De um verdadeiro amante da sua pátria, talvez
saudosista, talvez inconformista, como o são todos aqueles que recordam os
saberes alicerçados numa memória primeira e por vezes reforçados por leituras
confirmativas e mais explícitas ainda, como é o caso do Dr. Salles, a quem
sempre agradeceremos o seu sincero “A Bem da Nação”, quem sabe se com prejuízo
próprio - reduzidos que estamos hoje, a um nacionalismo assente em “coragem”
também, embora impúdica – a da dependência externa, para bem da nossa
sobrevivência como nação ….
«... E VÓS
TÁGIDES MINHAS...» - 1
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA
NAÇÃO, 15.09.22
ou
O MUNDO VISTO A PARTIR DE LISBOA
1140 – Bafordo do Vez
(…) 1385 – Batalha de
Aljubarrota
1415 – Conquista de Ceuta
1418 – Redescoberta e tomada de posse da Madeira
1422 – Início da tomada de posse dos Açores
(…) 1580 – fatídicas Cortes
de Almeirim
1640 – Restauração da Soberania Nacional
(…) 1975 – Regresso à
dimensão europeia
*
* *
Em
todo o nosso processo histórico, muitos foram os fios de espada gastos,
nomeadamente em Aljubarrota, mas não quero esquecer dois pensadores decisivos.
Refiro-me a D. João Peculiar
de quem se fala menos do que de Egas Moniz e a João das Regras de
quem se fala menos do que de D. Nuno Álvares Pereira. E, contudo, foram
esses quase ocultos cuja erudição decidiu a definição dos interesses
estratégicos do «Portugal a ser» no vale do Vez e do «Portugal em
risco de ser» nas circunstâncias de Aljubarrota. * * *
Dos
poucos episódios assinalados, dá para extrair várias conclusões, dentre as
quais assinalo que…
…
as nossas opções estratégicas variaram ao longo dos tempos;
…
nem sempre houve uma sequência lógica no curso da nossa História;
…
as batalhas resultaram mais do pensamento do que do improviso ou do capricho;
…
nem sempre os «opinion makers» foram patriotas. * *
*
Numa
perspectiva euro centrista, fomos os primeiros a ir e fomos os últimos a voltar, fomos os que mais tempo andámos por fora. E isso foi entre o dia 21 de Agosto de 1415 com a
batalha da conquista de Ceuta e o dia em que, em 1975, a última colónia
africana assumiu a respectiva independência.
E porquê tanto tempo? Porque nos miscigenámos, vivemos e deixámos viver
enquanto outros mantiveram distâncias humilhantes e até chegaram ao extermínio
das gentes locais. Quanto a nós, fizemos amigos desde a nossa feitoria
mais oriental em Nagasaki até às alturas pós andinas do rio Solimões no
interior amazónico.
E
se assim foi quando éramos um potentado, por maioria de razões a nossa
estratégia actual, autorreduzidos que estamos à dimensão europeia, assenta
imperativamente na paz. Mas na paz auto comandada e não na paz demolidora das
nossas virtualidades defensivas como pretendiam os «pacifistas» do moscovita
«Comité Português para a Paz e Cooperação». A esta pseudo paz de submissão à
Rússia respondemos com uma inequívoca pertença à NATO.
Lisboa, 15 de Setembro de 2022
Henrique Salles da Fonseca
NOTAS
DE PÉ DE PÁGINA
1 - Título - «Os Lusíadas», Canto I, estrofe 4
2 – Patriotas - «…também entre os portugueses traidores houve
algumas vezes» -
«Os Lusíadas», Canto IV, estrofe 33
COMENTÁRIOS:
Anónimo 15.09.2022 19:27:
Boa base para se desenvolver
conhecimentos. Porque é muito simples. Cumprimenta.
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