Ou, em versão cristianizada: “Venha a Nós
o vosso reino”, com a respectiva troca das maiúsculas, segundo a arte governativa. Helena Matos, como
sempre, após as evidências de uma pesquisa resultante da sua “clara mente”,
assim conclui com brilhantismo. O reino está seguro para quem o pediu e obteve.
Só nos resta o Amen, da nossa anuência convictamente deferente.
A eleição de Luís Montenegro e a contratatação de Rui
Tavares
Luís
Montenegro e Rui Tavares são os novos líderes da oposição. O primeiro porque
lidera o principal partido da oposição. O segundo porque para tal foi
seleccionado
HELENA MATOS Colunista do Observador
OBSERVADOR; 29 mai
2022, 04:4515
Enquanto o PS aprovava a fraude
anedótica das alterações ao OE propostas pelo Livre, PSD, BE e PCP partilhavam
a impotência perante o poder do PS. Mais
precisamente viam como à esquerda o Governo não se limita a esmagar a oposição,
inventa-a. E como à direita impõe regras de um jogo viciado.
Comecemos
pela esquerda. Para
insuflar Rui Tavares,
o PS prestou-se a uma farsa na discussão deste Orçamento do Estado: impavidamente os socialistas aprovaram medidas que já
existiam – caso do
conforto térmico e do IVA dos produtos de higiene menstrual – deixando que Rui Tavares as apresentasse como
pioneiras e suas. Esta ficção
política deixou o BE e o PCP a nadar em seco. Os
parceiros da geringonça, sobretudo o BE, foram descartados e não sabem o que
fazer consigo mesmos.
Já para fragilizar Luís Montenegro, o
PS vai buscar o Chega. Obviamente
aos socialistas não chegava rearrumar a esquerda. E aí, na
neutralização do PSD, o Chega desempenha um papel crucial não tanto pelos votos
que conseguiu (e são muitos) mas sim porque o PS, ao mesmo tempo que dá uma
importância desmesurada ao partido de Ventura, institui para o PSD o tabu Chega. Quanto mais votos tiver o Chega e quanto mais tempo
levar o líder do PSD, seja ele qual for, a explicar que nunca teve nem terá
contactos com o Chega, melhor para o PS. A isto juntem-se os jogos de Marcelo e o ensimesmamento obstinado de Rui Rio e
percebe-se facilmente porque
passou o PSD de partido que discute o futuro do país a partido que discute se
tem lugar nesse futuro.
A invenção da oposição, caso do Livre,
e a definição das opções que esta pode tomar (relação PSD-Chega) são
sintomáticas do poder socialista. Inquestionável.
Os
maquinistas do Metro de Lisboa (ML) são claustrofóbicos? Não digo todos, mas
alguns? Tenho fortes razões para crer que sim. Senão vejamos, a empresa Metro de Lisboa emprega
260 maquinistas. Um número manifestamente exagerado mesmo tendo em conta o
crescimento das linhas. Note-se contudo que, dentro em breve, estes 260
maquinistas passarão a quase trezentos, pois, após várias greves e ameaças de
greve, o Governo entendeu por bem que se vão contratar mais maquinistas. Afinal
estão aí os arraiais à porta e uma greve nesses dias é algo que António Costa
não está preparado pera enfrentar. Já era esta a sua resposta à contestação
na CML e é agora a sua forma de calar os protestos laborais. A factura como de costuma segue para o contribuinte. Mas o
mais interessante destes dados é que constatamos que o número de maquinistas ao
serviço do Metro de Lisboa aumenta ao mesmo tempo que diminui o número de
passageiros transportados pela empresa. Já
se sabe que em 2020 e em 2021 o número de passageiros diminuiu em consequência
da pandemia: em 2020 o ML perdeu 50,7% dos passageiros, ou seja mais de
metade. Em 2021 perdeu ainda mais passageiros: transportou menos 7,6% do que em
2020. E quando se esperava que 2022 o ML apresentasse uma recuperação
significativa, constata-se
que no Metro de Lisboa a recuperação de passageiros acontece de forma muitos
mais lenta que nas outras outras empresas de transportes, a começar pela Metro
do Porto. O número de
passageiros transportados nos primeiros quatro meses deste ano pela ML está
28% abaixo do mesmo período no ano de 2019. Nada que se compare, por
exemplo, com o Metro do Porto, onde esta percentagem é de 6%, Tendo em
conta a degradação do serviço prestado pelo Metro de Lisboa, mais a perturbação
introduzida pelas greves e anúncios de greve, importa-se o senhor ministro do
Ambiente e da Acção Climática de vir explicar qual a razão para obrigar o
contribuinte a sustentar uma empresa com tão mau desempenho? E já agora de
caminho assumir que está sob a tutela do seu ministério, dito de Acção
Climática, uma das empresas que mais contribui para a utilização do automóvel
individual a saber o Metro de Lisboa.
GOVERNO POLÍTICA METRO DE LISBOA TRANSPORTES PÚBLICOS TRANSPORTES PAÍS LUÍS MONTENEGRO RUI TAVARES
COMENTÁRIOS:
Lidia Santos; Helena Matos
não foram só o PSD, o PCP e o Bloco que partilharam a impotência perante o
absoluto PS.Não acha que a Iniciativa Liberal e o Chega também foram bloqueados?
porque não fala neles? Influência do Observador? José Paulo C Castro: Há uma relação verificável de causalidade entre os anos
de poder socialista e a degradação das contas e realidade económica do país.
Curiosamente, os media nunca realçam esta relação,
talvez por dependência mútua. Esta
anestesia mediática é a verdadeira face do jogo político socialista, que lhe
permite promover e despromover quem quer aos olhos dos portugueses. Sem
combater isto, não se combate nada. Apenas se é usado. A luta faz-se nas
redações. Proibir publicidade institucional em meios privados era a primeira
medida. Esses privados teriam de se diferenciar das agências oficiais para
sobreviverem na sua quota de mercado. Só
daqui a 4 anos, suponho...
Dr. Feelgood: Olá e adeus, pois parece que d'hoje em diante, doravante e para o futuro
isto por aqui vai ser uma espécie de coito interrompido em virtude das novas
regras anti-falência. Como não dou para esse peditório apresento os meus
comprimentos, larguras e alturas. Os novos " patronos " que vos sustentem. FME > Dr. Feelgood:
Fazer por aqui
uns comentários não deixa de ser um vício. A lógica é que depois de viciados já
não conseguimos deixar a droga. Treta, quando os vícios batem de frente contra
uma parede, partem-se. Também vou fazer uma pausa. A situação é propícia a
pausas. Governo maioritário, extinção do Covid, saturação da guerra, PSD na
mesma, e os temas dos artigos sem novidade nem criatividade. Fico-me pelas
manhãs na Rádio Observador que continuam imperdíveis sempre que posso, apesar
de no verão, terem muito mais concorrência. Cumprimentos a todos Dr. FeelgoodFME: Interpretou mais ou menos a
metáfora do " coito interrompido ". A questão não é fazermos um
comentário para matar o bicho, é apenas termos acesso a metade do artigo que
nos impulsiona a intervir. Cuidado com os tímpanos. António Lamas: Brilhante como sempre. Obrigado
MHM. Já o escrevi. Tavares anda deslumbrado com a importância que Costa lhe dá.
Coitado, ainda não percebeu que para ele, Costa, não passa de um bibelot piroso
para pôr em cima da televisão Cisca Impllit > António
Lamas: É mesmo! Dr. Feelgood > António
Lamas: Com origem nas Caldas, I suppose....
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