quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Valha-nos Júpiter


Mau tempo nos diversos canais. Excepto na questão de Júpiter. Mas gostei do discurso de Biden, feito com segurança e racionalidade, sem titubear, no ataque severo a Putin, embora supérfluas, de momento, as referências à questão da fome e dos cereais, o pormenor da solidariedade e dos outros temas quentes da actualidade fazendo diminuir o impacto da tragédia de uma guerra nuclear iminente, que é o que mais importa, de momento, mesmo na ONU, onde isso se passou.

Mas Júpiter brilha nos próximos dias, provavelmente em consílio previdente, esperemos que Vénus e Marte se entendam no capítulo sentimental e que Mercúrio seja enviado junto de PUTIN - o rancoroso Baco, impeditivo da ordem e mesmo causador da desordem mundial, talvez por excesso de vodka - e o maniete lá nos seus esconderijos estonteantes de “majestade irracional”, específica de um pobre anti herói dos novos tempos nossos.

 

I – NOTICIÁRIO:

 Rússia. Centenas de detidos em manifestações

Putin anunciou uma mobilização adicional, russos não gostaram e saíram para as ruas a manifestar-se. Há centenas de detidos nas últimas horas, mas contestação continua nas ruas.

O discurso de Putin nas entrelinhas: No 2.º discurso ao país desde fevereiro, Putin assume que o principal inimigo é o Ocidente, que quer "destruir" a Rússia. Admite perdas na Ucrânia e, face à "realidade", decreta mobilização parcial.

GUERRA NA UCRÂNIA

Rússia. Zelensky rejeita uso de armas nucleares

Volodymyr Zelensky declarou que não acredita que Moscovo utilize armas nucleares na guerra na Ucrânia. "Não acredito que o mundo permita que isso aconteça", disse o Presidente.

GUERRA NA UCRÂNIA

Voos só de ida para fora da Rússia esgotam.

Pesquisas para voos para fora da Rússia aumentaram a pique depois de Putin anunciar mobilização de tropas de reserva. Voos para Istambul e Erevan esgotaram. Para o Dubai estão 5 vezes mais caros.

AEROPORTO DE LISBOA

Montenegro propõe avaliação de Montijo e Alcochete

GOVERNO Costa: "O senhor PR conhece os calendários "Medina corrige ministro sobre IRC e pede contenção13 Marcelo quer saber o que vai caber no próximo OE.

22:20 : "Avatar" regressa: James Cameron explica porquê

22:05: Duma russa quer condenção dos EUA e NATO

 

II -Biden acusa Rússia de violar valores da ONU e avisa: “É impossível vencer uma guerra nuclear. Ela não deve ser travada

Joe Biden recorreu ao seu discurso na Assembleia Geral da ONU para deixar avisos a Putin. Garantindo que "ninguém ameaçou a Rússia", avisou que os EUA vão sempre escolher a soberania e a liberdade.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, condenou esta quarta-feira a “ameaça nuclear sobre a Europa” feita pelo seu homólogo russo, Vladimir Putin, e acusou a Rússia de “violar descaradamente” os valores da ONU.

Na sua intervenção na Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque, Biden denunciou “a guerra brutal e desnecessária” na Ucrânia e responsabilizou pessoalmente Putin por estar a desrespeitar o direito internacional, com sistemáticos abusos contra a população ucraniana.

O Presidente norte-americano disse que “as provas de atrocidades” encontradas em valas comuns na Ucrânia devem “fazer o nosso sangue gelar”, condenando a Rússia por estar a “tentar apagar um estado soberano do mapa”.

Biden criticou ainda Putin por esta quarta-feira ter feito uma declaração em que fez uma “ameaça nuclear sobre a Europa”, dizendo que o mundo não pode ficar indiferente perante este tipo de declarações.

 É impossível vencer uma guerra nuclear. Ela não deve ser travada”, defendeu o Presidente dos EUA, que se mostrou disponível para continuar a procurar tratados internacionais para a limitação de armas nucleares.

Sobre esta questão, Biden denunciou ainda a forma como a China está a aumentar o seu arsenal nuclear “sem qualquer transparência” e comprometeu-se a evitar que “o Irão adquira armas nucleares”.

O Presidente norte-americano pediu a todos os países que se manifestem contra a invasão russa da Ucrânia, garantindo que o seu país estará “sempre ao lado das nações e dos povos que vejam a sua soberania ameaçada”.

“Que não fiquem dúvidas, nós não hesitamos. Escolheremos sempre a liberdade e a soberania”, prometeu Biden, que rejeitou os argumentos invocados por Putin de que a Rússia está a responder a ameaças ocidentais. “Ninguém ameaçou a Rússia”, garantiu Biden.

O Presidente norte-americano dedicou ainda parte relevante da sua intervenção a mostrar a sua preocupação com a “insegurança alimentarem várias partes do mundo, sublinhando que a guerra na Ucrânia está a ameaçar o suprimento mundial de alimentos e anunciando um novo pacote, de 2,9 mil milhões de dólares (aproximadamente o mesmo valor em euros) para combater o flagelo da fome.

Biden elogiou os esforços da ONU para mediar negociações que permitiram a criação de corredores de exportação de cereais a partir da Ucrânia e lembrou que as sanções ocidentais contra Moscovo nunca colocaram em causa a possibilidade de a Rússia continuar a exportar cereais e fertilizantes.

O Presidente norte-americano colocou mesmo a questão da segurança alimentar como uma prioridade e uma urgência, pedindo à comunidade internacional que se una nos esforços de combater a fome, em particular entre as crianças.

Em qualquer lugar onde os pais não consigam alimentar os seus filhos, nada mais interessa”, disse Biden.

O líder dos EUA lembrou ainda que o seu Governo continua empenhado na luta contra as alterações climáticas e, por isso, fez o país regressar ao Tratado de Paris e tem dados sinais de empenho em reduzir as emissões de carbono.

Biden criticou ainda a forma como muitas minorias continuam a ser perseguidas, apelando à ONU e à comunidade internacional para que evite que as pessoas sejam penalizadas pelas suas crenças religiosas ou opções sexuais, fazendo uma referência “aos corajosos homens e mulheres no Irão, que se manifestam hoje mesmo para defender os seus direitos mais básicos”.

Sobre as relações com a China, Biden explicou que está empenhado em evitar conflitos abertos, mas sempre procurando que haja espaço para uma concorrência saudável entre potências comerciais.

«Deixem-me ser muito claro. Não queremos uma nova Guerra Fria. Não queremos um conflito. Queremos um mundo próspero e transparente”, disse Biden, referindo-se aos esforços diplomáticos para encontrar soluções que beneficiem todas as partes, lembrando a atitude que os Estados Unidos têm tido em relação a Taiwan e às disputas com Pequim sobre a soberania deste território.

Biden falou ainda da necessidade de encontrar soluções de paz para conflitos como os do Iémen ou da Síria, para resolver a violência de gangues no Haiti ou para colocar fim ao êxodo da população na Venezuela.

Sobre o conflito israelo-palestiniano, Biden disse defender uma solução de dois Estados, mostrando-se empenhado em continuar a insistir no diálogo moderado entre as partes.

No final, e apesar de elencar uma longa lista de desafios “perigosos e incertos”, Biden mostrou confiança nas Nações Unidas para agirem como “instituição sólida” e na comunidade internacional para combater abusos aos direitos humanos e lutar por um “mundo mais justo”.

“Os desafios são grandes, mas as nossas capacidades são ainda maiores”, concluiu o Presidente norte-americano, lembrando que os líderes sentados na sala magna da sede das Nações Unidas não são “testemunhas passivas da História”, mas antes “actores activos”.

A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa.

Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.

O evento decorre sob o tema “Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados”, e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.

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III - Procure o ponto brilhante no céu: desde 1963 que Júpiter não estava tão perto da Terra

Nos próximos dias, a luz do Sol vai incidir em cheio no maior planeta do sistema solar que, por acaso, se encontra no seu ponto mais próximo da Terra. Estará tão brilhante que até as luas se vêem.

VERA NOVAIS: Texto

OBSERVADOR, 21 set 2022, 13:02  

A mais recente imagem de Júpiter captada pelo telescópio espacial James Webb

NASA, ESA, CSA, Jupiter ERS Team; image processing by Judy Schmidt

Aproveite os próximos dias, até ao final do mês, para procurar o objecto mais brilhante no céu noturno — depois da Lua, está claro. Numa combinação rara, Júpiter vai estar no ponto mais próximo da Terra e exactamente do lado oposto ao do Sol (quando visto do nosso planeta) no dia 26 de setembro, de acordo com a NASA (agência espacial norte-americana).

A Terra, Júpiter e outros planetas, não têm uma órbita redonda perfeita com o Sol colocado no centro, nem têm órbitas que se sobreponham — pelo contrário, cruzam-se —, o que faz com que todos os anos Júpiter tenha um ponto mais próximo da Terra e outro mais distante (cerca de 966 milhões de quilómetros).

Este ano, Júpiter estará mais perto do que nos últimos 59 anos, a “apenas” 591 milhões de quilómetros — mais ou menos a mesma distância que em outubro de 1963. Tão perto que, com “sorte”, poderá ver algumas das suas luas com simples binóculos — se bem que com um telescópio simples será ainda mais fácil e poderá ver também a famosa mancha do maior planeta do sistema solar.

Além de estar mais perto da Terra, Júpiter também estará em oposição ao Sol, o que quer dizer que enquanto o Sol se põe a oeste, Júpiter surge a este — como um espelho que leva em cheio com um holofote intenso. Esta oposição acontece a cada 13 meses e este ano coincidiu com o ponto mais próximo da Terra.

A “sorte” de que precisa é de estar num ponto alto, tão escuro quanto possível — ou seja, longe dos centros urbanos — e não se deparar com uma noite nublada ou chuvosa. Caso contrário, poderá sempre ver o ponto incrivelmente brilhante no céu a partir da janela.

Com bons binóculos, as bandas (pelo menos a banda central) e três ou quatro dos satélites (luas) de Galileu devem ser visíveis”, disse Adam Kobelski, astrofísico no Centro de Voo Espacial Marshall da NASA, em Huntsville, Alabama. “É importante lembrar que Galileu observou estas luas com um objeto óptico do século XVII. Um dos principais requisitos será para qualquer sistema que se utilize é que esteja montado num sítio estável.”

Para o ajudar, saiba que Júpiter vai nascer às 19h32 de dia 25 de setembro (hora de Lisboa) — um pouco mais tarde nos dias anteriores e um pouco mais cedo nos dias que se seguem — e que só se vai pôr às 7h36 de 26 de setembro. O ponto mais alto no céu, aos nossos olhos, acontecerá à 1h34 desse dia.

Júpiter terá 79 luas ou satélites naturais, de acordo com os cientistas, ainda que apenas 53 tenham um nome atribuído. As mais conhecidas (e maiores) são Io, Europa, Ganymede e Callisto, e são estas que provavelmente serão possíveis de observar, como pequenos pontos brilhantes, de ambos os lados do planeta.

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