Para continuação do tema, aqui já referido ontem. Uma clara análise de Luís Rosa corroborado pelos seus inúmeros apoiantes – envergonhados na inditosa pátria amada que já fora, segundo o épico contara ao Rei de Melinde outrora, “Lusitânia, derivada de Luso ou Lisa, que de Baco antigo Filhos foram, parece, ou companheiros, e nela antão os íncolas primeiros” - más companhias conquanto de gabarito, a justificar tal indignação – embora também tais actos de desprimor, praticados pelos lulas daqui, hoje, de consistência assaz invertebrada.
O relativismo moral de Lula da Silva
Lula não quer saber se a Rússia
invadiu a Ucrânia. Quer é exportar para a China e puxar pelos BRICS — o que implica
apoiar Putin. Lula não é estadista. É um comerciante travestido de pomba da
paz.
LUÍS ROSA, Redactor
Principal e colunista do Observador
OBSERVADOR, 18
abr. 2023, 07:0268
“A União Europeia entrou directamente no
conflito. (…) Hoje estamos a falar em dar armas à Ucrânia para atacar a Rússia
ou a OTAN [NATO] colocar fronteira no território russo. Então nós vamos
encontrar países que queiram paz: o Brasil quer paz, a China quer paz, a
Indonésia quer paz, a Índia quer paz. Então tenho que pedir a estes países que
façam uma proposta de paz para a Rússia e para a Ucrânia”. Lula da Silva
em entrevista ao canal público chinês, 15 de abril de 2023
1 As declarações do Presidente do Brasil sobre a Guerra
da Ucrânia assumem relevância precisamente por terem sido proferidas por Lula
da Silva — um homem que é apresentado pela esquerda portuguesa como um
democrata e um herói que foi perseguido politicamente pelo aparelho judicial
brasileiro, acusado injustamente de corrupção e que, personificando uma luta do
bem (Lula) contra o mal (Bolsonaro), regressou ao poder por via do apoio
popular da maioria dos brasileiros.
O Brasil teve
o pior dos dois mundos nas últimas presidenciais: escolher entre Bolsonaro — um
líder extremista, demagogo e impreparado. E Lula — um líder igualmente
populista que liderou um Governo durante 2003 e 2011 que, entre políticas que
promoveram desenvolvimento económico, também foi complacente (para ser
simpático) com um sistema de dinamizou a corrupção, o controle do Estado e o
simples abuso de poder por parte do seu Partido dos Trabalhadores.
Houve
muitos em Portugal que ignoraram a gritaria de Lula sobre os milagres da
cerveja brasileira para resolver a Guerra da Ucrânia — ver aqui.
Mas esse é o verdadeiro Lula que voltamos a ouvir nos últimos dias durante um
périplo pela China e pelos Emirados Árabes Unidos a torcer e a
deturpar a verdade histórica do que aconteceu e está a acontecer na Ucrânia.
Lula quer ser uma pomba da paz — um disfarce muito querido entre os
esquerdistas — mas na realidade é um verdadeiro caixeiro-viajante, como
demonstrarei mais à frente.
2 O
mais extraordinário é ouvir as várias declarações de Lula da Silva porque aí
percebemos bem como o fato de herói da democracia que lhe vestiram nas
últimas presidenciais está muito esburacado. Logo a 14 de abril, Lula começou por dizer em
Pequim que “é preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra”.
O Presidente brasileiro quer que os americanos e a União Europeia comecem “a
falar em paz (…) pra que a gente possa convencer o Putin e o Zelensky de que a
paz interessa a todo mundo”.
Portanto, Lula preferiu não dizer nada sobre os seguintes factos:
A Rússia invadiu
militarmente a Ucrânia
a 24 de fevereiro de 2022 com forças militares terrestres, bombardeou vários
pontos do país, chegou às portas de Kiev, ocupou inúmeras cidades e vilas no
leste europeu e anexou de forma ilegal quatro regiões que fazem parte do
território da Ucrânia;
As regras do direito internacional foram violadas de forma clara por
Vladimir Putin. As Nações Unidas já aprovaram várias resoluções a condenar a
Rússia,
a última das quais foi aprovada a 24 de fevereiro deste ano com 137 votos a favor, sete votos conta
e 31 abstenções. O Brasil, já com Lula empossado como Presidente da República
Federativa do Brasil, votou a favor;
Mais de oito milhões de
ucranianos foram obrigados a fugir do seu país e a procurar refúgio na União
Europeia. A economia e as infra-estruturas ucranianas foram destruídas com a
invasão russa. Houve ucranianos a morrerem de frio durante este Inverno devido
a bombardeamentos russos cirúrgicos contra as infra-estruturas energéticas
ucranianas.
No dia seguinte, a 15 de abril, Lula deu uma entrevista
ao canal estatal chinês
para apontar o dedo à União Europeia — o que implica apontar o dedo a Portugal
— para dizer que “a União Europeia entrou diretamente no conflito.” Logo, nós portugueses, que também demos armas
aos ucranianos para se defenderem dos invasores russos, também somos promotores
da guerra, na lógica de Lula.
Pior: o Presidente brasileiro adere completamente à narrativa de Vladimir
Putin e diz a um jornalista chinês que “hoje estamos a falar em dar armas à
Ucrânia para atacar a Rússia ou a
OTAN [NATO] colocar fronteira no território russo.”
Isto é, e partindo do princípio que a geografia (e o
conhecimento histórico) de Lula não estão fora da realidade, deduz-se que não
se esteja a referir à Finlândia (que já entrou para a NATO) e à Suécia (que
está à espera de contornar o veto turco para entrar também para a NATO) como
“território russo”.
Partindo
desse princípio, só podemos concluir que Lula da Silva se está a referir à Ucrânia — que
quer entrar para a NATO mas que ainda não teve o apoio dos Estados Unidos e da
União Europeia para tal candidatura — como “território russo”.
Ou seja, no limite podemos partir do
princípio que Lula aderiu totalmente à tese de Putin, proferida na
noite da invasão de 24 de fevereiro de 2022, de que a Ucrânia não tem direito a
existir enquanto Estado soberano. Nada mau para um herói da democracia quando a
Ucrânia é um Estado soberano reconhecido praticamente por todos os países do
mundo.
A 16 de abril, já nos Emirados Árabes Unidos, Lula voltou a
vestir as suas vestes de pomba da paz para dizer que “quem começou a Guerra foram os dois países [Ucrânia
e Rússia]”. Como a Guerra do Solnado, foram os militares ucranianos que
tentaram chegar às portas de Moscovo, como bem sabemos…
E, atenção, a pomba da paz
chamada Lula não está sozinha. Tem a companhia de outros países que “não
promovem a guerra”. “O Brasil quer paz, a China quer paz, a Indonésia quer paz,
a Índia quer paz.” É este o clube da paz que vai fazer uma proposta à Rússia e
à Ucrânia.
E, finalmente, esta coreografia de Lula da Silva pela paz na Ucrânia
culmina esta última segunda-feira (dia 17 de abril) com a visita de Serguei
Lavrov a Brasília para convidar o Presidente do Brasil a visitar oficialmente
Vladimir Putin em Moscovo — como Bolsonaro já tinha feito. E para agradecer o
contributo de Lula para a paz, pois claro.
3.Vamos ser claros e directos.
Lula da Silva padece da mesma ‘doença’ comum a muitos esquerdistas alegadamente
bem intencionados: o relativismo moral. Imbuídos que estão da superioridade
(moral e material) das suas ideias, os esquerdistas desvalorizam sempre os
meios para atingirem determinados resultados.
E qual é o objectivo de Lula
da Silva? De certeza absoluta que não é a paz na Ucrânia. O objectivo
estratégico de Lula é o negócio puro e duro. Lula quer aumentar as exportações
brasileiras para a China e também para a Rússia e puxar pelo espaço económico
dos chamados BRICS. Se tudo isso implicar apoiar Putin, Lula apoia.
Acredite, caro leitor. Lula da Silva não é um
estadista. É um caixeiro-viajante disfarçado de pomba da paz.
Basta, aliás, ver o que foi fazer a Pequim:
Contrariando a antiga política
de Bolsonaro de apoiar Trump contra a China, Lula foi assinar cerca de 20
acordos comerciais para reforçar ainda mais o facto de a China ser o principal
parceiro comercial do Brasil. As exportações brasileiras já terão ultrapassado
os 100 mil milhões de dólares em 2022, segundo
o Financial
Times. O Brasil vende soja (vale 30% das
exportações brasileiras), carnes e combustíveis fósseis, entre outros produtos.
A China é também o maior
fornecedor do Brasil com vendas totais de cerca de 60 mil milhões
de dólares;
Foi apoiar Dilma Roussef como a
nova presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS — a
nova instituição financeira fomentada pela China para tentar rivalizar com o
Banco Mundial (criado pelos Estados Unidos) na promoção da cooperação e da
influência económica no resto do mundo. Esta
nova instituição já aprovou
investimentos superiores a 25 mil
milhões de dólares.
E, finalmente, Lula da Silva
utilizou a sua voz grave para berrar contra o “domínio do dólar” no comércio internacional,
onde é a moeda utilizada em mais de 80% das transações, seguida pelo euro que vale
mais de 10% das transações internacionais. Adivinha qual é a moeda preferida de
Lula? A moeda chinesa, o yuan, claro. Que vale apenas cerca de 4% das
transações internacionais.
4O
relativismo moral de Lula da Silva é precisamente esse: em nome dos negócios, é
possível transaccionar até os princípios e as regras do direito internacional
que protegem a Ucrânia. Aliás, não é por acaso que, após o encontro com Lavrov,
o seu homólogo brasileiro chamado Mauro Vieira tenha anunciado ao mundo que
o Brasil está desejoso de ampliar as relações económicas com a Rússia de Putin
e bater o recorde de 2022 de trocas comerciais superiores a nove mil milhões de
euros.
E
adivinhe as áreas, caro leitor: “na área de energia, em particular a
energia atómica e pacífica. Exploração de espaço, agricultura, área
farmacêutica. Nós vamos diversificar a nossa relação cultural, educativa”, anunciou Sergeui Lavrov.
Vá
lá que a energia atómica é “pacífica”. Mas não deixa de ser curioso que Lula da
Silva tenha feito questão de dizer nos últimos dias que tinha recusado vender
misseis à Alemanha (para serem entregues na Ucrânia) e agora queira cooperar
com a Rússia no desenvolvimento de “energia atómica” mas “pacífica”.
Só
um último pormenor: sabe quais são os outros países da América do Sul e da
América Central que Lavrov vai visitar, após sair de Brasília? Venezuela,
Cuba e Nicarágua. Só
países de referência em termos de liberdade política e económica e um exemplo
de como combater a pobreza e a fome. São estes os aliados da Rússia naquela
zona do globo — aos quais o Brasil está ansioso por se juntar.
5Portanto, é este o Lula da Silva que, a
convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, virá em visita oficial a
Portugal para, entre outros pontos de agenda, discursar no dia 25 de Abril na
Assembleia da República (AR).
No Dia da Liberdade, o Parlamento
português vai ouvir um Chefe de Estado que claramente apoia a Rússia de Putin
na Guerra da Ucrânia, que ataca a União Europeia pelo seu suporte à Ucrânia,
que quer ter na China o seu best friend forever nos negócios, que quer alargar
a sua relação económica com a Rússia (seguindo o exemplo da Venezuela, Cuba e
Nicarágua) e que quer destruir o dólar como moeda internacional e colocar o
yuan no seu lugar.
Realmente,
faz todo sentido: nada como ter um Chefe de Estado que tem os braços abertos às
maiores autocracias do mundo para falar no dia 25 de Abril em Portugal…
Só
falta uma coisa para que a visita de Lula da Silva a Lisboa seja perfeita:
receber e condecorar José Sócrates na Embaixada do Brasil e ainda aludir à
Operação Marquês no seu discurso na AR como um exemplo de injustiça…
6.É
verdade que, com a excepção da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, os
interesses do Brasil estão desde há muito desalinhados da política externa de
Portugal. O nosso país tem, pela sua opção atlantista, interesses
diplomáticos historicamente alinhados com o Ocidente, nomeadamente num
binómio claro que balança entre os Estados Unidos e a União Europeia.
Os
brasileiros, por seu lado, querem desde há muito reforçar o bloco dos
chamados países não alinhados (China, Índia, Rússia, Indonésia, África do Sul —
os BRICS), posicionando-se com um dos grandes actores internacionais com
os seus mais de 200 milhões de habitantes e os seus 8,6 milhões de quilómetros
quadrados de território ricos em matérias-primas diversificadas.
Estas diferentes opções nunca
impediram que Portugal e o Brasil reforçassem ao longo dos anos os seus laços
históricos de irmandade linguística, cultural e também económica.
Contudo, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro
António Costa não podem ficar calados. Devem expressar de forma clara que o
povo português está ao lado dos ucranianos e que a União Europeia, que já
concedeu o estatuto formal de candidato à Ucrânia, nunca aceitará a violação da
soberania ucraniana por parte da Rússia. Isso é o mínimo dos mínimos.
Espero
sinceramente que o relativismo moral de Lula da Silva não seja o único a estar
em causa nos próximos dias.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO LULA DA SILVA BRASIL
COMENTÁRIOS (de 68):
Filipe Costa: Dois pontos: 1. Foi apoiar Dilma Roussef como a nova presidente do
Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS Essa senhora deve perceber de contas de mercearia. 2. BRICS— a nova
instituição financeira fomentada pela China para tentar rivalizar com o Banco
Mundial (criado pelos Estados Unidos) na promoção da cooperação e da influência
económica no resto do mundo. Esta nova instituição já aprovou investimentos
superiores a 25 mil milhões de dólares. E, finalmente, Lula da Silva utilizou a
sua voz grave para berrar contra o “domínio do dólar” no comércio
internacional, onde é a moeda utilizada em mais de 80% das transacções. Bem, vamolaver, aprovam
empréstimos em dólares mas querem acabar com o dólar. Depois disto, acho que o mundo
está a ficar ignorante, ou nunca saiu daí. João Floriano:
Como já não se pode comentar o Ideias Feitas de AG, aproveito aqui este
espaço para recomendar que se ouça o apontamento de hoje, onde se prova até que
ponto Lula da Silva é um exemplo de «amigo» da democracia. Asseguro-vos que é
sinistro ouvir as opiniões deste político sul-americano sobre grandes
ditadores, alguns já mortos, mas que deixaram grandes saudades, pelo menos em
Lula da Silva. Não esqueçamos que homenageando Lula e honrando-o na Assembleia
estamos a homenagear Putin e companhia. Estranha forma de democracia, esta que
se pratica em Portugal! Carminda Damiao: Excelente artigo. Maria Madeira: Excelente texto. Daniel José: Excelente, mas isto já não tem
solução. o BE, PCP e PS tomaram de assalto a democracia portuguesa. a
comunicação social em especial a TV, a educação, a justiça está toda
partidarizada.
Pedromi: Excelentes artigo! O que torna tudo isto ainda mais assustador, é a
velocidade a que a nossa política se está a "lulalizar". Bernardo Gonçalves: Apesar de serem ambos
invertebrados, o Lula não é lula. É mesmo polvo. pedro dragone: Caixeiro viajante cachaceiro,
vendedor de banha da cobra.
João Ramos: A mim não me chocava nada que Lula discursasse na sessão “solene” do 25/4 pois
como essa data se revelou uma tentativa de Instalaçäo de uma política totalitária em Portugal e que só acabou
um ano e meio depois no 25/11/75, parece me portanto e dado que o Lula apoia
maioritariamente os países totalitários, até ficava bem nessa sessão. O grande
erro cabe aos políticos portugueses de considerarem aquela data como o dia da
liberdade quando na realidade o não foi mas sim o 25/11/75… Ediberto Abreu:
O que esperar de um analfabeto político
como lula João
Ramos > Ediberto
Abreu: E
vigarista… Ediberto
Abreu > Ediberto
Abreu: Devia
ir fazer um estágio a Angola para ver se aprende mais qualquer coisa. A atitude
de Lourenço na reunião do MPLA foi clara e precisa, merece os meus parabéns. António Cézanne:
A vinda a Portugal deste corrupto comuna,
a convite do PR e com direito a discurso na AR, enoja-me completamente.
Nada mais a dizer em relação a esta nojeira, a não ser
que este convite foi uma descida vertiginosa ao mundo rasca, do pior que pode
existir. Miguel Ramos: É deprimente ver o nosso PM e PR a prestarem vassalagem
a este defensor de violadores de mulheres e crianças. Passados quase 50 anos de Portugal se ter visto livre
de uma ditadura ainda não é possível festejar a data com uma AR repleta de
defensores da liberdade e dos direitos humanos. Carlos Fernandes:
Caro Luís Rosa, há uma coisa que ainda
não vi, na comunicação social portuguesa, suficientemente analisado: A gestão de Lula e
do seu governo na invasão dos bolsonartistas aos edíficios governamentais. É que se compara com a Invasão
do Capitólio mas há diferença substanciais: 1. Em Washington não havia efectivos
policiais suficientes mas, os que havia, resistiram (e alguns morreram a
fazê-lo). Em Brasília, a polícia não resistiu e viu-se até imagens de alguns a
rirem-se e a tirarem fotografias como se fosse uma recordação para o Instagram.
2. Os efectivos policiais em Washington eram insuficientes para resistir aos
apoiantes de Trump mas, dá-se o caso, que a Administração em funções era a de
Trump - Biden só ocuparia a Casa Branca daí a um mês. No caso do Congresso
Brasileiro, Lula e o seu governo estava em funções à 60 dias. Portanto, no
Capitólio quem governava o país era ainda Trump - que promoveu a invasão -
estava a discurar a 800m de distância. No Congresso já era Lula que governava há
dois meses e Bolsonaro estava em Miami. 3. Durante a invasão ao Capitólio, houve oposição e
resistência dos Democratas e de muitos Republicanos. Já Lula, o grande
combatente da democracia, manteve-se silencioso enquanto durava o forró e só
falou depois de a situação estar controlada. 4. Contudo, foi curiosamente
muito rápido a acusar Bolsonaro de estar por trás de tudo, e a
"justiça" brasileira foi tão rápida a investigar que, dois dias depois,
resolve (imagine-se que isso é que era importante) congelar as contas de
Bolsonaro e família. Tudo isto são factos, não são opiniões, nem nenhuma teoria. A teoria surge
quando se percebe com quem Lula fez a sua formação política. Ark Nabul > Carlos
Fernandes: Os seus factos são os da
propaganda. Convinha rever as fontes. Álvaro Venâncio: Caríssimo Luís Rosa, parabéns
pela sua exacta, esclarecedora e extraordinária crónica. Obrigado por dar voz à nossa voz. Jorge: revejo-me
inteiramente neste artigo. neste momento só posso dizer que sinto nojo a quem
se dispõe a receber tal personagem que há uns anos defendia com unhas e dentes
a democracia quando o seu palácio foi invadido. É este o Lula mas poderia ser
qualquer outro comunista e bloquista. JCBP:
A ofensa imperdoável, para os Portugueses
nados/criados e residentes em Portugal, é mais manifesta perante as miseráveis
atitudes do "casal" AC+MRS do que na aceitação de um
"convite" pela parte de um corrupto internacional. Com a agravante de
MRS, ainda hoje, frisar, numa frase condenável, fazendo dos Portugueses "parvos",
que : " Se o Brasil muda de posição [ conflito terrorista VPutin vs
Ucrânia] nós nada temos a ver com isso". Ao dizer tal monstruosidade, com
um ar de "sula de anfiteatro da fdl" o prof morcela
"enterrou-se" mais uma vez e, a mim, ofendeu-me, de novo, para além
do profundo desprezo que sinto, há muito tempo pela sua "persona". Joaquim Almeida:
Para arrasar o Lula, L. Rosa, nem é
preciso falar em relativismo moral - basta não ignorar que Lula é o
líder do Foro de S. Paulo e seus lacaios ditadores comunistas
- nem é preciso resguardar-se com essa balela do Bolsonaro "extremista,
demagogo e incompetente". A governação de Bolsonaro 2019 -
2022 envergonha a ralé que nos desgoverna, se é que eles ainda têm
vergonha João
Floriano: Excelente artigo. E é este caixeiro
viajante mascarado de pomba da paz ( excelente descrição) que Marcelo, Costa e Augusto Santos Silva
vão impor ao parlamento nas comemorações do 25 de Abril, embora digam que
haverá lugar a duas sessões separadas. Na prática resulta numa só. Hoje de
manhã ouvi ocasionalmente um comentário de Rolando Santos na CNN onde explicava
quais as motivações do presidente Lula para uma aproximação tão grande
com russos e chineses. O Brasil procura um lugar de destaque no grupo BRICS.
Internamente não lhe trará perdas significativas censurar os Estados Unidos
porque a opinião pública brasileira não morre de amores pelo seu poderoso
vizinho do hemisfério norte. Recordam a longa história de ingerências dos
Estados Unidos na América Central e do Sul e acreditam que lhes querem «roubar»
a Amazónia. Compreendem-se os motivos de Lula mas não se partilham as suas
posições pro Putin, porque estamos precisamente do outro lado: Portugal é
maioritariamente pro- Ucrânia, felizmente, apesar de termos no Parlamento
partidos que são contra a EU e a NATO. No entanto vivem e prosperam em
democracia e não estão nada dispostos a irem viver o sonho russo in loco. Ainda
não ouvi qualquer manifestação da esquerda sobre os 25 anos de cárcere a que um
jornalista foi condenado nem aos frequentes casos de envenenamento de
discordantes políticos que certamente serão muito dados a intoxicações
alimentares. A diplomacia portuguesa está a confundir relações
protocolares com relações pessoais de amizade próxima. Não podemos pensar que
por via do cisma político que está a acontecer no mundo, em que o advir
de uma nova ordem mundial é imparável e pode conduzir a uma guerra geral, nos
vamos fechar à parte do mundo com a qual não concordamos. Mas então que
saibamos manter a perspectiva certa e o formalismo necessário, que saibamos
respeitar os nossos aliados. Nada impede Marcelo de receber Lula na sua casa em
Belém. Impô-lo em S. Bento, sendo Lula quem é e apoiando quem apoia, é engolir
um sapo grande demais. O país espera que os seus governantes digam alguma coisa
para além do arrogante :« Não me arrependo de nada!» vindo de Marcelo Rebelo de
Sousa. Não são os estados de consciência de Marcelo que nos interessam. O país
é muito mais importante do que ele, apesar de no seu narcisismo, Marcelo pensar
o contrário. Observação: Normalmente uso o acrónimo BRICS porque considero que a África
do Sul(S) faz parte do grupo. Fui ao sítio do costume e verifiquei que existe
um outro acrónimo CIVETS: Colombia, Indonesia, Vietnam. Egito, Turquia e África
do Sul. São mercados igualmente emergentes. Lourenço
de Almeida: "para
apontar o dedo à União Europeia — o que implica apontar o dedo a
Portugal". É isto que o palerma do nosso Marselfie e o nosso MNE fingem não perceber e os
jornalistas permitem-lhes a escapatória! O Lula não está simplesmente a afirmar
uma opinião diferente da nossa relativamente a terceiros! Está a dizer que a
culpa da guerra na Ucrânia também é nossa, de Portugal!
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