Mas mais do que nunca: uma tal penúria
nacional – a começar pela dos grandes, a acabar na dos pequenos, com dúvidas
sobre a salvação – e muito mais na esperança de mudança, a não ser na pela derrapagem.
Um país que se queixa com razão – do governo, do povo, dos professores, da
incompetência e da falta destes… E dos alunos, ninguém se queixa? Como se
permite a indisciplina geral nas escolas, que impede o ensino eficiente,
tornando aquelas antro de violência e desrespeito, de forma que, dos que acedem
a cursos superiores hoje, poucos queiram vir a ser professores amanhã?
Salve-se quem puder
Com o iminente colapso da rede
pública, mais famílias inscrevem os filhos no privado e recorrem a centros de
explicações. Eis uma injustiça revoltante e a morte do slogan "da defesa
da escola pública"
ALEXANDRE HOMEM CRISTO
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 20 abr. 2023, 00:2154
Facto: com quatro
anos lectivos consecutivos de disrupções no funcionamento das escolas, devido à
pandemia e agora devido às greves dos professores, há milhares de crianças que
já não sabem o que é a normalidade escolar. Muitas delas, aliás, nunca
souberam: as que estão hoje a frequentar o 1º ciclo do ensino básico nunca
entraram na escola sem receio de perturbações ou de descobrir que não terão aulas.
Facto:
existem ainda alunos sem aulas por falta de professor. A escassez de professores é um dos maiores desafios
do sistema educativo, visto que o fluxo anual de saídas para a reforma esmaga o
número de novos professores saídos das Escolas Superiores de Educação. O recrutamento tornou-se particularmente difícil em
determinadas disciplinas ou áreas
geográficas menos apelativas aos professores-candidatos. Até ao
momento, não se conhecem medidas do governo que permitam contrariar eficazmente
esta sangria.
Facto:
as perturbações no funcionamento das escolas têm consequências para a aprendizagem das crianças, assim como para o seu bem-estar emocional e psicológico. Seria, de resto, absolutamente bizarro caso assim
não sucedesse e, afinal, as crianças aprendessem mais e melhor sem aulas do que
com aulas. Os dados internacionais não
permitem qualquer fragmento de dúvida acerca do transversal dano na
aprendizagem nos anos da pandemia. Da mesma forma, a investigação confirma que
períodos longos de greve arrastam consequências para a aprendizagem dos alunos.
Facto: o governo e os sindicatos, por
razões diferentes, fizeram intervenções públicas que desvalorizaram o dano
causado aos alunos e a urgência da recuperação da aprendizagem. Da parte do
governo, o Ministro da Educação analisou as provas de aferição de 2022 concluindo que os
alunos já estavam melhores do que em 2019 — reclamando então o sucesso do
programa de recuperação de aprendizagem implementado. Da parte dos sindicatos,
desdramatiza-se o impacto das greves (ou seja, da não-realização das aulas) na
aprendizagem das crianças, assegurando o impossível (que os alunos não serão prejudicados), para
defender a oportunidade e necessidade das actuais lutas sindicais.
Facto: aumentou recentemente a
procura por vagas em colégios privados.
Os dados mostram, por exemplo, que nunca em democracia houve uma tão grande
percentagem de alunos do secundário a frequentar estabelecimentos privados como
em 2021 (24,3%) —
e, quando vierem os dados relativos a 2022, a tendência confirmar-se-á. Apesar
do tremendo esforço que tal implica, as famílias estão a optar por pagar
para tirar os seus filhos de escolas da rede pública.
Facto: aumentou
bruscamente a procura por centros de explicações, para apoio à aprendizagem dos
alunos, de acordo
com uma reportagem desta semana na Renascença. Para além destes testemunhos, os dados recolhidos oficialmente vão até 2019 e, apesar de serem escassos, retratam uma realidade
alarmante onde milhares de famílias sentem a necessidade de subscrever serviços
de apoio ao estudo para os seus filhos realmente aprenderem e poderem
prosseguir os seus estudos no ensino superior. É uma espécie de sistema
educativo sombra e todos os sinais sugerem que esta realidade se aprofundou.
Durante os últimos anos, escrevi repetidamente sobre cada um destes
factos, pelo que vou poupar o leitor à repetição dos dados e dos argumentos. O meu ponto com esta síntese consiste em tornar
clara esta ideia: as acções geram
reacções. Com o iminente colapso da rede
pública, porque os desafios educativos não foram corrigidos
(mas sim agravados) e os danos na aprendizagem não foram recuperados (mas
sim negados), as
famílias viram-se forçadas a resolver à medida das suas possibilidades:
inscrevendo os filhos na rede privada e recorrendo a centros de explicações. A
Educação entrou num salve-se quem puder e, infelizmente, muitas crianças não
podem — afinal, não são muitas as famílias que conseguem suportar o custo
financeiro destas alternativas, pelo que se alargou o fosso social entre quem
pode e quem não pode.
Isto
é uma injustiça revoltante. Isto é um drama social silencioso, porque os
principais prejudicados não têm voz no debate público. E, claro, isto é também
a morte do slogan político “da defesa da escola pública” — é que foram os seus
alegados defensores que a sacrificaram no altar das suas conveniências.
EDUCAÇÃO ESCOLAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PAÍS
COMENTÁRIOS (54)
Filipe Costa: Eu acho que
devíamos lançar projectos piloto para substituir professores por bots, só
precisávamos de professores de educação física e auxiliares de educação. Lúcia Henriques:
Julgo que isto é propositado, pois quanto mais
analfabetos e pobres, mais votos tem a esquerda. Luis
Freitas > Lúcia Henriques:
Concordo essa era a estratégia da
ditadura de Salazar para se manter no poder eternamente. Filipe
Costa > Luis Freitas:
Salazar queria ignorantes, pois bem: "A construção das escolas foi levada a cabo pela Direcção-Geral
dos Edifícios e Monumentos Nacionais do Ministério das Obras Públicas. No
âmbito do Plano dos Centenários, até ao final da década de 1950, foram construídos mais de 7000 edifícios
escolares novos, que
incluíam um total superior a 12 000 salas de aula. A construção de
escolas em larga escala continuou até meados da década de 1960. Quase todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal
passaram a dispor de uma ou mais escolas do Plano dos Centenários, o que permitiu
diminuir acentuadamente o analfabetismo e aumentar o ensino obrigatório de três
para quatro anos em 1960 e para seis anos em 1967." Eduardo
Fernandes: George Orwell-Triunfo dos Porcos. Todos
os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros! Jorge Tavares: O colapso dos
serviços públicos merece uma série de manif's de grandes dimensões
nas principais cidades portuguesas. Múltiplas vezes, não apenas uma.
Devem ser manif's
de denúncia, manif's de acusação;
manif's contra a hipocrisia;
manif's para apontar firmemente o dedo aos culpados: a esquerda. Toda a esquerda. Foram os que
mais enchiam a boca com os serviços estatais (e não apenas públicos) - a esquerda
e só a esquerda - que mais fizeram para os arruinar. Cristina
Jorge > Jorge Tavares:
E para quê? As
pessoas manifestam-se mas essas mesmas pessoas que enchem as manifestações
depois nas urnas continuam a votar esquerda... A esta altura ainda há gente
traumatizada com o PSD, o Passos e a troika sem verem que hoje estamos pior do
que nesse tempo... Na altura reclamavam dos sacrifícios que eram necessários, e
agora? Sacrifícios em que nome? Da incompetência desta corja na qual continuam
a votar. O povo também não é melhor do que o governo... Luis
Freitas > Cristina Jorge:
Essa é a grande
verdade o povo vota sempre nos mesmos os tais que parem bancarrotas e põe
Portugal na miséria. Não tenho nenhuma pena do povo português só tenho pena dos
que não votam nessa gentalha gatuna, corrupta e incompetentes. Português
indignado: A prioridade
devem ser sempre as crianças. Infelizmente para estes socialistas horrorosos a
única preocupação é a manutenção do poder e garantir os votos dos funcionários
públicos e dos reformados.
Pedro Santos > Português indignado:
Penso que é mais
dos reformados. Do que sei, há muito funcionário público revoltado que não vota
PS... Mas, no essencial, tem razão no que diz. O objectivo da
"governação", vamos chamar-lhe assim com muito favor, PS, é a
manutenção do partido nas estruturas do poder ou dos poderes. Nuno
Carvalho > Pedro Santos:
estão revoltados
agora - mas bastarão 4 anos para esquecerem tudo (como efémeras ....) e
voltarem a eleger os corruptos que lhes prometem os amanhãs que cantam ...são
culpados e muito - infelizmente até agora foram na realidade os que menos
sofreram, apesar das greves ...
Lourenço de Almeida: Como tivemos uma sec. de Estado da Educação que era
contra as parcerias com as escolas privadas, impedindo os pobres de irem para
essas escolas pagos pelo Estado (pelos contribuintes) mas ao mesmo tempo, sabia
que as escolas públicas não eram boas, preferindo pôr os filhos na Escola Alemã
de Lisboa, nada disto é estranho!
João Das Regras:
Mas os Profs têm o apoio da
população segundo dizem? E uma das principais reivindicações é que o
recrutamento seja centralizado e não passe para as autarquias. Pois bem, o meu
filho de 15 anos ficou sem professor de Inglês que se reformou a 1 de Abril, a
directora de turma já avisou os pais que cerca de 1,5 meses que é o tempo que
falta para terminar o ano, não vai dar para recrutar novo professor devido aos
calendários do processo (concurso nacional, concurso de zona, concurso de…),
é isto a escola pública e é também para manter este estado de coisas que os
profs fazem greve. Rui
Castro: Parabéns pelo artigo. Acrescento que o nosso governo
e a capacidade de planear são tão maus que só agora deram conta que não vai
haver professores que cheguem. Não analisaram os números? Não analisaram a
cadência das reformas? Não verificaram a diminuta produção dos professores? É
extraordinário que isto aconteça ainda por cima com uma queda acentuada nos
jovens em idade escolar! A paixão pela educação deu nisto. Nuno
Carvalho > Rui Castro:
ainda há 8 ou 9
anos faziam greves porque não tinham colocação - havia professores a
mais! Agora com menos crianças na escola já não chegam! - por aqui se vê a bela competência dos
xuxalistas para gerir recursos humanos. Ana Maia: Não sei se o pessoal percebe
que até os americanos que poucos hospitais e escolas públicas têm, estão muitíssimo
melhores que nós, têm um estado que os poupa de pagar 2 vezes o mesmo serviço,
mas lá é que é "capitalismo selvagem". Todos os dias se prova que
aqui no socialismo de esquerda, estamos bem melhor, pagamos sns e seguro,
educação e colégio, transportes e andamos de carro, estradas e pagamos
portagem. Realmente malditos americanos, aqui no paraíso socialista é que é
bom. Rui
Castro > Ana Maia:
Não concordo. Na
saúde os USA estão muito mal. Há uma grande franja da população que não
consegue ter seguro de saúde e outra que fica endividada até ao pescoço com os
custos da mesma. Ana
Maia > Rui Castro:
Pois, o que quer dizer
é que cá é que se está bem. Se quiser pode pagar a minha parte dos impostos que
eu dispenso o SNS, pagar por pagar prefiro pagar só aquele que me serve em vez
de pagar aos que se servem de mim.. infelizmente isso não é opção, tenho sempre
que pagar para serviços de que cada vez menos, beneficio. Jorge
Tavares > Rui Castro:
Há uma grande
franja da população que não consegue ter seguro de saúde exactamente o que se
passa em Portugal - com a diferença que esses já pagaram a saúde uma vez e não
lhes dão saúde nenhuma em troca. Rui
Castro > Ana Maia: Eu também tenho seguro de
saúde. O que eu quis dizer é que a saúde nos USA não é a melhor solução. Na
maioria dos países europeus, sim.
Ana Torres: O ensino público é mesmo um drama social silencioso, falta tudo,
professores, auxiliares e meios e principalmente o que torna o ensino privado
muito melhor, exigência, acompanhamento individual de cada aluno e
principalmente regras que quando não são cumpridas o aluno é responsabilizado
inclusive convidado a sair. Rui
Pedro Matos: Este articulista tem muita razão no que escreve. Os alunos são estimulados
a actividades extracurriculares em detrimento das actividades in sitiu, ie,
sala de aula e de aprofundamento de conhecimentos, de mais leitura, de mais
análise fina! Enfim...a curricula para a globalização da escolaridade e da
iliteracia funcional! Lourenço
de Almeida: É evidente que os
filhos de pais com mais posses, devem pagar propinas a sério, que cubram os
custos de educação, e dessa forma, escolhem livremente se querem ir para o
público ou para o privado. E também é evidente que quem não pode pagar, deve
poder também escolher se quer ir para o público ou para o provado, para a
escola A ou para a escola B, paga pelo estado com dinheiro de todos. Os
professores, os contínuos e os empreiteiros não vivem do ar por isso, o ensino
NÃO É GRATUITO! O que se tem que discutir é quem é que o paga e quem é que o
ministra. Num mundo livre, devem ser os cidadãos, individualmente, a escolher
onde querem por os filhos a estudar, e colectivamente quem é que paga. Basicamente,
o Estado que dê cheques ensino a quem tiver mais de X filhos e menos de Y
rendimentos, deixe os pais escolherem a escola para onde os filhos irão e se
desaparecerem as escolas públicas porque todos os cidadãos preferem estudar em
escolas privadas, não é isto a democracia?! João Ramos: Pena é que ninguém defende os
muito prejudicados alunos, é que são eles a razão para as escolas existirem, é
urgente que os pais dos alunos se organizem e criem uma associação com força e
representatividade suficientes para fazerem frente aos irresponsáveis (para não
dizer criminosos) sindicatos e ainda mais irresponsáveis inquilinos do
ministério da educação!!!
Manuel Martins: A escola pública está em ruínas, um verdadeiro cenário
da guerra entre professores, sindicatos, funcionários e o governo, em que os
alunos são os reféns, as vitimas inocentes, os escudos humanos usados
criminosamente pelos professores manietados pelos sindicatos. A escola pública
está condenada à degradação, onde
ensinam os maus professores, para alunos sem alternativas. Para mim tudo isto é
planeado: Um povo analfabeto, sem competências, não emigra e vota em quem lhe
der subsídios . Triste destino de tantos governos que amavam a educação. Lourenço de
Almeida > Manuel Martins: A escola pública é boa em
regimes "fortes"! No tempo da outra senhora, quando eu andei na
escola e no liceu, o Dr. Salazar e seus herdeiros tinham a mão pesada no
sistema de ensino que por isso funcionava bem. Os professores tinham pouca
escolha e os pais também tinham pouca escolha e, ou não pagavam e aceitavam o
que o estado impunha através da escola pública ou eram ricos, pagavam as
escolas privadas e educavam os filhos como queriam. Como ao contrário da lenda,
a escola pública no Estado Novo funcionava bem, a maior parte dos filhos de
milionários como dos trolhas, iam para o Liceu, com grande vantagem para todos
sob muitos aspectos, económicos para uns e sociais para outros. Não querendo o
Estado a mandar em nós - como deve ser numa democracia - o que é normal é que
paguemos menos impostos, cada um paga a escola dos seus filhos e, naturalmente
escolhe em que escola os quer por, e por uma questão de justiça e solidariedade
social, todos pagam através dos seus impostos a escolaridade daqueles cujos
pais não a podem pagar, através de subsídios que são canalizados pelo Estado -
ou por uma instituição não governamental que trate disso melhor que o Estado -
para os necessitados e não directamente para a escola A ou B, para as quais
eventualmente ninguém quer ir!
Manuel Martins Manuel Martins: "onde
ensinarão os maus professores " Lourenço de Almeida:
Não creio que seja possível comparar a
escola pública actual com a do estado novo. Antes do 25 abril fazer a 4a classe
era a meta, e o ensino superior para muito poucos. Não tenho dúvidas que uma
criança com 12 anos tem um conhecimento académico muito superior à maioria dos
adultos do estado Novo Luis Freitas > Manuel Martins:
Errado hoje uma criança de 12 anos tem
menos conhecimentos de português para ler, escrever e interpretar do que a
antiga quarta classe e sei do que estou a falar pois tenho a antiga quarta
classe formação universitária e a minha esposa que é professora e de vez
enquanto mostra-me os testes dos miúdos do 5 e 6 sexto ano e estão ao nível da
antiga segunda ou terceira classe e nalguns alunos nem sequer estão ao nível da
antiga primeira classe . Luis Freitas:
Não concordo.
Obviamente que depende das escolas e dos professores, mas hoje existe um
manancial de conhecimento muito superior, professores muito mais qualificados e
preparados que antes do 25abril (alguns só tinham a 4a classe,só sabiam bater,
e ninguém os questionava). Até admito que no português havia um trabalho mais
credível, mas hoje os conteúdos são mais vastos, integrados e existe um
entendimento das necessidades das criança diferente. Compare um livro do 4o ano
do estado novo com os actuais... Lily Lx: Ninguém defende as crianças.
Reflexo disso mesmo é o mote "defesa da escola pública". Não é
"defesa das crianças"; não é "direito a aprender"; não é
"ensino para todos". É "defesa da escola pública", que
significa, apenas, pedir fundos públicos para professores, auxiliares, técnicos,
directores, pequenas empresas que fornecem as escolas, independentemente das
crianças, das suas aprendizagens, do seu bem-estar, do seu desenvolvimento. Joana Quintela: Caro Alexandre Homem Cristo,
muito obrigada por mais este excelente artigo. São poucos os que analisam com
esta clarividência o estado deplorável da Educação no nosso país. Precisamos urgentemente de
autonomia/liberdade na Educação e poupar os recursos para ajudar as escolas e
alunos mais frágeis. E sim, o problema do nosso país chama-se PS, e toda a esquerda em geral. Tiago Fernandes: Muito bom artigo! É mesmo assim João Floriano: Isto não é uma injustiça
gritante, isto é o paraíso socialista. E havemos de chegar ao ponto de as
escolas privadas já não terem recursos humanos para poder receber tantos alunos
que não encontram respostas no ensino público. E dentro em breve teremos João
Costa, o competentíssimo ministro da Educação, sucessor do também competentíssimo
Tiago Brandão a apresentar todo ufano as queixas existentes no Ensino Privado,
à semelhança do que Manuel Pizarro denunciou na Saúde Privada, como se não
houvesse ligação com o miserável estado da Educação Pública e do SNS. - é mesmo o Salve-se quem puder, o último a
sair que apague a luz. E como nada se resolve e o ano lectivo 2022/2023 já se
aproxima do fim, 2023/2024 promete mais do mesmo ou certamente pior. João Eduardo Gata: Só os tontos, os
mal-informados, os oportunistas, os demagogos, e os dogmáticos casmurros ainda
acompanham o PS na sua Histeria de Defesa da "Causa Pública", da
"Igualdade" e de outros clichés vazios. A REALIDADE desmente a
Demagogia e a Mentiras Socialistas todos os dias. Joaquim Lopes: O ensino, no caso, está como na
I República onde para dar exemplo só votava quem sabia ler e escrever, a grande
revolução do ensino dá-se com o Estado Novo, onde pelo menos se saía a saber,
escrever e interpretar, na Primária! Todas as escolas Primárias
feitas no regime do Estado Novo, foram cerca de 54 000 Escolas Primárias por
todo o país, todas elas com lareira nas salas de aula o que seria uma aberração
hoje para o ambientalistas que preferem que os alunos adoeçam com frio nos
locais onde se torna insuportável. No Estado Novo havia a formação
dos Professores Primários com a criação do Magistério Primário de onde saíam
Professores preparados. Foram criadas as Escolas Industriais e Comerciais e os
Liceus Nacionais, Institutos Politécnicos e os Centros Universitários foram
melhorados, dou o exemplo dos IST e de Institutos de investigação como aquele
onde existia uma pequena central nuclear, para estudo, investigação e planos
sobre a construção de barragens e e edifícios e sua estabilidade, pontes, (por
aí fora),nos 3 grandes pólos. Muitos dos políticos que vieram estudar para Lisboa,
ou frequentaram os Liceus ou passavam das escolas Industriais e Comerciais e
faziam o 6º e 7º anos, onde não havia Liceus para seguirem para Cursos
Superiores, muitos dos que frequentaram Direito ou Medicina e eram mais pobres
e vinham das Beiras, por exemplo, no caso para Lisboa tiraram o 7º ano Liceal
equivalente, em Seminários, mesmo sem serem internos, muitos hoje escondem isso
por vergonha e por ser gente que não reconhece o que por eles fizeram. Para
quem queria um povo analfabeto é obra. Hoje com o ensino unificado e nivelado
por baixo e com a tomada do Ensino nos vários níveis por professores
ressabiados e onde a política interessava mais que os alunos, em todos os
níveis de ensino e a sua colaboração ao dar poder aos sindicatos queixam-se, de
perda de estatuto e de não progressão sem critérios de avaliação justos,
comparando com outras profissões como os médicos que optaram ficar no público,
desde 2006 que não conheceram progressão, para subir de grau depois de
concurso. É impossível que o ensino esteja melhor que antes de 2019, as
crianças, os adolescentes e os jovens alunos, tiveram uma paragem de 2019 até
hoje, ninguém se lembra da greve criminosa às avaliações feitas e comandadas
pelo PCP e BE, calados durante a Geringonça, activos agora, são professores,
esta gente que se manifesta (?), são gente toldada pela ideia política
neomarxista, os alunos para eles nada valem, com raras excepções, daí a queda
da qualidade do ensino, onde hoje há mais analfabetos que no tempo de Estado
Novo, muitos com o chamado 9º ano, não sabem nem ler, nem escrever! Francisco Almeida > Joaquim Lopes:
Um comentário
corajoso e condenado a não obter "likes". Contudo cai na esparrela
definida por este poder: comparar a actual situação com o Estado Novo em vez de
comparar com outros países da UE. Pedro FerreiraJoaquim Lopes:
Essa é que é a
realidade dos factos.
João FlorianoJoaquim Lopes:
Excelente
comentário, Joaquim Lopes. Pode parecer estranho a quem já nasceu após o 25 de
Abril, mas era precisamente assim como descreve. A primeira medida errada que se
tomou em termos de educação foi acabar com o ensino técnico com a desculpa que
a diferença entre alunos do Liceu e do Ensino Técnico promovia a distinção
social e a manutenção de elites. Hoje vemos o rumo que isto tomou sobretudo na
questão das elites parasitárias. Demos voltas e voltinhas e viemos parar no
mesmo local. Dantes o elevador social proporcionado pela Educação ainda
funcionava. Hoje em dia está a enferrujar. E que tristeza, que vergonhoso,
termos de comparar os dias que vivemos com o Estado Novo, desaparecido há 50
anos e não com o resto da Europa. Maria Paula Silva > Joaquim Lopes:
Perfeita
descrição. Essas escolas primárias foram apenas uma, entre muitas outras, das coisas
que Salazar mandou fazer (não sou Salazarista).: grémios, cooperativas,
indústrias (lanífícios, calçado), incremento da pesca e agricultura.
E eram
giríssimas, as escolas. Infelizmente, a maior parte delas fechadas e em
degradação. Principal razão: não há crianças suficientes para manter uma escola
primária aberta, por isso juntam-se crianças de várias localidades para tentar
encher uma escola. Se antigamente essa medida de Salazar foi essencialmente para combater o
analfabetismo, hoje, tal como está o Ensino, assistimos a um crescer assustador
da iliteracia. Hipo Tanso: Esta situação só poderá COMEÇAR a resolver-se quando
houver uma manifestação gigantesca, uma revolta generalizada contra os seus
responsáveis - todos sabemos quem são. Que será necessário fazer para
desencadear essa manifestação? Francisco Almeida > Hipo Tanso:
Obter o financiamento
em Bruxelas. bento
guerra: Para além da
habitação, da saúde ,da justiça ,também a Educação é vítima da incompetência do
PS e da inutilidade do Estado. E o magistrado máximo, que até fez a sua
carreira profissional no ensino, ocupa-se de confrontos religiosos e palhaçadas
ocasionais Carlos Chaves: Caríssimo Alexandre Homem Cristo, antes de mais um
grande obrigado por ser dos poucos a sistemática, consistente e
fundamentadamente, trazer este verdadeiro drama a público. O que o Alexandre
aqui nos traz é muito, muito grave. O Alexandre remata este artigo com “Isto é
uma injustiça revoltante”, eu acrescentaria que isto é um ataque premeditado à
nossa democracia, ao nosso desenvolvimento harmonioso e à igualdade de
oportunidades a que todos temos direito. O acesso universal à educação de
qualidade é um dos pilares base do nosso Estado de direito, e claramente o PS e
o resto da esquerda através dos sindicatos, estão a pôr este pilar em causa com
consequências extremamente negativas, mas perfeitamente previsíveis num futuro
próximo. Em tempos de comemorações balofas e mentirosas da nossa suposta
democracia, aquilo a que se assiste é de um enorme fosso entre os discursos
oficiais e a realidade que todos nós estamos a viver. E já agora o que passa na
Educação também se passa na Saúde, na Justiça, na Habitação... ao contrário do
que nos querem fazer crer estaremos a entrar em fim de regime? Serão António
Costa e Marcelo Rebelo de Sousa os coveiros desta República F.
Mendes: Seria excelente que este tema, e alguns
dos factos aqui descritos, fossem esfregados nas caras dos bonzos deste regime
abjecto. Deixo aqui uma sugestão: que os partidos na área não socialista, se
coordenem e apresentem este tema, bem como o da saúde, justiça e habitação, na
próxima comemoração do 25 de Abril! Nem que fosse para memória futura, quando
alguém se dispuser a dissecar todas as patifarias deste sistema corrupto.
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