terça-feira, 24 de maio de 2022

Só sei que nada sei


E socorro-me da lição arrumada da Internet, para contrariar um pouco o optimismo poético do Dr. Salles, que nos deixa felizes, todavia, desejosos de embarcar em iguais perspectivas calmantes dos nossos melindres e medos de um futuro que apague o que mais amamos, esta Terra “que pelo espaço vai, leve como uma andorinha”, segundo conceito belo mas pessimista do nosso melancólico decadentista António Nobre, que se debruça antes sobre “A VIDA” humana feita de contrastes e corrupções assustadores. É de optimismo, empírico que seja, o texto do Dr. Salles, mas desejamos embarcar nele, nesse “empirismo” apaziguador dos medos, de um “estouvamento” sadio, em que só desejaríamos todos acreditar. E por isso, bem-haja ao Dr. Salles, por o ter escrito. 

EMPIRISMO

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 22.05.22

O conhecimento empírico é aquele que se obtém pela mera observação. Despojado de qualquer intenção, é inocente.

E aqui vou eu pelo empirismo além munido de toda a inocência para constatar que há 77 anos tanto a Torre de Belém como o Cais das Colunas, a praia do Ginjal e, de um modo geral, todas as zonas ribeirinhas deste final do Tejo se encontram com as águas sensivelmente ao mesmo nível médio entre as marés.

E se aparecer algum sábio a afirmar que nos últimos y anos o nível das águas subiu ou desceu meio centímetro, eu acho que esse medidor terá que ser aferido e o cientista que vá pentear macacos sãos, sem varíola.

Aqui, na minha «aldeia» - que é a mesma do Fernando Pessoa – o conhecimento empírico diz-nos que a elevação do nível médio dos mares é tanga e que o rei de Vanuatu apenas grita porque quer ir viver para Londres ou… se eu vivesse num arquipélago de atóis afundantes pelo peso dos corais e de materiais importados, também quereria emigrar mas não argumentaria com a elevação dos mares quando se sabe que são essas ilhas curiosas e paradisíacas que estão a afundar.

Mas o negócio das emissões de gases poluentes e de efeito estufa, sim, exige que se instale o pânico.

Também sabemos que não é o Adriático que sobe mas sim Veneza que se afunda.

Lisboa, 21 de Maio de 2022

Henrique Salles da Fonseca

Tags: clima

COMENTÁRIOS:

Alice Gouveia 22.05.2022, 16:31: Viva Henrique. É verdade, o empirismo engana-nos frequentemente ( copo meio cheio, meio vazio).

Adriano Miranda Lima 22.05.2022 20:09: Esta é uma matéria sobre a qual não me sinto capaz de opinar nem pela via do empirismo nem pela do racionalismo. E fujo a entrar pela via especulativa porque sei que me afundaria sentado numa esplanada da Praça de S. Marcos ou na praia de uma paradisíaca ilha do Pacífico. Mas esta breve crónica do Dr. Salles da Fonseca proporcionou-me um fugaz momento de exercício da mente. Veio lembrar-me que o Putin pode arrasar cidades, mas o seu poder é de uma pequenez infinitesimal face à portentosa natureza que envolve e dá vida a este o nosso belo planeta azul. Mas é claro que a sua mente de ex-expião não lhe dá para pensar nisso.

 

 

UMA AULA DA INTERNET

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA:

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A poluição atmosférica é característica dos grandes centros urbanos, pois as cidades são responsáveis por lançar um grande volume de gases poluentes na atmosfera.

Um dos grandes problemas ambientais da atualidade é a poluição atmosférica, esse tipo de poluição é característico dos grandes centros urbanos e industriais. É consequência, principalmente, da queima de combustíveis fósseis nos transportes, na geração de energia eléctrica e na produção fabril. O dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), aldeídos (R-CHO), óxidos de nitrogénio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e material particulado (MP) são os poluentes mais emitidos na atmosfera.

Esses poluentes afectam diretamente o meio ambiente, provocando vários problemas ecológicos (efeito de estufa, destruição da camada de ozónio, inversão térmica, etc.), o homem, que também faz parte desse meio, tem sua saúde afectada, pois doenças respiratórias crónicas e alérgicas, como a bronquite e rinite, são uma das consequências desse processo.

O monóxido de carbono, liberado principalmente do escapamento dos veículos, é extremamente nocivo para o ser humano, podendo ocasionar problemas cardiovasculares, pois esse gás tem mais facilidade de reagir com a hemoglobina do que o oxigénio, diminuindo o volume desse último no sangue. Sua inalação provoca vertigem, náusea e, em quantidades elevadas, inconsciência e até morte cerebral.

O dióxido de carbono não afecta de forma tão agressiva a saúde da população, a não ser em grandes concentrações. Porém, é o principal responsável pelo efeito de estufa e tem relação directa com as alterações climáticas.

Portanto, com todos esses aspectos prejudiciais gerados pela poluição atmosférica, atitudes para minimizar esse processo devem ser realizadas. Além da cobrança das autoridades para implantação de políticas públicas que gerem menos poluentes (implantação de ciclovias, maiores investimentos em transporte colectivo para reduzir o número de automóveis nas cidades, entre outros), devemos mudar alguns hábitos como: evitar a aquisição de produtos que tenham CFC´s (Clorofluorcarboneto), não realizar queimadas, redução na produção de lixo (realizar a colecta selectiva). Com a mudança de atitude individual podemos contribuir para o meio ambiente, podendo desfrutar de um ar puro e saudável.

 

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