Trata-se, pois, de extinção, causada
pelo fenómeno do degelo de que o aquecimento global é responsável. Alberto Gonçalves não se preocupa com tal “patranha”, lembrado dos sete
anos das vacas gordas e das respectivas espigas do sonho do faraó que já
anunciavam aquecimento e fertilidade, segundo José, para os outros sete de más
espigas e de vacas magras do mesmo sonho, resgatados pelos impostos que José
aconselhou ao faraó durante o período fértil, e assim dando a entender que
estes fenómenos das secas ou dos alagamentos já vêm de trás, como, de resto, também
o dilúvio fora exemplo, e que os impostos são recurso antigo para resgatar descontroles
de misérias públicas. É certo que nós, aqui, também temos o recurso dos
empréstimos, de que os nossos faraós se
servem por conselho dos seus Josés, e
por isso não nos devemos preocupar com as mágoas envergonhadas e sombrias de AG
a respeito dos afundamentos do nosso prestígio na opinião estrangeira, centrado
no Time que não nos
oferece o seu frontispício, salvo em raras ocasiões e nem todas prestigiantes. Assim
se evidencia o seu e nosso complexo de inferioridade, da forma, desta vez, de
um humor mais que sombrio, que os seus inúmeros comentadores, de que registo os
mais sérios, acompanham – ou não – com bastante argúcia.
De resto, o nosso José – perdão – AG – faz também a sua interpretação do nosso
afundamento próprio, não por conta do aquecimento global, mas do descaramento particular
que nos afoga. E sobre isso constrói teoria e exemplificação. Melhor que na
Bíblia, é claro, que se limita a registar, sem parti pris. O nosso AG
usa
e abusa do parti pris, o que nem
sempre lhe atrai simpatias junto de comentadores - que assim se julgam -
alardeando a imundície da roupa suja que os reveste. Mas nós aplicaremos, com idêntica unção, embora em sentido oposto
ao do grito extasiado do Carlos da Maia, ao saber, por Ega, do Eusebiozinho, desancado pela mulher à
pancada: “Deus o/(“a”)conserve!” . Deus conserve e preserve
AG, e as suas crónicas de impecável humor, por
sombrio que seja, que nos levantam um pouco ainda o moral, na esperança de uma
sobrevivência racional, neste país afundado.
O nosso país a afundar /premium
22/6/2019
Grosso modo, é Portugal, que se afunda a
uma velocidade com que Tuvalu e a Terra e a Time não sonham. E o melhor é que não
precisamos de aquecimento global. O descaramento local é suficiente.
Na
semana em que um português, António Guterres, enfeita a capa da Time, é interessante
notar a escassez da presença nacional na fachada da revista. Em cerca de 5000
edições, contas por alto, o nosso querido país apareceu em apenas cinco
ocasiões nesse lugar de supremo prestígio da imprensa tradicional. Para
cúmulo, nenhuma das ocasiões foi exactamente prestigiante.
Nos
primeiros vinte e tal anos da Time, merecemos o desprezo absoluto em matéria
de frontispício. Em 1946, estreámo-nos com Salazar, já então descrito como o “decano dos ditadores”.
Outros vinte e tal anos de indiferença e, em 1974, a propósito do “golpe em
Portugal” (cito), surgiu Spínola,
o herói que ajudou a lançar-nos no PREC.
Em 1975, a propósito do PREC, ou a “ameaça vermelha” (volto a citar), a Time
revelou aos leitores o belo triunvirato Otelo Saraiva de
Carvalho-Costa Gomes-Vasco Gonçalves.
Passaram-se mais vinte e tal anos sem temáticas caseiras e, enfim, subiu
à capa da Time em 2003 um assunto prometedor: a explosão (salvo seja) da
prostituição em Bragança. Infelizmente, o assunto não cumpriu. Afinal,
tratava-se de incompetência da jornalista – espanhola, se não me engano
– que redigiu o artigo, e que confundiu os queixumes de meia dúzia de
meretrizes locais contra meia dúzia de meretrizes importadas com um alegado
“bairro europeu da luz vermelha”. Até agora, pois, havia um tirano,
um germanófilo sem grande tino, três estarolas próximos do
estalinismo ou da demência e hordas de rameiras inventadas. Agora,
junta-se-lhes Guterres.
É
natural que uma pessoa comece logo a imaginar. Guterres, o líder.
Guterres, o visionário. Guterres, o inspirador.
É também evidente que essa pessoa está equivocada e deve ser esclarecida de que
falamos mesmo do eng. Guterres, o ex-futuro do socialismo moderno, o
fugitivo do pântano, o emplastro dos refugiados e o secretário-geral da
extraordinária ONU. Fatal e
adequadamente, o fotógrafo da Time enfiou o eng. Guterres num charco por altura
dos joelhos. Não terá sido necessário o fotógrafo requisitar a expressão que a
criatura ostenta há décadas: uma coisa entre o desconsolado e o
conformado, atitude
encontrada com assiduidade nos sujeitos que chegam ao restaurante cinco minutos
após o fecho deste. E que
quando o apanham aberto demoram hora e meia a escolher o prato. No caso
da capa, o contexto é o “aquecimento global”. Sob o título “O Nosso Planeta a
Afundar-se”, pretende-se sugerir que o nível das águas está a subir e, não
tarda, levará tudo à frente. Pelo ar derrotado do eng. Guterres, um degelo que
o leve parece inevitável, e um favor pessoal que lhe fazem.
Um favor que ele e a Time nos
fariam era não alinhar em trapaças. A fotografia do eng. Guterres em
encharcados preparos foi tirada no arquipélago de Tuvalu, dito “um dos países
mais vulneráveis do mundo” por causa do “aumento dos níveis do mar”. No
Twitter, o ambientalista Bjørn Lomborg, que não sendo um fanático das
“mudanças climáticas” não é de certeza um descrente absoluto, veio explicar
que, logo por azar, e apesar do factual aumento dos níveis do mar, o território
total de Tuvalu aumentou quase 3% nos últimos 40 anos e é garantidamente habitável
ao longo do próximo século. Além de esteticamente desagradável, a capa da Time
é pelos vistos uma fraude.
Não
é surpreendente, nem
demasiado grave, que fraudes assim definam a Time e boa parte do jornalismo
contemporâneo, menos interessado em publicar as histórias do que as lendas, as
fantasias, os delírios, as patranhas e as puras mentiras que excitam gente que
não consume jornalismo nenhum. Não
é surpreendente, nem
demasiado grave, que fraudes assim definam a ONU, de resto há muito definida
por dezenas de pormenores igualmente repulsivos. Não é surpreendente, nem
demasiado grave, que fraudes assim definam o eng. Guterres, que internamente
ganhou fama de indeciso apesar de ter decidido promover à ribalta inúmeros
protagonistas da corrupção que hoje saltita por cá. Por fim, não é surpreendente que fraudes assim definam um país onde, com todas as
proezas acumuladas durante uma carreira de embaraços, o eng. Guterres continua
a beneficiar de uma espécie de prestígio. Mas é grave.
E é grave não especialmente por causa do pobre eng. Guterres, no
fundo (sem trocadilhos) uma figura menor. É grave porque a reverência
embasbacada a sucessivas figuras menores, providas de petulância natural e
impunidade adquirida, não é só um elemento determinante da sociedade
portuguesa: grosso modo, é Portugal, que se afunda a uma velocidade com que
Tuvalu e a Terra e a Time não sonham. E o melhor é que não precisamos de
aquecimento global. O descaramento local é suficiente.
COMENTÁRIOS
Amora Bruegas: O sr. A. Gonçalves faz boas
análises,..embora tenha uma visão essencialmente negra, como se tudo fosse
errado ou negativo… tenho pena de uma mente tão triste. Por isto mesmo, tem
direito a dizer uns disparates, caso da acusação que faz ao Dr. Oliveira
Salazar (espantoso como passados quase 50 anos sobre a sua morte, continua a
causar tanta inveja) ao referir-se-lhe como …um tirano, um germanófilo sem
grande tino.”. Não tem noção do que é um tirano (esta democracia tem vários,
servos de A Cunhal e M Soares) e faz uma falsa acusação ao designá-lo de
germanófilo, na medida em que antipatizava com o socialismo (ateu+materialista)
alemão.
Liberal Impenitente > Amora Bruegas: O ídolo político de Salazar,
bem o sabemos, era Benito Mussolini e o seu fascismo. Salazar foi um tirano, e
isso é indiscutível. Até 1945 fez um bom trabalho, embora já com todos os
tiques de autoritarismo e de autismo. Depois, precisamente por ser um tirano,
não foi capaz de sair de cena. O episódio patético de Salazar moribundo com a
sua corte de lambe-botas comportando-se como se ele ainda fosse o
"presidente do conselho" é elucidativo.
Maria Narciso: Grande Humanista e Grande Homem
de Causas. O seu Trabalho de 10 Anos como Comissário para os Refugiados foi
Indiscutivelmente Notável.
Amora Bruegas > Maria Narciso: Como trabalho de fachada... foi! Sabia que o “humanista” J Sampaio,
que trouxe estudantes árabes para Portugal, foi admirador do “democrata” romeno
Nicolae Ceausescu…., sabe quem foi? Que o “humanista” N Mandela, vendeu a exploração
diamantífera aos Rockfeller a troco do Poder na África do Sul, bem como era
abortista e defensor do terrorismo, como queimar negros com pneus, que fossem
amigos dos brancos? Ou que foi admirador de Fidel Castro e NIkita kRUCHEV?
Liberal Impenitente > Amora Bruegas: O seu comentário é pouco sério,
Amora. Mandela entrou comunista e terrorista na prisão, é um facto, mas não
saiu de lá comunista e terrorista.
A.Ferreira Ferreira: Eis o dr. Alberto no casulo
que, qual bicho da seda, vem tecendo e urdindo. Está, claro, preso dentro dele
e tanto enrolou ao longo destes anos que chegou ao ponto de, encapsulado, já
não vislumbrar o que se passa no exterior. A parcialidade, a crítica acerba a tudo
o que lhe "cheire" a esquerda, toldam-lhe a razão. Pobre dr. Alberto
que vai "morrer" dentro do casulo que teceu.
Liberal Impenitente > A.Ferreira Ferreira: Havia um colunista no DN, um
tal de Batista Bastos, que tecia o seu casulo sem fim, mas sem leitores. Todas
as semanas, segregava o seu novo nojo comunista, e leitores nem vê-los. Depois
morreu.
Maria Emília Santos Santos: O país afunda porque quem está
a governar assim o quer! Quem nos governa
não quer a nossa independência mas sim luta pelos objectivos dos globalizadores
endinheirados,
maria perry: Em 1977 a Time magazine
publicou uma capa sobre a era de frio que se aproximava, “The Big Freeze”
chamava-se. Nessa altura, era assim que a imprensa se divertia a criar medo nas
pessoas. Agora, afinal não é o big freeze mas sim o global heating. E até vão
pedir ao dirigente da ONU para entrar num lago de calaças arregaçadas. Devem
divertir-se muito com tudo isto. E a população ignorante cai sempre.
Antonio Fonsecamaria perry
Eu lembro dessa do "BIG FREEZE". E do
nscimento do "aquecimento global". Obviamente para uma organização
burocrática como a ONU o "aquecimento global" tem muito mais
interesse que o "big freeze".
Ping PongYang: Na minha modesta opinião AG
falhou completamente hoje. Com tantos
maus exemplares por aí
"à solta", foi embirrar logo com um indivíduo notável, respeitado, inteligente
e pio. Má escolha!
Ricardo Cunha: Certeiro como sempre. Que a voz
não lhe doa nunca
Fernando Bernardo: A infantilidade dos textos
deste senhor deixa-me perplexo. Mais perplexo ainda com o facto de alguém
encontrar algum valor nestas prosas. Dizer mal de tudo e de todos sem
apresentar solução para nada. Faz-me lembrar aqueles cães pequeninos que muito
ladram e pouco mordem. Foi posto a andar muito tarde das outras publicações. É
alguém com quem ninguém conta para resolver algum problema nem muito menos
chegar a algum consenso. O seu infantilismo leva-o a afirmar que não tem amigos
de esquerda. Ridículo. A sua superioridade fica a léguas dos calcanhares das
pessoas humildes.
Liberal Impenitente > Fernando Bernardo: Eu sei que para si o que eu vou
dizer será quase incompreensível, mas Alberto Gonçalves não pretende resolver
problemas ou chegar a qualquer consenso, nem isso é papel de um bom colunista.
O melhor para si será mesmo mudar de galho, este não lhe convém! O galho da
amásia do Pinto de Sousa, quem sabe?
Maria Alva: Guterres representa a oportunidade
perdida de desenvolvimento nacional no final do séc XX, ainda em período de
"vacas gordas". Em vez de reformar e desenvolver, optou por
"comprar" as corporações e sustentar os "jobs dos boys" (ao
contrário do que apregoou), até se afundar no pântano. Entre ele e Sócrates, o
diabo que escolha qual foi o pior 1º ministro do Portugal democrático. Até prá semana AG.
Maria José Melo: É isso mesmo! Que tal Guterres dizer e fazer alguma coisa em
relação à Venezuela? E à falta de liberdade e de direitos em países muçulmanos,
e em Cuba, na Rússia, na Coreia do Norte...???
Não! “Alterações climáticas “ é o que “está a dar...”
António Silva
Eu lembro-me quando esta abenceragem chegou ao poder
após 2 maiorias de Cavaco Silva. Tinha sido o betão agora iam ser as pessoas a
sua 1ª paixão. Começou por no primeiro dia do mandato dar uma gorjeta, com o
nosso dinheiro claro, ao engraxador confirmando assim o seu amor pelo próximo
desfavorecido. A 1ª paixão depressa foi esquecida e começou a 2ª paixão (a
ordem pode ser arbitrária) a da educação. e claro que nenhuma destas paixões
deu fruto o homem não era para fazer era para dialogar e entretanto beijar a
estola do Padre Milicias ( um dos grandes hipócritas portugueses) padre franciscano
á frente da Santa Casa, mas o pilim que recebia ia todo para os mais
desfavorecidos porque o homem tinha feito voto de pobreza. Rapidamente o sr
Guterres apesar do incenso que os midias (á zuca) lhe iam lançando rapidamente
mostrou que falar era a sua grande arma tendo sido alcunhado graciosamente
pelo Vasco Pulido Valente como picareta falante. Depois veio a telenovela
do queijo Limiano e daquele infeliz do CDS que se fartou de fazer cenas tristes
e fez greve de fome só comendo queijo durante uns dias. Entretanto cai a Ponte
o ministro das Obras pira-se e arranja um bode expiatório para aguentar com as
culpas o grande homem e grande engenheiro e amigo Mota Freitas. Entrementes a água
já começava a subir e o Sr. engº Guterres que nunca foi homem de engenharias
lembrou-se que não sabia nadar a modos como as gravuras do Côa e antes que a
agua lhe chegasse aos ditos pirou-se, escafedeu-se, deu ás de Vila- Diogo e
chegou pasme-se a Secretário Geral da ONU porque como seria de esperar um tão
alto lugar só poderia ter sido ocupado por um indivíduo cuja incompetência
fosse sem igual. Aqui está em breves
traços a estória de tão singela personagem
Liberal Impenitente > Não tenho as mesmas memórias,
mas a ideia geral está certa. Do que me lembro as primeiríssimas coisas que o
Guti fez após se empoleirar foram correr para a margem sul para salvar um asilo
em ruínas e cancelar a barragem de Foz Côa, em construção, atirando cinquenta
milhões de contos para o lixo.
José Ramos: A figura - triste - de Guterres
com as calças do fato arruinadas pelo "aquecimento global" diz mais
sobre o estado mental dos fazedores de opinião a nível global do que sobre o
estado do Globo. É claro que se deve cotejar dados climáticos ao longo das
décadas; é um facto que a população mundial, desde o ano em que nasci até hoje,
mais do que triplicou (mas esse é um assunto a que todos fogem e,
convenientemente, "esquecem"); mas daí a agir com histerismos
apocalípticos, sobretudo com o carimbo "científico", vai uma enorme
distância. Não sou um especialista da matéria, mas as profecias milenaristas
dos que suportam a jovem Greta não me convencem. Há gravuras da época com o
Mosteiro dos Jerónimos bem perto do Tejo e a Torre de Belém adentrando bem no
mesmo. Que fenómeno climático terá havido desde o séc. XVI? A Idade do Gelo?
Entretanto, o Eng. Guterres (tal como a Time) mete água.
Nenhum comentário:
Postar um comentário