como aprendeu a não se comover com a media e ainda menos a depender dela. Ou a saber resistir — até aqui pelo menos – a não se deixar capturar pela imposição das agendas ou dos clichés da espuma dos dias. Não é mau sinal. Chega? Também não sei (nunca sou optimista em política).

6Tudo isto que não é pouco se torna ainda mais duro, hostil, complexo, quando se sabe, repito, que é necessária riqueza no país. Mais rejuvenescimento, educação, equilíbrio. E, também repito, menos fracturas civilizacionais abertas pelo que de demencialmente irracional é lançado todos os dias sobre o comum de atónitos cidadãos. Impossível tarefa? Admito. Com a dimensão que por um lado atingiu a hegemonização do PS no país e por outro com a imposição dos credos vigentes, a tarefa pode ser inglória. É porém incerto que o seja. Verdade é o longuíssimo, certamente exaustivo e provavelmente desanimador caminho de pedras que se abrirá ao candidato vencedor. E lhe exigirá por isso um alto grau de exigência e resistência e claro uma oposição sistemática e não a tibiamente avulso. Ah! e lhe reclamará ainda essas boas maneiras cívicas face às previsíveis (e armadilhadas) mentiras que serão semeadas a eito — pelo poder, pela media, pelos interesses, pelas redes sociais, pelos fortes, os fracos, os oportunistas – no chão da democracia. Fora de portas também há estas sementeiras. Mas é intramuros que estamos.

Seja como for, mais ou menos complexo, mais ou menos longo, o próximo eleito só abrirá a porta de um novíssimo ciclo político no centro e na direita se adubar cada ramo da grandíssima árvore reformista que o país precisa de ver crescer. Eu sei, o povo, os militantes, os eleitorados, os portugueses, abominam reformas. Saberão que se elas não ocorrerem e se não se inverter esta marcha humilhante, ficaremos ainda mais miseravelmente hegemonizados por décadas?(hegemonizados e não mexicanizados, conforme a meu ver se tem erradamente apontado e hei-de voltar a isto em breve).

Talvez conviesse não esquecer – aos interessados, claro – que uma baixa expectativa é sempre uma desistência acomodada.

Digo isto para lembrar que ao contrário dos snobs intelectuais que se enjoam com o PSD e dos “cultos” que o pretendem arbitrar, quem se desqualifica diariamente com este andar da carruagem é o país, mais que o PSD. E claro, quem se menoriza, numa inoperância envelhecida e resignada é o regime democrático.

Mal servida pátria esta.

* As “autoridades” estão refasteladas no turismo que voltou. Eu não me embriagaria com tão pouca garantia de futuro — digno desse nome, claro – e basta pensar na população jovem que se esforçou e estudou. Que solidez ou valor acrescentado há no aparente amparo de hotéis e esplanadas cheias enquanto as empresas que produzem riqueza estão a meio gás (ou talvez a agonizar agora que acabam moratórias e apoios?).

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COMENTÁRIOS:

Joaquim Rodrigues: O grande drama do PSD e do país foi o assassinato de Francisco Sá Carneiro (FSC). Depois de muitos golpes, cisões e traições várias (Opções Inadiáveis) quando FSC conseguiu correr com uns, desmascarar outros, neutralizar mais uns quantos e, finalmente, criou condições para “liberalizar e descentralizar”, foi assassinado e nunca mais o PPD/PSD foi o que era. A vida do partido passou a ser marcada pela contradição entre o legado "ideológico" do seu fundador, representado nas bases do partido (nos pequenos e médios empresários, nos pequenos e médios agricultores, nos profissionais liberais) e as ambições e interesses de uma elite centralista de barões e baronetes encostados ao Estado, ao Orçamento de Estado e às benesses do Estado que, com pequenas intermitências (como foi exemplo Passos Coelho), sempre foi conservando, no essencial, as rédeas do poder, dentro do Partido. A questão está em saber se haverá alguém que consiga retomar o Programa Político de Sá Carneiro, o qual mantém toda a actualidade, e se, nesse caso, o PPD/PSD ainda hoje tem vitalidade para liderar a luta pela “libertação da sociedade civil” e pela “Desestatização (Liberalização) e Descentralização (Regionalização)" desbancando da mesa do orçamento os "oligarcas da corte” que, salvo raras excepções, seja com os Sócrates, os Costas, os Durões ou os Santanas, sempre mantiveram o “controle” do poder. Uma vez liberta a economia nacional das sanguessugas que a tornam anémica, teremos condições para enfrentar com êxito os desafios do desenvolvimento e da democracia e para nos tornarmos um país europeu verdadeiramente democrático-liberal, capaz de se desenvolver. Temos de exigir que os responsáveis políticos ponham as Universidades Portuguesas a Estudar a “Reforma do Estado” e a forma de distribuir Funções e Competências, à luz do "Princípio da Subsidiariedade", pelos níveis Central, Regional e Local e o "Sistema de Relação" entre os três níveis de Poder, nos vários sectores de actividade e da vida nacional, de forma a optimizar a aplicação de "políticas públicas", reduzir o peso do Estado na Economia e garantir a efectiva "libertação da sociedade civil" e uma maior participação democrática dos cidadãos nas coisas da Governação, como defendiam Sá Carneiro e Lucas Pires. O “Estudo da Reforma do Estado e da Regionalização” tem que definir exactamente o âmbito da Reforma, descrever com todo o rigor qual é o “Edifício Existente” a reformar e qual o “Edifício substituto a Construir”. Quando se partir para um Referendo à Regionalização, estas questões têm que estar muito bem estudadas e esclarecidas e os cidadãos têm que saber exactamente o que está em jogo quando forem votar. Não pode ser feito é um Referendo às "escuras", como pretende Marcelo, o principal candidato a "Coveiro Número Um", contra a Constituição, da Regionalização. Luís Montenegro é, de longe, o candidato que mais garantias oferece para a concretização das Reformas de que o País necessita.:            Patricio Guerreiro: A Politica em Portugal está mais interessante porque o sistema já não domina todo o baralho de cartas, e a queda do PSD de 2º Partido vai ser uma prova clara disso. As mudanças em Portugal já não levam largas décadas para acontecer, bastam-lhe alguns Anos. Por toda a Europa grandes partidos caíram, agora vai ser a vez do PSD. Portugal a entrar na normalidade Politica, que já vem tarde!          Conta calada: Está a falar do PPD ou do PSD? Querem continuar com a burla.          Joaquim Rodrigues > Conta calada: Burla é mesmo você! Pode ser PPD, pode ser PSD, pode ser PPD/PSD, pode ser a PQOP. Que é que isso lhe interessa? O que é que você tem a ver com isso? Vá-se mas é tratar com aquelas "mezinhas" que o Putin costuma dar.         Paulo Silva > Conta calada: E o Centro Democrático e Social, não será outra burla?… Ou será bullying em vez de burla!?... Como diz André Ventura, isto já não vai lá só com reformas….               Alberico Lopes > Joaquim Rodrigues: Apoiado!             Miguel Ramos:PSD é mais do mesmo, na prática uma espécie de PS. Quer o poder e não tem coragem de afrontar as mesmas clientelas do PS, sem pendor reformista e sem rumo. Pelo menos nos próximos meses vamos ser os melhores da Europa em crescimento do PIB, mais uma oportunidade para não olhar para o futuro (sombrio) do País.           Miguel Abecassis: Parabéns Maria João, pela clareza cristalina do seu texto. Tenho dúvidas que qualquer dos candidatos tenha a força anímica indispensável para tirar o PSD da modorra em que se encontra. Nenhum consegue chegar aos calcanhares dos três lideres que antecederam o rioísmo, e pena é que Pedro Passos Coelho não queira retomar a iniciativa. Olhando para todos os lados não vejo ninguém que possa assegurar uma liderança sustentável e que, nas próximas eleições consiga alcançar um entusiasmo para ser levado aos ombros para as ganhar. E precisa, especialmente, demonstrar a coragem que, tendo sucesso, chegue para derrotar o conformismo que se apoderou desta pobre pátria     advoga diabo: Enquanto personagens como MJA e as suas grandíssimas árvores reformistas, uma cajadada em dois coelhos, a credibilidade e os candidatos, não se calarem, o PSD vai continuar a definhar de velho!                 Graciete Madeira: Excelente texto. Filipe Paes de Vasconcellos: Procura-se: 1. Melhor candidato para derrotar António Costa 2. Melhor candidato para derrotar António Costa  3. Melhor candidato para derrotar António Costa  4. O melhor candidato para derrotar António Costa  5. O melhor candidato para derrotar António Costa.   O PSD, e os seus militantes quando votarem, tem de pensar muito bem se quer ser relevante a Portugal e aos Portugueses , ou se quer definitivamente passar à irrelevância total e completa em que Rui Rio o colocou . Moreira da Silva quando perguntado em quem votava, se entre o CHEGA e o BE, reponde sem hesitação BE definiu-se como um político híbrido o que é tudo o que o PSD tem de deixar de ser. O grande PSD que conheci e ajudei a crescer nunca foi acobardado e acomodado e sempre falou para os Portugueses com rasgo, coragem e vontade de romper.             Alberico Lopes > Filipe Paes de Vasconcellos: O Moreira da Silva disse que votaria no BE? Essa não a conhecia eu! O meu voto ficou agora decidido! Obrigado!           João Floriano: Não posso concordar com MJA quando minoriza o CHEGA. No Parlamento paupérrimo que temos, os 11 deputados do CHEGA são a única voz da oposição. Bem podemos esperar pelas reformas que nunca irão chegar. A maioria concedida a António Costa, o delicado momento internacional com a guerra da Ucrânia, a inflação e mais Covid são motivos mais que suficientes que adiam qualquer ímpeto reformista para as calendas gregas ou sem citações eruditas para o dia de S. Nunca à tarde. Tudo parado no Mar dos Sargaços, a não ser a caravela wokista que navega de velas cheias enfunadas pelo vento. Quanto aos dois candidatos à liderança do PSD, nenhum merece o meu entusiasmo. Nem alternativa, nem oposição.          Carlos Quartel: Penso que é hora do PSD pensar seriamente na hipótese de desaparecimento. Um historial de traições e intrigas, num partido de meias tintas, que, com Rio, agravou a sua irrelevância, incapaz de apresentar um projecto de governação claro, com planos concretos para a educação, para a justiça, para a saúde, para a defesa, etc de modo que o eleitor fizesse uma ideia daquilo que se pretende. O debate é reconhecer ou não o Chega, quando se convive comodamente com PC e BE, partidos comunistas declarados, portanto anti-democráticos por natureza. Assim não vamos lá, tempo para outros ......           Domingas Coutinho: Como sempre, gosto de ler as sua crónicas Maria João. Já se sabe que a tarefa do futuro líder do PSD é dura mas quem gosta de desafios tem agora uma excelente oportunidade sobretudo como diz e bem “o PS parece-nos sempre mais interpelado pelo hoje do que pela sustentabilidade do amanhã como se o futuro estorvasse”. Mas o caminho faz-se caminhando e o País precisa de um PSD forte e reformista e que fale para tantos jovens, os que cá ficaram e os que tiveram que emigrar, que estão ensanduichados e sem esperança.            Carlos Silva: Cara MJA, Não dá para "inventar". Repare, caríssima, o CHEGA não foi "parido" por mero acaso. Pense nisso!   Carlos Chaves: Caríssima Maria João, cada um no seu tempo trouxe um PSD que serviu para o avanço da democracia do progresso e do bem-estar dos Portugueses falo de Francisco Sá Carneiro, Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho. Todos eles conseguiram mobilizar o eleitorado com as suas ideias e propostas politicas, muitas vezes em choque com o próprio aparelho PSD! Todos eles avançaram com reformas essenciais para ainda podermos dizer que vivemos numa sociedade livre, democrática com iniciativa privada e com um Estado regulador e não controlador no que respeita à economia. Não é necessário reinventar a roda, um PSD com este lastro tem obrigação de continuar este trabalho para bem dos Portugueses e de Portugal. Se não for capaz, isto é, se não aparecer um líder com as características dos anteriores referidos, em política as alternativas surgirão. Paulo Silva: Ao fim destes 48 anos de IIIª República a conclusão a que se pode chegar é que o que nasce torto jamais se endireita. Parece ser a sina do país, do regime e em particular do PPD/PSD fundado no prec pelo liberal e democrata Francisco Sá Carneiro. Um outro cronista escreveu aqui que foi a 3ª bancarrota pré-anunciada responsável pela mudança do paradigma político, (que vai favorecer a hegemonização da esquerda e do PS por muitos e bons anos). Concordo. Aproveitando o ensejo e por causa dele - a crise - Passos Coelho tentou ‘Mudar’ o estado de coisas, mas acabou corrido pelo golpe palaciano das esquerdas unidas, e o PSD entrou em convulsão. Se calhar tinha de ser mesmo... Nota: é bom verificar que a cronista já percebeu que um dos desafios que as sociedades ocidentais enfrentam consiste naquilo que na sua linguagem é o “ficar sem chão”. Algo a que o candidato Moreira parece talhado para não reconhecer... mas tanto se me dá.

 

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