segunda-feira, 16 de maio de 2022

No aproveitar é que vai o ganho


E as ocasiões nunca se devem perder, tais como as verdades, que são para se dizerem. Por isso, lembrei-me duns versos de Tomás Ribeiro, que tinha perdido da memória, desses tempos em que as antologias escolares eram apenas um repositório de textos, e portanto também continham os textos do nosso ultra-romantismo. E a bendita Internet trouxe-mos de volta, para eu poder dedicá-los ao nosso PR, que mos fez lembrar. Pertencem ao poema “A Judia” de Tomás Ribeiro - cujo “D. Jaime”  existia na estante do meu Pai, livro que eu li e que me levou a recordar versos tais como: “Um dia numerosa cavalgada / Apeia-se ao portão…… ou “O senhor D. Martinho de Aguiar? – Eu sou, lhe diz o ancião…” ou mesmo a “Dedicatória” a Portugal, desse seu patriótico livro: ”Meu Portugal, meu berço de inocente; / lisa estrada que andei débil infante…”. E tantos outros, um descalabro. Mas os que sabia mesmo de cor eram esses de “A Judia” que a Internet me veio recordar, e que aqui coloco com ternura, como dedicatória ao nosso errante PR, que não perde pitada para solucionar os nossos casos belli, que nem ao também nosso “Tino de Rana” lembrariam:

 

Dormes? eu velo, sedutora imagem,
Grata miragem que no ermo vi:
Dorme – impossível – que encontrei na vida!
Dorme, querida, que eu descanto aqui!

Dorme! eu descanto a acalentar-te os sonhos,
Virgens, risonhos, que te vêm dos céus!
Dorme! e não vejas o martírio, as mágoas,
Que eu digo às águas e não conto a Deus!..........

 

GUERRA NA UCRÂNIA

Marcelo defende que Portugal é "beneficiário líquido" da actual situação internacional Portugal é um "beneficiário líquido" da situação vivida a nível internacional, por ser visto "como longínquo da guerra" na Ucrânia. Marcelo defendeu que "o inteligente é saber aproveitar ocasião".

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 14 mai 2022, 21:03 62

RODRIGO ANTUNES/LUSA

O Presidente da República considerou que Portugal é um “beneficiário líquido” da situação vivida a nível internacional, por ser visto “como longínquo da guerra” na Ucrânia, e defendeu que “o inteligente é saber aproveitar essa ocasião”.

“Tal como aconteceu, embora de forma muito diferente na Segunda Guerra Mundial, somos de momento beneficiários líquidos da situação vivida: Portugal está solidário na guerra, mas é visto longínquo da guerra, é visto longínquo da guerra para o turismo, é visto longínquo da guerra para o investimento”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava no encontro “Portugal XXI: País de futuro”, que decorreu hoje na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que também contou com a participação da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, do vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, e do presidente do Portugal XXI, Hugo Nogueira.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o que era a loucura do investimento para a Europa do Leste num determinado momento, agora passa a ser um modismo, ou pode ser um modismo para Portugal”. “O mesmo se aplica em comparação com outros parceiros nossos, que são mediterrânicos, ou quase mediterrânicos, mas mais próximos da charneira atritiva”, sublinhou.

O chefe de Estado defendeu que é por ser um beneficiário líquido que Portugal assiste actualmente a “números do turismo que ultrapassam já 2019 — não é 2020 ou 2021 — e números de investimento que estão a ultrapassar 2019, é verdade que com a ajuda da inflação”.

“Há que descontar a inflação, mas, mesmo descontando a inflação, é o que é. É a realidade que é. Dir-se-á: ‘é conjuntural, porque o investimento largamente é imobiliário numa parte, deriva de haver economias ou sociedades que estão instáveis e, na dúvida, as pessoas procuram o lugar seguro’. Foi assim noutros tempos, o inteligente é saber aproveitar essa ocasião, porque é em parte irreversível, em parte pode não repetir-se com a mesma frequência”, frisou.

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