Nobremente, docemente, untuosamente, capciosamente… E outros advérbios em mente, bem à
maneira, para muitos gostos, conforme as estimativas... Perdidamente também,
como quem sente, que o seu sorriso se vai apagar….
O equilibrismo na relação entre a Europa e a China
A guerra da Rússia intensificou a
tendência de autossuficiência na Europa e nos Estados Unidos. Mas nas relações
com a China, reduzir a dependência económica será consideravelmente mais
difícil.
INÊS DOMINGOS Colunista do Observador, economista
OBSERVADOR, 10/4/23
Numa semana em que o Presidente Francês Emmanuel Macron e a
Presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen foram à China, ficaram de
novo expostos os principais desafios da relação entre a Europa (e o Ocidente) e
a China.
Contrariamente à Rússia, que era economicamente muito frágil já antes da
guerra e profundamente dependente dos países que compravam o seu gás e petróleo,
a China quer tornar-se uma grande potência global, e não
está inteiramente fora do seu alcance fazê-lo, embora tenha limitações
relevantes relacionadas com a aproximação do inverno demográfico e a ausência
de reformas económicas, como já escrevi no passado.
Ainda assim, a dependência da Europa e dos Estados Unidos face à
China é muito mais alargada do que no caso da Rússia, em que essa relação se
limitava fundamentalmente a dois ou três tipos de bens, muito importantes, mas
passíveis de serem substituídos.
A abertura da China ao mundo não se
limita à exportação de bens, mas estende-se também ao investimento no
estrangeiro. Os
fluxos de investimento directo da China, segundo dados do think tank Mercator, baseados em dados oficiais
chineses, atingiram um pico de 180 mil
milhões de dólares em 2016, descendo
nos anos seguintes para valores próximos de 120 mil milhões. Apesar
de a fase de expansão de investimento directo no exterior ter abrandado devido
a um maior controlo de capitais nos últimos anos e à pandemia, o stock de
investimentos da China na Europa é considerável. Por exemplo, em Portugal, em
2021 superava 3% do PIB nacional.
A
China tem também continuado a apostar nos investimentos em extracção e processamento
de matérias-primas raras, cruciais para o desenvolvimento das energias
renováveis. Os dados da Agência Internacional de Energia mostram que a China
lidera a produção de baterias para veículos eléctricos, com perto de 80% da
produção mundial.
Por outro lado, a China depende da
Europa para produtos alimentares.
A
estratégia da União Europeia, redefinida antes da viagem à China pela Presidente Von der Leyen como “de-risking”, isto é manter áreas de cooperação enquanto
reduz a dependência económica de certas matérias-primas como o lítio e de bens
como os semicondutores, exige
um equilíbrio muito difícil e que não será necessariamente aceite pela China. Para além do mais, a posição da Comissão
Europeia não é necessariamente igual à dos Estados-membros. As visitas desta semana mostraram
que o presidente Macron estava bastante mais optimista relativamente à relação
futura com a China do que a Presidente Von der Leyen, e isto será provavelmente
verdade para vários Estados-Membros, designadamente os que têm investimentos
chineses mais importantes.
A guerra da Rússia intensificou a tendência de autossuficiência na
Europa e nos Estados-Unidos. Mas nas relações com a China, mais alargadas e
complexas, reduzir a dependência económica será consideravelmente mais difícil
e os custos associados mais elevados.
bento guerra: Macron foi
vender uns Airbus e tecnologia militar, a Von Der Leyen foi fazer conversa e
oxalá não tenha feito outro disparate, como tantos que já nos arranjou, A
China é a "fábrica da Europa" graças à globalização, que o nosso
conterrâneo Barroso acelerou. Só há dois interlocutores que mandam, o Joe e o
Xi
Rui Lima: Segundo um estudo da universidade de Harvard de 2016
depois do século XV houve 16 conflitos entre a potência dominante e a ascendente
e 12 terminaram em guerra, dos outros 4, umas das partes ajoelhou. Posso desde
já afirmar que nem os USA ou a China vão ajoelhar, mas também não vai haver
guerra forçosamente, porque podemos ganhar uma guerra sem disparar um tiro
utilizando a táctica da aranha, China domina África correu com os USA do médio
oriente a Europa é cliente - compra e
vai comprar mais ao destruir a sua indústria hoje é apenas um espaço de lazer.
Armadilha de Thucydides
— Poder de Governação vs. Poder em ascensão —
1. Final do século XV — Portugal vs. Espanha — SEM
GUERRA
2. Primeira metade do século XVI - França vs.
Habsburgos — GUERRA
3. Séculos XVI e XVII — Habsburgos vs. Império Otomano
— GUERRA
4. Primeira metade do século XVII — Habsburgos vs.
Suécia — GUERRA
5. Meados ao final do século XVII — República
Holandesa vs. Inglaterra — GUERRA
6. Final do século XVII a meados do século XVIII —
França vs. Grã-Bretanha — GUERRA
7. Final do século XVIII e início do século XIX —
Reino Unido vs. França — GUERRA
8. Meados do século XIX — França e Reino Unido vs.
Rússia — GUERRA
9. Meados do século XIX — França vs. Alemanha — GUERRA
10. Final do século XIX e início do século XX — China
e Rússia vs. Japão — GUERRA
11. Início do século XX — Reino Unido vs. Estados
Unidos — SEM GUERRA
12. Início do século XX — Reino Unido (apoiado pela
França, Rússia) vs. Alemanha — GUERRA
13. Meados do século XX — União Soviética, França e
Reino Unido vs. Alemanha — GUERRA
14. Meados do século XX — Estados Unidos vs. Japão —
GUERRA
15. Décadas de 1940-1980 — Estados Unidos vs. União
Soviética — SEM GUERRA
16. Anos 90-presente — Reino Unido e França vs.
Alemanha — SEM GUERRA
Alberto Rei: essa de a China depender da Europa para produtos
alimentares, é de cinema. Produzem tudo e mais alguma coisa, come-se de tudo,
têm um solo arável imenso, e iam depender de uns quantos países que na Europa
produzem alimentos. Matérias-primas e fontes de energia é o que eles querem,
vê-se. Têm quase a África no bolso porquê? o acordo especial com a Rússia é
porquê?
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