sábado, 10 de setembro de 2022

Venha Meloni


Para ver se resulta em mudanças num mundo de contradanças. Como os seus comentadores, (na maioria, não na totalidade, hélas!) – eu também fico feliz, com a presença semanal erudita e esclarecedora do Dr. Jaime Nogueira Pinto, que nos vai elucidando a respeito destes tempos de muita malícia e habilidade deturpadora ou acentuadora dos dados, para prestígio próprio ou para o mal alheio. Venha Meloni, só, de resto, para uma pausa de expectativa. Vivemos uma guerra monstruosa, e a Itália tem pouco peso dissuasor. Os adeptos de Putin defenderão sempre Putin, que esse, sim, tem poder visível, que é o que conta. Mas gostamos sempre destas leituras históricas que põem os pontos nos ii, há muitos anos já, sem consequências reais sobre os percursos históricos actuais, mas que nos aquecem a alma, enquanto por cá andarmos.

Opinião: Itália: o novo perigo

O novo “perigo para a Democracia” é agora mais subtil e está mais próximo, e em vez de encarnar figuras masculinas, com ar de ferrabrases, assume a forma de uma mulher.

JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador

OBSERVADOR, 06 set 2022, 00:3053

Os alarmes vão subindo de tom, enquanto, num coro orquestrado, os porta-vozes euro-americanos da esquerda liberal chique – Le Monde, El País, La Repubblica, The Guardian, The New York Times – anunciam o novo perigo iminente. Desta vez o perigo não assume a forma de um milionário populista, como Trump, ou de um militarista, como Jair Bolsonaro (que o impoluto Lula da Silva irá neutralizar em Outubro); ou de paleocatólicos, como os polacos do Direito e Justiça, ou sequer do Inimigo Número Um do Progresso e das Luzes, o demónio reaccionário de Budapeste, Viktor Orbán. O perigo é agora mais subtil e está mais próximo, e em vez de encarnar figuras masculinas com ar de ferrabrases, assume a forma de uma mulher. Uma mulher de 45 anos, talvez de aspecto demasiadamente feminino para os fluidos gostos dos partidários do novo despertar; uma mulher com o ar tranquilo de executiva de outros tempos ou até de arcaica dona de casa americana, saída de um dos idílios paternalistas de Norman Rockwell. Um perigo.

O diabo de saias

O perigo é agora Giorgia Meloni, líder do partido Fratelli d’Italia e, nessa qualidade, cabeça da coligação de centro-direita que, ao que tudo indica, irá vencer as eleições italianas de 25 de Setembro.

Numa sondagem de vários institutos, anunciada pela Sky TG24 a 27 de Agosto, o Fratelli surge como o primeiro partido, com 24,7% das intenções de voto; seguem-se o Partito Democratico (PD), com 22,7%, La Lega, com 13,4%, 5 Stelle, com 10,9%, Forza Italia, com 8,4%, Terzo Polo, com 5,9%, I Verti/Sinistra, com 3,4%. Depois, vem uma série de partidos com menos de 3% de espectativas de voto.

O problema é que, em coligação, a vantagem do centro-direita é manifesta: os Fratelli de Meloni (24,7%) estão unidos à Lega de Salvini (13,4%) e à Forza Italia de Berlusconi (8,4%) e a soma dos três é 46,5%. Contra, a coligação da esquerda, Partito Democratico com I Verti/sinistra e + Europa, fica-se pelos 29,5%. O Movimento 5 Stelle vai às urnas sozinho. Assim, e dado o sistema eleitoral italiano, que premeia as maiorias, é natural que a coligação liderada por Meloni tenha uma significativa maioria de lugares no Parlamento. O actual sistema eleitoral foi consagrado pelas reformas constitucionais a partir de 2017: é um sistema misto proporcional e maioritário que determina que 148 deputados e 74 senadores (37% do Parlamento) são eleitos em colégios uninominais, e os restantes, a maioria, 244 deputados e 122 senadores, são eleitos de forma proporcional.

Foi a lei constitucional de 19 de Outubro de 2020, votada por uma esmagadora maioria, que reduziu o número de deputados de 630 para 400 e o número de senadores de 315 para 200. A Itália, que era o país europeu com um maior número de parlamentares eleitos pelo povo (945 antes da reforma aprovada por referendo popular em 2021), deixou então de o ser. Com as expectativas de voto indicadas pelas sondagens, o centro-direita pode esperar cerca de 250 deputados no Parlamento e de 125 senadores, o que fará de Giorgia Meloni a próxima primeira-ministra de Itália, com uma larguíssima vantagem.

O “perigo fascista”

Perante este cenário – e mesmo descontando a ignorância negligente ou culposa da generalidade dos jornalistas e comentadores sobre a Direita, as suas ideias, doutrinas e movimentos, que tende a aplicar a tudo o que não é esquerda o rótulo de “extrema-direita” e de “fascismo”, prescindindo, por uma vez, dos seus afamados “fact checks” –, percebe-se o alarme reinante. É que a Itália é um país importante da Europa e da União Europeia, e uma vitória daquilo a que neo-esquerdistas, tardo-comunistas e ignorantes chamam “pós-fascismo” ou “ultra-direita” não deixará de ter consequências.

Mas haverá razão para tanto medo?

Os termos fascismo e fascista tornaram-se rótulos usados como insulto para neutralizar ou desqualificar inimigos políticos. Até no interior da Esquerda foi assim: nos anos Trinta, os comunistas de Moscovo – Estaline e Zinovievusaram o termo para o arremessar à social-democracia alemã, para eles cúmplice do fascismo. Mais tarde, durante a Guerra Fria e o conflito sino-soviético, várias seitas radicais esquerdistas o viraram contra os soviéticos, que descreviam como “sociais-fascistas”.

No seu programa fundacional, o fascismo italiano procurava fazer convergir a comunidade nacional com a ideia de justiça e solidarismo social. O combate à decadência foi determinante na ideologia fascista e a ideia de ruptura revolucionária e autoritária com a ordem parlamentar liberal foi essencial na doutrina e verificou-se na prática. Mussolini, o inventor do Fascismo, tinha uma ascendência intelectual e social socialista revolucionária, de sindicalista militante. Combinava essas raízes com a experiência das trincheiras e com uma cultura política italiana dominada pelo realismo maquiavélico. As teses paretianas sobre a circulação das elites e a permanência da oligarquia são também essenciais para perceber as raízes do fascismo.

Para a caracterização e o entendimento do triunfo do fascismo é ainda preciso levar em conta mais dois fenómenos: a “Grande Guerra” e a revolução bolchevique. A Grande Guerra acabou com a Belle Époque e com a douceur de vivre da Europa conservadora burguesa e liberal retratada por Proust, por Stefan Zweig e Joseph Roth. E destruiu os impérios continentais – o dos Habsburgo, o dos Hohenzollern, o dos Romanoff e até o Otomano – criando na MittelEuropa e na Eurásia uma grande fragmentação nacionalitária e identitária.

Nesta confusão, depois da Revolução de 17, o medo dos bolcheviques levou as classes altas e as classes médias a apoiar as reacções anti-liberais, que foram de duas espécies: as militarizadas, ordeiras e conservadoras, como as que levaram ao poder Horthy, Piłsudski, Primo de Rivera e, em Portugal, depois da Ditadura Militar, Salazar; e as revolucionárias, fascistas ou nacional-populistas, que aconteceram na Itália, por via de um misto de movimento de massas e golpe de Estado – a marcha sobre Roma, em Outubro de 1922; ou na Alemanha, 11 anos depois, com o Machtergreifunghitleriano. Nestas, os instrumentos não foram os militares, os Exércitos, mas os movimentos de massas e as vitórias eleitorais.

Estas reacções ou revoluções – as nacionais autoritárias e as fascistas (sendo o nacional-socialismo um caso particular de fascismo pelo factor racial e as consequentes políticas de extermínio) – tiveram em comum a rejeição do processo de livre competição democrática partidária como processo de selecção dos governantes, uma rejeição fundamentada em textos teóricos e na prática política. E controlos policiais e censórios às liberdades fundamentais.

Ora os movimentos e governos que a Esquerda hoje acusa de fascistas (que corresponderiam aos fascismos italianos ou ao hitlerismo) e de “ultradireita” (que corresponderiam mais ao nacionalismo autoritário, tipo Salazar ou a Franco, embora para a maioria da crítica pouco informada funcione a amálgama) não têm, nem na teoria nem na prática, qualquer espécie de anti-democratismo. Na Polónia e na Hungria há oposição e eleições competitivas, juízes independentes e Estado de Direito.

Direita Nacional e Popular

Há, no entanto, traços comuns, tanto entre os movimentos fascistas e os regimes autoritários do entre-guerras, como entre os nacionalismos populares dos nossos dias: a defesa dos valores da Nação, da História, da independência nacional ou da Família. São, de resto, valores comuns às direitas, e o seu abandono pelos partidos clássicos e conservadores explica também o aparecimento e progresso dos novos movimentos ditos populistas.

Na Esquerda, o facto de os comunistas serem pela igualdade e os sociais-democratas também, não leva ninguém a chamar “comunistas” ou “estalinistas” aos sociais-democratas, nem a fazer amálgamas. O mesmo não acontece na Direita em que qualquer paralelo, por mais ténue, é prontamente amalgamado ao hitlerismo. E no sentido de ruptura ideológico-institucional há paralelos entre fascistas de ontem e populistas de hoje: o fenómeno da decadência, por exemplo, que há um século tinha mais valor e significado político, e hoje é sentido pelos europeus das classes trabalhadoras e médias, na desindustrialização e desnacionalização das suas economias. E o populismo é uma reacção ao aparente desinteresse da sorte dos povos das elites tradicionais económicas e políticas, mais voltadas para os “grandes desígnios” da comunidade internacional, do planeta e da espécie humana, animal e vegetal.

É também uma reacção aos riscos da marginalização das nações europeias na luta China-Estados Unidos, sobretudo na lógica da “cruzada democrática” de Biden, que as atira para o dualismo The West against the Rest, com os europeus a suportarem os custos do enfrentamento com a Rússia por causa da Ucrânia. Identitariamente, em vez de uma “conspiração dos judeus”, há uma imigração com características culturais e incidências civilizacionais que parte da população europeia considera alheia, hostil e desintegradora para a sua identidade nacional. E, finalmente, reage ainda a uma ameaça paralela e também internacionalista, embora de natureza diferente, à do bolchevismo de há cem anos: o ataque cultural aos valores e instituições euro-ocidentais – à Religião, à Nação, à Família – pelas novas ideologias do Wokismo e da Cultura do Cancelamento.

Meloni e os FDI respondem a tudo isto, caracterizando o que é histórico, passado e o que permanece: Mussolini é História e pertence à História; como o fascismo e o uso da violência e as imposições anti-liberais e anti-democráticas do Estado totalitário são História e pertencem à História. O objectivo da coligação italiana de Centro-Direita é defender os valores nacionais e conservadores em termos democráticos, eleitorais, procurando e conquistando o voto do povo.

E hoje são as elites do sistema que, através dos seus órgãos de formação, informação e deformação, são desconfiadas e críticas do voto popular, ao ponto de insistirem permanentemente no perigo do populismo, como uma forma de “enganar o povo”, repetindo argumentos que há cem anos os fascistas e os autoritários usavam para justificar a supressão das liberdades e da Liberdade. Veja-se o processo, em Itália, de adiar as eleições, que durou até Draghi se demitir, precipitando a crise.

Isto, ao mesmo tempo que, nas áreas onde estabeleceram, senão o monopólio, pelo menos a hegemonia, os Woke e os seus cúmplices reprimem, expulsam, regulam, silenciam, cancelam, intimidam.

Mas fora daí – e apesar de uma propaganda sistémica e sistemática – a generalidade do povo italiano parece manter a sua liberdade de escolha. Vamos ver no dia 25.

ELEIÇÕES   POLÍTICA   ITÁLIA   EUROPA 

COMENTÁRIOS:

MU Riaz Carmali: Apreciei o artigo do JNP a quem saúdo democraticamente. Contudo, tenho as seguintes observações a fazer. 1) Se ser de Direita abarca a crença no Deus Único, na família tradicional homem/mulher, em aceitar todas as religiões dando o mesmo respeito a todas, em ser-se contra a Eutanásia, contra a legalização das drogas e prostituição, em se defender a igualdade de todas as etnias, e demais valores conservadores, em se defender a identidade nacional que não assente em princípios raciais e religiosos, em se defender o Património Histórico e a História do país, em não se destruir monumentos, em se respeitar (como se faz nos EUA) o Princípio "do Primado do Indivíduo sobre o Estado", em se aceitar o Estado Social, então essa Direita está muito próxima do meu Pensamento e da minha forma de estar na Vida. 2) JNP disse: "há uma imigração com características culturais e incidências civilizacionais que parte da população europeia considera alheia, hostil e desintegradora para a sua identidade nacional."  É importante referir que o autor não se refere a ele mas sim a parte da população europeia. Esses receios são legítimos dentro de um quadro democrático.  Quem imigra para a Europa deve integrar-se na Sociedade Receptora sem contudo perder a sua Identidade. Para isto acontecer, o Estado Receptor também tem de criar mecanismos que permitam a integração do Imigrante sem este perder a Identidade. Dou 3 exemplos: França. Neste país, nem o Estado tem um modelo integrador que permita ao Imigrante manter a sua Identidade, nem algumas comunidades imigrantes estão interessadas em se integrarem. Isto tem também a ver com o Modelo Político que rege a França, o qual não aceita o Princípio do Primado do Indivíduo sobre o Estado, sendo que isto se verifica desde antes da revolução francesa e permeou tanto as formas de governo monárquicas como as republicanas; Reino Unido: Neste país (bem como nos EUA), o "Princípio do Primado do Indivíduo sobre o Estado" é levado bastante a sério, e para se ser britânico (ou americano), não é necessário o Imigrante perder a sua Identidade, nem ter certas características raciais. Conheço muito bem a realidade britânica e já estive naquele país inúmeras vezes. O Reino Unido é uma Sociedade Multicultural onde o Indivíduo pode ser britânico e ao mesmo tempo manter a sua Identidade. Daí, Muçulmanos, Hindus, Sikhs e outras comunidades não caucasianas, estejam bem integradas, sentindo-se britânicas e mantendo as suas identidades. Portugal, a minha terra amada! O modelo português é muito parecido com o britânico no tocante à imigração e a vários outros aspetos sociais. Porém, os nossos políticos ainda precisam de aprender que numa Democracia, o "Princípio do Primado do Indivíduo sobre o Estado" deve ser uma realidade, algo que na nossa terra não o é.  Quanto à integração dos imigrantes, dou o meu exemplo. Sou neto de imigrantes indianos que migraram da Índia para a Antiga Província Portuguesa se Moçambique, onde nasceram os meus pais e tios. Após o 25 de Abril, toda a minha família imigrou para a Metrópole, porque sempre se sentiram portugueses e não queriam estar num lugar onde não houvesse Jurisdição Lusitana!! Eu nasci em Lisboa há 43 anos, sou Muçulmano Praticante e Português Altamente Patriota!! Nem eu nem os meus familiares, nem as pessoas que vieram de Moçambique, alguma vez sentimos qualquer incompatibilidade entre ser-se Português e Praticante de uma Religião que não seja a Cristã 3) Conclusão. Face ao exposto acima, não vejo por que a Direita é tratada como um bicho papão!! Se o é por defender uma imigração não discriminatória mas numericamente controlada? Eu também defendo esse princípio!! Se o é por temer a substituição de uma maioria racial por outra ou outras? Eu também não defendo essa substituição!! Poderia dar muitos exemplos mas por uma questão de falta de tempo, fico-me por aqui, saudando o autor deste texto e todos os meus e minhas compatriotas. Viva Portugal e vivam os Portugueses!! 🇵🇹🇵🇹🇵🇹               Filipe Costa: Temos aqui uma ideologia correcta, eu não avalio esquerdas e direitas, avalio políticas e resultados. Se as políticas produzirem sempre os mesmos resultados medíocres, há que mudar. Ponto.            Carminda Damiao: Muito bom. É sempre um prazer ler os seus artigos.             Mapril Oliveira: Tão democráticos que eles são! Por isso simpatizam com Putin, esse expoente de liderança democrática!          Riaz Carmali: Já estava a sentir a sua falta por não ter publicado o artigo tradicional ao Sábado. Posso discordar de si em certas matérias, mas respeito-o como intelectual e quero dar-lhe as "boas vindas" por mais um artigo, que irei ler com toda a atenção, para depois deixar aqui a minha opinião, In Shaa ALLAH. Cumprimentos          Eduardo L: Brilhante!          Simplesmente Maria: Quando julgamos que o pensamento único está insanamente coeso, eis que nos surge Jaime Nogueira Pinto a dar-nos notícias da mudança.  Obrigada          Alexandre Barreira: Muito bem, caro JNP. No fundo, não disse nada de novo. Mas olhe que a "rapariga", a ganhar, não vai ter a vida facilitada !             Joaquim Almeida: Patronos. Egrégio e muito estimado Jornalista jmf :  Com sã consciência,  pode um democrata  "patrocinar" um jornal que, em termos objectivos, mantém uma parceria com média brasileiros que banalizam a mistificação, a mentira e a censura? Os Média, inimigos da liberdade de expressão de opinião, que aplaudem com silêncio cúmplice a perseguição política movida por corruptos juízes do STF e do STE  contra opinião conservadora, mediante processos inconstitucionais, ilegais, arbitrários, secretos e inquisitoriais, com farta devassa policial-pidesca  de vidas privadas, desmonetização, algumas prisões e muita intimidação. É com esses média militantes partidários, traumatizados pelo desmame de verbas públicas (a Folha, v. g., recebeu em 3 anos do actual Governo apenas 400 mil euros, contra um total de 106 milhões de euros (529 milões de reais) nos 16 anos Lula-Dilma - Temer.), é com esses média  que este jornal prefere continuar a dar-se, ignorando ou voltando as costas a outros, comprometidos com a honestidade intelectual e a verdade e que, por definição, devia acompanhar? Gazeta do Povo - diário centenário, agora digital, JovemPan - com a 2.a maior audiência na tv paga, com múltiplos programas diários onde se pratica o contraditório -  Lacombe e a Rede-tv, Brasil Paralelo, TerçaLivre, Alexandre Garcia, Augusto Nunes, Cristina Graemli, G. Fiúza, Caio Coppolla, e tantos outros  - todos esses nomes não dizem nada a este jornal?  Caro JMF, a campanha dos patronos tem ínsita uma contradição nos seus próprios termos que urge resolver. Ou estamos perante um esforçado Sísifo que a si próprio se condena? Um Sísifo trouxa, digamos...  Nunya business > Joaquim Almeida: MUITO BEM!! Subscrevo inteiramente.            Joaquim Almeida: Lapidar revisão da matéria. Parabéns e obg.              Lidia Santos: Brilhante. Obrigada.          Henrique Frazão: Excelente artigo.           Margarida Rosa: Dr. Jaime Nogueira Pinto não estou muitas vezes de acordo consigo, mas não deixo de ter uma enorme admiração pela sua forma de observar o mundo.         Jorge Lopes: Viva Itália ! Obrigado por mais um excelente artigo, Dr.Jaime Nogueira Pinto !         Paulo Orlando: O problema de fundo é que as elites derivam facilmente de ideologia mantendo os privilégios enquanto a ralé continua a sustentá-las independentemente dos regimes instalados. O Estado de Direito não é mais do que um artifício para controlar a ralé protegendo as elites.            Henrique Frazão > Paulo Orlando: Na minha opinião esse fenómeno é evidente em Portugal com o PS v PSD/CDS no poder.       MCMCA  > Henrique Frazão: E falta o BE que com os impostos da classe média compra, também ele, os votos da triste ralé.          João Ramos: Como sempre clarificador, obrigado Jaime!           Sofia Fernandes: Muito obrigada pelo excelente artigo. Contra a desinformação, o conhecimento; contra a autocracia, a liberdade de pensamento. Francisco Lobo de Vasconcellos: Mais uma vez uma explicação clara, fundamentada e concisa dos tempos actuais. Muito obrigado!            Isabel Amorim: Que saudades que tinha dos seus artigos! Enchem a alma de tão lúcidos!           bento guerra: Um reaccionarismo estrutural com laivos misóginos. Mudança !      Jose Luis Salema: Muito obrigado Jaime Nogueira Pinto. É bom percebermos como funciona a direita e de forma simples.         Helder Machado: O artigo revela não só conhecimento profundo da história contemporânea, como uma coragem intelectual praticamente desaparecida do ambiente medíocre onde se vegeta. Jovens: parem o tic toc por uns momentos e atrevam-se a ler! Estar desatento leva à submissão. Já estão a pagar um preço muito alto. Muito obrigado, Jaime.        Jose Luis Salema: Muito obrigado Jaime Nogueira Pinto. É bom percebermos como funciona a direita e de forma simples.       Joaquim Lopes: A Itália tem mantido muita produção industrial em Itália e se assim continuar, sem a entregar à RPC, vai muito bem, há coisas que quando se perdem não voltam, o saber fazer e ser auto-sustentável, a Itália ainda é uma potência industrial espero que mantenha, a França desapareceu, a Alemanha igual, agora queriam por via do Fórum Mundial esses sim que pelo uso da palavra e abuso são os fascistas mundiais.      MCMCA >  Joaquim Lopes: Está-se a esquecer o que se passa na indústria têxtil italiana: o Prado, terra mítica das famosas lãs italianas onde eram manufacturadas as melhores malhas e onde a indústria têxtil foi vendida a chineses que, pronto, despediram os trabalhadores italianos e os substituíram por chineses que dormem nas fábricas e são escravizados perante autoridades que, fecham, na Europa de hoje, os olhos às miseráveis condições de trabalho que lá se praticam. Foi no Prado que se iniciou a expansão da epidemia covid na Lombardia, trazida por imigrantes chineses de Wuhan que após o natal na China regressaram ao Prado e contaminaram a Itália, Europa e o resto do mundo.       João Floriano. Excelente como é habitual. A História é da máxima importância para perceber os acontecimentos do presente.

Filipe Brandao. Excelente.            Maria Nunes: Brilhante artigo. Obrigada JNP.             João Eduardo Gata: Parece que Itália precisa de ser posta em quarentena até aprender a ser racional.          Joaquim Lopes > João Eduardo Gata: Sim e o seu Portugal da geringonça, numa gateira?                    Henrique Frazão  > João Eduardo Gata: Muito democrata a sua observação, o voto do povo só vale quando ganham os seus, caso contrário quarentena neles.             LJ ® > João Eduardo Gata: E os outros é que são fascistas…           Joaquim Almeida > Henrique Frazão: Democrata e original...             bento guerra: Itália: o FALSO perigo. O partido "socialista" P. Democrático tem estado ligado à governação, desde que Berlusconi saiu, em 2011.Conseguiram controlar o Presidente, de eleição parlamentar, um inútil bota-discurso e finalmente, até garantiram o governo do "avalista" financeiro internacional, o super-Draghi, autor do dinheiro barato, para os governos espatifarem. Assim, a Itália chegou quase ao nível da Grécia, em dívida e problemas de desigualdade social, a que acrescenta ser a entrada dos africanos dos barcos de recurso, actividade negreira desta década. Muitos italianos estão fartos desta classe política oportunista e querem mudar. A Meloni ocupa o primeiro lugar nas sondagens, desde há um ano. É agora, ou nunca.             V. Oliveira: Um aplauso Sr. Jaime Nogueira Pinto! O discurso do perigo já vem de longe. Aqui em PT, o discurso do medo do PCP e dos embriões do BE vem desde 25 de Novembro de 1975. Ia ser o regresso ao fascismo, o fim do mundo...           Luis Ferreira > V. Oliveira: O PS tem, neste aspecto, o mesmo discurso de PCP e Bloco, que são partidos anti democráticos.             V. Oliveira > Luis Ferreira: Sim, concordo consigo. Na ocasião a que me refiro (25Nov1975) existia um outro PS, que, claramente, se demarcava desses partidos da extrema-esquerda e anti-democráticos. Na actualizade é como diz, o mesmo discurso manhoso daqueles.              MCMCA Luis Ferreira: Esquece as boutades do nosso PR.  Pontifex Maximus: Excelente artigo, com certeza muito actual. Todavia poderia ter acrescentado um ponto, que reputo muito importante: é a segunda vez que os Estados Unidos impõem à Europa que assuma os custos do “West against the Rest”, sendo a primeira vez, na sequência da II Grande Guerra, o fim dos impérios coloniais em África e na Ásia (nas Américas o fim dos impérios teve causas diferentes e foram até o espoletar do aparecimento dos EUA). E a importância disto poderá ter efeitos catastróficos e muito piores que o anterior, pois que se da primeira vez foi a irrelevância político-militar da Europa no mundo mas continuou a manter alguma da sua relevância económica, desta vez temo seriamente que a guerra da Ucrânia nos leve à irrelevância total e os proveitos fiquem todos do lado americano. Ou até mais precisamente anglo-saxão, que é aquilo em que os ingleses (não os britânicos, note-se) andam a apostar sorrateiramente. Ou julgam que a escolha da nova primeira-ministra inglesa, que quer desde já rasgar o acordo do Brexit duas vezes assinado pela coroa, é mera coincidência no tempo? Isso não existe em política.         Pedro Ferreira > Pontifex Maximus: Não estou bem a ver como é que os EUA podem impor à Europa  que assuma os custos do West against the rest uma vez que quem se deixou ficar nas mãos da Rússia e da China foi a Europa ao ter-se desindustrializado e não ter procurado a independência de certas matérias primas indispensáveis para a vida dos Europeus.         Pedro Fontes > Pedro Ferreira: Custos recorrentes futuros: A NATO está "aos poucos"  a transformar-se na "polícia do mundo", quando esse papel dantes era apenas feito por um país Custos recorrentes futuros, associados às sanções: ora a UE convivia bem com o gás russo ... "F@ck the EU!"             Pontifex Maximus > Pontifex Maximus: Pedro, não foi a Europa que escolheu desindustrializar-se, foram os americanos que o impuseram nos anos 70 com a concessão do novo papel à China maoista pelo presidente Nixon (justificado pela luta contra a união soviética mas que deu no que estamos a ver na guerra na Europa…) a que os europeus não puseram prego nem estopa! É verdade que sobrepôs alemães também deslocalização (sobretudo o automóvel) mas fizeram-no tardiamente e a reboque dos americanos e como condição de sobrevivência, haja memória.      Luis Ferreira: Brilhante. O conhecimento é essencial à opinião livre e à liberdade. Vale a pena continuar a assinar este jornal para poder ler este homem. Não sei se publica em livros estas crónicas, como felizmente fez Carlos M. Fernandes (Vai correr tudo mal, Aletheia Editores, 2021), mas eu agradecer-lhe-ia que o fizesse.          Troca Tintas: O único perigo para a democracia é o jornalixo!        João Floriano > Troca Tintas: Concordando em grande parte com o Troca Tintas, lembro que a proliferação das redes sociais também dá uma ajuda e neste caso torna-se ainda mais complicado do que o jornalixo porque a linha vermelha ( está na moda) entre liberdade de expressão e libertinagem na expressão é extremamente ténue.                   João Floriano > Troca Tintas: Concordando em grande parte com o Troca Tintas, lembro que a proliferação das redes sociais também dá uma ajuda e neste caso torna-se ainda mais complicado do que o jornalixo porque a linha vermelha (está na moda) entre liberdade de expressão e libertinagem na expressão é extremamente ténue.          Carlos Chaves: Caríssimo Jaime Nogueira Pinto, obrigado por esta brilhante crónica de esclarecimento, nomeadamente por ser dos poucos no nosso país a classificar o regime de Salazar como nacionalismo autoritário, o que é diferente de ter sido um regime fascista, como a esquerda Portuguesa sempre nos tem querido convencer.          Américo Silva: Talvez a Europa, que tal como o Japão perdeu a soberania, ainda não a tenha perdido de vez? De Gaulle furtou a França de ser incluída entre os derrotados por uma unha negra, e não perdoaram, um movimento orquestrado, até hoje nunca esclarecido, Maio de 68, virou a mesa. As despesas da CIA têm-se mostrado eficazes, e os telefones dos líderes europeus estão sob escuta. Até Segolene Royal está desconfiada.            Carlos Quartel: O perigo vem do bombeiro, não do incêndio. De facto, esses arautos dos grandes perigos  são eles próprios o maior perigo para a democracia e para as liberdades. Acossam, caluniam e  perseguem quem não lê pela cartilha do politicamente correcto, pelas suas inclusões e exclusões, pela fabricação de uma sociedade de racistas e tarados que os perseguem e os segregam. E, mesmo cá, já chegaram alto. Assassino ao almirante e ao Ferro, despedimento do prof de Aveiro, com entusiasmada colaboração do reitor, mais o camarada que quer matar o homem branco, arrogância dos orgulhos LGBT, etc etc É neles que está a intolerância, a perseguição e o desejo de eliminação, não nos partidos das várias direitas, que, apesar de pedirem mais músculo, sempre agiram dentro do  mundo democrático, do voto , da alternância e do pluralismo.

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