A crónica de Alberto Gonçalves, que, como sempre investiga as certas
premissas, para nos dar a sua visão não rebuscada, e apenas inteligente e
franca da nossa mísera – hoje mais do que nunca hipócrita - realidade.
A beatificação do assassino AbdulBashir
Caso o assassino fosse um português
católico, o dr. Ventura nunca lhe dedicaria um discurso irado e as boas almas
nunca se dariam à trabalheira de o absolver mediante sucessivos “contextos”.
ALBERTO GONÇALVES,
Colunista do OBSERVADOR OBSERVADOR,
01 abr. 2023
Não imagino forma mais entediante de
começar um texto do que com “De acordo com dados oficiais do Conselho Europeu”,
mas um dia não são dias. De acordo com dados oficiais do Conselho Europeu,
quase todos os ataques terroristas cometidos na UE durante a última década, à
média grosseira de uns cem por ano, têm uma de quatro origens, ou inspirações:
o jihadismo; o separatismo; a
extrema-esquerda e, num contributo surpreendentemente baixo face ao
rebuliço alusivo (uns 2 ou 3%), a
extrema-direita. Nenhum dos ataques aconteceu em Portugal, desfeita
que nos afasta das nações desenvolvidas e que tentamos contrariar na medida do
possível.
É
injusto desvalorizar o esforço com que, em tempos recentes, o nosso país tem
procurado arranjar um arremedo terrorista a que possa chamar seu. Se um grupo
de marmanjos invade um campo de treinos para insultar e agredir futebolistas,
isso é obviamente terrorismo (por azar, o tribunal discordou). Se passa pela
cabeça de um rapazola matar colegas de universidade, isso é naturalmente
terrorismo (por desleixo, o tribunal discordou). Se um informático divulga
mails privados de um clube desportivo, isso é francamente terrorismo (por
incúria, A Bola ainda não faz lei). Se um líder partidário se
aproveita do homicídio de duas mulheres a cargo de um afegão para fazer
propaganda eleitoral, isso é evidentemente terrorismo, pelo menos na opinião de
um sujeito que assina crónicas no Expresso apesar de não saber
escrevê-las (por fatalidade, ninguém as lê).
Aparentemente, o que não é terrorismo de
certeza absoluta é o duplo homicídio cometido pelo tal afegão. Curioso. Por uma vez, houve uma
confluência de critérios que aproximavam o sucedido de uma parte considerável
dos atentados cometidos por essa Europa afora. Por uma vez, Portugal desprezou
à partida a hipótese de conseguir o seu atentado. Num ápice, meio mundo
irrompeu a garantir que o assassino não era terrorista. No instante seguinte,
quase se garantiu que o assassino não é sequer um assassino.
Para a Judiciária, trata-se apenas de um
homem que sofreu um surto psicótico, no pressuposto de que é comum andar-se
prevenido com uma faca para a eventualidade de tais fenómenos. Uma escola de
pensamento subsidiária da anterior sugere os distúrbios mentais do sujeito, o
que o afasta de imediato dos “jihadistas” radicais que se distinguem pelo
equilíbrio emocional e a clareza de raciocínio. Para outra escola de
psicanálise, o sujeito vivia triste desde que cá chegou, na convicção de que,
excepto parasitas e tolinhos, existe aqui gente com motivos para rir e cantar. Para uma terceira corrente teórica, o sujeito
é um pobre viúvo que perdera a cônjuge na Grécia, na crença firme de que a
viuvez costuma despoletar carreiras de “serial killer”. E há os que
apostam num telefonema “suspeito” recebido pelo sujeito antes do “surto
psicótico”, talvez um inquérito de satisfação da entidade bancária. Há os que
referem um interesse não correspondido do sujeito por uma das vítimas,
romantismo bastante para abatê-la e a mais um ou dois desgraçados no processo.
E há Sua Incontinência, o PR, que além de marcar insondável presença
no cenário de um “acto isolado” e
trivial, divagou nebulosamente acerca das complicações ligadas ao “exercício do
poder parental”, subentenda-se (?) a preocupação do sujeito com a tutela dos
filhos, que com a mãe falecida e o pai preso devem estar radiantes.
É exagerado dizer-se que tenha
havido a beatificação do assassino, perdão, do infeliz refugiado: apenas se deu
entrada à papelada necessária. Não me lembro de tamanho investimento na
“compreensão”, a roçar a legitimação, de um crime. Porquê? Porque o criminoso é
estrangeiro e muçulmano, ou seja, as boas almas relativizam as acções do
assassino a partir da exacta circunstância que leva o dr. Ventura a
generalizá-las. Caso o assassino fosse um português católico, o dr. Ventura nunca lhe dedicaria um discurso
irado e as boas almas nunca se dariam à trabalheira de o absolver mediante
sucessivos “contextos” e justificações. A diferença é que a atitude das boas
almas lhes concede um banho de virtude e, por uma atitude similar na natureza e
no oportunismo, o dr. Ventura acabou universalmente condenado – muito
mais condenado, aliás, que o próprio assassino.
Quanto
aos factos, a verdade é que conhecemos poucos. Não sabemos se Abdul Bashir é
terrorista, doido varrido, psicopata, selvagem, ginofóbico ou uma mistura
saudável das diversas alíneas. Temos a impressão que é do género masculino, se
ele se identifica assim, que é natural do Afeganistão e que observa as
prescrições do Profeta, quiçá num bando dissidente dos ismaelitas. E temos
provas de que matou duas mulheres, mandou um homem para o hospital e arruinou
várias famílias. Logo, nunca é suficiente repetir, é um assassino. E se
é feio usar um assassino para culpar inocentes vivos, pior é desprezar
inocentes mortos para desculpar um assassino.
CRIME SOCIEDADE ANDRÉ VENTURA PARTIDO CHEGA POLÍTICA IMIGRAÇÃO MUNDO
COMENTÁRIOS:
Álvaro Venâncio: Muito bem no conteúdo e também na forma: excelente. Joaquim
Almeida: Soberba crónica. Excelente revista às tropas da
imbecilidade. Censurado sem
razão: Considero
inacreditável que quando André ventura fala toda a gente entende o contrário do
que disse. Depois acusam-no de populismo e de estar a colher benefícios
polititicos sobre a morte de duas mulheres. Aline de Beuvink, na cor do
dinheiro, assim como carlos moedas, disseram exatamente aquilo que ventura
disse. Não creio que Aline e Carlos sejam de extrema direita e populistas.
Ventura disse que aguardava as investigações, mas que a política de portas
abertas, sem qualquer controlo iria conduzir, mais tarde ou mais cedo a uma
desgraça. Desta vez um assassinato, mas já morreram duas pessoas queimadas por
causa desta política de esquerda miserável. Disse alguma alarvidade? Disse o
óbvio. E sim, costa e todos os esquerdalhos têm nas mãos o sangue destas
pessoas. Ventura disse o que todos pensam, mas são cobardes em não assumirem.
Acho miserável a campanha que fazem contra Ventura e a ligeireza com que
desculpam assassinos de esquerda. Todos os que vieram desculpabilizar este
energúmeno são tao responsáveis quanto ele. Antonio
Rodrigues: Olha
finalmente uma análise racional do evento. Curioso. Pedro
Santos: Em cheio… 🎯🎯🎯🎯🎯
Isabel Amorim: Neste
texto está tudo dito! A hipocrisia que justifica a miscelânea de demagogias que
depois são difíceis de explicar com a realidade crua e nua. E esta gentinha arraia
miúda do "governo" deve achar que somos todos imbecis.... Lidia Santos:
Excelente. Parabéns. Maria Soares:
Brilhante, como sempre!
Carminda Damiao: Excelente
este artigo. É um absurdo como tentam arranjar argumentos para ilibar o
assassino da culpa. As pessoas que arranjam argumentos estapafúrdios, para
justificar este crime horroroso. O assassino tirou a vida de 2 mulheres
inocentes e jovens e o professor só por sorte não morreu. Também não nos
podemos esquecer que deixou famílias destroçadas para o resto da vida. Obrigada AG por falar a verdade. Helder
Machado: Povo deprimido e em perda, não só
económica mas mental. Os blisters inundam os passeios. A incontinência proclama
que somos os melhores a propósito de tudo e de nada, sem esconder a realidade.
O ridículo assentou. Os masoquistas apreciam a dor e quem a provoca.
Perfuram-se, tatuam-se, intoxicam-se, louvam a desgraça. Presos à inércia,
sentam-se frente ao écran a admirar quem ainda mexe, desde o chuto na bola, até
a maior brutalidade. João Ramos:
Excelente, preto no branco!!! Fernando CE: Gostei da perspectiva do
Alberto Gonçalves. O mundo lá fora, pelo menos o oficial e oficioso, está
virado do avesso. E algumas personalidades parece que estavam combinadas na
explicação “benévola” do assassinato. Ao que chegámos. I G: Muito bom o artigo! Parabéns pela lucidez e coragem de pôr os pontos nos
iis perante o contexto geral de desinformação, manipulação e cobardia em
abordar o tema de forma objectiva.Iur Sotam: Grande AG. Espectáculo ao mais
alto nível de mediocridade, foi o que se assistiu, mas deixe que o povo é
sereno e come a palha toda que lhe põem á frente dos olhos... Andrade QB: Este artigo deveria ser de
leitura obrigatória como forma de mitigação dos malefícios da crescente
catequização que as elites mandantes e instaladas diariamente impõem aos
portugueses. dessa elite destaca-se, de facto, Marcelo que não tem outra forma,
nem objetivo, no inicio das suas verborreias do que o conduzir quem o ouve ao
papel de palerma. Neste momento já se desconfia que o trauma parental terá
começado na Grécia com o assassinato da mulher, que terá sido agravado pelo seu
conceito de que apoio social era que a assistente fosse para a sua casa
aquecer-lhe os pés e tratar dos filhos e, sendo mulher, merecer a morte por se
recusar. TIM
DO Á: O Dr. Ventura,
pois não. Porque um português católico não faria isso assim sem motivos. Fazem
crimes passionais e em rixas. Não faz o que fez aquele migrante que importámos.
Quanto à PJ, é patética a teoria do surto psicótico. Um surto não se planeia.
Não é premeditado. O assassino já levava a faca com intuito criminoso. E, na
sociedade portuguesa do mundo dos liberais, o assassino é que está a ser
considerado a vítima. As mulheres civilizadas que morreram são um empecilho
para a sociedade. Só atrapalham a beatificação do assassino, quase santo. Os
liberais inverteram os valores da sociedade. Precisamos de importar e sustentar
gente desta em Portugal? Porque importamos estes migrantes? Qual é o interesse
nacional?......................................... Rfc: Como sempre, lúcido,
inteligente e felizmente fora desta corrente agonizante do politicamente
correcto a qualquer custo.
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