“O povo é quem mais ordena”, aliás, por espírito de imitação do lema
antigo – LIBERTÉ, ÉGALITÉ, FRATERNITÉ – que resultou no que se viu, mas agora é
mais as poubelles, de mistura com as gentes, que não se importam com os cheiros
nauseabundos das ditas. Nauseabundo é, de resto, uma boa definição para nós
hoje. Ou também pestilência, mais carismático e de muitos níveis funcionais.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 18.04.23
ou
«LES POUBELLES EN FLAMME»
(os caixotes do lixo em chamas)
Dos dicionários se extrai que ambiente cosmopolita é aquele em que
todas as nacionalidades do Cosmos se cruzam.
* * *
O famoso ambiente cosmopolita
parisiense permite que o indivíduo sinta uma liberdade superlativa que
facilmente se transforma em indisciplina.
O famoso ambiente cosmopolita
parisiense gera um sentimento de tal modo igualitário que o indivíduo o sublima
pela arrogância.
O famoso ambiente cosmopolita
parisiense produz um anonimato que gera o autismo e o egoísmo.
Tudo, porque «sauve qui peut» …
… e assim é que os outros franceses acusam os parisienses de
treslerem os grandes valores republicanos trocando a liberdade pela
indisciplina, a igualdade pela arrogância e a fraternidade pelo egoísmo.
Não culpemos, contudo, os forasteiros, mas apenas os residentes.
Salvando algumas metástases para outras zonas urbanas, o actual
problema da arruaça francesa é sobretudo parisiense e há gente por essa França
além que diz que tudo regressará ao normal assim que cessar a arruaça
parisiense nem que para isso seja necessário inventar um problema de sinal
contrário. Má solução que conduzirá à ingovernabilidade e à periclitância da
democracia.
Duvido que haja preces
suficientemente fortes para que uma vaga de bom senso invada Paris e creio mais
pragmático tentar chamar à razão os instigadores das arruaças e da inflamação
dos caixotes de lixo pois não é admissível que, em período de guerra, a única
potência nuclear europeia esteja a braços com problema paralisante.
Afinal, o problema não é apenas francês, mas sim europeu e
potencialmente de todo o Ocidente.
Qualquer pretexto serviria
para lançar o caos e paralisar a única potência nuclear europeia e Macron caiu
na ratoeira.
Abril de 2023
Henrique Salles da Fonseca
Tags: "política alh
Rui Bravo Martins 19.04.2023: Caro Sr Dr Henrique Salles da Fonseca O Cosmopolitismo não me parece ser um mal em si próprio. pois depende essencialmente da sua composição do ponto de vista social, e das tensões aí provocadas. Quanto ao aspecto nuclear, é uma Observação que agora é cada vez mais pertinente com o efeito de Brexit! Estou plenamente de acordo com a generalização do "fenómeno" a toda a civilização Ocidental. Cumprimentos com apreço Rui Bravo Martins
Adriano Miranda Lima 21.04.2023 14:10: Considero este texto uma reflexão muito
séria e apropriada neste momento da vida europeia e mundial que estamos a
atravessar. O cosmopolitismo não é, de facto, um mal em si, como comenta o Sr.
Rui Bravo Martins. Mas o que se assiste em Paris é a subversão do seu
significado e até o perigo de se pôr em causa o seu valor como agregação de
culturas e convergência de vontades em ordem aos fins superiores da humanidade.
Desde logo, a baderna e a selvajaria levam a que os mais conservadores
questionem as virtudes da própria democracia, oferecendo de mão beijada aos
autocratas pólvora para o seu arsenal ideológico de supressão ou
condicionamento das liberdades. Portanto, pode-se perguntar, sem exagero, se os
parisienses não se estão a deixar manipular de forma ingénua e acéfala por
inimigos da democracia. Creio que os serviços secretos do país têm de fazer o
trabalho que lhes compete. Até porque, como sublinha o Dr. Salles da Fonseca,
trata-se da única potência nuclear europeia e os tambores de guerra soam bem
próximos das nossas fronteiras.
COMENTÁRIOS
Rui Bravo Martins 19.04.2023: Caro Sr Dr Henrique Salles da Fonseca O Cosmopolitismo não me parece ser um mal em si próprio. pois depende essencialmente da sua composição do ponto de vista social, e das tensões aí provocadas. Quanto ao aspecto nuclear, é uma Observação que agora é cada vez mais pertinente com o efeito de Brexit! Estou plenamente de acordo com a generalização do "fenómeno" a toda a civilização Ocidental. Cumprimentos com apreço Rui Bravo Martins
Adriano Miranda Lima 21.04.2023 14:10: Considero este texto uma reflexão muito
séria e apropriada neste momento da vida europeia e mundial que estamos a
atravessar. O cosmopolitismo não é, de facto, um mal em si, como comenta o Sr.
Rui Bravo Martins. Mas o que se assiste em Paris é a subversão do seu
significado e até o perigo de se pôr em causa o seu valor como agregação de
culturas e convergência de vontades em ordem aos fins superiores da humanidade.
Desde logo, a baderna e a selvajaria levam a que os mais conservadores
questionem as virtudes da própria democracia, oferecendo de mão beijada aos
autocratas pólvora para o seu arsenal ideológico de supressão ou
condicionamento das liberdades. Portanto, pode-se perguntar, sem exagero, se os
parisienses não se estão a deixar manipular de forma ingénua e acéfala por
inimigos da democracia. Creio que os serviços secretos do país têm de fazer o
trabalho que lhes compete. Até porque, como sublinha o Dr. Salles da Fonseca,
trata-se da única potência nuclear europeia e os tambores de guerra soam bem
próximos das nossas fronteiras.
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