Marte afasta-se das nossas possibilidades de ocupação futura. Por via
do excesso de ondas a mais que cá. Mas haja fé na competência do Homem para
consertar isso ... ou adaptar-se, com as ondas próprias.
Foram detectadas ondas sísmicas no
núcleo de Marte pela primeira vez, segundo revela um estudo. Perspectivam-se
novas pistas sobre como o planeta se formou e se diferenciou geologicamente da
Terra.
OBSERVADOR, 24 abr. 2023, 21:26
Segundo os investigadores, Marte terá
um núcleo totalmente líquido, ao
contrário da Terra, que tem um
núcleo externo líquido e um núcleo interno sólido
ESO/M.
Kornmesser
Cientistas detectaram pela primeira
vez ondas sísmicas a propagarem-se pelo núcleo de Marte, revela um estudo que
se baseou em dados recolhidos pela sonda espacial norte-americana InSight, cuja
missão no planeta terminou em dezembro.
A sonda mediu propriedades do núcleo marciano, uma das camadas do
interior do planeta, e a informação
obtida permitiu aos investigadores concluírem que o núcleo será formado por
uma liga de ferro completamente líquida com elevadas percentagens de enxofre e
oxigénio.
Para
os autores do estudo, publicado esta segunda-feira na revista PNAS, da Academia Nacional das Ciências dos Estados
Unidos, perspectivam-se novas pistas sobre como Marte se formou e se
diferenciou geologicamente da Terra.
Marte, ao contrário da Terra, não tem
um campo magnético que o proteja dos ventos solares (partículas energéticas com
origem na coroa solar).
Os cientistas
levantam, no entanto, a hipótese de o “planeta vermelho” ter tido
um escudo magnético semelhante ao campo gerado pelo núcleo da Terra, devido a
vestígios de magnetismo na crosta, o que pode indiciar que Marte evoluiu
gradualmente para as suas condições ambientais actuais,
passando de um planeta potencialmente habitável para um planeta hostil à vida.
Uma equipa científica internacional,
que incluiu sismólogos, rastreou a progressão de dois eventos sísmicos
distantes em Marte, um causado por um abalo e outro por um grande impacto, e identificou
ondas sísmicas a propagarem-se pelo núcleo do planeta.
Ao
compararem o tempo que as ondas sísmicas demoraram a percorrer Marte com as
ondas que permaneceram no manto, camada envolvente do núcleo, e combinando essa
informação com outras medições sísmicas e geofísicas, a equipa estimou a
densidade e a compressibilidade do material pelo qual as ondas sísmicas
“viajaram”, refere um comunicado da Universidade de Maryland, nos Estados
Unidos, que participou no estudo.
Segundo os investigadores, Marte terá
um núcleo totalmente líquido, ao contrário da Terra, que tem um núcleo externo
líquido e um núcleo interno sólido.
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