segunda-feira, 10 de abril de 2023

Sorrateiramente

 


Nobremente, docemente, untuosamente, capciosamente… E outros advérbios em mente, bem à maneira, para muitos gostos, conforme as estimativas... Perdidamente também, como quem sente, que o seu sorriso se vai apagar….

O equilibrismo na relação entre a Europa e a China

A guerra da Rússia intensificou a tendência de autossuficiência na Europa e nos Estados Unidos. Mas nas relações com a China, reduzir a dependência económica será consideravelmente mais difícil.

INÊS DOMINGOS Colunista do Observador, economista

OBSERVADOR, 10/4/23

Numa semana em que o Presidente Francês Emmanuel Macron e a Presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen foram à China, ficaram de novo expostos os principais desafios da relação entre a Europa (e o Ocidente) e a China.

Contrariamente à Rússia, que era economicamente muito frágil já antes da guerra e profundamente dependente dos países que compravam o seu gás e petróleo, a China quer tornar-se uma grande potência global, e não está inteiramente fora do seu alcance fazê-lo, embora tenha limitações relevantes relacionadas com a aproximação do inverno demográfico e a ausência de reformas económicas, como já escrevi no passado.

Ainda assim, a dependência da Europa e dos Estados Unidos face à China é muito mais alargada do que no caso da Rússia, em que essa relação se limitava fundamentalmente a dois ou três tipos de bens, muito importantes, mas passíveis de serem substituídos.

A abertura da China ao mundo não se limita à exportação de bens, mas estende-se também ao investimento no estrangeiro. Os fluxos de investimento directo da China, segundo dados do think tank Mercator, baseados em dados oficiais chineses, atingiram um pico de 180 mil milhões de dólares em 2016, descendo nos anos seguintes para valores próximos de 120 mil milhões. Apesar de a fase de expansão de investimento directo no exterior ter abrandado devido a um maior controlo de capitais nos últimos anos e à pandemia, o stock de investimentos da China na Europa é considerável. Por exemplo, em Portugal, em 2021 superava 3% do PIB nacional.

A China tem também continuado a apostar nos investimentos em extracção e processamento de matérias-primas raras, cruciais para o desenvolvimento das energias renováveis. Os dados da Agência Internacional de Energia mostram que a China lidera a produção de baterias para veículos eléctricos, com perto de 80% da produção mundial.

Por outro lado, a China depende da Europa para produtos alimentares.

A estratégia da União Europeia, redefinida antes da viagem à China pela Presidente Von der Leyen como “de-risking”, isto é manter áreas de cooperação enquanto reduz a dependência económica de certas matérias-primas como o lítio e de bens como os semicondutores, exige um equilíbrio muito difícil e que não será necessariamente aceite pela China. Para além do mais, a posição da Comissão Europeia não é necessariamente igual à dos Estados-membros. As visitas desta semana mostraram que o presidente Macron estava bastante mais optimista relativamente à relação futura com a China do que a Presidente Von der Leyen, e isto será provavelmente verdade para vários Estados-Membros, designadamente os que têm investimentos chineses mais importantes.

A guerra da Rússia intensificou a tendência de autossuficiência na Europa e nos Estados-Unidos. Mas nas relações com a China, mais alargadas e complexas, reduzir a dependência económica será consideravelmente mais difícil e os custos associados mais elevados.

CHINA   MUNDO   EUROPA

bento guerra: Macron foi vender uns Airbus e tecnologia militar, a Von Der Leyen foi fazer conversa e oxalá não tenha feito outro disparate, como tantos que já nos arranjou, A China é a "fábrica da Europa" graças à globalização, que o nosso conterrâneo Barroso acelerou. Só há dois interlocutores que mandam, o Joe e o Xi

Rui Lima: Segundo um estudo da universidade de Harvard de 2016 depois do século XV houve 16 conflitos entre a potência dominante e a ascendente e 12 terminaram em guerra, dos outros 4, umas das partes ajoelhou. Posso desde já afirmar que nem os USA ou a China vão ajoelhar, mas também não vai haver guerra forçosamente, porque podemos ganhar uma guerra sem disparar um tiro utilizando a táctica da aranha, China domina África correu com os USA do médio oriente a Europa é cliente  - compra e vai comprar mais ao destruir a sua indústria hoje é apenas um espaço de lazer. Armadilha de Thucydides

— Poder de Governação vs. Poder em ascensão —

1. Final do século XV — Portugal vs. Espanha — SEM GUERRA

2. Primeira metade do século XVI - França vs. Habsburgos — GUERRA

3. Séculos XVI e XVII — Habsburgos vs. Império Otomano — GUERRA

4. Primeira metade do século XVII — Habsburgos vs. Suécia — GUERRA

5. Meados ao final do século XVII — República Holandesa vs. Inglaterra — GUERRA

6. Final do século XVII a meados do século XVIII — França vs. Grã-Bretanha — GUERRA

7. Final do século XVIII e início do século XIX — Reino Unido vs. França — GUERRA

8. Meados do século XIX — França e Reino Unido vs. Rússia — GUERRA

9. Meados do século XIX — França vs. Alemanha — GUERRA

10. Final do século XIX e início do século XX — China e Rússia vs. Japão — GUERRA

11. Início do século XX — Reino Unido vs. Estados Unidos — SEM GUERRA

12. Início do século XX — Reino Unido (apoiado pela França, Rússia) vs. Alemanha — GUERRA

13. Meados do século XX — União Soviética, França e Reino Unido vs. Alemanha — GUERRA

14. Meados do século XX — Estados Unidos vs. Japão — GUERRA

15. Décadas de 1940-1980 — Estados Unidos vs. União Soviética — SEM GUERRA

16. Anos 90-presente — Reino Unido e França vs. Alemanha — SEM GUERRA

Alberto Rei: essa de a China depender da Europa para produtos alimentares, é de cinema. Produzem tudo e mais alguma coisa, come-se de tudo, têm um solo arável imenso, e iam depender de uns quantos países que na Europa produzem alimentos. Matérias-primas e fontes de energia é o que eles querem, vê-se. Têm quase a África no bolso porquê? o acordo especial com a Rússia é porquê?       

 

Nenhum comentário: